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A palpação abdominal deve ser feita com a cadela em estação ou em decúbito lateral.

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CUIDADOS CLÍNICOS EM PEQUENOS ANIMAIS

A FERTILIZAÇÃO E A GESTAÇÃO

O período fértil da cadela estende-se do final do proestro ao meio do estro. Nessa fase é que ocorrerá a ovulação e cada uma
dessas duas fases tem duração média de sete a dez dias. 13
Proestro: fase em que a cadela está respondendo a níveis altos de estrógeno, apresentando edema de vulva e vagina,
presença de secreção serossanguinolenta na vulva e vagina, atração aos machos e mudanças no epitélio vaginal. Nessa fase a
cadela ainda não aceita o macho, mas começa a ter tolerância no final do proestro.
Estro: a cadela normalmente não apresenta mais sangramento, e aceita a monta pelo macho.
A gestação pode ser confirmada por palpação abdominal, ultrassonografia e radiografias após 45 dias na cadela e 40 dias na gata.
A duração da gestação em cadelas é de 59 a 67 dias e em gatas é de 65 dias (a partir da ovulação), sendo que a data do
parto pode variar entre o 58º a 70º dia. Geralmente o parto ocorre mais cedo em animais com ninhadas maiores e mais tarde
em fêmeas com ninhadas menores. Animais de raças originárias de climas frios (husk siberiano, malamute do Alasca, e outros)
possuem gestações mais longas.

O PARTO

A cadela deve ser colocada em lugar tranquilo, aquecido, com ar fresco, seco, evitando-se a presença de outros animais e o
trânsito excessivo de pessoas.
Ao se aproximar a hora do parto, as cadelas começam a se aninhar, raspar o chão, rasgar papel, tecidos, folhas, cavar buracos.
Por isso, aproximadamente uma semana antes da data prevista para o parto, deve-se providenciar uma caixa
preferencialmente de madeira, afastada do solo, a ser colocada no ambiente escolhido pelo proprietário para a cadela criar.
Pode-se dividir o parto em três estágios:
 estágio I – é o estágio da dilatação cervical com ligeiro edema vulvar. Geralmente no dia do parto, a cadela se nega a
se alimentar e, nas 12 a 24 horas que antecedem o parto, a temperatura corpórea pode declinar em 0,5ºC a
1,0ºC. A cadela apresenta alterações comportamentais como inquietação, ansiedade, calafrios e, às vezes, vômito.
Esse estágio dura em média de 6 a 12 horas, podendo se estender até 36 horas em cadelas primíparas e/ou nervosas;
 estágio II – é o estágio de expulsão do feto. Sua duração depende do número de fetos e da saúde da mãe. Caracteriza-se
por contrações uterinas e esforços visíveis. O filhote começa a ser expulso entre 20 e 30 minutos após o início das
contrações, e a primeira parte a ser vista é a bolsa amniótica. Em seguida, a cadela começa a lamber o filhote recém-
nascido em um to que promove a estimulação do neonato, além de secá-lo. Esse estágio dura em média de 8 a 12
horas;
 estágio III – é o estágio de expulsão da placenta. A expulsão ocorre geralmente entre 5 e 15 minutos após o
nascimento de cada filhote, podendo levar até 45 minutos. A mãe costuma cortar o cordão umbilical e ingerir a
placenta. Caso ela não faça isso, o médico veterinário ou a pessoa que assiste o parto deverá fazê-lo.
Os nascimentos subsequentes podem variar de até duas a três horas, chegando até seis horas nos últimos filhotes. Em gatas esse
tempo pode ser maior, dependendo do tamanho da ninhada. O intervalo entre nascimentos é chamado de período de
repouso. Se esse período se alongar muito, provavelmente deve estar havendo dificuldade. O líquido amniótico esverdeado pode
significar sofrimento dos filhotes.

Parto distócico

As causas de distocia (ausência de progressão do trabalho de parto no primeiro ou segundo estágio) podem ser maternas, fetais
ou uma associação das duas. As causas maternas são derivadas de inércia uterina e anormalidades anatômicas, as fetais devido à
má-formação, má posição ou morte fetal. A distocia felina é menos comum que a canina. Fêmeas idosas e obesas têm maior chance
de apresentar distocia.
O diagnóstico de distocia baseia-se em fatores como:
 gestação prolongada;
 qualquer sinal de doença em fêmea próxima do parto;
 história prévia de distocia;
 esforço ativo por mais de 30 minutos sem expelir um feto;
 fase de repouso sem sinais de esforço por mais de quatro horas;
 contrações fracas e intermitentes por mais de duas horas, sem nascimento;
 sinais de dor durante o parto (gritos ou mordedura da área vulvar);
 corrimento vaginal purulento ou hemorrágico;
 evidências de morte fetal.
Os casos de inércia uterina podem ser tratados com o uso de drogas que estimulam as contrações uterinas,
podendo diminuir a hemorragia pós-parto e facilitar a involução uterina, evitando, com isso, a retenção
placentária: 17
 Ocitocina (via intramuscular – IM), mais usada;
 Gluconato de cálcio (via intravenosa – IV).

Outra tentativa de ajuda é a manipulação manual, para auxiliar a passagem do feto pelo canal vaginal, útil em
distocias obstrutivas, devido à má posição fetal, tamanho fetal excessivo ou morte fetal. Não é indicada em
inércia secundária, nesses casos indica-se a cesariana.

PEDIATRIA

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