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CUIDADOS COM POTROS NEONATOS

Ao nascer , é esperado de um potro saudável, reflexo de sucção nos primeiros


30 minutos de vida, que fique em estação em até 60 minutos, que a mamada
seja em torno de até 2 horas após nascer, pois a ingestão do colostro nas
primeiras horas de vida é de fundamental importância para aquisição de
imunoglobulinas, e também para estimular a motilidade gastrointestinal
facilitando assim a eliminação do mecônio.
É de fundamental importância que o potro elimine o mecônio em até 4 horas
após a mamada, e que se observe urina em torno de 12 horas após o
nascimento.

EXAMES FÍSICO
Verificar se apresenta sinais de imaturidade, traumas que possam ter ocorrido
durante o parto ou presença de anormalidades congênitas.
A temperatura deve estar entre 37,2 até 38,8 º C, frequência cardíaca de 40 a
80 batimentos por minuto (logo após nascimento), logo que o potro começa a
se agitar para ficar em pé, essa frequência aumenta gradativamente e
estabiliza-se entre 70 a 120 batimentos por minuto. Frequência respiratória
deve estar entre 20 a 40 ventilações por minuto e escore corporal entre 7 e 8
indica ser um potro normal.
POTRO DE CESÁRIA

Potros de cesariana é importante administrar oxigênio por mascara, ou se


necessário ventilação com pressão positiva. O potro deve ficar em instalação
onde possa ser seco e mantido em um ambiente quente para que não haja
perda de calor. Os potros que necessitam de cesariana de emergência,
normalmente são animais mais fracos e possuem poucas reservas de energia
(KNOTTENDELT et. Al, 2003).

POTRO ÓRFÃO

Potros órfãos, a ingestão de colostro pode ser realizada através de uma égua
ama-de-leite ou banco de colostro congelado (colostro congelado tem duração
12 meses se bem armazenados). O potro se alimenta normalmente 4 vezes por
hora, porém quando feito por mamadeira pode ser dado em menos vezes, e
em maiores quantidades.
Sucedâneo de leite (leite artificial) pode ser oferecido após 12 horas das
mamadas com o colostro. São leites de égua, cabra ou vaca modificado. A
administração inicial é feita com mamadeira e depois passa ser oferecido no
balde. Em casos que se utilizam égua ama-de-leite os contatos com o potro
devem ser feitos preferencialmente a note e com muita cautela.

Os principais cuidados com os neonatos estão relacionados ao


sistema respiratório, circulatório, temperatura, cuidados com o
cordão umbilical, excreção do mecônio e a amamentação .

SISTEMA RESPIRATÓRIO

Quando o feto ultrapassa a pelve da mãe, ocorre a dilatação do pulmão


seguida da aspiração do ar para dentro das vias aéreas, o diafragma se contrai
e se forma a pressão intratorácica negativa. Fatores que estimulam respiração:
ausência de imersão, estimulo da mãe ao lamber o filhote, frio, luz, diminuição
de O2 e aumento de CO2. A primeira inspirada é a mais difícil.
Caso haja obstrução das vias aéreas por muco, deve-se massagear as narinas
no sentido da cabeça, para extremidade do focinho sem invadir a cavidade
bucal, evitando assim a introdução de bactérias para dentro da boca do potro e
consequente contaminação do trato digestório (DE MARIA 2006).
Caso a dificuldade respiratória permaneça, deve-se realizar os seguintes
procedimentos:
- Erguer os membros posteriores do potro, para que haja uma drenagem das
secreções das vias aéreas por gravidade.
- Secar vigorosamente o dorso do animal com pano seco, estimulando assim a
caixa torácica.
- Fazer banho com água fria, evitando molhar a cabeça.
A temperatura retal deve ser aferida e estar entre 37.5 ate 38,5º C, um desvio
acima ou abaixo é preocupante e requer a presença do veterinário (DE MARIA,
2006, HAFEZ, 2004).
CORDÃO UMBILICAL

Mesmo após nascer, ainda ocorre a passagem do sangue pelo cordão


umbilical, que é interrompido com a sua ruptura no momento que a égua
levanta, caso o cordão não venha se romper naturalmente , devera ser rompido
manualmente, logo a seguir deve ser tratado , imergindo em solução a 0,5% de
clorexidina ou iodo a 10%.

MECÔNIO

O mecônio consiste de liquido amniótico digerido e restos de excreta que se


acumulam no intestino durante o desenvolvimento fetal e deve ser expulso do
organismo até 6 horas após o nascimento. A retenção do mecônio, pode
provocar cólicas no potro, por esse motivo é indicado de forma profilática,
enemas antes e após a primeira mamada.
A principal causa de retenção de mecônio é a falha na administração de
colostro, pode também ser consequência do estreitamento pélvico em machos
e agenesia do cólon, assim gerando uma compactação das fezes o que piora o
quadro.
Dentre os sintomas da retenção estão: dificuldade para defecar, desconforto
abdominal leve, potro com comportamento inquieto e com dorso arqueado.
Após 12 horas o quadro se agrava e o potro pode passar a ficar em decúbito
constante e olhar fixo no flanco.
AMAMENTAÇÃO

O neonato deve mamar nas primeiras 6 a 12 horas de vida, pois nesse período
ocorre o pico de absorção das imunoglobulinas, que é diminuída
gradativamente devido as modificações das células epiteliais do intestino. É
fundamental para manter os níveis de glicose e nutricionais bons, que o potro
mame naturalmente a cada 2 horas.

MENSURAÇÃO DE IgG

A mensuração da IgG deve ser realizada após a mamada do colostro, para


avaliar a imunidade do potro. Valores abaixo de 200mh/dl de IgG é indicativo
de falência absoluta na transferência de imunidade, valores entre 200 a
400mg/dl, indicam falência parcial e valores acima de 400mg/dl, a transferência
é considerada adequada. Se após o nascimento, entre 18 e 24 horas, os níveis
séricos avaliados apresentarem valores abaixo de 400mh/dl, deve-se instituir
imediatamente a terapia com plasma para diminuir os riscos de o potro contrair
infecção, desenvolver septicemia e ir a óbito.
COLOSTRO

O colostro é produzido pela influência hormonal durante as 4 semanas finais da


gestação. O colostro da égua contem três tipos de imunoglobulinas: IgG, IgM e
IgA, que normalmente no parto se encontram presentes em concentrações de
aproximadamente 4000 a 10000, 500 a 1500 e 50 a 200 mg/dl,
respectivamente. O potro absorve a IgG e a IgM, mas não a IgA, no entanto a
concentração de IgG e IgM no colostro diminui à medida que elas são retiradas
do úbere (LEWIS, 2000).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Dipp, G. Clínica Médica e Neonatologia Equina. Trabalho de conclusão de
curso. Universidade Tuiuti do Paraná faculdade de Ciências Biológicas e da
Saúde curso de Medicina Veterinária. Curitiba, 2010.

- Felippe, M. Julia B. Imunodeficiências Primárias


- Vaala, W. E. et al. Conduta inicial e exame físico do neonato. Smith BP
Medicina Interna de Grandes Animais. 3ª ed. Manole, Barueri, p. 277-293,
2006
- Thomassian, A. Enfermidades dos Cavalos. 4. ed. São Paulo: Varela, 2005.

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