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MANEJO DO GADO

LEITEIRO

Prof.: Saulo Reges


MANEJO DO GADO LEITEIRO
Envolve cuidados como alimentação, controle sanitário,
aspectos da reprodução, maneira de trabalhar com as vacas
em lactação, novilhas e terneiras buscando uma maior
produtividade, bem como, conforto e bem estar dos animais.
OBJETIVOS:
 Minimizar mortalidade;
 Ritmo de crescimento adequado;
 Reprodução precoce;
 Animais saudáveis para reposição;
 Garantir melhoramento genético.
CUIDADOS ANTES DO PARTO
 Cuidados com os bezerros começam com a vaca gestante, onde
a influência da alimentação no pré-parto é crítica tanto para o
crescimento normal do feto como para a sobrevivência do bezerro
durante as primeiras semanas de vida.
 Deficiência nutricionais no pré parto podem afetar o crescimento e
a saúde dos bezerros, aumentando a ocorrência de partos
distócicos, mortalidade embrionária, nascimento de bezerros leves
e debilitados, além de produzir um colostro de baixa qualidade.
 As vacas devem receber dieta pré parto 21 dias antes da parição
e serem conduzidas para o piquete-maternidade, no mínimo 15
dias antes do parto previsto, onde devem receber alimentos
semelhantes àqueles a serem fornecidos no início da lactação,
para adaptação da flora ruminal.
CUIDADOS DURANTE O PARTO
O parto é dividido em três fases distintas:
 Preparatória: Compreende as três últimas semanas antes do
parto e termina com o início das contrações uterinas. Mostra o
seguinte quadro: hiperemia e edema da vulva e úbere, barriga
baixa, o animal se isola, o tampão mucoso se desprende e
aumentam a pulsação e a frequência respiratória.
 Dilatação: Dura de três a oito horas e vai do início das
contrações uterinas, que se sucedem a cada 15 minutos, até o
rompimento das bolsas alantoideana e aminiótica.
 Expulsão do feto: Dura de uma a três horas e vai do início do
rompimento da bolsa até a saída completa do feto, nas
primíparas, pode durar de quatro a seis horas. As contrações
uterinas ocorrem a cada 2 a 5 minutos e no auge a cada 1,5 a 2
minutos. A expulsão da placenta deve ocorrer até 12 horas após o
parto.
POSIÇÕES NORMAIS DO FETO AO NASCIMENTO

Fonte: Grunert, 1982. Fonte: Gonzalez, 2019.

POSIÇÕES ANORMAIS DO FETO AO NASCIMENTO


POSIÇÕES ANORMAIS DO FETO AO NASCIMENTO

Fonte: Gonzalez, 2019.


CUIDADOS APÓS O PARTO
 Deve-se inspecionar o bezerro e se necessário remover as
membranas fetais e muco nas narinas e na boca;
 Normalmente a vaca lambe o bezerro, ajudando a secar o
pelo, estimulando a circulação e a respiração;
 Verificar se não há defeitos;

Fonte: Fazenda Daros.


CUIDADOS APÓS O PARTO
 A parição numa baia, favorece o manejo e intervenção caso
ocorra um parto distócico, proporciona maior conforto para os
animais e menor riscos de contaminação.
CUIDADOS APÓS O PARTO
 Fornecimento de colostro: Pelo seu poder imunizante e seu efeito
ligeiramente laxativo e antitóxico, pela sua riqueza de minerais,
proteínas e vitaminas, o colostro é indispensável à sobrevivência do
recém-nascido. Ao nascer a bezerra não possui imunidade a doenças.
Este é o motivo pelo qual ela precisa tanto do colostro, que contém
proteínas denominadas imunoglobulinas absorvidas diretamente através
do intestino. Portanto, deve-se induzir a bezerra a mamar no mínimo
dois litros de colostro logo após o nascimento, se possível nas primeiras
duas horas de vida ou no máximo até 6 horas de vida.

Fonte: Campus Santa Rosa do Sul. Fonte: Fazenda Daros.


CUIDADOS APÓS O PARTO
 Fornecimento de colostro: O colostro deve ser fornecido no mínimo
duas vezes por dia durante três dias na quantidade de 4 a 5 litros por dia
dependendo do tamanho da terneira (10 a 15% do PV) Uma alternativa
utilizada em propriedades de alta tecnologia é o fornecimento do
primeiro colostro via sonda esofágica, pois terá certeza que a bezerra irá
tomar a quantidade recomendada no horário certo.
CUIDADOS APÓS O PARTO
 Fornecimento de colostro: A qualidade de colostro varia de uma
fêmea para outra, vacas com vacinação completa e vacas adultas, em
geral, produzem colostro de melhor qualidade do que as novilhas,
devido ao maior período de exposição a diversos agentes patogênicos
de organismos causadores de doenças. A qualidade do colostro pode
ser medida utilizando o colostrômetro.

 Também pode ser medida com refratômetro de brix, sendo que acima de
21°Bx significa colostro de alta qualidade.
CUIDADOS APÓS O PARTO
 Fornecimento de colostro: Uma medida prática é armazenar o
colostro em freezer (banco de colostro), para casos de
emergência, no entanto, deve ser de boa qualidade, apresentando
coloração amarelada e alta densidade, a qual está diretamente
relacionada com a concentração de imunoglobulinas. O colostro
congelado deve ser cuidadosamente aquecido em banho-maria
em temperatura inferior a 50°C .
CUIDADOS APÓS O PARTO
 Corte e tratamento do umbigo: o corte do cordão umbilical
deverá ser feito com uma tesoura desinfetada, 5 cm abaixo de sua
inserção, desinfetando-o na sua totalidade, em uma solução de
iodo com concentração de 5 a 10%, por pelo menos dois minutos,
duas vezes ao dia. Esse procedimento deve ser feito até que o
umbigo caia e esteja completamente cicatrizado, o que deve durar
aproximadamente três dias.

Fonte: Campus Santa Rosa do Sul.


CUIDADOS APÓS O PARTO
 Corte e tratamento do umbigo: Caso não seja feita um
desinfecção eficiente, poderá ocorrer infecções em diferentes
órgãos da bezerra.
CUIDADOS APÓS O PARTO
 COM A VACA: Observar se a vaca liberou normalmente os restos
de placenta até 12 horas após o parto, caso contrário, deverá
haver intervenção do médico veterinário, para evitar possíveis
infecções.
TIPOS DE ALEITAMENTO
ALEITAMENTO NATURAL: A bezerra permanece com
a mãe, é o único praticável nas criações extensivas porque é
mais simples, prático e exige menos gastos com instalações,
equipamentos e pessoal.
 Vantagens: melhor desempenho dos bezerros; menor
incidência de distúrbios gastrointestinais; redução da mão
de obra requerida no processo de alimentação dos
bezerros e redução na incidência de infecção na glândula
mamaria das vacas que amamentam.
 Desvantagens: elevado custo de alimentação dos
bezerros, porque não ha um controle da ingestão de leite;
efeito prejudicial sobre o desempenho reprodutivo das
vacas, aumentando o intervalo entre partos e quando o
bezerro morre a lactação de sua mãe sofre alterações ou é
interrompida.
TIPOS DE ALEITAMENTO
ALEITAMENTO NATURAL:
TIPOS DE ALEITAMENTO
ALEITAMENTO ARTIFICIAL: Este sistema de aleitamento é
bem conhecido em nosso meio, principalmente nas grandes bacias
leiteiras, devendo ser aplicado, nas explorações de regime semi-
intensivo ou intensivo. Três requisitos são fundamentais para
adoção do aleitamento artificial que são:
 Que as vacas desçam o leite sem a presença da cria (raças
europeias ou com alto grau de sangue europeu);
 Que a produção média diária de leite da vaca seja igual ou
superior a 8 kg de leite;
 Que a pessoa que trata dos bezerros reconheça a importância da
higiene, e dessa forma, preocupe-se com a limpeza dos baldes,
mamadeiras e utensílios.
TIPOS DE ALEITAMENTO
ALEITAMENTO ARTIFICIAL:
 Vantagens: permite a alimentação de acordo com as
necessidades reais dos bezerros; possibilita o controle leiteiro
com grande exatidão; é econômico e baixo o custo da criação
dos bezerros; facilita o controle de diversas enfermidades e
facilita o desmama precoce.
 Desvantagens: exige mais mão de obra, conhecimentos
técnicos e equipamentos adequados, maior vigilância e pessoal
subalterno mais qualificado, maior incidência de mastite nas
vacas.
TIPOS DE ALEITAMENTO
ALEITAMENTO ARTIFICIAL: O leite pode ser fornecido em
mamadeiras, baldes ou biberões coletivos normalmente em uma ou
duas refeições dependendo do manejo da propriedade, sendo o
mais recomendado duas vezes ao dia.
Para ser bem sucedido o aleitamento artificial
exige os seguintes cuidados:
 Peso das bezerras: as bezerras devem ser pesadas de 8 em 8
dias, afim de que possam ser alimentadas de acordo com suas
necessidades reais.
 Quantidade de leite: deve ser de 10 a 15% do seu peso vivo
de dieta liquida por dia, que pode ser leite ou sucedâneo de
leite. A quantidade fornecida depende do custo/benefício.
 Temperatura do leite: o leite deve ser ministrado a
temperatura de 33 a 38Cº.
 Higiene dos vasilhames: as mamadeiras, baldes, biberões
coletivos e demais vasilhames empregados na alimentação das
bezerras, devem ser mantidas limpas e desinfetadas.
 Mudanças na alimentação. devem ser feitas com cuidado,
jamais repetidamente.
CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS
DURANTE O ALEITAMENTO
 Alojamento: devem ser evitadas a falta de higiene a
umidade e a aglomeração nos alojamentos.
 Identificação: as bezerras devem ser identificadas logo
após o nascimento, onde pode ser utilizados tatuagens ou
brincos nas orelhas.
 Amochamento ou descorna: deve ser praticada logo nos
primeiros dias de vida do animal.
 Eliminação das tetas extras: muitas bezerras nascem
com mais de quatro tetas, as excedentes são menores
que as normais, prejudicam a aparência do animal e
podem mais tarde causar transtorno durante a lactação.
Devem ser eliminadas quando a bezerra é nova, de
preferência nos primeiros 15 dias de vida.
CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS
DURANTE O ALEITAMENTO
 Vacinação: as vacinações devem ser feitas contra a febre aftosa*,
brucelose* (*menos o estado de SC) carbúnculo sintomático, IBR,
BVD, e outras doenças existentes na região, de acordo com o
calendário sanitário da propriedade.
 Controle de parasitas: o controle de ecto e endoparasitas deve
ser feito periodicamente, tendo cuidado de deixar a bezerra ter
contato com os carrapatos nos primeiros dias de vida com o objetivo
de produzir anticorpos (tristeza parasitária)
 Sol e exercício: as bezerras devem ter oportunidade de tomar sol
e fazer exercícios diariamente.
 Fornecimento de água: a bezerra deve ter disponível água a
vontade já na primeira semana de vida.
 Fornecimento de concentrado: a partir da segunda semana de
vida já pode ser fornecido, para as bezerras irem acostumando.
CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS
DURANTE O ALEITAMENTO
INSTALAÇÕES PARA BEZERROS
As instalações para a criação das bezerras basicamente deve ser limpa,
seca e bem arejada, mas sem correnteza. As baias devem ser limpas,
desinfetadas e forradas com uma boa cama. Recomenda-se que permaneça
vazia por uma semana entre uma bezerra e outra. As gaiolas individuais são
estruturas únicas, de plástico ou madeira, abertas na frente. Assim como
qualquer outra instalação deve ter boa drenagem e uma cama seca. No
período entre uma bezerra e a próxima a ocupar a mesma gaiola, estas devem
ser limpas, desinfetadas e removidas para outro espaço.
DESALEITAMENTO OU DESMAME
Para promover o desaleitamento ou desmame, os critérios mais
utilizados são consumo de concentrado e idade da bezerra.
 Se o produtor utiliza o aleitamento natural o período de amamentação
da bezerra tem duração de 6 a 10 meses, quando a vaca seca
naturalmente. Nessas condições, quantidades acentuadas de leite são
gastas na alimentação das bezerras.
 Se a propriedade utiliza o aleitamento artificial, a desmame já pode ser
realizada quando a bezerra atinge 60 dias de idade e o consumo de
concentrado alcance no mínimo 1% do seu peso vivo, ou seja, quando
animais das raças pequenas estiverem consumindo 500 a 700 g/dia de
concentrado e os de raça de grande porte, 700 a 1000 g/dia. O
concentrado a ser fornecido deve ter acima de 18% de PB e 78% de
NDT. Tem produtores que desmamam com 90 a 120 dias de idade,
sempre levando em consideração o custo/benefício.
CUIDADOS APÓS O DESALEITAMENTO
 A bezerra deve permanecer em baias ou piquetes coletivos,
onde estes devem conter cocho para volumoso, concentrado e
sal mineral, bem como bebedouro e sombra. Nesse período as
bezerras devem receber volumoso de boa qualidade e a
vontade mais ração concentrada na quantidade de 1% do seu
peso vivo e com no mínimo 18% de PB
 Quando a pastagem do piquete não é suficiente ou não é de
boa qualidade, deve ser fornecido volumoso no cocho tais
como feno, capim picado, silagem, etc.
 A bezerra deve ter sempre água e sal mineral a disposição, a
fim de satisfazer suas necessidades diárias.
 Cuidados sanitários com doenças existentes na região e
principalmente com os ecto e endoparasitas.
CUIDADOS APÓS O DESALEITAMENTO
Quando as bezerras permanecerem em baias coletivas,
recomenda-se colocar até oito bezerras por baia, de preferência com
peso e idades semelhantes com o objetivo de evitar dominância,
facilitando o manejo e o desenvolvimento uniforme dos animais.
CUIDADOS COM AS NOVILHAS
 O manejo de novilhas leiteiras após o desmame, constitui-se como
um desafio na maioria das fazendas leiteiras do Brasil, pois os
animais são tratados como categoria de menor prioridade, quando
comparados com animais em produção.
 A criação de novilhas é uma das principais atividades na criação
dos rebanhos leiteiros, e tem como objetivo principal a substituição
das vacas produtoras de leite e suas excedentes destinadas às
vendas.
 Em propriedades, onde a criação de novilhas é tratada com
importância equivalente a de vacas em lactação, é possível
estabelecer metas, que venham a maximizar o sistema produtivo,
melhorando o potencial genético do rebanho, aumentando a
longevidade na produção de leite e diminuindo os custos de
produção.
CUIDADOS COM AS NOVILHAS
CUIDADOS COM AS NOVILHAS
 Nesta fase deve-se fornecer volumoso de boa qualidade à
vontade onde a quantidade de concentrado depende da qualidade
do volumoso e do desenvolvimento do animal.
 Uma prática importante na criação de novilhas é a verificação
cuidadosa do seu peso e crescimento. Se as condições do meio
forem adversas o animal pode não alcançar o desenvolvimento
desejável.
CUIDADOS COM AS NOVILHAS
 Na puberdade, é que se formam os tecidos secretores da glândula
mamaria, onde se as novilhas engordarem muito, haverá acumulo de
gordura no úbere prejudicando a formação do tecido secretor.
 O ganho de peso deve ser de 700 a 800 g/dia, pois trabalhos têm
demonstrado que ganhos mais acelerados nessa fase são capazes de
prejudicar o desempenho futuro das novilhas.
 Sempre observar o escore corporal das novilhas nas diferentes fases de
vida.

Fonte: Carla Bittar, 2012.


CUIDADOS COM AS NOVILHAS
 O nível de nutrição tem influência sobre a idade em que as novilhas
começam a entrar em cio e, portanto sobre a idade na primeira parição.
 Os pesos para serem colocados em reprodução deve ser
aproximadamente de: raças grandes 350 kg, raças médias de 300 kg e
raças pequenas 250 kg de peso vivo.
 O escore corporal das novilhas deve estar entre 3,0 a 3,75 no máximo.

Fonte: Carla Bittar, 2012.


MANEJO DE VACAS SECAS
 As vacas leiteiras necessitam de um período de descanso entre
as lactações. Durante esse período o tecido mamário se refaz
para a próxima lactação, utiliza nutrientes para manter e criar o
feto que está em suas últimas etapas do crescimento e também
poderá acumular reservas corporais para a próxima lactação.
 Esse período menor afeta negativamente a produção da próxima
lactação, enquanto um período maior, além de não ter
vantagens, é desvantajoso economicamente por manter a vaca
sem ou com pouca produção.
 O período seco da vaca compreende os dois últimos meses de
gestação, importante para se adotar práticas especiais, a fim de
proporcionar boas condições de parição e proteger a saúde da
futura cria.
MANEJO DE VACAS SECAS
 No período em que está seca, a vaca tem que realizar grandes
tarefas, como o desenvolvimento de 2/3 do feto e a recuperação de
reservas corporais para o próximo parto e a nova lactação.
 Este período deve durar 60 dias a fim de permitir uma boa
regeneração das células epiteliais desgastadas, um bom acúmulo
de colostro e assegurar um bom desenvolvimento do feto, bem
como completar as reservas corporais.
As vacas, no período seco, devem ser agrupadas em dois
grupos distintos:
 O primeiro grupo abrange todos os animais que iniciam o período
de repouso, que vai da primeira a quinta ou sexta semana.
 Enquanto que o segundo grupo abrange os animais nas duas ou
três últimas semanas que antecedem o parto.
MANEJO DE VACAS SECAS
 No início do período seco os animais podem ser alimentados
com uma pastagem de boa qualidade, feno, silagem e ou a
combinação destes.
 No entanto, no final do período seco onde ocorre um grande
aumento no crescimento fetal, existe uma elevação da pressão
interna nos órgãos digestivos, diminuindo desta forma o espaço
ocupado pelos alimentos.
 Com isso, reduzem o consumo de matéria seca em até 30%,
predispondo o animal a um balanço energético negativo.
 Uma das medidas básicas a ser tomadas é a elevação da
densidade energética da dieta final do período seco
(aproximadamente 21 dias antes do parto), aumentando
consequentemente a relação concentrado/volumoso.
 Fornecer ração pré parto 21 dias antes da parição para prevenir
doenças metabólicas (hipocalcemia).
MANEJO DE VACAS SECAS
 Iniciar nessa fase uma dieta específica para vacas no pré parto.
O aumento do consumo de concentrado, além de adaptar os
microrganismos do rúmen a uma dieta rica em aminoácidos,
favorece o desenvolvimento das papilas ruminais.
 No inicio da lactação, principalmente em vacas de alta produção,
existe um elevado fluxo de cálcio para a glândula mamária,
reduzindo o teor de cálcio sanguíneo e como consequência
predispõe a vaca a hipocalcemia.
 Desta forma, a utilização de sais aniônicos (sulfato de cálcio)
pode evitar a hipocalcemia, aumentando a mobilização de cálcio
nos ossos (dieta pré parto).
 Deve ser levado em consideração a condição corporal das
vacas próximas ao parto, sendo que para o parto o ideal é que a
vaca apresente entre 3,0 a 4,0.
SECAGEM DAS VACAS ( quando e cuidados)
 A secagem geralmente é realizada 60 dias antes da parição,
após 305 dias de lactação ou quando a vaca apresenta uma
produtividade muito baixa.
 O primeiro cuidado é verificar no início da secagem se a vaca
não esta com mastite, fazendo o teste da caneca de fundo preto
ou o teste da raquete (CMT), que é o mais recomendado, pois
detecta mastite subclínica.
 Atendidas as recomendações acima, deve-se esgotar bem o
úbere da vaca. Em seguida, colocar em cada quarto mamário ou
teta um antibiótico de longa duração, próprio para este período
de secagem da vaca.
 Transferir a vaca do local onde está acostumada à rotina de
ordenha. Levá-la para um piquete ou pasto, afastado do curral
ou do estábulo.
SECAGEM DAS VACAS
 Não fornecer concentrado de maneira nenhuma, porém a água
deve ser fornecida a vontade.
 Não ordenhar mais, mesmo se o úbere encher de leite, este fato
não ocasionará nenhum mal ao animal, pois o organismo da
vaca absorverá este leite.
 Entretanto, deve-se observar diariamente, para ver se o úbere
da vaca está avermelhado ou dolorido.
 Na hipótese de o úbere estar inflamado, deverá ser tratado até
que a mastite esteja curada e só então aplicar medicamento
próprio para o período de secagem da vaca.
 Decorridas duas semanas, a vaca não mais produzirá leite e a
secagem estará completa, quando então poderá ter uma
alimentação normal de volumoso e concentrado.
OUTRA FORMA DE SECAGEM DAS VACAS
 No primeiro dia de secagem retirar o concentrado e se possível reduzir
a qualidade do volumoso.
 Fazer o teste de mastite.
 Começar a reduzir o número de ordenhas, ordenhando uma vez por
dia.
 Pode intercalar os dias de ordenha, ou seja, ordenha um dia sim um
dia não.
 Quando tiver produzindo menos de 5 litros de leite por dia, pode parar
de ordenhar.
 Fazer novamente o teste de mastite.
 Colocar em cada quarto mamário ou teta um antibiótico de longa
duração, próprio para este período de secagem da vaca.
 Sendo vacas de alta produção é necessária a averiguação do úbere
periodicamente (mastite).
 Voltar a alimentação normal de volumoso e concentrado.
Referências Bibliográficas
BATISTON, W. C. Gado leiteiro. Campinas: Instituto campineiro de ensino agrícola, 1997, 404 p.
BAÊTA, F, C; SOUZA, C, F. Ambiência em edificações rurais – conforto animal. Viçosa: UFV, 1997, 246 p.
BITTAR, C. Importância do acompanhamento do crescimento de novilhas de reposição, 2012.
https://www.milkpoint.com.br/colunas/carla-bittar/importancia-do-acompanhamento-do-crescimento-de-novilhas-de-reposicao-
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CORRÊA, M. N; RABASSA, V. R; GONÇALVES, S. J. P; BIANCHI, I. Produção animal: Bovinocultura de Leite. Pelotas: Editora
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CAMPOS, O. F. Criação de bezerros até a desmama. In: Bovinocultura leiteira: fundamentos da exploração racional. FEALQ.
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GRUNERT, Eberhard; BIRGEL, Eduardo Harry. Parto fisiológico ou eutócico. In: GRUNERT, Eberhard; BIRGEL, Eduardo Harry.
Obstetrícia veterinária. Porto Alegre: Sulina, 1982. p. 106-138.
MARQUES, D C. Criação de bovinos. São Paulo: Nobel, 1984, 479 p.
NEIVA, R. S. Produção de bovinos leiteiros. Lavras: UFLA, 1998, 533 p.
NETO, J. G. Manual do Produtor de Leite. Viçosa: Aprenda Fácil, 2012, 864 p.
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SILVA, J. C. P. M; VELOSO, C.M. Manejo Reprodutivo do Gado de Leite. Viçosa: Aprenda Fácil, 2011, 134 p.
SILVA, J. C. P. M; VELOSO, C.M. Bem-estar do Gado Leiteiro. Viçosa: Aprenda Fácil, 2011, 125p
LINKS DE VÍDEOS
Caso tenha interesse de assistir vídeos sobre alguns assuntos vistos anteriormente e só acessar o link abaixo.
 Manejo de vacas ao parto: 6:17 minutos: https://www.youtube.com/watch?v=CBgmoS7RUys
 Como funciona a dieta aniônica na prevenção da "febre do leite": 7:21 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=7Q492JAi3qU
 Hipocalcemia em Vacas Leiteiras: 14:26 minutos https://www.youtube.com/watch?v=jE-L6Vpwcmc
 Manejo inicial de bezerras leiteiras: 6:45 minutos https://www.youtube.com/watch?v=XzC7nX-yiLE
 Criação de bezerras leiteiras. -Parte 1: 20:44 minutos https://www.youtube.com/watch?v=nrHVRsH6Fzo
 Criação de bezerras leiteiras. Parte 2: 32:54 minutos https://www.youtube.com/watch?v=8DN2EEKZnd0&t=13s
 Como criar bezerras leiteiras. Parte 3: 26:56 minutos https://www.youtube.com/watch?v=U9gJxIc4JOU
 Quando a vaca deve emprenhar após o parto: 4:37 minutos https://www.youtube.com/watch?v=MJJ8q0FvIb8
 Como eu seco as vacas aos 7 meses de prenhes: 5:49 minutos https://www.youtube.com/watch?v=57H8aem4ebg
 Secagem de vacas | Ruminando : 6,04 minutos https://www.youtube.com/watch?v=bsVnQArcK4s

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