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Manual Básico de Cuidados com Animais de Companhia e Pets

exóticos

Erika Zanoni Fagundes Cunha


AUTORA:
Possui graduação Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná
(2003), especialização em Neurociência Clínica pela Unyleya (2019), mestrado
em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná (2005) e
doutorado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (2019). Tem
experiência na área de comportamento, atuando principalmente nos seguintes
temas: neurogestão, neurociência, estresse, transtornos mentais, intervenções
assistidas por animais e meio ambiente. No ensino superior atua desde 2006,
como docente. Escreveu um dos capítulos do livro "As vinte melhores
estratégias do ensino do bem-estar animal” publicado pela World Animal
Protection:" em 2015. Publicou o capítulo “Ensaios de uma cosmovisão
teleológica para uma elaboração de uma legislação específica da TAA” que foi
a base do novo projeto de Lei do Congresso Nacional a respeito da Intervenção
Assistida por Animais. É membro da Animal Behavior Society, da Sociedade
Brasileira de Neurociência e Comportamento e Sociedade Brasileira de
Etologia. Atualmente atua como diretora das relações institucionais do Centro
Superior de Ensino dos Campos Gerais (CESCAGE). No setor de extensão,
coordena o grupo Mascotes da Alegria que realiza intervenções assistidas por
animais há 9 anos. Na pós-graduação é coordenadora da residência de saúde
coletiva. Atua também na gestão do Colégio Vila Militar CESCAGE e como
docente no ensino Fundamental II da disciplina de Cuidar de animais.
INTRODUÇÃO

1. RELAÇÃO HOMEM ANIMAL

A domesticação é um processo que envolve um grande número de


animais que foram selecionados por muitas gerações até intensificar algumas
características e tornar outras secundárias. O resultado é uma espécie alterada
com morfologia, fisiologia e comportamento. Compreender a domesticação e
as suas implicações é fundamental para se cuidar bem um animal que vive sob
cuidados humanos.
Antigamente acreditava-se que para cuidar bem de um animal bastava
apenas dar-lhes água, comida e sanidade. Entretanto, hoje sabemos que
animais possuem necessidade internas e ambientais complexas, que quando
não atendidas, podem comprometer a qualidade de vida.
O animal é senciente, ou seja, é capaz de sentir dor, medo, prazer e
felicidade. Por meio de sinais fisiológicos ou do comportamento, eles
demonstram o que estão sentindo. Se o animal não pode manifestar sua
motivação interna e seu comportamento natural a qual foi predestinado, seu
bem-estar está comprometido e o relacionamento com o meio fica prejudicado.
O objetivo deste trabalho é analisar a relação social entre aniamis e seus
tutores buscando fornecer informações básicas sobre cuidados sanitários, de
bem-estar e manejo ambiental. Falaremos inicialmente sobre cães e gatos que
são animais mais comuns nos lares, mas teremos um secção também a
respeito de pets exóticos.
Caes e gatos

1. CUIDADOS COM A FÊMEA GESTANTE

Existem diferentes manejos para as diferentes fases (pré-natal, parto,


pós-parto e desmame) e o sucesso ou fracasso dependerá do
comprometimento do cuidador da fêmea. O diagnóstico de gestação deve ser
realizado o mais precocemente possível para orientar o criador, racionalizar
serviços, aumentar a eficiência reprodutiva e produtiva e adotar procedimentos
de manejo (FEITOSA, 2017).
O parto normal que transcorre normalmente é chamado de eutocia e as
dificuldades encontradas durante a expulsão do feto é chamada de distocia. O
médico veterinário precisa estar atento, monitorar o parto e se necessário,
realizar a manobras obstétricas.
O primeiro cio da cadela e gata ocorre a partir do sexto mês de vida,
podendo ser do tipo “silencioso” (não há sinais) ou com corrimento
sanguinolento que persiste por 7 dias, no caso da cadela. O período fértil da
cadela está compreendido ente o oitavo ao décimo segundo dia. Nessa fase a
cadela aceita o macho e pode ocorrer a cópula. O intervalo entre cios é em
média de 180 dias. As fêmeas de felinos podem ter alterações no cio de acordo
com a luminosidade e possuem a particularidade da ovulação induzida.
No caso de algumas raças de cães, como por exemplo o buldogue inglês,
existe a necessidade de inseminação artificial. Para identificar o período correto
da inseminação deve-se fazer o exame de citologia vaginal. A capacidade de
descamação epitelial permite observação e tipificação celulares características
de cada momento hormonal do ciclo estral.
Quando existe a intenção de que ocorra a reprodução da fêmea são
necessários cuidados especiais para que os filhotes nasçam saudáveis e que a
fêmea possa se recuperar plenamente.
Lembrando que é indicado o cruzamento a partir do terceiro cio. Apesar do
útero apresentar ampla capacidade de distensão, permitindo a gestação;
contrair-se fortemente no momento do parto, e involuindo rapidamente no
puerpério, recomenda-se dar intervalo entre um cio e outro para uma nova
gestação. A castração precoce é sempre mais indicada do que a reprodução,
existem muitos artigos que relatam uma menor incidência de tumores e
infecções.

1.1. SANIDADE:

O manejo sanitário é importante para que os filhotes fiquem livres de


endoparasitas, que recebam o colostro de qualidade com imunidade passiva
para os próximos 45 dias e que ganhem peso com o desenvolvimento.

• O que devemos fazer:


– Realizar desverminação antes da gestação;
– Fêmea deve estar com todas as vacinas em dia para que os filhotes
recebam a imunidade passivamente através da amamentação;
– Usar antipulgas próprios para o uso de animais gestantes ou
lactantes.
– Realizar tosa higiênica alguns dias antes do parto.

1.2. NUTRIÇÃO:

A nutrição é essencial para que o desenvolvimento dos fetos seja adequado


e para que a mãe não tenha nenhuma deficiência, doença, abortos, reabsorção
embrionária, etc.

• O que devemos fazer:

– Utilizar ração de filhote ou alimentação natural própria para


gestantes;
– Fornecer alimentação em menor quantidade e com mais frequência;
– Evitar suplementação de cálcio.

1.3. DESENVOLVIMENTO FETAL

A gestação ocorre no período de 57 a 65 dias e o diagnóstico é feito a partir


do trigésimo dia com o auxílio do aparelho de ultrassom. Observar também o
aumento típico do abdome e do volume das glândulas mamarias.
O mais forte indicativo da gestação nessa espécie é o não retorno ao cio,
após a cobertura natural ou inseminação artificial.
Na Figura 1 pode-se acompanhar como é o desenvolvimento dos fetos no
útero da cadela.

1.4. PREPARO DA FÊMEA: TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO


Ao final da gestação o ideal é realizar um planejamento de manejo para
maior conforto, bem estar e sanidade da gestante e dos filhotes.

1.4.1. FORNECER ALIMENTAÇÃO EM MENOR QUANTIDADE E COM MAIS


FREQUÊNCIA

O útero, nas fases finais da gestação, aumenta consideravelmente de


volume e o interessante é não fornecer grandes quantidades pela questão da
torção gástrica e também da dificuldade respiratória.

1.4.2. EVITAR SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO

Existem trabalhos que relatam que a suplementação de cálcio prejudica


o funcionamento do paratormônio.

1.4.3. TOSA HIGIÊNICA

Algumas fêmeas possuem muitos pelos na região da vagina e mamas. O


ideal seria uma tosa para facilitar a amamentação.

1.4.4. TEMPERATURA 1 SEMANA ANTES

Alguns dias antes do parto existe uma alteração da temperatura. Antes


das 24 horas ocorre a hipertermia e horas antes do parto, temos a hipotermia.

1.4.5. CAIXA MATERNIDADE

Para quem tem oportunidade de construir um local próprio para o parto e


puerpério, a caixa maternidade é muito interessante.

1.4.6 SINAIS QUE ANTECEDEM O PARTO


A gestação da cadela compreende um período de 57 a 65 dias. Existem
alguns sinais que antecedem o parto.
A função do médico veterinário é observar e intervir em caso de
intercorrências.

SINAIS:
• Queda de Temperatura
• Mudança de comportamento (ninho)
• Anorexia
• Tremores
• Presença de corrimento vaginal
• Mamas edemaciadas
• Falta de apetite
• Lambedura insistente no flanco e vagina
• 90% iniciam o trabalho de parto á noite

1.5 PARTO

O aumento do cortisol materno e fetal estão envolvidos no


desencadeamento do parto. A prostaglandina também aumenta antes do parto
provocando a queda de progesterona 24 horas.
A ocitocina aumenta (responsável pelas contrações) e a prolactina é
induzida pela sucção. O parto inicia com a saída da bolsa fetal. A fêmea deve
romper a placenta e o cordão umbilical. Deve secar o filhote e estimular a
respiração através de lambidas.
O Intervalo entre os nascimentos dos filhotes pode ser de 20 a 60
minutos. Deve-se aguardar 6 horas antes de indicar cesariana.
Consegue-se observar as contrações quando se inicia o parto.

• Contrações Primárias: antecedem o parto


• Contrações secundárias: ocorrem durante a fase de expulsão
– Só interferir se a fêmea não executar as funções inerentes do instinto
materno.
o Manobra obstétrica e secagem do filhote com toalha limpa.
o Cortar o cordão umbilical.
o Caso tenha aspirado líquido, realizar manobra da figura com
cuidado.

Figura 1. Mãe deve romper a bolsa, o cordão e secar o filhote.

Figura 2. O intervalo de nascimento dos filhotes deve ser de 20 a 60 minutos.


Exceto em primíparas que pode ter intervalo maior.
CUIDADOS E PROBLEMAS RELACIONADOS COM O PARTO:

• Inércia Uterina
• Inibição do trabalho de parto por estresse
• Morte fetal (figuras 6, 7, 8 e 9)
• Fêmea que não come a placenta
• Não rompe o cordão
• Filhote não respira- ***usar doxapram
• Fêmea não limpa o filhote
• Filhote preso na vulva

PÓS PARTO

É o período pós nascimento dos filhotes.


Esse período se estende até o desmame que pode ocorrer de 45 a 60 dias.

• Prolapso uterino: quando o útero sofre protrusão através da


vagina.
• Retenção de placenta: quando a placenta não é totalmente
eliminada e pode resultar em infecção.
• Hemorragia: diversas doenças podem resultar em hemorragia pós-
parto. (Diferenciar de secreção normal até 15 dias pós-parto).
• Tetania hipocalcêmica puerperal: ocorre normalmente entre os
12 a 14 dias pós-parto. A fêmea apresenta tremores e estupor.
Constitui uma emergência médica e há necessidade da aplicação
de cálcio endovenoso.
• Canibalismo e Agressividade: Algumas fêmeas apresentam
agressividade e tentam ingerir seus filhotes. Nesse caso o ideal é
separar a fêmea dos filhotes e criá-los como órfãos.

2. CASTRAÇÃO

É um procedimento cirúrgico realizado para esterilização dos animais. A


literatura descreve inúmeros benefícios, em especial nos casos de
procedimento antes até mesmo do primeiro cio.

Benefícios:

- Diminui a chance de câncer de mama e de próstata


- Diminui os riscos de brigas com outros animais
- Reduz risco de fugas em busca de parceiros na época da reprodução
- Reduz comportamentos agressivos
- Impede gestação indesejada
- Evita marcação territorial de machos
- Reduz o abandono de animais
- Aumenta expectativa de vida.

*** Lembrando que é um procedimento doloroso para o animal e deve-se


tomar muito cuidado em seguir todas recomendações médicas no pós-
operatório, tais como uso de antibiótico, analgésicos, antissépticos e
também da roupa cirúrgica e colar elisabetano (para se evitar
automutilação). Configura maus tratos não realizar manejo da dor e
negligência dos ferimentos.

3. MANEJO DOS FILHOTES ÓRFÃOS

A morte da mãe logo após o nascimento dos filhotes, fêmeas doentes,


fêmeas que abandonam a cria após cesariana com instintos maternos pouco
desenvolvidos, são as causas de filhotes órfãos. Para suprir a falta da mãe,
devem-se estabelecer medidas para sua substituição por um programa de
manejo apropriado evitando-se assim, a chamada tríade neonatal: hipotermia,
hipoglicemia e desidratação.

A primeira medida a ser tomada é com relação ao aquecimento: utilizar


lâmpadas, bolsas de água morna ou garrafas do tipo pet com água morna.

Quanto à alimentação podem ser utilizadas formulações comerciais (observar


Kcal) ou caseiras, tomando-se o cuidado de esterilizar todo o material e utilizar
água fervida ou filtrada. Após o preparo, o leite deve ser armazenado por no
máximo 24 horas à 4ºC. O volume para cada 100g de peso vivo é de: primeira
semana 13 ml; segunda semana 17 ml; terceira semana 20 ml; quarta semana
22 ml. Dividir a cada 3 horas.

            Existem diversas formulações caseiras, por exemplo:

85 ml de leite condensado (glicose);

85 ml de água;

160 ml de iogurte (gordura);

3 a 4 gemas de ovo.

Nos trabalhos publicados a respeito do uso de formulações caseiras


para filhotes órfãos, observa-se que nestas fórmulas contém menos proteína,
menos calorias, cálcio e fósforo do que no leite da cadela.  Além disso, o índice
do colesterol é maior. Eu prefiro recomendar as formulações comerciais que
são mais próximas do leite da cadela.
Outra questão importante que devemos observar é o reflexo ano-genital. A
cadela lambe seu filhote para estimular a defecação e a liberação da urina e na
falta dela deve-se com o auxílio de um algodão úmido passar delicadamente na
região da genital e no ânus do filhote para estimulação e liberação de fezes e
urina.

        Os neonatos necessitam de acompanhamento constante do


profissional da área de medicina veterinária pois são muito sensíveis e a
taxa de mortalidade por erro de manejo é alta.

4. MANUAL DA PEDIATRIA

Criar um cão ou gato requer amor, muito empenho e também muita firmeza!
A decisão de ter um animal deve ser bem estudada já que não é apenas uma
questão de escolher e sim, aprender a viver com ele.

Preparo do leito

É necessário preparar um lugar protegido das correntes de ar, fácil de limpar,


não muito distante do ambiente no qual se desenvolve a vida doméstica para
que o filhote tenha contato com a família, pois ele assim como as crianças
pode sofrer acidentes.

O Médico veterinário

A visita ao veterinário é uma das primeiras coisas que o novo proprietário de


filhote deve colocar no programa. O Veterinário se certificará do estado de
saúde do filhote e fazer as vacinações necessárias.

Alimentação

A partir da terceira semana de vida, o leite materno não satisfaz mais as


necessidades do filhote. Deve-se oferecer um alimento específico e de boa
qualidade, pois um erro na nutrição pode levar a consequências para toda a
vida do animal. Evitar alimentos feculentos, ossos de animais pequenos,
temperos fortes, gorduras, frituras, manteiga, enlatados e embutidos e
principalmente os doces. Muito cuidado com cebola e chocolate pois estes
alimentos podem intoxicar os cães.

Água

A água deve estar sempre à disposição do cão. Troque-a frequentemente, de


modo que esteja fresca e limpa.

Vacinações

As vacinações ajudam a prevenir doenças contagiosas e algumas delas fatais.


Filhotes de cães começam um programa de vacinação com idade de 45 dias,
sendo uma dose a cada 21 dias, totalizando 3 doses. Os filhotes de gatos com
60 dias. Lembrando que os adultos precisam de reforço anual.

Banhos

Filhotes com menos de dois meses não devem tomar banho, aconselha-se o
uso de lenços umedecidos ou gel de banho a seco. E após essa idade, o
banho deve ser dado com água morna e secar o pelo com secador.

Vermes

As infestações por vermes intestinais nos cães são um grave problema. Os


cães podem se contaminar facilmente quando passeiam em praças públicas,
frequentam parques ou qualquer outro lugar que tenha contato com outros
cães. A contaminação se dá pela ingestão de ovos de parasitas encontrados
nas fezes de cães contaminados. Isso porque os cães têm o hábito de farejar
muitas áreas, inclusive fezes de outros cães.

O problema é que alguns vermes são transmitidos ao homem, quando você ou


seu filho brincam com um cão contaminado, podem estar adquirindo uma
zoonose.

Comportamento
Os filhotes são lindos e suas travessuras são motivo de muitas risadas, mas
assim como crianças devem ser educados para que quando adultos se tornem
amáveis e simpáticos e, portanto, mais feliz.

5. COMO TREINAR ANIMAL PARA URINAR E DEFECAR NO LOCAL


DESEJADO

Essa é a uma dúvida mais frequentes dos novos proprietários de cães. É


muito mais fácil começar o treinamento do animal a partir das 8 semanas de
idade, antes disso as expectativas se farão frustradas. A paciência dos donos,
nesses casos, é fundamental. Em idosos a perda do treinamento é a causa
mais comum de problemas de eliminação. O que precisa saber é se o animal
apresenta algum problema de ordem médica que está ocasionando essa
urgência de eliminação.

Dicas para evitar eliminação em locais não convencionais:

- Levar o animal para defecar e urinar após acordar, refeições e ingestão de


água.

- Não deixar animal muito tempo preso, senão fatalmente ele não irá conseguir
conter sua necessidade.

- Se for utilizar medidas de punição (logicamente para os que controlam e não


possuem problema de saúde), realizar segundos após. Só cuidado para que o
animal não interprete a mensagem de outra forma, como que não deve urinar,
ao invés de não urinar ali.

- Cuidado com as superfícies preferidas para eliminação e não se chatear


depois. Os tapetes são locais onde os cães principalmente adoram urinar,
porque o líquido é rapidamente absorvido. Evitar o uso deles, ou realizar um
treinamento firme.

- Deixar sempre a caixinha de areia do gato limpa e longe da comida, senão ele
não irá utilizá-la.
- Micção territorial; castração mesmo cães bem treinados podem realizar esse
tipo, é mais forte que eles!

- Conflito social entre gatos estresse generalizado e frustração odem estimular


a marcação inapropriada por borrifamento. A solução é resolver o conflito e
medidas farmacológicas.

6. MANUAL DO CÃO E GATO IDOSO

Cães e gatos passam pelo mesmo processo de envelhecimento que o


homem. Só que isto ocorre em um espaço de tempo muito mais curto. Quando
o seu animal de estimação alcança a meia idade, ao redor de seis ou sete
anos, é aconselhável passar a visitar o veterinário pelo menos duas vezes ao
ano.

Parâmetros etários

O processo de envelhecimento varia com a raça:

– Cães pequenos (menos de 9 Kg) ……………………………. 9 a 13 anos

– Cães médios (9,5 a 22,5 Kg) …………………………………9 a 11,5 anos

– Cães grandes (23 a 40 Kg )…………………………………7,5 a 10,5 anos

– Cães gigantes (mais de 40 Kg)………………………………...6 a 9 anos

– Gatos (maioria das raças) …………………………………………10 a 17 anos

Nutrição

À medida que o cão ou o gato vai se aproximando dos seus anos sênior,
é importante levar em consideração a necessidade de adaptar a sua dieta, de
modo a fornecer, um equilíbrio nutricional mais adequado às alterações a nível
corporal.
O tecido muscular precisa ser mantido em boa forma através de
proteínas de alta qualidade, enquanto que um reduzido nível de atividade
significa que há necessidade de uma dieta de menor teor calórico. Além disso,
à medida que o seu sistema digestivo se torna cada vez mais sensível, ele
passa a necessitar de nutrientes especiais para apoiar a sua saúde
intestinal.         Devem-se evitar mudanças súbitas na rotina diária ou na dieta,
proporcionar um alimento facilmente digerível e encontrar determinadas formas
de alimento que sejam mais suaves para os seus dentes e gengivas e quando
necessário, fornece a dieta terapêutica adequada para tratar ou se adaptar
uma doença.

Problemas específicos dos cães e gatos geriátricos

À medida que os cães e gatos envelhecem, seus órgãos ficam menos


eficientes e eles ficam menos resistentes a infecções e a problemas tais como:

– Obesidade

– Tumores

– Halitose (oropatia)

– Alterações dermatológicas

– Artrite

– Diminuição ou perda da audição e visão

– Doenças crônicas como insuficiência renal, hepática e cardíaca e


endocrinopatias

– Tosse

– Incontinência urinária

Mas alguns desses problemas podem ser evitados ou adiados com um


programa especial de saúde para cães e gatos idosos, realizado por seu
médico veterinário.

Comportamento

 Cães e gatos idosos podem ter um decréscimo na sua capacidade de lidar


com o stress e isto também pode resultar em mudanças comportamentais.
Ansiedade da separação, agressão, irritabilidade, fobias (principalmente a
barulhos) e crescente vocalização podem aparecer ou tornarem-se mais
agudas, em cães idosos. Vários medicamentos combinados com técnicas
amorosas de modificação comportamental podem ajudar a resolver ou diminuir
alguns destes problemas.

Alterações para se observar em casa

– Consumo de alimento ( apetite)

– Consumo de água

– Micção e defecação

– Alterações de peso corporal

– Odores anormais

– Calombos e feridas que não cicatrizam

– Tosse e espirros

– Vômito e diarréia

À medida em que o animal envelhece, sua saúde precisa ser monitorada mais
atentamente. Não ignore a mudança na atividade e no comportamento. Muitas
destas mudanças podem ser sinais de doenças sérias. Se você estiver em
dúvida, consulte seu veterinário e não deixe de levar seu velho amigo para um
check-up anual!!!

7. DISFUNÇÃO COGNITIVA DE IDOSOS

Esse é um problema que se assemelha muito ao mal de Alzheimer em


humanos e o diagnóstico precoce é muito importante, pois permite a
possibilidade de intervenções terapêuticas mais eficazes. Existe um manejo
ambiental, nutricional e farmacológico para melhorar a qualidade de vida
desses animais. Para isso, os donos precisam estar atentos aos sinais:

Cães (acima de 9 anos):

-Diminuem as saudações, ou seja, você chega em casa e seu cão nem se


abala mais.
-Desorientação

-Trocam o dia pela noite

-Urinam e defecam em locais não habituais

-“Latem para o além”(ás vezes as pessoas acham que o animal está vendo
coisas!)

- Problemas de memória e aprendizado

- Reduz interação social

- Entra em lugares e depois não consegue sair.

Gatos (acima de 11 anos):

- Vocalização excessiva (ficam miando o tempo todo sem motivo).

- Aumenta a necessidade de atenção

- Desorientação

- Apatia

- Alteração no ciclo sono-vigília.

Existe tratamento para esse problema e a melhora dos sinais ocorre em 2-4
semanas após o início deste. Leve seu animalzinho ao veterinário o quanto
antes!

8. ALGUMAS PARTICULARIDADES DE FELINOS

Gatos são criaturas maravilhosas, entretanto possuem muitas


particularidades fisiológicas e comportamentais que os tornam animais
especiais, que exigem cuidados ao manejá-los. Os felinos têm suas
necessidades nutricionais específicas, apresentam diferenças em seu
metabolismo e apresentam uma sensibilidade aos medicamentos. Na clínica
médica observa-se vários casos de intoxicações e reações adversas após uso
de algum medicamento.
Felinos mostram-se como desafio quando necessitam de cuidados
médicos, já que apresentam deficiência de glicuronil transferase, que é um
grupo de enzimas responsável pela metabolização de muitos medicamentos,
portanto, muitos destes se tornam tóxicos para os bichanos. Exemplos:
aspirina, paracetamol, morfina, etc. Em gatos a avaliação da hipoperfusão
secundária a hipovolemia é difícil, pois a coloração normal das membranas
mucosas são mais pálidas do que em cães e a qualidade do pulso é mais difícil
de ser avaliada. Apresentam também uma alta susceptibilidade do eritrócito
(hemoglobina) em se oxidar, ocorrendo reações adversas. Um dos alimentos
que podem produzir reações como esta citada é a cebola, que deve ser evitada
a qualquer custo na alimentação dos gatos.

Medicamentos que NÃO Devem Ser Dados aos Gatos !!!


Acetominofen (Tylenol);
Benzocaina (Andolba);
Hidrocarbonetos clorados (como Lindane, Clordane);
Hexaclorofeno (agente germicida, encontrado em xampus, desinfetantes
e sabonetes, como o Phisiohex);
Carbaril (Carbamato = usado em remédios contra pulgas como Talco);
Azul de Metileno;
Aspirina (AAS, Melhoral);
Sulfonamidas (Sulfas);
Sulfoetoxipiridazina (Bactrin);
Cloranfenicol;
Lidocaína;
Tetraciclina;

*** Intoxicação por cebola em gatos


Mecanismo: O princípio tóxico (n-propil dissulfito) presente na cebola
causa a transformação da hemoglobina em metemoglobina.

Achados laboratoriais: anemia hemolítica, corpúsculos de Heinz e


metemoglobinemia.

Sinais: urina escura e fadiga.


9. O QUE NÃO PODEMOS DAR AOS CÃES

Cães também apresentam algumas particularidades e os medicamentos ou


até mesmo itens nutricionais, que aparentemente são inifensivos para seres
humanos, podem custar a vida de um animal.

O que NÃO Devemos dar aos cães !!!

Acetominofen (Tylenol);
Aspirina (AAS, Melhoral);
Diclofenaco
Chocolate
Bebidas alcóolicas
Cebola

10. CUIDADOS COM AS PLANTAS TÓXICAS EM CASA

Muitas plantas que possuímos nos vasos e jardim podem causar muitos
transtornos na saúde dos pets e algumas são capazes de matar!

Dieffenbachia picta (comigo ninguém pode)


– Monstera sp (costela de adão, dragão fedorento, 7 facadas).
– Abrus precatorius (olho de cabra): causa diarréia sanguinolenta,
anemia severa.

- Lilium (Lírio): resulta em síndrome nefrótica grave- apenas 2 a 3 folhas


podem ser letais.
11. O ESTRESSE NOS ANIMAIS

Estresse pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais


causadas por determinados estímulos externos que permitem ao indivíduo
superar determinadas exigências do meio ambiente e o desgaste físico e
mental causado por esse processo.

Estímulos externos podem ser agrupados em três categorias:

1-Agentes que causam estresse físico, como por exemplo, a dor.


2-Agentes que provocam o estresse psicológico, como o medo e o isolamento.
3-Agentes desencadeados pela contenção física, barulho e pela presença de
odores.

E quando um agente estressor é percebido por algum animal como uma


ameaça, podem ocorrer três tipos de reações biológicas:
1-Comportamental
2-Autonômica
3-Neuroendócrina

Existem algumas diferenças entre os tipos de estresse e como eles afetam o


organismo animal:

“Estresse bom”
É aquele que prepara o animal para lutar por sua vida. Alguns sistemas
fisiológicos são recrutados para preparar o animal para as situações normais
da vida: dilatação de pupilas, inibição de processos digestivos, aumento da
frequência cardíaca, dilatação de brônquios, aumento da pressão arterial,
quebra das reservas de glicose, aumento do catabolismo proteico e ativação de
sistema neuroendócrino. Dependendo da espécie e de sua posição na
natureza, executa também comportamentos compatíveis com sua espécie na
tentativa de sobrevivência como lutar, fugir para bem longe ou se fingir de
morto.
“Estresse ruim”
O estresse se torna prejudicial ao animal quando mecanismos fisiológicos e
comportamentais são insistentemente recrutados para tentar manter o
organismo em equilíbrio. É um esforço contínuo, árduo e pesado para o
organismo e o animal não conseguirá sustentar essa situação por muito tempo,
algo de terrível provavelmente irá acontecer. O estresse crônico o levará á uma
doença física ou à morte.
A definição de bem-estar animal segundo o autor Donald Broomm (1942) é o
estado de um animal em relação ás suas tentativas de se relacionar com o
meio ambiente. É uma ciência que está se desenvolvendo a cada dia e seu
objetivo do estudo é identificar o estresse e sofrimento animal na tentativa de
desativar esses mecanismos, evitando-se doenças e aumentando a
produtividade (nos casos de animais de produção).
Os primeiros sinais de estresse são os comportamentais. Em caso de
animais de produção, observa-se apatia e falta de motivação. Em cães,
observamos vocalização excessiva, micção e defecação em locais não
habituais e agressividade. Em felinos, percebe-se uma diminuição em seu
comportamento de auto-limpeza, ingestão de alimentos e isolamento profundo.
Em animais silvestres e equinos, observam-se movimentos estereotipados
(movimentos repetitivos como andar de um lado para outro ou balançar a
cabeça, respectivamente).
Se as necessidades de adaptação de um animal forem exigentes
demais, ele passará a utilizar mecanismos fisiológicos com efeitos deletérios
para si, na tentativa de garantir a homeostase. Claro que existe a resposta
individual, principalmente em relação aos humanos, ou seja, diferentes
respostas comportamentais e fisiológicas á mesma situação, mas estresse
sempre é prejudicial. Mas já dizia Hipócrates, o pai da medicina, aos seus
discípulos na Grécia, que a doença não era apenas sofrimento, era também a
luta do corpo para se restabelecer.

Traduzindo em miúdos: Estresse crônico é estar no lugar errado e com as


companhias erradas.
Enriquecimento ambiental
O meio ambiente considerado apropriado é aquele em que os animais
satisfaçam suas necessidades. Após a identificação de problemas relacionados
com o bem-estar, deve-se realizar uma estratégia no manejo e o
enriquecimento ambiental é uma forma de melhorar o funcionamento biológico
do animal e de proporcionar bem-estar psicológico e, por definição, de acordo
com Newberry (1995), existem cinco tipos, sendo eles:
- Físico: está relacionado à estrutura física do recinto, consiste na
introdução de aparatos que deixam o ambiente semelhante ao habitat natural
da espécie;
- Sensorial: consiste em estimular os cinco sentidos do animal. Sons
como vocalização, odores de fezes e urina são exemplos;
- Cognitivo: objetiva a capacidade mental do animal e ocorre com
dispositivos mecânicos a serem manipulados;
- Social: caracterizado pela interação intra e interespecífica que pode
ser criada no ambiente.
- Alimentar: pode-se fazer variações na alimentação, de acordo com o
hábito de cada espécie, com a finalidade de promover um ambiente mais
próximo do natural.
Atender às necessidades ambientais é essencial (não opcional) para
bem-estar ideal de cães e de gatos. As necessidades ambientais incluem
aquelas relacionadas não apenas ao ambiente físico (ambiente interno ou
externo, no ambiente doméstico ou na clínica veterinária) mas também aqueles
que afetam a interação social, incluindo respostas ao contato humano. Fonseca
e Genaro (2015) investigaram os parâmetros mínimos para a manutenção de
gatos domésticos confinados. Os resultados revelaram que os felinos
necessitam da presença de uma área elevada sugerindo um design mais
apropriado para que as necessidades comportamentais desses animais sejam
garantidas, o que pode influenciar significativamente no seu bem-estar.

Para ELLIS et all (2013) um ambiente para os felinos deve seguir os 5


pilares:

Pilar 1
Forneça um lugar seguro
Pilar 2
Fornecer múltiplas e separadas alas ambientais
recursos: alimentos, água, áreas de higiene, áreas de coçar,
áreas de jogo, e áreas de descanso ou de sono
Pilar 3
Dar oportunidade para o jogo e comportamento predatório
Pilar 4
Fornecer uma interação com humanos positiva, consistente e previsível
Pilar 5
Proporcionar um ambiente que respeite a importância
do olfato do gato

Como começar o Enriquecimento ambiental?

- Fornecer esconderijos individuais para o gato;


- Gatos amam caixas de papelão;

- Poleiros que permitam que o gato se sinta seguro


- Se possível, gatos de estimação devem ter acesso para lugares seguros ao ar

livre;

- Troncos de árvores ou um poste coberto com corda de sisal;

- Esconda comida em vários locais;

- Espalhe alimentos secos ou ração, ou misture croquetes para os gatos


perseguirem;
-Forneça alimentadores de quebra-cabeças, feitos à mão ou alimentadores
cronometrados comprados em lojas para promover pequenos e refeições
frequentes;

-Deixe o gato pegar o brinquedo no final da haste ou varinha para simular uma
captura;

- Recompense o gato com um petisco depois do jogo ou interação com o


proprietário.

-Use brinquedos que os gatos possam manipular com suas patas ou boca e
aqueles que podem conter alimentos;

-Use brinquedos de plumas, fitas e peles que possam ser atacou e jogou no ar
para imitar presas voadoras ou terrestres.
-Use brinquedos grandes e macios que possam ser varridos e mordido.

****Criar um jardim sensorial é uma alternativa!


E os cães?

**** Na prática, existem brinquedos e labirintos para estimular as brincadeiras.


No site da Pet Games pode-se encontrar alternativas:

http://www.petgames.com.br/

- Passear com o animal

- Identificar o papel do dono ansioso (lembrando que o animal possui uma


conexão sentimental muito grande com o dono).

- Estimular atividades recreativas com crianças e outros animais.

- Se o animal aceitar bem, introduzir outro animalzinho de estimação na casa.


***Em casos extremos, além do aconselhamento psicológico, utiliza-se a
terapia farmacológica.

Pets exóticos

A clínica médica e cirúrgica de animais silvestres vem adquirindo


crescente importância na prática veterinária e a consciência a respeito da
problemática ambiental cresceu significativamente nos últimos anos. Assim,
questões como desmatamento, manejo sustentável e conservação de florestas
passaram a ter grande destaque, inclusive na mídia internacional. Segundo
alguns autores as piores ameaças à fauna silvestre brasileira são a perda de
hábitats e o tráfico. Cerca de 90% do comércio de animais silvestres é ilegal.

Animal selvagem ou silvestre: são animais da nossa fauna, não


podendo ter em casa como animal de estimação.

Animal exótico: são animais que não são pertencentes a nossa fauna.
Necessita-se de registro para ter alguns animais, sob pena de responder
juridicamente.

Legislação (Brasil)
Animais da fauna são permitidos com a específica documentação, no caso a
nota fiscal de compra (onde está explícito o nome popular e científico),
informando o número do animal gravado, o certificado de origem, número da
nota fiscal e o número do criadouro comercial de fauna silvestre brasileira
registrado no IBAMA. Consta ainda o nome do proprietário, RG, CPF,
endereço. A nota fiscal deve sempre estar disponível em caso de fiscalização
ou transporte. É proibida a soltura de animais na natureza, estando sujeito à
penalidades previstas nas leis n° 6.938/81 e n° 9.605/98. Caso o proprietário
não possa mais mantê-lo, a loja que efetuou a venda deve receber o animal a
qualquer momento.
Existem alguns animais exóticos que são criados como pets, permitidos e que
necessitam de cuidados ao manejá-los.

TARTARUGA-TIGRE-D’ÁGUA
Características:

A tartaruga-tigre-d’água brasileira é encontrada no estado do Rio Grande


do Sul. Esta espécie, bem como a sub-espécie norte-americana que começa a
surgir em lugares fora do seu habitat natural, possivelmente são oriundas de
abandono dos donos.

Alimentação

- Alimentá-las de 2 a 3 vezes ao dia

- Colocar a Tartaruga em uma bacia para ajudar na limpeza do aquário

- Oferecer Ração comercial e petiscos como camarão, frutas e legumes e


frango e ovo (lembrando que as frutas devem estar sem casca por causa do
agrotóxico)

- Sempre oferecer a comida em temperatura ambiente

Desverminação

Pode ser feita a cada 6 meses com a prescrição de médico veterinário


especialista. Alguns autores não concordam com a utilização de vermífugos em
caráter preventivo e sim, quando o exame de fezes for positivo para presença
de ovos.

Possíveis enfermidades

Salmonelose: A presença de salmonelas sem manifestação clínica é freqüente


e tem importância para saúde pública. E as manifestações clínicas quando
presentes são: diarréia, anorexia, letargia. Normalmente não se aconselha
tartarugas filhotes como animais de estimação para pessoas imunodeprimidas
como bebês, idosos, gestantes e pessoas com AIDS e HIV.
Retenção de Ovo: Muito frequente e os sinais clínicos são edema e paralisia
de membros. O diagnóstico é através de RX.

Hipovitaminose A: Caracteriza-se por olhos fechados e aumentados de


volume e crescimento corno de bico

Pneumonia: Observa a tartaruga flutuando, secreção nasal, ocular. O


tratamento é a base de antibióticos e inalações com prescrição veterinária.

Casco Mole: Deficiência de cálcio e vitamina D . Não esqueça de colocar as


tartarugas para tomar o sol da manhã e da tarde por 10 minutos diários.
Aplicação de Aderogyl D3 1 x ao dia por 30 dias ( 1 gota/ Kg).

Envenenamento por Azaléia: tratamento suporte da intoxicação

Ataques de outros animais: Pode ser por cães, gatos ou ratos. É considerada
emergência médica e necessita de cuidados veterinários.

HAMSTER

Características

São pequenos roedores, muito populares como animais de estimação, pelo


comportamento dócil e por exigir pequeno espaço físico. Eles grandes dentes
incisivos que estão em constante crescimento, por isso necessitam estar
sempre roendo para evitar que cresçam demais. O tempo de vida médio dos
hamsters é de dois anos, contudo alguns podem viver até três ou quatro anos,
dependendo da espécie. Os hamsters são animais noturnos, que dormem
durante o dia quente e ficam acordados à noite quando está mais frio. Muitas
espécies de hamsters têm as bochechas dilatáveis, isto é, bochechas que
aumentam de tamanho, onde eles podem carregar comida e forragem para ser
guardada em sua toca.

Reprodução:

Idade ideal para iniciar o acasalamento é de 4 meses.O Período de gestação


varia de acordo com a espécie podendo ser de 16 a 21 dias e o desmame dos
filhotes pode-se iniciar a partir de 3 semanas.
Doenças mais comuns: Procurar um médico veterinário

As doenças mais obeservadas em hamster são:

- Gastroenterites: principalmente quando alimentados exclusivamente com


sementes muito gordurosas como por exemplo a semente de girassol.

- Resfriados: Uma gripe que parece inofensiva para nós pode ser fatal para o
hamster.

- Tumores: É o problema de saúde mais observado em hamsters

- Poxvírus (varíola): Não há tratamento, considere a eutanásia. Possível fonte


de zoonose.

- Poliomavírus do Hamster (HaPV, papovirus) : Não há tratamento, só suporte.

- Dermatofitose: Itraconazol 5mg/Kg SID por 30 dias

- Sarnas: Aparece como falhas no pelo do animal e muita coceira

- Diabettes Mellitus: uso de hipoglicemiantes orais, tais como glibenclamida e


mudança na dieta.

- Falta de higiene : amônia: doenças respiratórias

- Obesidade

- Corpo estranho

- Má oclusão dos incisivos

Alimentação:

- Ração própria para Hamster

- É comum o hamster ter preferência por algum Gão, geralmente as sementes


de girassol, mas deve-se tomar cuidado com a Obesidade.
- Se não achar ração para Hamster, o proprietário pode fazer a mistura em
casa. Pode-se misturar sementes e grãos crus como aveia, milho, semente de
girassol, semente de abóbora, sorgo, trigo, ervilha, amendoim, castanhas, etc

- Frutas secas como banana, maçã, uva também podem ser oferecidas.

- Biscoito para cães

- Sucrilhos, de preferência sem açúcar

FERRET
O ferret é um mamífero carnívoro da família dos Mustelídeos. Existem
diversas espécies de mustelídeos, sendo a mais conhecida o furão-doméstico
(Mustela putorius furo), utilizado como animal de estimação em vários países
do mundo. Ao contrário do que algumas pensam, os ferrets não são roedores e
pertencem à família das doninhas, na qual se incluem os texugos e as lontras.

Como Animal de estimação


A expectativa de vida pode ser muito variável, mas é habitual centrar a
esperança média de vida entre os três e os seis anos, embora em raros casos
possam chegar até aos treze anos. Com relação ao comportamento, podemos
descreve-lo como um animal pequeno, ágil, curioso e dócil. São silenciosos,
calmos sensíveis e inteligentes.
Devem ser criados soltos,como cães e gatos,ou terem um cômodo da
casa reservado a estes. Tal como o gato, o furão pode usar uma caixa para
suas funções de excreção com um pouco de treinamento. Ao serem levados
para fora, necessitam sempre de vigilância, de preferência sendo presos por
coleiras especialmente preparadas para furões.
Alimentação
O furão é um animal carnívoro, mas também come frutos secos, cereais
e nozes. Existe no mercado uma grande variedade de comidas para furões
comercializadas em lojas de animais de estimação um pouco por todas as
cidades do mundo. Quando não achar disponível a ração para ferret uma
segunda alternativa seria a ração para gatos. Dieta: apresentam trânsito
intestinal curto, cerca de 3 horas. Devem ser alimentados com dieta rica em
proteína e gordura, pobre em carboidratos.

Necessidades proteicas de 30 a 40% de proteína de boa qualidade e


digestibilidade ( 80 a 90%) . Dietas ricas em proteína de origem vegetal
predispoe a cálculos urinários.

Vacinação

A vacina para o ferret deve ser anual contra o vírus da cinomose e da raiva.
Por enquanto apenas uma empresa fabrica a vacina exclusiva para os furãos,
não podendo ser a utilizada para outras espécies.

Doenças:

Cegueira: devido a deficiência de do aminoácido Taurina. Realizar a


suplementação na dieta.

Cardipatias: também decorrente da deficiência da Taurina na dieta.

Ulceras: muito comuns, principalmente nos animais que ficam muito presos na
gaiola.

Bloqueios intestinais : decorrentes da ingestão de corpo estranho. O


tratamento é cirúrgico.

Infecção urinária: também um problema bem comum, que se caracteriza por


hematúria e disúria (sangue na urina e dificuldade para urinar).

CHINCHILA
São pequenos roedores que também conquistaram espaço como Pets por sua
beleza. Sua pelagem é 30 vezes mais macia que o cabelo humano.
Normalmente ficam em gaiolas, mas devemos tbém deixa-las soltas para se
exercitarem. O tempo médio de vida da Chinchila vai de 10 a 12 anos.

Alimentação

As chinchilas têm um sistema digestivo bastante sensível devendo a sua


alimentação ser bastante equilibrada e devem comer uma ração própria para
chinchilas.
Basicamente a alimentação diária é: uma colher de sopa de ração, alfafa seca,
e 3 uvas passas

Alimentação complementar: almeirão, cereais secos como sucrilhos 1 x por


semana, e frutas como pêra e maçã.

Higiene

As chinchilas são roedores muito asseados, comparativamente a coelhos e


hamsters. Às chinchilas não se dá banho com água. A sua pelagem é muito
sensível e existe uma areia especial, bastante fina, para elas tomarem banho.
No seu habitat natural elas esfregam-se no pó da montanha. Em cativeiro,
precisam que o seu dono recrie essa oportunidade de tirar a gordura e sujidade
do pêlo. Na gaiola, é aconselhável colocar serradura no fundo e ir retirando a
que estiver suja com urina. Os absorventes à base de milho são mais
absorventes, neutralizam mais o odor e não precisa de o mudar com tanta
frequência. No entanto, não é tão económico. Existem aparas de madeira com
aroma a maçã e a limão.

Doenças

Crescimento excessivo dos dentes: A maioria dos problemas de saúde das


chinchilas prende-se com o facto de os donos não lhes fornecerem materiais
para elas desgastarem os dentes. Estes crescem entre 4 a 6 cm por ano, e
continuamente durante toda a vida do animal. As chinchilas bebés já nascem
com dentes, que curiosamente nesta espécie não têm raízes. Assim, convém
dar à sua chinchila brinquedos para roer, por se a sua dentição chegar ao
ponto de sobrecrescimento, ele não só dificilmente fechará a boca, como não
conseguirá comer e terá uma morte lenta e dolorosos.

Diarréia: procurar tratamento suporte e mudança na alimentação.

Constipação: Alimentação incorreta. Rever alimentação e em casos mais


graves, utilizar Oleo mineral ( 0,2 ml por animal 3 x ao dia).

Tricofagia : Desencadeada por deficiências nutricionais ou estresse. Realizar


investigação e diminuir agentes estressores.
Hipovitaminose A: Aderogyl D3 2 gotas 2x ao dia.

Obstrução: Normalmente o tratamento é cirúrgico.

Reprodução:

A idade ideal para iniciar o acasalamento é em torno de 7 meses de idade e a


gestação dura em torno de 111 dias.

MEDICINA DE SERPENTES
As serpentes pertencem a um grupo animal com a qual a grande maioria das
pessoas não está habituada e isso dificulta a empatia. São animais muitas
vezes que causam medo e aversão nas pessoas!

Características Gerais: São animais ectotérmicos (poderão apresentar


variações de temperatura, conforme a temperatura ambiente), apresentam
respiração pulmonar(não tem diafragma por isso a troca gasosa é menor que a
dos mamíferos) e possuem poucas glândulas. A ausência da enzima
proteolítica lisozima determina a formação de um exsudado caseoso e
abscessos que dificilmente fistulam.

O principal objetivo da medicina aplicada dos répteis é a medicina preventiva!


Os cuidados com o Manejo são muito importantes pois cerca de 75 % dos
óbitos em répteis são causados por erros de manejo, tais como:

- Erro no ajuste de temperatura

- Excesso de umidade

- Estresse

- Poluição no recinto: água, calor e umidade

- Trauma: tentativas de fugas, contenções inadequadas e hematomas)


Alimentação: Os alimentos das serpentes são roedores, pequenos répteis,
anfíbios, lagartixas, outras serpentes, mamíferos. A alimentação vai depender
da espécie e seu habitat .

Aquecimento:O sistema imune depende da temperatura. Colocar um


aquecedor no recinto e um termômetro de máxima e mínima para registrar as
temperaturas.Lâmpadas incandescentes, infravermelha, luz branca ou até
aquecedor de aquário podem ser usadas. Mas muito cuidados pois se as
serpentes encostarem na lâmpadas podem sofrer graves queimaduras. A
temperatura deve ter uma variação ao longo do dia, pois senão os animais
podem apresentar anorexia, perda de peso e danos na espermatogênese. A
temperatura ótima é entre 25 e 27 ºC. A cada 10 ºC as reações aumentam em
3x e a cada 1ºC a taxa metabólica aumenta 20 vezes. Os raios UV são
interessantes para serpentes por ocasião das provitaminas D para bom
desenvolvimento ósseo e prevenção de doenças osteometabólicas.

Doenças mais comuns:

- Problemas nutricionais: problemas com temperatura e enzimas digestivas

- Estomatites: trata-se de uma afecção comum em serpentes. Ocorre com a


parada alimentar e discreto aumento de salivação. Geralmente é antecedido
por traumatismo. O perigo está na propagação das lesões para esôfago e
intestinos levando a septicemia.

- Parasitoses: Endo: coccidioses e helmintoses e Ecto: piolhos comuns em


serpentes de cativeiro e carrapatos comuns em silvestres.

- Conjuntivites: Pode ser confundida com a situação fisiológica da muda, mas


precisa ser tratada para não causar problemas de bloqueio no ducto lacrimal.

- Problemas da muda: Decorre principalmente de erros na temperatura e


umidade. A muda ocorre periodicamente, a capa se esfolia e a troca é total.
Cerca de 1 semana antes os olhos ficam opacos. Neste período dificilmente a
serpente se alimenta.

- Dermatite úmida: Muito comum e tem tratamento fácil.


PORQUINHO DA ÍNDIA (CAVIINAE)

O Porquinho da Índia é um animalzinho que está se tornando muito popular


como animal de estimação por ser muito calmo, carinhoso e de cuidados
simples.
Informações Gerais:
- Peso: O macho pode chegar de 1.000 a 1.200 g, já a fêmea de 750 a 1.000
g.
- Temperatura Corporal: 38,6ºC – 39,5 ºC
- Média de Vida: 4 a 8 anos
- Período de Gestação: 59 a 72 dias
- Maturidade Sexual: O macho de 9 a 10 semanas e a fêmea de 4 a 6 semanas
- Frequência cardíaca: 190 a 300 batimentos/minuto
- Tamanho da ninhada: 1 a 6 filhotes
Cuidados Básicos:
Local de permanência : O mais comum utilizado é a gaiola, mas o
Porquinho da Índia pode e deve ficar um tempo solto para se exercitar, mas
com supervisão permanente para evitar acidentes. O local deve ser bem
higienizado, longe de correntes de ar e evitar a exposição ao sol ( o
animalzinho pode ficar desidratado).

Desverminações: Os porquinhos devem ser desverminados a cada 4 meses e


controle de ectoparasitas a cada 4 semanas.

Alimentação: A ração específica é a base da alimentação, mas esta pode ser


suplementada com o feno que é muito importante, frutas frescas,legumes
(adoram cenoura) e verduras de preferência as verdes escuras.

Doenças:

- Sarna: falhas na pelagem e muito prurido

- Endoparasitoses: vermes intestinais, procurar médico veterinário


especializado para passar protocolo.
- Escorbuto: Falta de vitamina C – precisa-se suplementar diariamente essa
vitamina.

COELHOS

O coelho é um animal muito dócil, carinhoso, entretanto muito


assustado. Na natureza é considerado presa e passa a maior parte do tempo
escondido em tocas. Eles têm a fama de reproduzirem-se rapidamente. O
tempo de gestação é de 30 dias e cada fêmea pode ter até 5 filhotes. Estes
nascem exigindo cuidados extremos e as coelhas são consideradas boas
mães. Elas tiram tufos dos seus pelos para aquecer os filhotinhos. Atualmente
tem aumentado a procura destes como animais de estimação pela beleza,
manejo fácil e afetuosidade.

Temos duas afecções importantes:


Má oclusão:
Os dentes dos lagoformos (coelhos) e roedores crescem
constantemente e necessitam de desgaste. As principais causas do
supercrescimento e má oclusão dos dentes são: erro nutricional, má oclusão
congênita, tumores e infecções. Além de que, normalmente esses animais que
são criados como mascotes, permanecem muito tempo em gaiolas sem ter o
que fazer ou roer, aumentando as chances de desenvolver o problema.
Os sinais são edema, salivação intensa, presença de emaranhados de
pelos no meio dos dentes, perda de peso, ulcerações na língua e gengiva. O
maior problema é que quando o proprietário percebe, os dentes já estão
perfurando a mucosa oral do animal, provocando muita dor e sofrimento. Para
previnir esse problema, deve-se oferecer uma dieta rica em fibras, utilizar
produtos próprios para o desgate dos dentes que são vendidos em Pet Shop e
observação contante. O tratamento é feito apenas pelo médico veterinário e
caso observe algum desses sinais, leve seu animal o mais rápido possível para
consulta.

Sarna:
É um problema de pele que aparece com lesões sem pelo e muito
prurido.

*** Procurar ajuda com o médico veterinário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Animais não são coisas. É preciso reconhecer suas necessidades


físicas, emocionais e ambientais. Sempre que observar problemas
comportamentais, de cognição ou físico, buscar ajuda de um médico
veterinário.
REFERÊNCIAS:

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BROOM, D.M ; MOLENTO, C.F.M. Bem estar animal: Conceito e questões


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DURHAM, E.R. Chimpanzés também amam: a linguagem das emoções na


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LENCASTRE, M.P.A. Bondade, Altruísmo e Cooperação. Considerações


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MASSON, J. M.; MCCARTHY, S. Quando os elefantes choram: A vida


emocional dos animais. São Paulo: Geração Editorial, 2001.

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