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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


BACHARELADO EM AGRONOMIA

Manejo sanitário de
caprinos e ovinos
DOCENTE: DANIEL LUCAS SANTOS DIAS
DISCENTES: ELIAS MACHADO, JONATHAN WILLIAM
BARBOSA CERQUEIRA, GABRIELE, JANAHINA DA
SILVA MOURA
Sumário

1. Introdução
2. Medidas sanitárias gerais
3. Medidas sanitárias especificas
4. Considerações finais
5. Referências
Introdução
O Brasil possui longa tradição na criação de caprinos e ovinos,
atividades responsáveis pela sustentação econômica e
nutricional de muitas famílias da zona rural, principalmente
aquelas de menor renda (Sorio, 2017).

Ressaltam-se, portanto, as diversas características positivas à


criação desses animais. De maneira geral, caprinos e ovinos
são animais que podem apresentar características como a
rusticidade, a capacidade de enfrentar climas adversos, a boa
adaptabilidade a diferentes ambientes, dentre outras, sem
desfavorecer a viabilidade econômica da criação, embora isso
não seja uma regra (Gomes et al., 2014).
Citado por Ipea, 2021
Citado por Ipea, 2021
Citado por Ipea, 2021
Citado por Ipea, 2021
Medidas Sanitarias Gerais
Fazer o Manejo Sanitário

Os programas de manejo sanitário são elaborados para reduzir o risco de


aparecimento de doenças e aumentar a produtividade do rebanho, gerando lucro
ao produtor. A adoção de medidas sanitárias deve levar em consideração o
tamanho do rebanho, o foco da produção (leite, carne e/ou lã) e as características
de cada propriedade.
Sinais de Saúde

• Pelos lisos, brilhantes e sedosos


• Animal alerta e responsivo
• Apetite normal (ingestão de água e alimentos)
• Presença de ruminação e eructação
• Fezes com forma, consistência e odor característico
• Boa cobertura muscular (escore corporal acima de 2,5)
• Temperatura fisiológica (38,5 a 39,5oC)
• Mucosa ocular normocrômicas (coloração rósea)
Sinais de Doença

Pelos arrepiados, sem brilho ou com queda;


• Tristeza/isolamento/modificação de postura;
• Falta ou diminuição do apetite (ingestão de água/alimentos);
• Ausência ou diminuição da ruminação;
• Fezes pastosas ou liquida (diarreia fétida e escura);
• Magreza intensa (escore corporal: 1-1,5);
• Estado febril (+40ºC);
• Urina: coloração escura e com cheiro forte;
• Mucosas esbranquiçadas;
Vermifugação

1ª) todo rebanho, 1º mês seco (pasto seco)

2ª) 60 dias após a primeira

3ª) penúltimo mês do período seco

4ª) meados da estação chuvosa

Pode (e deve) ser adaptado a cada região,

com auxílio técnico

Fonte: www.fcav.unesp.br/#!/kresende
Manejo e dimensionamento das
instalações

Localização de instalações em áreas bem drenadas.


Sua orientação leste-oeste para evitar presença de sol constante, correntes de
vento e as chuvas predominantes da região.
Facilidade de fluxo de animais.
Capacidade de lotação, cerca de 1,0 a 1,5 m²/animal.
Cochos e bebedouros dispostos do lado de fora das instalações e com area
disponível com cerca de 1 m de comprimento para cada três animais adultos.
Outras medidas incluem a limpeza e a higienização das instalações diarimente,
ou pelo menos a cada dois dias, o que diminui o risco de contato com
patógenos causadores de doenças.
Manejo e dimensionamento das
instalações
- Limpe o aprisco de chão batido - Limpe o aprisco de piso cimentado Limpe o aprisco de piso ripado

Retire o esterco sob o piso periodicamente


Coloque as fezes na esterqueira ou local isolado
Fonte: SENAR, 2012
Manejo e dimensionamento das
instalações
- Desinfete as instalações

A desinfecção das instalações é o processo de destruição de grande parte dos micróbios que
causam doenças e que se desenvolvem em ambientes sujos devendo ser realizada
periodicamente. Esse procedimento pode ser químico (produtos químicos desinfetantes) ou
físico (maçarico a gás, conhecido como “vassoura de fogo)

Fonte: SENAR, 2012


Manejo e dimensionamento das
instalações

Atenção!
Instalações de sistema intensivo (confinamento) devem ser desinfetadas a
cada 15 dias; instalações de sistema extensivo (a pasto) devem ser
desinfetadas mensalmente.
Esterqueira

Seu objetivo é colaborar no destino


de dejetos sólidos e/ou líquidos,
armazenar e fermentar o esterco
produzido pelos animais, o que
também favorece a morte de larvas de
parasitas gastrointestinais.

Fonte: SENAR, 2012


Isolamento

O ideal é que cada animal doente seja


mantido em baias individuais de
isolamento, evitando que a doença de
um contamine outro.

Fonte: SENAR, 2012


Quarentenário

Deve-se ter um local na


propriedade para manter os
animais recém comprados
isolados. Esse procedimento é
denominado quarentena e
objetiva a avaliação e adaptação
do animal ao novo ambiente.

Fonte: SENAR, 2012


Conserve e armazene os alimentos

• Armazene rações, concentrado e sal mineral em


locais fechados e livre de umidade.

• Mantenha janelas e portas do depósito de ração


com tela para evitar entrada de animais como
roedores.

• Utilize estrados de madeira no chão, evitando o


contato direto do saco de ração com o piso e as
paredes
Fonte: www.caprileite.com.br
Organize o programa sanitário do
rebanho
Observe se a vacina está armazenada
em geladeira (temperatura de 2 a 8
graus.

Observe a data de validade da vacina.

O vermífugo deve ser armazenado em


local seco, fresco e livre da luz solar.

Fonte: SENAR, 2012


Descarte corretamente as carcaças

Utilize a compostagem

Queime as carcaças

Enterre as carcaças
Comedouro

Retire a matéria orgânica (fezes e sobras de alimento) do


cocho.

Figura. Limpeza do comedouro. Fonte: SENARágrafo


Bebedouros

Para Ximenes (2010), dentre os tipos de bebedouros, podemos


destacar: automáticos (em vasos comunicantes);

É importante que seja fornecida a quantidade necessária diária de


água, com qualidade.

Figura: passo a passo da limpeza do bebedouro. Fonte: SENAR


Saleiros

Os saleiros devem ser cobertos e com a altura adequada.

Figura: sal sendo servido para ovinos. Fonte: Portal da pecuária.


Proteção contra sol e vento

Deve se usar árvores plantadas


em linha, fileira ou em ziguezague
(dependendo do seu objetivo),
entre as instalações;

Outra opção seria a utilização de


materiais da própria propriedade.
Curral de manejo (seringa, bretes e balança)

Têm como finalidade o manejo dos


animais durante os procedimentos
de vacinação, seleção, aplicação
de anti-helminticos, puIverização,
pesagem mensal, entre outros.

Figura: modelos de currais para caprinos e


ovinos
Sala de ordenha

Tal instaIação é para uso exclusivo de animais em Iactação.

Figura: sala de ordenha. Fonte: Agriexpo


Pedilúvios

O pedilúvio é uma construção


tipo piscina;

O principal objetivo do pedilúvio


é fazer a desinfecção dos cascos
dos animais periodicamente.

Figura: caprinos passando pelo pedilúvio.


Fonte: revista o berro
Aspectos sanitários de rebanhos caprinos e ovinos criados
em assentamentos no município de Petrolina-PE
Tabela 1. Prática sanitárias adotadas.
Medidas Sanitárias
Específicas
Reprodutores

O aprisco ou curral para caprinos e ovinos


reprodutores deve ser separado do rebanho;
Não realizar empréstimos ou troca de reprodutores
com outros proprietários;
Ficar atento, o balanceamento correto da ração,
mantendo a relação cálcio e fósforo (2:1);
Monitorar a presença de parasitos gastrointestinal via
realização de OPG;
Realizar aplicação de anti-helmintico cerca de um
mês antes da estação de monta.
Recém-nascidos

Limpeza do animal;
Corte e cura do umbigo com solução de iodo 10%;
Pesagem e colocação de brinco;
Preparar com antecedência local com proteção com
instalação adequada com conforto e bem esta;
Acompanhar e garantir a mamada do colostro, fonte
de imunoglobulinas, essenciais para a defesa do
organismo contra infecções.
Iniciar o programa de prevenção coccidiose.

Fonte: Embrapa
Recria

Na alimentação permanecer com oferta coccidiostático


misturado a suplementação proteica.
Limpeza, desinfestação com uso de vassoura de fogo;
Manter programa de prevenção contra eimeriose;
Possibilitar o consumo segundo os pré-requisitos
nutricionais de microminerais para cada grupo;
Realizar oferta em quantidade, qualidade e com
garantia de agua fresca e limpa, além de área com
proteção e sombreamento. Fonte: Embrapa
Matrizes em lactação

Pesagem: sempre antes da estação de


monta e depois do parto;
. Crias : ao nascimento e a cada 15 ou
30 dias

Iniciar a ordenha dos animais recém


paridos a partir do 3º ao 5º dia de parição;

Examinar os animais periodicamente.

Fonte: Sítio Água de Pedra, 2019


Matrizes em lactação

Fonte: Jevict, 2017

Averiguação do escore da condição corporal e


controle leiteiro (quinzenalmente);

Realizar a secagem do úbere e aplicação de


antibiótico dois meses antes do parto;

Higienização do úbere: após a ordenha, imersão


do teto em solução de iodo a 1%

Figura: Mastitis clínica por S. aureus


Cuidados com as fêmea adultas e pré-puberes

Realizar manejo e pesagem e avaliação do escores da condição corporal.


Implantar o manejo de suplementação nos animais com menor escore;
Monitorar a contagem de ovos por gramas de fezes (OPG);
Manter programa de aparação de casco no período seco: Medida preventiva
para pododermatite.

Figura – Acúmulo de matéria orgânica na dobra do casco devido o seu crescimento excessivo.
Esquema de vacinações
Febre Aftosa: não vacinar os rebanhos, conforme normas do MAPA;
Anti-rábica: vacinar animais de quatro meses em diante e repetir anualmente.
Raiva: Anual/a partir de 4 meses de idade.
Carbúnculo Sintomático, Enterotoxemia e Botulismo: em regiões de risco,
vacinar uma vez ao ano.
Linfadenite Caseosa: A partir de três meses, com reforço aos 30 dias. Repetir
anualmente.

Fonte: CPT
Fonte: CPT
Esquema de controle integrado de parasitas

Piolhos: O controle se faz através de tratamentos como organofosforados ou


piretróides, colocadas no dorso do animal. Tratamento alternativo: calda a
base de Melão-de-São-Caetano.
Helmintos gastrintestinais (nematódeos): utilização racional de anti-
helmínticos - MÉTODO FAMACHA.
Considerações finais
O manejo adequado de caprinos e ovinos, associados a limpeza, desinfecção e
higiene das instalações e equipamentos realizadas regularmente, favorecem a
redução da ocorrência de doenças, assim como também, no caso do
aparecimento de doenças, estas terão menor impacto na produção.
Referências
COELHO, Maria. el al. Aspectos sanitários de rebanhos caprinos e ovinos criados em assentamentos no município de Petrolina-PE. Seminário de
Visu. Petrolina, v. 1, n. 1, p. 32-40, 2011;

SILVA, João. Caprinos e ovinos: manejo sanitário. Brasília: SENAR, 2012;

OLIVEIRA, Daniele. Tipos de comedouros e bebedouros existentes nas instalações para caprinos na Paraíba. Congresso Técnico Científico da
Engenharia e da Agronomia. Belém, 2017;

Ovinos: o produtor pergunta, a Embrapa responde / editora técnica, Clara Marineli Silveira Luiz Vaz. – Brasília, DF : Embrapa Informação
Tecnológica, 2007. 158 p. : il. – (Coleção 500 perguntas, 500 respostas).

Ovinos: o produtor pergunta, a Embrapa responde / editora técnica, Clara Marineli Silveira Luiz Vaz. – Brasília, DF : Embrapa Informação
Tecnológica, 2007. 158 p. : il. – (Coleção 500 perguntas, 500 respostas).

Caprinos e Ovinos de corte : O produtor pergunta, a Embrapa responde / editores técnicos, Ana Clara Rodrigues Cavalcante, Alcido Elenor Wander,
Eneas Reis Leite. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 241 p. : il. – (Coleção 500 perguntas, 500 respostas). ISBN 85-7383-318-
1.

Texto para discussão / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.- Brasília : Rio de Janeiro : Ipea , 1990- ISSN 1415-4765.

Ana Carolina de Souza Chagas Controle da verminose, mineralização, reprodução e cruzamentos de ovinos na Embrapa Pecuária Sudeste / Ana
Carolina de Souza Chagas [et al.]. — São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2007.

Retore, Marciana. Principais doenças diagnosticadas nos rebanhos ovinos de Mato Grosso do Sul / Marciana Retore, Elton Bock Correa. –
Dourados, MS : Embrapa Agropecuária Oeste, 2015. 55 p. : il. color. ; 16 x 21 cm. – (Documentos / Embrapa Agropecuária Oeste, ISSN 1679-043X ;
133).
Obrigada pela
atenção!
Dúvidas, questionamentos e contribuições

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