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Seminários Bioterismo

Manejo de Equinos na Experimentação animal, Manejo de Gatos na


Experimentação animal, Cultura de células e tecidos

Sara Grecov Teixeira Magno - 180027581

Manejo de Equinos na Experimentação Animal

Inicia-se o seminário discorrendo acerca de características gerais dos equinos. Os


cavalos são herbívoros e monogástricos; eles passam até 16 horas do dia pastejando; eles
são animais seletivos e possuem lábios que os ajudam a selecionar; eles se alimentam de
aproximadamente 2 a 2,25% de matéria seca todos os dias.

O manejo alimentar dos cavalos é preferencialmente gramíneas de baixo


tamanho, sendo as pastagens recomendadas as do gênero Cynodon (Tifton, Coast Cross),
já que essas têm uma melhor digestibilidade em relação a outros gêneros. Dessa forma, o
volumoso deve ser de boa qualidade e em maior quantidade em relação ao concentrado,
que pode ser ofertado, mas não deve ser o principal alimento na dieta. Além disso, é
interessante oferecer sal mineral específico para os equinos à vontade; água fresca e
limpa também deve ser ofertada à vontade.

As instalações onde ficam os equinos devem ser piquetes com pastagens de


qualidade, área sombreada, cochos para sal mineral, longe da água e em local coberto. Os
piquetes devem ser separados de acordo com a categoria do animal, por exemplo: éguas
gestantes, éguas com filhotes, garanhões, etc. Deve-se também proporcionar conforto
térmico, abrigos em locais frios e área sombreada. As cercas devem ser feitas de material
que evite ferimentos. Quando os cavalos estão confinados em baias, essas devem ser
arejadas e devem ter cochos para volumoso, concentrado e água.

Nas instalações é obrigatório: áreas de recepção e quarentena; área de eutanásia


depósitos para ração, forragem e cama; depósito de medicamentos; depósito de produtos
químicos; instalações devem permitir contato visual ou físico.

Em relação às formas de contenção, existe a contenção física e a química. A

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contenção física diz respeito aos animais serem levados ao brete de contenção. Já a
contenção química diz respeito à tranquilização e anestesia supervisionada por médico
veterinário responsável.

Um dos usos de cavalo na experimentação é para a soroterapia (usa pequenas


doses diluídas e filtradas do vírus ou bactéria) através do soro antiofídico, e explicam que
após a produção e distribuição do soro antiofídico fez com que a letalidade dos casos de
acidentes ofídicos diminuísse bastante no decorrer dos anos. Alguns tipos de soros são:
antibotrópico (serpentes do gênero Bothrops), anticrotálico (serpentes do gênero
Crotalus) e antielapídico (serpentes do gênero Micrurus). Importante citar que os equinos
são mamíferos de grande, só é feita uma produção por cavalo e não há necessidade de
ser em alguma raça específica. Os cavalos que participam desses experimentos têm entre
5 e 20 anos.

Manejo de Gatos na Experimentação Animal:

Os gatos são a espécie Felis catus, subfamília Felinae, família Felidae, ordem Carnivora.
Falam sobre a origem da espécie, na Eurásia, e comentam sobre a longevidade desses
animais, que são considerados super sênior aos 15 anos, mas que têm uma média de vida
de 9 anos.

Em relação à fórmula dentária dessa espécie, têm 26 dentes decíduos e 30 dentes


permanentes. Seus sentidos são aguçados, portanto são bastante sensíveis ao estresse
ambiental, o que pode ser bastante prejudicial em experimentos que não cuidarem disso;
são predadores furtivos, o que significa que precisam de um ambiente rico para
explorarem, interagirem e poderem se esconder; além disso, apesar de sociais, são
animais solitários, que precisam de distância e estabilidade para o processo de
socialização.

Como foi dito, os gatos são animais sensíveis ao estresse ambiental, então existem
algumas recomendações para o seu bem-estar, como: menos que 60 decibeis de altura
sonora, controle de odores, padronização da iluminação, temperatura de 30 a 38°C, evitar
solidão ou contato forçado, utilização de caixas para eles se abrigarem ou se esconderem.

As instalações onde ficam os gatos devem ter área impermeabilizada para fácil
desinfecção, deve haver espaço para exercícios diárias, devem ter luz em períodos
adequados e devem permitir junção de pequenos grupos do mesmo sexo ou em formato
de harém. Em relação aos tamanhos mínimos de jaulas (de onde são retirados

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diariamente para fazerem seus exercícios), a profundidade mínima é de 76 cm, largura
mínima de 121 cm e altura mínima de 91 cm. As caixas também têm necessidade de área
mínima, medida em polegadas. As medidas do chão variam de acordo com o peso do gato
(menos que 4kg, 3² pés; mais que 4kg, 4² pés). Dessa forma, explicam que o gato apesar
de viver em grupo, têm a necessidade de seu espaço próprio, por isso é interessante
estantes e prateleiras como parte do enriquecimento ambiental. Ainda sobre o
enriquecimento, é importante que os gatos tenham locais altos para subir, como estantes
e prateleiras; é interessante que haja interação com seus cuidadores; que os objetos
sejam preferencialmente de plástico; que haja brinquedos como cordas, anéis e
arranhadores no seu local de vivência.

Os gatos são animais ágeis, pequenos, territoriais e defensivos, o que deve ser
levado em conta na hora de fazer sua contenção. É recomendado usar toalhas e mãos
para imobilizar o animal, assim como também existem focinheiras adequadas para a
espécie e bolsas para contenção. Há algumas vias principais de administração de
fármacos: via oral, intravenosa, subcutânea, intramuscular e outras.

Sobre a reprodução, explica que são poliéstricos sazonais, tem gestação de 60 a 70


dias, tem sensibilidade ao fotoperíodo e mães rejeitam seus filhotes fracos.

Os gatos são carnívoros e precisam de dietas baseadas principalmente em


proteínas, sendo o ideal em refeições pequenas e frequentes. Existem nutrientes
essenciais como taurina, arginina, vitamina A e niacina.

Em pesquisas os gatos são usados nas áreas de neurologia experimental,


oftalmologia, imunodeficiência, lesão de medula espinal e retrovírus. Algumas doenças
dos gatos são análogas à humanas, exemplo: FelV análoga a oncogênese viral, FIV
análoga à AIDS, Helicobacter felis análoga a Helicobacter pylori.

OBJETIVOS

Inicia-se o seminário falando sobre os motivos da substituição dos animais por


outros métodos na experimentação através da Lei nº 11794/2008 e desenvolvimento e
implementação de métodos alternativos, como os baseados em células e tecidos.

A introdução fala sobre a origem do cultivo de células no princípio do século XX


para estudar o comportamento de células vivas fora do organismo, num ambiente
controlado. Essa ferramenta é usada no mundo inteiro como ferramenta de pesquisa e é

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um método promissor de substituição de animais na experimentação, visando reduzir o
uso de animais vivos em experimentos.

O método funciona primeiramente com a obtenção do material biológico


adequado para o cultivo (exemplos: biópsia ou linhagens celulares estabelecidas). Após a
obtenção, o material passa por um processamento para ser preparado para o cultivo. As
células ou tecidos são mantidos em um meio de cultura (solução nutritiva composta
também por componentes necessários para o crescimento celular: aminoácidos,
vitaminas, sais e fatores de crescimento). A placa ou frascos de cultura são onde as
células são mantidas, pois fornecem um ambiente estéril e adequado para o crescimento
celular. Esse ambiente tem temperatura, umidade e oxigenação controlada.
Frequentemente usam as incubadoras para manter as células em suas condições ideais
de cultivo. O monitoramento durante o cultivo é essencial para manter as características
desejáveis para as células, além de sua morfologia, viabilidade e proliferação. A
monitoração pode ser feita por microscópio. Importante lembrar que periodicamente o
meio de cultura deve ser trocado a fim de renovar seus nutrientes e remover os resíduos
metabólicos.

Há alguns tipos de cultivo (primário, secundário e em suspensão). O primário é a


partir de células recém isoladas diretamente do tecido de origem. O secundário usa
células primárias que já passaram por outras várias gerações. O em suspensão usa um
meio líquido para cultivo e pode ter necessidade de uma agitação constante.

Em relação ao controle de qualidade, deve-se sempre monitorar a presença de


contaminantes, nível de proliferação e também autenticidade da linhagem.

Comentam basicamente como é a estrutura do laboratório, áreas de manipulação,


lavagem e preparação, fluxos laminares e posicionamento de alguns equipamentos.

As células e tecidos já foram utilizados em experimentos de testes toxicológicos


(prever efeitos de drogas no organismo humano), estudos de diferentes patologias (como
câncer, Alzheimer, Parkinson), além de testes de eficácia da droga (para melhorar a
probabilidade de sucesso dos medicamentos).

Existem vantagens e desvantagens nesse método. Como vantagens, é possível


citar: possibilidade de controlar o ambiente, homogeneidade da amostra, rapidez e
menor mão de obra. Como desvantagens, é possível citar: a proliferação é diferente do in
vivo, maior quantidade de estágios para validação, problemas regulatórios e escassez de

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insumos.

Ainda assim há diversos experimentos em que células e tecidos podem ser


utilizados, como: teste de resistência elétrica transcutânea, teste da epiderme
reconstituída e vários outros.

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