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Animais silvestres e selvagens são sinônimos. São animais que vivem em ambientes naturais. O
animal nativo é diferente do exótico. Nativo é todo aquele oriundo do nosso país, já o exótico, são estranhos
a nossa região, vindos de outros países, fora da localidade geográfica.
A legislação brasileira, atualmente tem dificultado mais a criação de animais exóticos no país. Animais
nativos são proibidos de serem criados, vendidos e reproduzidos no Brasil.
Outra questão é o fato de que a liberação da criação desses animais não reduziria o tráfico, tendo em
vista que, um animal comercializado pelo tráfico custa um valor muito menor do que custaria no criatório.
Na década de 90 a legislação brasileira, permitia a criação de qualquer animal. Por volta de
1999/2000, houve a tentativa de regulamentação de algumas questões e com isso animais que antes tinham
a criação permitida passarão a ser proibidos, surgindo assim o mercado negro.
Nenhum animal nativo pode ser criado em cativeiro a não ser que algum órgão federal, estadual ou
municipal autorize por meio de documento. Em relação aos exóticos alguns podem ser criados outros não.
Neste caso, se a sua criação for proibida, a pessoa incorre em processo administrativo.
O conhecimento sobre esses animais pode ser adquirido em zoológicos e em centros de triagem.
➔ O tráfico de animais selvagens é algo cultural no Brasil é tem um importante significado ao mercado
de pets não convencionais. Está associado também aos maus tratos.
➔ Os cativeiros no Brasil são os zoológicos, criadouros, os circos (que hoje não são regulamentados),
gaioleiros, proprietários legais e ilegais e CETAS que são os centros de triagem.
➔ Funções do cativeiro:
• Lazer;
• Ornamental;
• Afeição;
• Consumo;
• Pesquisa;
• Educação ambiental;
• Destinação de animais apreendidos.
Na clínica médica 90% dos animais silvestres atendidos são aves como os psitacídeos e os
passeriformes, seguidos de pequenos mamíferos e répteis.
➔ Fisiopatologia do estresse:
Geralmente esses animais são difíceis de serem manipulados.
Quando esses animais são capturados, os responsáveis por isso não têm onde deixá-los e o correto é
soltar esse animal na natureza caso não haja sinal de ferimentos ou patologias. O destino deles nesse caso
não é o cativeiro.
➔ Resposta fisiológica.:
É como o animal demonstra o estresse.
1. Alarde: vai ocorrer em minutos ou segundos, com atividade do SNAS e reações de luta e fuga como
as de pássaros desesperados se debatendo nas gaiolas quando tem presença de pessoas.
2. Adaptação: tem atividade da adrenal e liberação de glicocorticoide. O animal não está estressado,
mas já há liberação de cortisol. Para ser evitada o animal deve ter um tempo para se adaptar sozinho
primeiro ao novo ambiente, ou seja, deixar a ave entrar no consultório, baixar a sua temperatura e
depois iniciar a consulta.
3. Exaustão: não há relaxamento e isso pode levar a falência orgânica e ao óbito. A correção desta fase
pode se dar pela adaptação ambiental, complementos vitamínicos ou drogas. Neste caso o animal
desenvolve o comportamento estereotipado, que não condiz com o seu natural como jogar fezes em
pessoas por exemplo. Eu tenho que melhorar o ambiente para que ele ocupe seu o tempo,
oferecendo frutas, carnes congeladas etc.
➔ Equipamentos necessários:
Para examinar esses pacientes são necessários alguns tipos de equipamento como:
✓ Alicate;
✓ Caixa plástica;
✓ Lanterna;
✓ Conta gotas;
✓ Tubos coletores;
✓ Balança;
✓ Estufa para animais;
✓ Luvas;
✓ Talas;
✓ Seringas;
✓ Laço de lutz;
✓ Etc.
❖ Mamíferos:
a) Dermatite que pode ser bacteriana parasitária ou fúngica;
b) Lesões podais;
c) Neoplasias;
d) Causas nutricionais que levam ao raquitismo;
e) Problemas dentários.
❖ Répteis:
a) Prolapso de pênis, oviduto e reto;
b) Retenção de ovos;
c) Neoplasia;
d) Queimadura;
e) Agressões pela presa que pode ser identificada quando ela é oferecida ao predador e não é ingerida
por esse animal. Assim, a presa deve ser retirada do local onde o animal está me indicando ocorrência
de agressão;
f) Pneumonia;
g) Estomatite;
h) Abcesso;
i) Regurgitação porque o alimento não sofre metabolização.
➔ Reprodução e cativeiro:
É responsável por gerar as variedades de espécies e animais híbridos, também é usado para o
melhoramento genético alterando cores e criando espécies mais exótica e caras.
# RÉPTEIS #
A fecundação interna dos répteis independe da água diferente do que ocorre com os mamíferos e os
gametas são protegidos do meio externo.
Tartarugas, crocodilianos, serpentes e lagartos, ou seja, fêmeas ovíparas, quando fecundadas
colocam os seus ovos com embriões fora do corpo materno.
Lagartos e cobras peçonhentas são ovovivíparos e por isso colocam os seus ovos depois que eles
ficam determinado tempo no corpo da mãe.
Fêmeas vivíparas como serpentes, vão realizar o desenvolvimento do embrião dentro do seu
organismo.
Répteis possuem órgão respiratórios internos que vão contribuir para a sua proteção e contra a
desidratação.
A forma do corpo dos répteis é alongada, compacta e variável. Eles possuem membros pares e
usualmente 5 dígitos, com exceção de algumas serpentes e lagartos. O esqueleto é ossificado e com um
único côndilo, o que permite a cabeça girar como a das aves.
O corpo desses animais é coberto por escamas queratinizadas e secas, que podem ser:
• Epidérmicas → presentes em serpentes e lagartos, são superficiais e trocadas periodicamente;
• Dérmicas → são placas ósseas permanentes e aprofundadas na pele que são mantidas por toda a
vida. Podem ser córneas como no caso dos crocodilos e jacarés ou ósseas como nas tartarugas.
• JACARÉ E CROCODILO:
Eles têm a pele grossa, recoberta por escamas e com algumas placas córneas queratinizadas que
protegem contra a perda excessiva de água. Essa pele é substituída de tempos em tempos para que o animal
possa crescer.
• SERPENTES E LAGARTOS:
Tem a pele resistente com duras escamas epidérmicas agrupadas ou sobrepostas chamada de
ecdíase. O número de vezes que a serpente vai trocar de pele no ano vai depender da sua taxa de
crescimento que por sua vez, vai depender da qualidade nutricional e da quantidade de alimento oferecido
a ela, podendo acorrer 2x ao ano ou mais. Na cascavel o número de guizos não indica a idade do animal. Ele
representa vestígios cornificados de pele e não se perde durante a ecdíase. As serpentes não têm uma pele
muito elástica e quando ela se estica, as dobras de pele também se esticam deixando escamas em ilhas
isoladas. A capacidade de dilatação da pele é maior na região do crânio e proximal para que os ossos se
abram na localidade da mandíbula. Algumas serpentes articulam mais do que as outras e não é a mandíbula
que se solta e sim o ligamento que se estende.
➔ Dentes:
• TARTARUGAS → são desprovidas de dentes. As maxilas superior e inferior são envolvidas por bainhas
córneas que resultam em um bico.
• DEMAIS RÉPTEIS → tem dentes bem desenvolvidos que são substituídos quando perdidos.
❖ Crocodilianos: dentes de forma cônica e bastante uniforme (homodonte). Situam-se em
alvéolos dentários tipo inserção tecodonte e reduz as chances de perda nas lutas.
❖ Maioria dos lagartos: tem dentição homodonte e alguns possuem dentes especializados,
como incisivos, caninos e molares, ou seja, dentição heterodonte.
❖ Jacaré e crocodilo: possuem de 30 a 40 dentes. No caso do crocodilo, o quarto dente de cada
lado da mandíbula inferior se encaixa num chanfro de mandíbula superior permanecendo
visível mesmo com a boca fechada. No caso do jacaré, o quarto dente se esconde em um
buraco da mandíbula superior, sumindo de vista ao fechar a boca.
➔ Maxilas reptilianas:
São projetadas de forma eficiente para aplicar força para prender e triturar presas. Os músculos
maxilares longos trazem melhor eficiência mecânica.
➔ Reprodução de répteis:
Antes de procriar, muitos répteis entram em um ritual de acasalamento que pode durar horas ou
dias. Esse ritual é amplo e varia entre as diferentes ordens. Lagartos machos podem mudar a cor ou esvoaçar
a pele localizada ao redor da garganta.
Nos EUA a criação da maioria dos répteis é legalizada e o comercio é muito grande, assim com o
número de pessoas que criam esses animais em suas casas.
Durante o atendimento desta espécie de paciente, alguns requisitos devem ser analisados:
1) Descarga nasal ou ocular;
2) Perda e apetite ou anorexia;
3) Inchaço na cabeça ou carapaça;
4) Pontos de depressão ou moles na cabeça ou na carapaça;
5) Relutância em nadar, nado irregular ou movimentos irregulares (em animais aquáticos que se
alimentam de plástico, causando dificuldade de nadar e afundar. Pneumonia também causa isso);
6) Perda de peso;
7) Olhos inchados ou irritados;
8) Dificuldade de respirar, estertores e engasgos;
9) Letargia;
10) Ferimentos.
ATENÇÃO! TER BOM SENSO. Répteis são animais ectotérmicos, ou seja, sua regulam a temperatura de
acordo com o ambiente em que estão.
➔ Afecções clínicas:
a) Desnutrição e desidratação pela falta de alimentação e de líquidos:
Comum na clínica. Existem alguns fatores fisiológicos que podem levar a desnutrição e a desidratação
como por exemplo a época da estação reprodutiva, que para algumas serpentes ocorre nos meses
de outubro e novembro, sendo necessário conhecer isso para não tratar o animal por algo
considerado normal. Na natureza essa animais costumas se alimentar antes da época do
acasalamento para poder suprir as suas necessidades durante esse período, o que não vai ocorrer
em animais de cativeiro e muitas das vezes é necessário forçar então a alimentação desses animais.
Podem gerar ainda a desnutrição ou desidratação o estresse que pode ser ocasionado por um
ambiente inadequado para a criação do animal, alimentação incorreta e para não incorrer neste erro
o ideal é procurar auxílio de um médico veterinário especialista, e baixa temperatura de recinto, onde
o proprietário acaba não utilizando lâmpadas e pedras aquecidas e montam os terrários de forma
inadequada sem local para o animal beber água ou se banhar. Em regiões tropicais por exemplo,
animais de ambientes fios podem ter quadros de hipertermia se não receberam a aclimatação
adequada.
Serpentes trocam as escamas/pele por completo. Se essa pele ficar agarrada é um sinal de algum
problema nutricional, ambiental ou por estresse.
b) Hipovitaminose A:
É causada por uma deficiência nutricional, ocasionando quadros de metaplasia escamosa, ou seja, o
aumento das escamas, hiperqueratose principalmente na região respiratória, ocular, geniturinário e
gastrointestinal. Podem ocorrer quadros de infecções secundárias e abscesso aural na região do ouvido que
não possuem lisossomas e dessa forma ficam duros e não purulentos. Ainda podem haver infecções
secundárias que são tratadas com antibióticos porque as bactérias são mais fáceis de serem tratadas do que
os fungos, já que eles são células eucariontes tratados com antifúngico, mas no caso desses animais deve-se
tomar cuidado, pois o metabolismo deles é basal, lento e podendo levar a uma insuficiência renal, já que
eles têm efeito cumulativo. Por esse motivo, a linha de raciocínio para tratamento não deve ser a mesma
para todas as espécies e nem mesmo ser utilizados os mesmos tratamentos que são comuns a pequenos
animais.
No caso de metaplasia escamosa deve ser tratado a deficiência de vitamina A com o uso de glicopan
gold ou aminomix, administrado diretamente no bico do animal e se não for possível, diluído. O bico deve
ser serrado, lixado e polido.
A hipovitaminose A é ocasionada por erros do proprietário ou profissional, já que na natureza o
animal dificilmente vai conseguir ingerir esse excesso de vitamina A.
c) Hipovitaminose C:
Gera a diminuição da elasticidade da pele. Quando eu penso em serpente por exemplo, quando ela
se contrai ela rasga.
A vitamina C vai estar presente nos vegetais e no trato digestório das presas desses animais.
Antigamente a literatura dizia que a alimentação desses animais com ratos congelados poderia
causar a doença porque esse alimento perdia a vitamina C no seu trato digestivo. Hoje isso foi corrigido e o
que pode sim ocorrer é infecção por paramixovirus que consomem a vitamina C. com isso, o tratamento
consiste em fazer suplementação de vitamina C para melhorar a qualidade de vida do animal e aumentar o
seu tempo de vida, já que a paramixovirose não tem cura.
d) Abscessos:
Os répteis tem maior deposição de fibrina se comparados aos mamíferos e um diferente mecanismo
de morte celular.
São diagnosticados por meio de raio-X, assim como a existência de aderência e qual o
comprometimento das regiões.
O tratamento do abscesso é cirúrgico, onde eu devo retirar a massa e realizar o desbridamento da
área para retirar a presença de toda sujidade e debris celulares, e o reavivamento das bordas para acelerar
o processo de cicatrização.
Dependendo do local do abscesso eu devo realizar a amputação, como por exemplo, aqueles que
estão presentes na região das falanges.
Se os debris celulares não forem retirados completamente e o reavivamento das bordas não for
realizado, o abscesso pode voltar.
e) Abscesso aural:
Vai ocorrer por deficiência de vitamina A, baixas temperaturas, imunossupressão e infecções
secundárias.
É o surgimento de massa na região do ouvido.
O diagnóstico da DOM é radiográfico, onde será observado a queda de densidade óssea em todo
corpo, proliferação de fraturas múltiplas, desvio grave da coluna vertebral e acúmulo de grande quantidade
de fezes no cólon e nesse caso eu posso realizar banhos com água morna seguido de massagem abdominal
e se isso não for suficiente eu posso utilizar óleo mineral.
Na DOM o animal assume uma postura de arrastar no chão, ele não fica ativo. Pode haver hipertrofia
dos membros em razão de um edema que vai diminuir a densidade óssea. Pode haver encurtamento de
mandíbula e o animal fica com o “bico” arredondado.
Podem ser observados alterações ou deformidades nutricionais. O animal saudável tem a carapaça
uniforme.