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MÉTODOS DE CONTENÇÃO

Os métodos de contenção são formas de excessiva correndo risco de machucar o


imobilizar o animal a fim de evitar animal e também uma contenção
acidentes e no auxílio de procedimentos e insuficiente aumentando o risco para o
práticas médicas. veterinário e auxiliares. Os animais podem
na tentativa de se defender, morder,
Objetivos da contenção arranhar etc.
● Proteger o animal, o médico e
auxiliares Principais formas de contenção física
● Facilitar o exame físico do animal
● Permitir a realização de Imobilização em posição quadrupedal
procedimentos médicos como Essa técnica de
medicação, curativos, cateterização, contenção é usada
exames, coleta de sangue etc. em pequenos
● E evitar que aconteçam fugas, e procedimentos da
acidentes com os animais rotina, e somente
em animais que
Tipos de contenção são cooperativos
Existem dois tipos de contenção, tanto a e dóceis.
física quanto a química. Passo a passo:
Nessa técnica o animal deve ser
Na contenção física, o método pode ser posicionado em estação, quem está fazendo
feito manualmente ou com uso de a técnica deve passar uma das mãos em
instrumentos específicos como: mordaça, volta do pescoço e outra no abdômen do
focinheira, cambão, toalha, bolsa etc. animal e segurar firme próximo ao corpo.

Já a contenção química vai ser usada Imobilização manual em decúbito lateral


somente em casos de animais que não Essa já é uma
permitiram a realização da contenção física técnica mais
ou, em casos de exames específicos ou que específica, e
se preciso que o animal esteja tranquilo e pode ser usada
calmo, por exemplo, exames radiográficos em diversos
para avaliação de displasia coxo femoral e procedimentos
entre outros. Para essa técnica de contenção como exame
química pode se usar drogas sedativas, de imagem,
tranquilizantes ou anestesia geral. punções venosas, coleta de materiais etc.
Pode ser feita em animais calmos e animais
Contenção física agitados contanto que estes não sejam
É importante utilizar o melhor método de agressivos.
contenção de acordo com o procedimento a Passo a passo:
ser feito. E também deve se ter cuidado para Quem faz a técnica deve segurar o membro
evitar uma contenção física muito torácico e membro pélvico do mesmo lado
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do animal, puxar os membros para que o


animal deite e manter os membros seguros Passo a passo
apoiando os braços sobre o abdômen e Quem faz a mordaça deve inicialmente
pescoço do animal. (Cuidado com o fazer uma laçada dupla na corda, colocar no
excesso de força). focinho do animal e fazer o primeiro nó.
Após, cruzar a corda embaixo do focinho
Acessórios usados na contenção física do animal, depois passar por baixo da
orelha e amarrar atrás do pescoço.
Focinheira
Esse acessório é colocado na boca do Cambão
animal. Usado em animais indóceis ou com É um acessório usado em animais que são
dor. E esse acessório apresenta diversos muito agressivos, e animais de grande
modelos e diversos materiais. porte.
O acessório permite que se coloque
Mordaça focinheira ou mordaça ou realização da
Também é usado em animais indóceis e contenção química.
agressivos, e geralmente se associa com Cuidado ao usar esse acessório pois pode
outro método de contenção (focinheira por causar asfixia, e até mesmo fratura das
exemplo). vértebras cervicais.
Usa-se cordas feitas de algodão.
Contenção nos gatos Os felinos por possuírem uma característica
territorial, são mais facilmente estressados
Os gatos por serem pequenos, ágeis, eles com qualquer mudança de ambiente
conseguem se desvencilhar muito podendo buscar se defender com mordidas
facilmente sendo assim, muito importante o e arranhões.
cuidado com porta e janelas no momento do
atendimento.
Durante a consulta permitir que o animal
Práticas de cat friendly ou manuseio saia da caixa de transporte sozinho, pode se
amistoso dos gatos usar substâncias como feromônios (F3) que
auxilia na redução do estresse, catnip ou
Deve-se orientar ao tutor que o manejo do erva dos gatos que tem como composto
animal já se inicia em casa com práticas de ativo a nepetalactone que é um
permitir que o gato entre na caixa de potencializador de humor.
transporte de forma voluntária, manter
panos , toalhas para promover conforto e Caso o animal não saia da caixa de
segurança ao animal. transporte voluntariamente, deve-se
remover a parte superior da caixa de
Na clínica, quando possível destinar uma possível e realizar o exame físico com o
sala de espera apenas para os gatos, animal na caixa. Quando precisar, pode
evitando estresse, conflitos com a presença remover o animal da caixa segurando o
de outras espécies. abdômen com cuidado.
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Jamais despeje o animal da caixa de


transporte Bolsas de contenção
É uma espécie de bolsa em que se coloca o
A todo momento ficar atento à postura e animal deixando apenas a região da cabeça
expressão facial do paciente. Além disso, para fora.
permitir que o animal explore o consultório.
O melhor lugar para examinar o gato é onde Focinheira para gatos
ele se sente confortável em ficar. Tem a mesma função da focinheira de cão,
mas com diferença que cobre os olhos
Cuidados evitando o estímulo visual.
Nunca fazer hiperextensão dos membros do
animal Contenção química
Nunca conter o animal pela pele da nuca, É o tipo de contenção que utiliza fármacos
isso faz com que o animal tenha uma seja tranquilizantes, sedativos ou
sensação de perda de controle e maior anestésicos.
agitação e medo. É feita em animais muito agressivos,
agitados ou estressados e que não foi
Pode fazer possível usar os métodos de contenção
Massagem na cabeça, orelhas e queixo. física.

Mas se ainda assim precisar fazer a Também pode ser usado em algumas
contenção física propriamente dita pode se situações específicas, como:
fazer: Exames de traumatismos osteomusculares,
limpeza de ferimentos profundos, avaliação
Imobilização c toalha e tratamentos otologicos, abcessos, coleta
Essa técnica consiste em enrolar o animal de liquor, etc.
como.um.rolinho.e cobri a cabeça
removendo os estímulos visuais.
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Exame semiológico do sistema respiratório

Breve revisão fisiológica:


O sistema respiratório tem 3 funções básicas:
- Fazer as trocas gasosas a fim de promover a correta hematose
- Auxiliar no processo de termorregulação, através do aumento ou
diminuição da frequência respiratória
- Manter o equilíbrio ácido básico

Breve revisão anatômica


O sistema respiratório é dividido em:
Vias respiratórias superiores ou anteriores, que compreende as narinas,
cavidade nasal, seios paranasais, faringe e laringe.
Vias respiratórias posteriores ou inferiores que compreende a traqueia,
brônquios, bronquíolos e alvéolos e algumas estruturas associada como
linfonodos, parênquima pulmonar e pleuras.

Relembrando alguns pontos sobre a fisiologia e a anatomia do sistema


respiratório é importante também, saber quais os mecanismos de defesa
do sistema contra Patogenia ou microrganismos estranhos.
O sistema respiratório vai possuir a capacidade de inativar e expulsar
algumas partículas e microrganismos inalados por tosse ou espirro, por
secreção e transporte mucociliar, pela ação de macrófagos alveolares e
por imunoglobulinas e anticorpos. Importante lembrar que nem sempre
esses mecanismos serão capazes de impedir a ocorrência de doenças
no sistema.

Exame semiológico propriamente dito


Objetivos:
● O exame vai buscar determinar se a alteração é no sistema
respiratório mesmo
● Localizar o processo
● Estabelecer uma possível causa da alteração

Todo exame semiológico se inicia com a identificação do paciente,


com nome, raça, idade, sexo, peso, pelagem etc.
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Na anamnese

● Qual a queixa principal?


● Como e quando iniciou?
● Qual a evolução?
● Já fez tratamentos anteriores?
● Como é o ambiente que o animal vive?
● Qual a alimentação fornecida?
● É vacinado?
● É vermifugado?
● Sinais clínicos apresentados
● O animal convive com outros animais?

Principais sinais clínicos relacionados com alterações no sistema


respiratório
Secreção nasal
Epistaxe (perda de sangue pelo nariz)
Tosse
Hemoptise (eliminação de sangue na tosse)
Espirro
Espirro reverso
Deformidades faciais
Estridor
Ronco
Cianose
Dispneia
Ortopneia (dificuldade de respirar em alguma posição).

Sinais clinicos
1- Secrecao nasal
Esse tipo de alteração pode ser unilateral, causando disfunções na narina
afetada. Ou, pode ser bilateral causando assim, disfunções nas duas
narinas, nos seios paranasais, laringe, traqueia ou brônquios.

Sobre os tipos de secrecoes nasais


Pode ser:
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Serosa
Mucosa
Purulenta
Hemorrágica

2- Tosse
Se refere ao processo de expulsão do ar dos pulmões pela boca. Se trata
de um reflexo protetor do organismo.

Tosse com sangue ou hemoptise


A origem está ligada ao trato respiratório posterior ou caudal e as causas
mais comuns são :
ICC
Tromboembolismo
Neoplasias
Traumas
Processos inflamatórios

É importante diferenciar a hemoptise da hematêmese que o sangue vai


ser de origem do TGI

3- Espirro
É o processo de expiração brusca e ruidosa pelo nariz.
Geralmente relacionado com irritação dos nervos nasais, e também se
trata de um reflexo protetor.
As causas principais são:
Corpos estranhos
Poeira
Poluentes ambientais
Alergias

4- Espirro reverso
É um período de inspiração ruidosa e forçada, sendo muito comum em
cães de pequeno porte. É geralmente aguda, transitória e autolimitante.

As principais causas são:


Processos envolvendo a irritação da nasofaringe ou causas idiopáticas.
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5- Deformidades faciais
Cursa com volume simétrico ou assimétrico da região da face.
As causas principais são:
Neoplasias ou infeções fúngicas como criptococose, esporotricose etc.

6- Estridor
É o som inspiratório agudo que parece um assovio fino. Algumas
situações podem ser ouvidas sem o uso do estetoscópio.
É causado por alterações na laringe, traquéia, ou narinas, sendo muito
comum na paralisia de laringe.
Nos gatos não é comum e nos cães pode estar associado com disfonia
ou alteração no latido.

7- Ronco
É um som respiratório alto e grosseiro, que assim como o Estridor pode
ser ouvido em alguns casos sem uso de estetoscópio.
Causado por uma quantidade excessiva de palato mole ou presença de
massas ou pólipos na região da faringe.
É muito comum em cães de raças braquicefálicas e animais obesos.

8- Dispnéia
É uma dificuldade respiratória de variadas causas.
Pode ser:
Inspiratória, que envolve vias aéreas anteriores
Expiratória, que envolve vias aéreas inferiores
Ou mista que envolve tanto vias aéreas superiores quanto as inferiores.

O animal apresenta:
Narinas dilatadas, respiração com a boca aberta, esforço de respirar, e
pode ter cianose e outros sinais associados.

9- Cianose
É a presença de coloração azulada na pele e mucosas decorrente de
hipóxia tecidual, ou seja, redução na quantidade de oxigênio nos tecidos.

Importante: Diferenciar Cianose, nas raças que tem língua azulada.


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10- Ortopneia
Essa alteração é a evolução da Dispnéia só que de forma mais intensa.
Nela, o animal não consegue deitar e assume posições em busca de
alívio ou melhora da respiração como, estação ou decúbito esternal.

Cuidado na manipulação, necessário estabilização antes de


avaliação clínica

Exame físico geral


● Mucosas
● TPC
● Pulso
● Estado nutricional
● Hidratação
● Postura
● Frequência cardíaca
● Frequência respiratoria
● Temperatura
● Peso

Exame físico específico


Utilizar os métodos exploratórios:
● Inspeção
● Palpação
● Percussão
● Auscultação

A inspeção e a palpação devem ser usadas para avaliar:

Cabeça e pescoço, buscando deformidades faciais, aumento de volume,


olhar a cavidade oral, se tem muco ou secreção nasal, observar se tem
tosse.

Tórax, buscando aumento de volume, ferimentos, fraturas de costelas,


dor, enfisema.
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Importante observar a respiração, o tipo respiratório por exemplo, se é


costoabdominal, abdominal, costal. Observar também o ritmo
respiratório, a duração da inspiração e expiração são normalmente
semelhantes, deve-se analisar o intervalo de tempo entre os 2 processos.

Observar a frequência respiratória que se refere a cada ciclo que o animal


faz uma inspiração e uma expiração.

Cães = 18 a 36 mpm
Gatos = 20 a 40 mpm
Pode variar a depender de alguns fatores.

Aumento:
Animais jovens, gestação, exercícios, estresse etc
Diminuição :
Animais obesos, muito tempo em repouso

Alterações na frequência respiratória


Eupnéia : respiração normal
Taquipnéia: aumento
Bradipnéia : diminuição
Apneia: parada total do movimento respiratório

Auscultação
Precisa de um local silencioso, o animal deve estar em estação.
Tem que auscultar o tórax de maneira sistemática, tanto de frente para
trás como de baixo para cima.
Ouvir no mínimo 2 movimentos respiratórios em cada ponto de ausculta,
e comparar os sons de ambos os lados, caso note alguma alteração deve
ouvir novamente e comparar com o outro lado.

Nós felinos tem o som do ronronar que é um ruído grave feito pela
ativação dos músculos da laringe, o animal geralmente para com
algum estímulo desagradável.

Delimitando a região de ausculta


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O limite dorsal é a musculatura


vertebral dorsal, o limite ventral
deve-se traçar uma linha
imaginária mais ou menos acima
do olécrano( região do cotovelo) e
ligar até o quinto espaço
intercostal, e outra linha que parte
da articulação escápulo umeral e
vai até o nono espaço intercostal.

O limite cranial vai ser a


musculatura da escápula, e o
limite caudal vai ser uma linha
imaginária que deve ser traçada
da tuberosidade ilíaca até o
décimo segundo espaço
intercostal.

Sons respiratórios normais


São os sons produzidos pela passagem do fluxo de ar nas vias
respiratórias com um diâmetro de 2mm.

O som laringotraqueal
É o som produzido pela vibração das paredes na passagem do ar pela
laringe e traquéia. É um som intenso e pode ser auscultado pela traquéia
cervical.

O som traqueobrônquico
É o som produzido pela vibração da parede da porção final da traquéia e
dos grandes brônquios, ele é auscultado no terço cranial do tórax.

O som bronco bronquiolar


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É o som produzido pela passagem do ar pelos brônquios menores e


brônquilos
Pode ser auscultado nós ⅔ caudais do tórax.

Variação dos sons respiratórios

Quando ocorre aumento da audibilidade


Motivos fisiológicos:
Temperatura, exercício, animais jovens, animais magros, animais com
pelo curto.
Motivos patológicos:
Anemia grave, febre, animal com dispneia.

Quando ocorre diminuição da audibilidade


Motivos fisiológicos:
Estado de repouso, animais obesos e animais com pelagem densa.
Motivos patológicos:
Hérnia diafragmática, efusão pleural

Sons respiratórios adventícios

1- Crepitação fina
https://drive.google.com/file/d/1RoFyLgdHfyWcheFwVu0O2jg3x1yNn77-
/view

É causado pela presença de líquido ou muco nas pequenas vias aéreas.


É semelhante a esfregar uma mecha de cabelo ou estourar pequenas
bolhas.

2- Crepitação grossa
https://drive.google.com/file/d/136Q7DY0E0_3BSXTxpn7h_Me8RZeS47
nF/view

É causado pela presença de líquido nos brônquios, é semelhante a soprar


ar em líquido e estourar bolhas.

3- Roce pleural
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https://drive.google.com/file/d/1c3jOsiKQeIxnfxzLRrf0DyNJwHhGFfjR/vi
ew

É causado pelo atrito das pleuras visceral e parietal inflamadas.


É semelhante a esfregar 2 folhas de papel.

4- Sibilo
https://drive.google.com/file/d/1-
uJg3BpQTYRgrmiDIhTDZLfzoUOvEVn0/view

É causado pelo estreitamento das vias aéreas. É semelhante ao chiado


ou assobio (uma bexiga esvaziando lentamente).

Percussão
É fazer a percussão dígito digital.

Nos seios paranasais, o som ouvido deve ser um som claro, um som de
espaço. Se o som for maciço pode sugerir acúmulo de líquido e massas.

No tórax, no espaço intercostal deve se fazer 2 golpes seguidos e rápidos


e ouvir o som e depois comparar os dois hemotóraces.
A técnica no tórax deve seguir a sequência craniodorsal, se movendo de
dorsal para ventral, e de cranial para caudal.

Tipo de som normal de cada região do tórax


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Sons alterados na percussão

Ampliação da área de percussão


Pode indicar enfisema pulmonar, o som que inicialmente era claro se
torna maciço.

O som metálico, indica o aumento na quantidade de ar no pulmão e pode


ser por causa do estreitamento das paredes cavitárias com muito gás.
Causas comuns: pneumotórax, hérnia diafragmática com penetração de
alças intestinais no tórax.

O som maciço ou sub maciço nas regiões de som claro indica que houve
uma redução na quantidade de ar no pulmão. Essa redução pode ser
causada por tumores, abcessos, atelectasia, edema pulmonar,
pneumonias etc.

Quais exames complementares pedir na avaliação de sistema


respiratório?
● Hemograma que vai analisar alterações infecciosas, anemia etc.
● Hemogasometria arterial que vai medir as pressões de O2, e CO2.
● Endoscopia das vias respiratórias que permite a avaliação das vias,
coleta de material, biópsias, remover corpos estranhos etc.
● Exame radiográfico, que permite identificar doenças intratorácicas
e do trato respiratório anterior
● Ultrassonografia torácica, permite observar efusão pleural,
alteração na superfície pulmonar, atelectasia etc.
● Toracocentese, que permite obter material para diagnóstico e
também permite drenar líquidos ou ar para aliviar o paciente
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Exame semiológico do sistema geniturinário

Revisão básica de fisiologia do sistema urinário


Os órgãos que compõem o sistema urinário vão servir basicamente para
produzir, armazenar e eliminar a urina, e nessa urina eliminar os
metabólitos. Serve também para produzir hormônios como renina e
eritropoietina, auxilia na manutenção do equilíbrio ácido-básico e faz a
regulação do volume de plasma sanguíneo controlando a pressão
arterial.

Revisão anatômica do sistema urinário


Órgãos:
Rins
Ureteres
Bexiga ou vesícula urinária
Uretra
Esses órgãos vão ser agrupados em
trato urinário superior e trato urinário
inferior.

Nos caninos:
Os rins são palpáveis, apresenta o formato de grão de feijão e o rim
direito se encontra mais cranial que o rim esquerdo.
A Vesícula urinária ou bexiga, quando vazia se encontra na região do
assoalho pélvico, e quando repleta se encontra na cavidade abdominal.
A uretra na fêmea canina é curta e reta. Já nos machos, é uma uretra
longa e curva.

Nos felinos
Os rins são palpáveis, apresentam assim como nos cães o formato de
feijão, são relativamente móveis e o rim direito pode ou não ser mais
cranial que o rim esquerdo.
A vesícula urinária quando está vazia ou cheia se encontra na cavidade
abdominal.
A uretra das fêmeas felinas é reta e a dos machos é curva
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Nos equinos
Os rins são de formato diferentes. O rim direito tem formato triangular, e
não pode ser palpado na técnica retal. O rim esquerdo possui formato
que lembra um grão de feijão e pode ser palpado via reto.
Vesícula urinária dos equinos quando vazia se encontra no assoalho
pélvico e quando cheia se estende para a cavidade abdominal.
A uretra das fêmeas equinas é curta e reta e a dos machos é longa e
curva e apresenta o processo uretral que nada mais é que uma extensão
da uretra peniana.

Nos ruminantes
Os rins de bovinos são lobulados, com aspecto de cacho de amora. O rim
direito não é acessível à palpação retal e o rim esquerdo por sua posição
ser relativamente variável ( em jejum se encontra do lado esquerdo mas
com o rúmen cheio a posição adotada é mais ventro caudal ao rim direito)
nem sempre é palpável por via retal.

Rins de pequenos ruminantes:


O formato é de grão de feijão e podem ser palpados de forma limitada na
cavidade abdominal.
Vesícula urinária, quando vazia se encontra no assoalho pélvico e
quando repleta se estende para a cavidade abdominal.
A uretra das fêmeas é curta e reta e a dos machos é longa, tem a flexura
sigmoide e tem o processo uretral (sendo este muito mais longo nos
ovinos e caprinos).

EXAME CLÍNICO DO SISTEMA URINÁRIO


Sempre fazer a identificação do animal. Espécie, raça, sexo, idade,
procedência, etc são as informações importantes nessa etapa.

Na anamnese
Qual a queixa principal?
Qual a frequência de micção?
Como é a postura ao urinar?
Apresenta sinais de dor?
Tem quadro de incontinência?
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Qual o volume, o aspecto, a coloração, viscosidade e se tem material na


urina?
Se é uma doença do trato urinário - seguir para diagnóstico e tratamento
Observar presença de sinais clínicos de outros sistemas

ALTERAÇÕES
SINDROME URÊMICA
É uma manifestação clinica decorrente de azotemia persistente.
Azotemia significa aumento das concentrações séricas de ureia,
creatinina e outros compostos nitrogenados não-proteicos no sangue, no
plasma ou no soro por conta da diminuição da filtração glomerular.

Sinais clínicos de síndrome urêmica:


Apatia, emaciação, emagrecimento excessivo, úlceras no TGI, fraqueza
muscular, convulsões, etc.

SÍNDROME NEFRÓTICA
Se trata de alterações em decorrência de glomerulonefrite crônica. Nesse
caso, os rins perdem a capacidade de conservar proteínas, levando a
quadros de proteinúria e hipoalbuminemia.

Sinais clínicos de síndrome nefrótica:


Ascite e edema subcutâneo são os principais.

EXAME
Avaliação da micção
- Qual a postura ao urinar
- Qual a frequência
- Qual o volume
- Qual a coloração da urina

Avaliação da postura do animal


- A posição é similar tanto para machos como para fêmeas, a
diferença é que os machos exibem o pênis.

Postura de micção de ruminantes:


As fêmeas elevam a cauda e arqueiam o dorso.
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Os machos podem urinar parados, andando ou comendo.

Postura de micção nos caninos:


As fêmeas geralmente fazem flexão de membros pélvicos.
Os machos fazem elevação de um dos membros pélvicos. Esse
movimento está relacionado com a alta expressão de marcação territorial
dessa espécie.

Postura de micção dos felinos:


As fêmeas e os machos quase sempre adotam a mesma postura.
Fazem a flexão de membros pélvicos, fazem o arqueamento do dorso e
em casos onde tem a intenção de fazer a marcação territorial é possível
que a urina saia em forma de spray.

Frequência de micção
Equinos e bovinos podem urinar de 5 a 7x por dia
Caprinos e ovinos de 1 a 4 x por dia
Felinos de 2 a 4 x por dia
Caninos de 2 a 4x com exceção da marcação de território.

Alteração na frequência de micção


A polaciúria se refere ao aumento da frequência de micção e pode estar
relacionado com processo inflamatórios.
Oligosúria/ oliguria, é quando o volume de urina produzida é reduzido.
Pode ser por doenças renais, desidratação, privação de água, transtornos
de sede etc.
Iscúria, se refere à não eliminação da urina apesar de a bexiga estar
cheia, ou seja, retenção de urina.
Incontinência urinária, se refere a incapacidade total ou parcial de
armazenar urina, com liberação involuntária pela uretra, com gotas, jatos
ou escorrendo constantemente. Pode ser por comportamento nervoso,
alterações hormonais em cadelas castradas, ureteres ectópicos, cistites
etc.

Sobre o volume da urina


Os bovinos podem urinar de 6 a 12 litros por dia.
Os equinos podem urinar de 3 a 7 litros por dia
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Caprinos, ovinos e cães de grande porte podem urinar de 0,5 a 2 litros


por dia.
Cães de pequeno porte e gatos podem urinar de 40 a 200 ml por dia.

Alterações no volume da urina


Poliuria se refere a aumento de urina produzida em 24h e pode está
associado com aumento da frequência ou polaciuria.
Oliguria se refere a diminuição do volume de urina produzida em 24h e
também pode se associar com diminuição da frequência. Pode acontecer
por doenças renais, desidratação etc.
Anuria se refere a ausência de produção de urina ou uma produção de
volume desprezível. Pode ocorrer por doença renal aguda grave, doença
renal crônica, desidratação grave, hipotensão grave etc.

Alterações na coloração da urina


Hematúria se refere a presença de sangue na urina, pode ser macro ou
microscópica tendo como causas principais cistites, cálculos ou
neoplasias.
A hematúria pode ser por:
- Hemoglobinúria, que é a presença de hemoglobina na urina
- Mioglobinúria, presença de mioglobina na urina

Piúria se refere à presença de pus na urina, e vai dá um aspecto turvo


ou esbranquiçado à urina.

Bilirrubinuria se refere a urina alaranjada, ou âmbar por conta da


bilirrubina. Geralmente causada por lesões hepáticas.

Outras alterações na micção


Disúria, que é o desconforto, dor, gemidos ou agitação a urinar podendo
ou não haver dificuldade na micção ponto final geralmente está
relacionado com enfermidades dolorosas na bexiga, uretra vagina ou
prepúcio como peritonite aguda tumores ou cálculos vesicais e
obstruções uretrais.

Estrangúria se refere a esforços prolongados com contração abdominal


e sem nenhuma eliminação de urina ou com apenas eliminação de gotas
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e está relacionada com a presença de dor. Pode ser causada


principalmente para obstrução uretral e infecções urinárias.

Tenesmo vesical se refere ao constante esforço prolongado e doloroso


para fazer a eliminação da urina mesmo que o animal apresente a bexiga
vazia ponto final geralmente está relacionado com a presença de cálculos
vesicais infecções urinárias ou alterações de ordem neurológicas.

Exame físico geral


O exame físico geral vai compreender a avaliação do estado geral do
paciente, o comportamento, o escore corporal ,o estado de hidratação ,as
mucosas ,os linfonodos e os parâmetros vitais como frequência cardíaca
,frequência respiratória ,temperatura ,pulso e no caso de grandes animais
os movimentos ruminais ou cecais.

Exame físico específico do sistema urinário

Pois eu me específico vai ser feito utilizando os métodos exploratórios


semiológicos.
● A inspeção que pode ser direta ou indireta
● Percussão principalmente nos rins
● E palpação, que pode ser abdominal ou retal.

Os objetivos do exame específico do sistema urinário é avaliar a


localização, a forma, consistência, as dimensões dos órgãos que
compõem o sistema e observar se tem a presença de dor.

Nos rins
Pode ser feita a inspeção direta onde se busca observar a presença de
aumento de volumes abdominais. Pode ser feita também a inspeção
indireta através de exames complementares como radiografias ou
ultrassom.
A percussão vai buscar a presença de sensibilidade dolorosa como
gemidos ou reações de defesa.

A palpação também é um método exploratório que pode ser utilizado para


examinar os rins. Pode ser palpação externa que vai ser usada
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principalmente em pequenos animais ou a palpação retal que vai ser


usada somente em grandes animais. Ambos os casos, o avaliador deve
fazer pressão gradual para analisar os órgãos.

Nos ureteres
Essas estruturas permitem uma avaliação clínica bastante limitada,
porém quando muito dilatados os ureteres podem ser percebidos na
palpação nos grandes animais.
Nos cães e os gatos a avaliação dessas estruturas é feita através de
inspeção indireta com o uso de exames radiográficos e
ultrassonográficos.

Vesícula urinária
Para avaliação da vesícula urinária pode ser feito a inspeção direta em
animais pequenos e não obesos em busca de aumentos de volumes ou
pode ser feito a cistoscopia.
Na inspeção indireta também vão ser utilizados exames radiográficos e
ultrassonográficos para avaliação dessa estrutura.

A palpação vai ser feita em animais de grande porte e vai buscar avaliar
a localização, o volume, a forma, consistência, tensão, sensibilidade e a
espessura da parede da bexiga.
A palpação externa vai ser o método utilizado em pequenos animais.

Uretra
A inspeção direta da uretra vai ser possível analisar o meato urinário
externo, nos machos é possível fazer a exposição peniana para observar
essa estrutura e nas fêmeas vai ser utilizado o espéculo vaginal.

Na inspeção indireta pode se utilizar o método de eletroscopia que é um


exame de imagem uretral, exames radiográficos e ultrassonográficos
também permitem avaliar partes da uretra.

Na palpação feita de forma direta, ou seja, através da via retal vai ser
possível avaliar a uretra pélvica. E na via perineal vai ser possível
observar a presença de sinais de obstrução por algum cálculo ou urólito.
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Na palpação indireta vai ser feita através do processo de sondagem ou


cateterização e também busca avaliar a presença de obstruções.

Exames complementares
Como os principais exames complementares para avaliação do sistema
urinário existe:

A urinálise, que é um exame que vai fazer análise do sedimento urinário


das características físicas e químicas da urina. A coleta para o exame
pode ser feita pela micção natural, por cateterismo uretral da bexiga ou
pelo processo de cistocentese que é a punção da bexiga guiada por
ultrassom ou não.

O exame de bioquímica sérica vai analisar a presença de albumina ou


presença de ureia e creatinina.

O hemograma é um exame que vai avaliar a presença de anemias e


infecções.

E ainda existe o exame de abdominocentese ou paracentese que vai


ser feito quando ocorre ruptura da vesícula urinária ou em casos de ,
análise do líquido ou para tratamentos.

Sistema genital feminino

Breve revisão anatômica


O sistema genital feminino é composto pelas seguintes estruturas:
● Ovários
● Tubas uterinas
● Cornos uterinos
● Corpo uterino
● Cérvix ou colo
● Vagina
● Vestíbulo
● Vulva
20

Como o exame de qualquer outro sistema de início para avaliação vai ser
feita a identificação do animal com espécie, raça, idade peso e a
procedência etc.

Principais sinais clínicos associados a alterações no sistema genital


feminino vai ser:

Corrimento vaginal, que pode ser por causas fisiológicas, pós-parto,


infecções ou corrimento sanguinolento que no caso das cadelas devemos
diferenciar do proestro, e no caso das vacas devem ser diferenciados da
fase de metaestro.

Vaginite, que se refere à inflamação da região da vagina.

Hiperplasia do assoalho vaginal ou hiperplasia da mucosa vaginal


mediada pela ação do hormônio estrógeno

Prolapso vaginal que vai ser o processo de eversão da mucosa vaginal


com a protusão de 360 graus de mucosa.

Pseudociese ou pseudo gestação

Prolapso uterino que se refere ao processo de eversão uterina e


geralmente acontece no período pós-parto.

Na anamnese
Apresentar a queixa principal, diferenciar se é sistema genital ou urinário.

Perguntar sobre as gestações:


Se a fêmea é nulípara, primíparas ou plurípara, quantos partos já teve,
número de partos, já teve partos normais, distócico.

Perguntar sobre o manejo:


Como é a alimentação, o manejo sanitário, se usa medicamentos, como
está outros animais de convivência etc.

Exame físico
21

Deve ser feito o exame físico geral dos sistemas.

Exame físico específico do sistema genital


Exame específico vão ser utilizados os métodos exploratórios de
inspeção palpação e auscultação.

Na região da vulva, deve ser observar a posição e o tamanho da vulva,


se apresenta a anomalias estruturais e se tem a presença de algum tipo
de secreção.

Na região da vagina é possível fazer uma inspeção através de


vaginoscopia, através do uso de espéculo lanterna ou pelo processo de
endoscopia.
É possível avaliar a vagina através do método de palpação onde vai sentir
a consistência espessura, presença de muco etc.

Ovários e útero
É possível fazer a inspeção direta dessas regiões a fim de observar a
presença do aumento de volume abdominal, seja por causa de gestação
ou por outras causas secundárias.

A inspeção indireta dessas regiões vai ser feita principalmente pelo


exame radiográfico no caso de pequenos animais ou pela
ultrassonografia.

A palpação vai buscar avaliar o diâmetro e a consistência da região vai


permitir a diagnóstico de gestação e em pequenos animais a palpação
pode ser feita via abdominal onde é possível sentir os ovários que
somente são acessíveis se estiverem aumentados.
Na égua e na vaca é possível avaliar o útero e os ovários através da
palpação retal.

Durante o trabalho de parto também pode ser utilizado a técnica de


palpação vaginal, a fim de observar se a abertura e como está o grau de
lubrificação durante o parto. Pode se analisar também a apresentação de
bolsas fetais, e o feto.
22

O método de auscultação da região de útero e ovários vai ser


principalmente em fêmeas gestantes a fim de avaliar a viabilidade do feto.

Exames complementares
Dos exames complementares mais utilizados no sistema genital feminino
a citologia vai ser um dos mais comuns. Ela permite analisar a fase do
ciclo estral, a presença de lesões e também as secreções.

Exames de dosagem hormonal

Hemograma para analisar a presença de infecções.

Exame radiográfico ( pequenos animais) utilizado principalmente para


diagnóstico gestacional a fim de avaliar a quantidade de fetos e se há
sinais de morte fetal.

Exame ultrassonográfico, pode ser utilizado para avaliar alterações


ovarianas e uterinas e também para fazer o acompanhamento
gestacional.

Sistema genital masculino


O sistema genital masculino é composto de:
● Pênis
● Prepúcio
● Bolsa escrotal
● Testículos
● Próstata
● Glândulas vesiculares
● Glândulas bulbouretrais

Exame geral
Deve ser iniciado com identificação do animal com informações sobre
espécie, a raça, sexo, idade e a procedência do animal.

Na anamnese
Perguntar sobre a queixa principal, diferenciar se se trata do sistema
genital ou urinário.
23

Sobre antecedentes a respeito do desempenho reprodutivo.


Como é o manejo sanitário alimentar e reprodutivo do animal
Perguntar se já foi feito tratamentos anteriores e como está a situação de
outros animais do rebanho.
O animal consegue cobrir a fêmea?
Tem interesse sexual?

Principais sinais clínicos associados a alterações no sistema genital


masculino vão ser orquídea que é a inflamação dos testículos, balanite
que é a inflamação da glande peniana, postite que a inflamação do
prepúcio, e balanopostite que se refere à inflamação da glande e do
prepúcio.

No cão uma alteração bem comum é o criptorquidismo, que é o


deslocamento anormal do testículo (rever essa informação).

Sinais clínicos como parafimose e fimose também são comuns nos


machos.

No exame físico específico vão ser utilizados os métodos


exploratórios de inspeção e palpação.

Na inspeção direta vai ser possível avaliar o pênis e o prepúcio e observar


se a presença de edemas, neoplasias, secreções, e ferimentos
hemorragias.
Na região do testículo e bolsa escrotal é possível observar sinais de
assimetria tamanho ou presença de lesões por traumas.
Inspeção indireta vai ser feita através de exames radiográficos e
ultrassonográficos.

A palpação pode ser feita bolsa escrotal e nos testículos a fim de verificar
se ambos estão com tamanho, mobilidade, temperatura normais ou se a
presença de massas, deslocamentos ou dor.
Palpação do pênis e do prepúcio vai buscar a presença de aumento de
volume, aumento de temperatura, massas ou ferimentos e também se a
presença de alterações como parafimose ou fimose.
24

A palpação da próstata e demais glândulas acessórias podem ser feitas


por via retal onde vai ser possível avaliar o tamanho e a sensibilidade
dolorosa.

Como exames complementares para avaliação do sistema genital


masculino pode se solicitar o exame ultrassonográfico principalmente
para suspeitas de alterações prostáticas, penianas, escrotais e
testiculares.

O exame radiográfico também pode ser solicitado quando se suspeita


de fratura de osso peniano nos cães.

Vai permitir a análise de massas penianas e o espermograma que vai


permitir a avaliação da qualidade do sêmen.

Exame semiológico do sistema cardiovascular

Revisão fisiológica
As funções básicas do sistema cardiovascular é manter a circulação
sanguínea, fazer as trocas gasosas nos capilares e vênulas e promover
a nutrição celular e tecidual.

O sangue chega no coração pelas veias cava cranial e caudal,


desemboca no átrio direito passa pela válvula tricúspide para o ventrículo
direito segue pela válvula pulmonar para artéria pulmonar e pulmões, lá
sofre o processo de oxigenação e retorna pelas veias pulmonares
desembocando no átrio esquerdo depois passa para o ventrículo
esquerdo pela válvula mitral e depois sai pela artéria aorta para todo o
corpo.

Revisão anatômica
Os componentes são:
Coração
Vasos sanguíneos
Vasos linfáticos
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Exame clínico do sistema cardiovascular


O exame clínico inicialmente deve ser feito a identificação do paciente
onde vai ter os principais dados como espécie, nome, idade, raça, peso,
procedência etc.

Anamnese vai ser questionado qual a queixa principal do atendimento os


sinais clínicos a evolução clínica da doença, ou manejo do animal e se
está fazendo algum tratamento ou uso de medicação e a dose e
frequência.

Principais sinais clínicos relacionados ao sistema cardiovascular:

Incluem tosse, síncope, fraqueza generalizada ou intolerância ao


exercício, emagrecimento progressivo no caso de animais adultos,
desenvolvimento retardado incompleto no caso de animais em fase de
crescimento, febre principalmente nos quadros de endocardites edema
subcutâneo, ascite, dispneia, taquipneia ortopneia nos quadros de edema
pulmonar efusão pleural e ascite, cianose, mucosas pálidas ou mucosas
congestas, e por fim morte súbita.

Tosse
A tosse é um mecanismo de defesa natural do organismo para expulsar
patógenos.
A tosse de origem cardíaca ela apresenta um som seco e ruidoso, porém
pode ser uma tosse produtiva quando há presença de edema pulmonar.
Que apresenta piora com o exercício físico e apresenta maior intensidade
no período noturno.
A tosse também é um sinal que está presente em alterações relacionadas
com o sistema respiratório.

Síncope
Se refere ao quadro de desmaio ou perda súbita e transitória da
consciência e do tônus postural.
Geralmente acontece por uma perfusão sanguínea cerebral inadequada,
mas também pode estar associada a execução de exercícios ou
excitação.
As causas principais são doenças que causam baixo débito cardíaco.
26

Ascite
Se refere ao acúmulo de líquido na cavidade abdominal. Quando de
origem cardíaca é por conta de uma grave disfunção na porção direita do
coração.
Vai ser de acúmulo lento e crônico e além de alterações cardiovasculares
pode provocar dificuldade respiratória.

Edema subcutâneo
Essa alteração acontece devido ao acúmulo de líquido no tecido
subcutâneo, e geralmente está relacionada com a insuficiência cardíaca
congestiva direita. O líquido vai se acumular principalmente no tecido
subcutâneo do abdômen ventral e dos membros.

Perda de peso
A perda de peso de origem cardíaca geralmente está relacionada com
doenças crônicas, que por sua vez vai levar o animal a quadros de
caquexia, alterações metabólicas e aumento do catabolismo, é
importante saber também como é o manejo nutricional desse animal.

Exame físico geral


Para fazer o exame físico geral é importante avaliar alguns parâmetros
como: frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura corporal,
peso, posição do animal se está em estação em decúbito, mucosas, TPC,
pulso, o estado nutricional e a hidratação do animal, os linfonodos e
ausculta cardiopulmonar.

Exame físico específico do sistema cardiovascular


No exame físico específico vai ser utilizado os quatro métodos
exploratórios de inspeção, palpação, percussão e auscultação.

Usando os métodos de inspeção e palpação é possível fazer a


observação do estado geral do animal olhando o parâmetro como
postura, e se o animal apresenta a fadiga, se está na posição ortopnéica,
se tem relutância em se deitar entre outros sinais.
27

Observar o score corporal e comparar com a tabela identificando qual o


número corresponde ao estado nutricional do animal.

Fazer inspeção e palpação da região da face, observando o focinho que


deve estar homem de brilhante e se tem a presença de algum tipo de
secreção.
É importante observar a língua, dentição, o odor, coloração.
Fazer o TPC, que deve ser menor que 2 segundos. Se tiver maior, vai
indicar baixa perfusão sanguínea e o grau varia de acordo com o valor do
TPC.

As mucosas devem estar rósea, mas pode estar pálida ou cianotica.

Na região do pescoço é importante promover o reflexo de tosse e analisar


se é de origem respiratória ou de origem cardíaca. (Como diferenciar?).

Observar também o pulso venoso jugular que é uma onda pulsátil


presente na veia jugular.
Se o pulso for negativo é considerado o estado fisiológico normal, se o
pulso for positivo é considerado anormal, e vai ser observado durante a
fase de sístole ventricular sendo o resultado do refluxo de sangue através
da válvula tricúspide em um provável caso de insuficiência da tricúspide
ou pela presença de massa intratorácica ou sobrecarga de volume.

No tórax, deve se utilizar os métodos de inspeção e palpação para


observar a presença de aumento de volume ou de fraturas de costelas
por exemplo.
O padrão respiratório também deve ser observado, analisando a
frequência, o ritmo e a profundidade.
A região do tórax existe um ponto de máxima intensidade do batimento
cardíaco chamado de choque precordial, nesse ponto é possível avaliar
melhor a intensidade E a localização do coração.
O choque pré cordial se localiza do lado esquerdo do tórax e nos cães e
Gatos fica no quinto espaço intercostal próximo à articulação
costocondral.
28

No abdômen os métodos de inspeção e palpação também vão ser


utilizados para observar a presença de aumento de volume, como em
casos de hepatomegalia, e ascite.
Teste de balotamento, adicionar uma mão em cada lado do abdômen
do animal e dá batidinhas observando se a onda chega até a outra mão.

Edema
O teste para saber se tem edema utiliza-se a técnica chamada de sinal
de godet positivo onde vai ser feito o pressionamento de uma região e
observar se tem a formação de depressão no local após a pressão digital,
se tiver é considerado positivo para a presença de edema.

As localizações mais frequentes para a presença de edema são os


membros e o abdômen ventral.

Avaliação do pulso arterial


Para avaliar o pulso, a artéria comumente pautada vai ser a femoral
localizada próximo à região inguinal do animal.
O que será avaliado é a frequência que deve ser igual a frequência
cardíaca e se tiver uma frequência menor do que a frequência cardíaca é
indício de um déficit de pulso.
O ritmo deve ser regular com intervalos iguais entre as ondas de pulsos
se estiver irregular indica alguma alteração.

Amplitude do pulso permite a avaliação da distinção da artéria na


passagem do sangue.
Normocinético, pulso normal
Hipercinetico, pulso forte
Hipocinético, pulso fraco

Método de percussão
O método de percussão pode ser utilizado para delimitar a área cardíaca,
e observar o tipo de som encontrado. O aumento da área de percussão
cardíaca com presença de som submaciço e maciço pode sugerir que
seja uma alteração do tipo cardiomegalia ou efusão pericárdica.

Ausculta cardíaca
29

Método de escuta é a base para o exame cardiológico, e para a realização


do método é necessário o ambiente tranquilo e silencioso. Durante a
execução deve-se fazer aos cultos de todos os focos valvares a fim de
identificar todos os sons cardíacos.
Para correta execução deve-se manter a boca do paciente fechada a fim
de evitar a interferência dos sons respiratórios, e nos felinos evitar que os
animais ronronam.

O método de auscultação procura avaliar a frequência cardíaca, o ritmo


cardíaco, os focos de ausculta das bulhas cardíacas são sons normais, a
presença de sons adventistas como sopros, e a presença de sons
anormais não patológicos.

Frequência cardíaca

Oscilações normais da frequência cardíaca


O aumento da frequência cardíaca pode acontecer de forma fisiológica
em animais jovens, durante a fase de gestação, na execução de
exercícios, em momentos de estresse o medo e em momentos de
excitação.

A diminuição da frequência cardíaca de forma fisiológica pode acontecer


quando o animal se encontra em repouso prolongado ou em quadros de
hipotermia.

Oscilações patológicas da frequência cardíaca


30

O aumento da frequência cardíaca ou taquicardia pode acontecer de


forma patológica em quadros de febre, anemia, diminuição da oxigenação
sanguínea, hipertireoidismo insuficiência cardíaca congênita, o uso de
atropina e broncodilatadores.

A diminuição da frequência cardíaca ou bradicardia de forma patológica


acontece geralmente em casos de aumento do tônus vagal,
hipotiroidismo, e uso de digitálicos ou beta bloqueadores.

Ritmo cardíaco normal

O ritmo cardíaco é controlado pelo nosso e no atrial. Quadros de arritmia


sinusal respiratória são considerados uma variação normal em cães e
acontece graças a influência do tônus vagal durante o ciclo respiratório e
consequentemente leva o aumento da frequência cardíaca no momento
da inspiração e diminuição da frequência cardíaca no momento da
expiração.

Focos de auscultação

Sons cardíacos
Tem os sons cardíacos normais, chamados de bulhas cardíacas, e
existem os sons adventícios que são chamados de sopros cardíacos e
por fim existem os sons anormais não patológicos que geralmente é
causado por anemia ou desidratação e arritmia sinusal em cães.

Bulhas cardíacas
Existem 4 bulhas cardíacas, cada uma oriunda de uma ação no ciclo
cardíaco.
31

Bulha S1: é o som da sístole ventricular (contração ventricular) e é


“causado” pelo fechamento das valvas atrioventriculares. O som dessa
bulha é o “Tum”.
Bulha S2: é o som da diástole ventricular (relaxamento dos ventrículos),
e acontece por conta do fechamento das valvas semilunares. Osom
dessa bulha é o “Tá”.
Bulha S3: é o som do enchimento do ventrículo e acontece devido a
vibração ventricular, e indica o início da diástole ventricular. Essa bulha
não pode ser ouvida nos caninos e nos felinos.
Bulha S4: é o som da sístole atrial (contração do átrio), causado pela
vibração atrial. Indica o final da diástole ventricular, ou seja, o final do
relaxamento dos ventrículos, e também não pode ser ouvida em caninos
e felinos.

Alterações nas bulhas cardíacas


O som cardíaco pode sofrer alteração a depender de alguns fatores ou
patologias.
Hiperfonese: é quando tem aumento de intensidade da bulha cardíaca.
Pode indicar uma hiperatividade do coração como em casos de exercício,
agitação, febre, anemia etc.
Hipofonese: é quando tem uma redução na intensidade da bulha
cardíaca, e geralmente resulta em um som abafado. Pode indicar
diminuição da transmissão de ruídos, seja por obesidade, pelos densos,
espessamento da parede do tórax etc.

Sopros cardíacos
São sons causados por uma turbulência no fluxo sanguíneo durante o
ciclo cardíaco.
Na análise do sopro é importante identificar a localização (se é no foco
de ausculta pulmonar, aórtico, mitral ou tricúspide), o momento em que
ocorre (se for na sístole pode indicar estenose pulmonar ou aórtica ou
insuficiência mitral ou tricúspide, se for na diástole pode indicar estenose
mitrar ou tricúspide ou insuficiência pulmonar ou aórtica e se for continuo
pode indicar persistência do ducto arterioso).

Os sopros podem ser classificados de acordo com a intensidade do som.


32

Exames complementares do sistema cardiovascular


Alguns exames servem de auxílio para identificar alterações no sistema
cardiovascular, como:
Eletrocardiografia: que é o exame que faz um registro gráfico da
atividade elétrica do coração e permite por exemplo identificar arritmias.
Holter: também é um exame que analisa a atividade elétrica do coração,
porém, ele registra a atividade por 24 a 48h.
Ecocardiografia: é um exame de imagem que utiliza o ultrassom para
analisar o coração, e é tido como exame padrão ouro na avaliação
cardíaca pois permite avaliar em tempo real a anatomia, o tamanho, a
atividade mecânica, as valvas, a função do musculo, e até mesmo o fluxo
sanguíneo da região.
Radiografia: é um exame de imagem que usa radiação e permite avaliar
anomalias cardíacas, os campos pulmonares, possíveis sinais de
descompensação e resposta a terapias.
Outros exames como Toracocentese ou abdominocentese podem ser
feitos principalmente em casos de efusões, tanto para diagnostico como
para tratamento.
33

Exames laboratoriais como hemograma, urinálise, função renal e


hepática também ajudam a complementar o diagnóstico de alterações
cardíacas.

Exame semiológico do sistema Tegumentar

Breve revisão:
A pele é o maior órgão do organismo e tem como funções básicas:
• Fazer a barreira anatômica e fisiológica
• Proteção física, química e microbiológica
• Flexibilidade (permite a movimentação)
• Faz a termorregulação através do manto piloso, dos vasos
sanguíneos, tecido subcutâneo
• Participação no processo de imunorregulação
• Atua como reservatório de eletrólitos,água,vitaminas, ácidos
graxos etc.
• Participa da percepção sensorial do indivíduo, como calor, frio,
dor, etc
• Liberação de secreção como suor, sebo etc
• Faz a pigmentação da pele, pelos (melanina)

A pele é composta por camadas, divididas desde a mais superficial até a


mais profunda.
Epiderme
É a camada mais superficial e é constituída por epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado, essa é uma camada que é continuamente
renovada.
A epiderme é dívidida da mais superficial para mais profunda em :
Camada córnea, camada granulosa,camada espinhosa e camada basal.

Derme
A derme é a camada intermediária, ela é constituída por fibras colágenas
e elastina. Esta camada é responsável pela força tenso e elasticidade da
pele, ela é intensamente vascularizada e inervada e invadida por folículos
pilosos e glândulas que crescem a partir da epiderme.

Hipoderme ou tecido subcutâneo


Esta é a camada mais profunda da pele, ela é constituída por tecido
adiposo e tecido conjuntivo frouxo. Ela serve como reserva energética,
isolamento térmico, e proteção mecânica. Esta camada é o local utilizado
para fazer a administração de fármacos por via subcutânea.
34

Anexos cutâneos
São especializações da epiderme.
• Pelos
• Glândulas sudoríparas
• Glândulas sebáceas
• Glândulas especializadas (nos carnívoros tem as glândulas
perianais que são sudoríparas, os sacos anais, glândula das
orelhas e as glândulas da cauda) , ( nos bovinos, ovinos e caprinos
tem a glândula da região nasolabial).
• Coxins
• Unhas, cascos e cornos(chifres)

Pelos
Os pelos são estruturas filiformes de células epiteliais queratinizadas
produzidas pelos folículos pilosos. Os pelos tem a função de
termorregulação, percepção sensorial, e proteção tanto para as raios
solares como para traumas propriamente dito.
Os cães gatos ovinos e caprinos eles apresentam pêlos primários e
secundários, já os bovinos e equinos apresentam somente pelos
primários.
Pelos primários são os pelos de proteção ou revestimento eles possuem
um músculo eretor do pelo e glândulas sebáceas associados, e cada pêlo
cresce de um folículo e se projeta acima da superfície da pele por um
único poro.
Os pêlos secundários são mais curtos e mais numerosos e fornecem uma
cobertura macia ao animal, eles possuem apenas glândulas sebáceas
associada sem músculo eretor. Esse tipo de pelagem é onde vários pelos
se projetam por um único poro.
E existem os pêlos táteis, que são pelos espessos e projetam-se além
dos pelos adjacentes, eles são associados às terminações nervosas e
fornecem ao animal uma percepção sensorial.

Crescimento folicular
O crescimento dos pelos é dividida em duas fases:
A fase anágena que é a fase de crescimento propriamente dito, e a fase
Catágena que é a fase de regressão, tem também a fase telógena que é
de descanso e a fase exógena que é de expulsão do pelo.
Alguns fatores influenciam no crescimento folicular como, foto período,
temperatura ambiente, nutrição do animal, o estado hormonal, o estado
de saúde, e alguns outros fatores como idade, raça e sexo etc.

Exame clínico do sistema tegumentar


35

O exame clínico deve começar sempre com uma boa identificação do


paciente, com espécie, raça pelagem, sexo, idade, procedência do animal
etc.
Na anamnese é importante perguntar sobre a queixa principal
antecedentes, início do problema e evolução periodicidade, histórico
familiar, contactantes ( outros animais), como é o manejo, banhos,
hábitos, alimentação, vacinação, vermifugação etc.

Exame físico geral


Avaliar o estado geral do animal, o estado nutricional, o grau de
hidratação,mucosas, os linfonodos e os parâmetros vitais como
frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura retal, pulso
femoral, e em ruminantes e herbívoros movimentos ruminais e cecais.

Exame físico específico


Vai utilizar os métodos de exploração como inspeção, olfação e palpação.
A inspeção direta é importante para observar a presença de prurido, a
gravidade do quadro de lesão e observar o recobrimento pelo uso de
acordo com a espécie raça.
A olfação ajuda a identificar alguns odores característicos como miíase,
malasseziose, seborreia.
Na palpação vai avaliar a sensibilidade das lesões, o volume e a
consistência, espessura, elasticidade, temperatura das lesões, a
umidade e um porosidade, se tem estímulo ao prurido com o reflexo
otopodal (para fazer esse teste deve-se friccionar a borda do pavilhão
auricular, e em caso de positivo o animal responde com os membros
tentando se coçar).

Sinais de alteração no sistema tegumentar


Prurido: é uma sensação desagradável que manifesta no paciente o
desejo de se coçar. Geralmente os animais que apresentam polido
tendem a se lamber, se coçar, e se modiscar. Todas essas alterações
podem levar a traumas.
É importante avaliar a presença real do prurido se é fisiológico ou se é
patológico e classificar a intensidade de 0 a 10. E se possível determinar
a localização.

A ausência de prurido no momento do atendimento não descarta o


quadro, pois o animal em um momento de estresse e medo pode
suprimir os sintomas.
36

Os felinos são caçadores secretos, que podem acabar desenvolvendo o


ato de se limpar excessivamente, isso pode levar o quadro de
constipação ou pelos em excesso nas fezes.

Alopecia
Se refere a perda de pelo, pode ser de forma parcial ou de forma completa
e pode ser de origem primária ou secundária a algum trauma ou
inflamação.

Classificação das lesões cutâneas


Pele reage às doenças de forma limitada. Sendo importante saber a
distribuição, topografia, profundidade, configuração e morfologia das
lesões de pele.

Sobre a distribuição as lesões podem ser localizadas contendo de 1 a 5


lesões individualizadas, disseminada com mais de 5 lesões
individualizadas, generalizada onde vai abranger mais de 60% da
superfície corporal de forma difusa, e universal onde vai ter o
comprometimento total da superfície corporal.

Sobre a topografia, as lesões podem ser simétricas ( são iguais nos 2


lados do Animal) ou assimétricas (diferente nos lados do animal).

De acordo com a profundidade as lesões podem ser superficiais ou


brandas ou profundas e mais graves.

Morfologia
Para classificar morfologicamente as lesões é preciso agrupá-las em
algumas categorias.

Alteração de cor
São lesões não palpáveis, circunscritas e superficiais.
De acordo com o tamanho elas podem ser classificadas em:
Máculas que são lesões menor ou igual a 1 cm.
Manchas que são lesões maiores que 1 cm.

A respeito da coloração elas podem ser:


VásculoSanguíneas ou pigmentarias/discrómicas .

Então temos as lesões que são maiores ou menores que 1 cm e que são
vasculosanguíneas ou pigmentares.

Máculas/manchas vasculosanguíneas
37

É decorrente de vasodilatação ou extravasamento de hemácia para fora


dos vasos sanguíneos. Como exemplo dessa classificação temos:
• Eritema

Eritema é uma lesão de coloração avermelhada na pele decorrente da


vasodilatação. É associada a dermatopatias inflamatórias e a quadros
pruriginosos. Nesse tipo de lesão a pele volta a coloração normal quando
submetida a uma pressão.

Púrpura

É uma coloração avermelhada na pele decorrente do extravasamento de
hemácias na derme que posteriormente pode se tornar arroxeada ou
verde amarelada por conta de alterações na hemoglobina. No caso das
púrpuras, a pele não retorna a coloração normal quando submetida à
pressão. Podem ser do tipo petéquias ou equimose.

Petéquias são pequenas manchas marrom arroxeadas causadas por


sangramento sob a pele geralmente causada por trauma físico simples.
(Não desaparecem com pressão). E são menores ou igual a 1 cm.

Equimose são pequenas manchas causas por sangramento sobre a pele


que são maiores que 1 cm.

Máculas ou manchas pigmentares ou discromicas


Acontece por conta do aumento ou diminuição do pigmento melanina ou
do depósito de outros pigmentos na região da derme.

Acontece por hipopigmentação ou hipocromia que é quando ocorre


redução na melanina.
Acromia, que é quando tem ausência de melanina, ou hiperpigmentação
ou hipercromia que é quando tem um aumento de pigmento de qualquer
natureza na pele seja hemossiderina, pigmentos biliares, caroteno ou até
tatuagem.
O aumento de melanina na pele leva a melanodermia. Animais idosos
podem apresentar manchas senil que é quando tem maior deposição de
melanina em alguns locais devido à idade do animal.

De acordo com o aspecto/forma


As formações sólidas vão resultar de um processo inflamatório, infeccioso
ou neoplásico e vão atingir tanto a epiderme quanto a derme e ou a
hipoderme.
38

Papula e placa
Essas formações sólidas acontecem por conta da infiltração da derme por
células inflamatórias edema ou hipertrofia da epiderme.
A papula vai ser uma elevação sólida circunscrita avermelhada e que
mede até 1 cm.
Já a placa vai ser uma elevação sólida avermelhada e que mede mais de
1 cm. E tem a união ou coalescimento de pápulas.

Nódulo e tumor
São formações sólidas de origem inflamatória granulomatosa ou
neoplásica.
O nódulo é uma lesão sólida circunscrita que pode ser saliente ou não e
que mede de 1 a 3 cm.
O tumor é uma elevação sólida circunscrita e que mede mais de 3 cm.

Verrucosidade
São elevações sólidas que geralmente apresentam um aspecto
pendulado, acinzentado duro e áspero que ocorre devido a um aumento
da camada córnea.

Estruturas líquidas
São lesões que apresentam conteúdo seroso, sangue no lento ou
purulento.

Pústulas
São pequenas elevações circunscritas que são preenchidas por pus.
Podem ser intraepidérmicas, subepidermicas ou foliculares. Comum nas
piodermites e complexo pênfigo.

Vesícula e bolha
Geralmente associada a dermatose virais e autoimunes ou dermatites
causadas por agentes irritantes.
A vesícula é uma elevação intra ou suba epidérmica que é preenchida
por fluido claro de até 1 cm de diâmetro.
Já a bolha é uma elevação intra ou sub-epidérmica que é preenchida por
fluido claro com diâmetro maior que 1 cm.

Sobre a espessura das lesões


Hiperqueratose
É o aumento de espessura da camada córnea, geralmente a pele fica
áspera, inelástica dura e de coloração acinzentada ponto final pode
ocorrer tanto na pele normal ou em áreas especializadas como os
39

colchões e o plano nasal. Está associada com processos inflamatórios


crônicos ou regiões de traumas repetidos.

Liquenificação ou lignificacao
Se refere a um espessamento e endurecimento da pele caracterizado por
um excesso de demarcações cutâneas superficiais geralmente está
associado com hiperpigmentação e processos inflamatórios crônicos ou
traumas repetidos.

Edema
É o aumento de espessura desprezível que não apresenta alteração de
coloração e acontece por conta do extravasamento de plasma na derme
ou hipoderme. Muito associado com inflamação aguda, irrigação linfática
deficiente, hipoproteínemia ou cardiopatias.

Urtica
São lesões circunscritas elevadas decorrente de edema local que
geralmente aparece e desaparece muito rapidamente. Bem relacionada
com quadros alérgicos e traumas.

Perdas teciduais e reparação tecidual


É decorrente da eliminação ou destruição patológica do tecido cutâneo.

Descamação
Se refere ao acúmulo de fragmentos da camada córnea por alteração na
queratinização ponto final pode ser causada por fatores genéticos,
processos inflamatórios ou metabólicos.

Crosta
É uma concreção amarelo Clara vírgulasverdeada ou vermelho escura
que se forma em áreas de perda tecidual decorrente do dessecamento
de serosidade, pus ou sangue ou restos epiteliais.

Erosão
É a perda superficial da epiderme e geralmente decorre de doenças ou
traumas auto-induzido.

Ulceração
É a perda circunscrita da epiderme e derme podendo atingir a camada
mais profunda e tecido subjacentes.

Escoriação
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É uma erosão ouceração decorrente de um trauma ato induzido.

Colarete epidérmico
É uma descamação circular remanescente de vesículas bolhas ou
pústulas após a ruptura.

Fissura
É uma perda linear através da epiderme que pode atingir a derme. São
pequenas rachaduras ou grandes fendas geralmente causada por
inflamação ou trauma.

Cicatriz
É a reparação do processo destrutivo da pele, tem aspecto variável
podendo ser saliente ou deprimida móvel ou aderente e não apresenta
estruturas foliculares nos sulco cutâneo.

Comedo ou comedão
É originado de um folículo piloso dilatado que é preenchido por células
codificadas e material sebáceo.

Exames complementares
Raspado de pele, tricograma, citologia, lâmpada de Wood, culturas,
biópsia , otoscopia.
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