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Parto de Emergência

É aquele que ocorre fora do ambiente hospitalar, independente da gestação ter


atingido o período normal de maturação do feto (por volta da 40 semana de
gestação). Em alguns casos, um “parto de emergência” ocorre muito rapidamente
e não no local onde foi planejado. O parto acontece naturalmente sem intervenção,
portanto, para um parto de emergência, o papel do provedor de primeiros socorros
é apoiar a mulher durante o processo. Existem três fases que começam com as
contrações e a bolsa da mulher rompendo, a segunda fase durante a qual a mulher
empurra o bebê para fora e a terceira fase quando a mulher empurra a placenta
para fora (incluindo a placenta).

O trabalho de parto é um processo natural para o nascimento do bebê. Inicia-se


com contrações do útero que irão dilatar o colo uterino e posteriormente expulsar o
bebê. Este processo é muito demorado, costuma levar aproximadamente 8 horas
em mulheres que já tiveram outros filhos e até 12 horas em mulheres que terão seu
primeiro filho. Portanto, o primeiro pensamento de um socorrista deve ser o de levar
a parturiente ao hospital e nunca se arriscar a fazer o parto, se esta situação não
for inevitável.

As contrações são sentidas pela mãe como dores intensamente fortes e estas
podem ser sentidas pelo socorrista como enrijecimento da parede abdominal da
parturiente. O trabalho de parto é iminente quando estas contrações tomam uma
frequência de 3 contrações de aproximadamente 30 a 40 segundos cada, num
intervalo de dez minutos.

Numa situação delicada como esta, é imprescindível que o socorrista mantenha a


calma e passe o máximo de segurança possível para esta mãe, sem se esquecer
de afastar sempre os curiosos, chamar socorro adequado e, muito importante,
proteger-se com de luvas, saco plástico ou qualquer material que possa evitar o
contato com sangue ou secreções.

No final da gestação, a parturiente começa a apresentar sinais e sintomas que são


indicativos do início do trabalho de parto.

Identificação do parto iminente ou período expulsivo:

• Contrações regulares a cada dois minutos;

• Visualização da cabeça do bebê no canal de nascimento;

• Ruptura da bolsa;

• Gestante multípara, com vários partos normais.


Primeiros Socorros

Existem alguns pontos que devem ser lembrados, caso uma pessoa se encontre
diante da emergência de um parto e tenha que prestar auxílios à parturiente, por
falta de recursos médicos imediatos ou de condições de transportá-la
imediatamente a um hospital.

• Verifique sua segurança e da própria gestante;

Caso o parto tenha de ser realizado em condições de emergência, fora de ambiente


hospitalar, teremos que ter às mãos o seguinte material:

• Toalhas limpas;

• Gaze;

• Fita ou cordão;

• Tesoura;

• Cobertor;

• Saco plástico;

• Absorvente;

• Luvas ou material para proteção pessoal.

O ideal seria que todos estes materiais estivessem todos esterilizados, mas
considerando-se situação de emergência, eles devem estar o mais limpo possível
e a tesoura, pelo menos lavada em água e sabão.

A mãe deve ser colocada em uma superfície plana e dura, forrada com uma toalha,
outra toalha deve ser colocada entre suas pernas, uma sobre a barriga e as outras
cobrindo suas pernas, para evitar a exposição desta mulher, além de aquecê-la,
pois terá muito frio após o parto.

• Afaste os curiosos. Procurar ser o mais discreto possível e manter ao máximo


a privacidade da gestante.

• Mantenha a calma.

• Não permitir que a parturiente vá ao banheiro se são constatados os sinais


de parto iminente.

• Colocar a parturiente deitada de costas, com os joelhos elevados e as


pernas afastadas uma da outra e pedir-lhe para conter a respiração, fazendo
força de expulsão cada vez que sentir uma contração uterina.

É importante que o socorrista se mantenha calmo, e passe confiança para a mãe,


orientando-a a aumentar a frequência respiratória e fazer força sempre que sentir
dor.

• À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez mais a cabeça do feto em
cada contração. Deve-se ter paciência e esperar que a natureza prossiga o
parto; nunca se deve tentar puxar a cabeça da criança para apressar o parto.

O bebê, em posição adequada, tende a ser expulso primeiro com a cabeça voltada
para ao chão, depois esta faz uma rotação lateral, e, então, haverá a expulsão do
corpo do bebê.

• Somente ampare com as mãos a cabeça da criança que nasce, sem imprimir
nenhum movimento, que não o de sustentação.

• Depois de sair totalmente, a cabeça fará um pequeno movimento de giro e,


então, sairão rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com
cuidado. Nunca puxar a criança, nem o cordão umbilical, deixar que a mãe
expulse naturalmente o bebê e a placenta.

• Proteja a criança, evitando contato com locais sujos ou chão frio e úmido.
Mantenha-a com a cabeça ligeiramente abaixada.

• Limpar o muco do nariz e da boca e assegure-se de que o bebê esteja


respirando. Se a criança não chorar ou respirar, segurá-la de cabeça para
baixo, pelas pernas, com cuidado para que não escorregue, e dar algumas
tapinhas nas costas para estimular a respiração. Desta forma, todo o líquido
que estiver impedindo a respiração sairá.

O corte do cordão umbilical também é uma medida necessária, que deve ser feita
seguindo-se determinados padrões:

• O cordão umbilical sairá com a placenta, cerca de 20 minutos após o


nascimento.

• Não há necessidade de cortar o cordão umbilical, se o transporte para o


hospital demorar menos de 30 minutos. Porém, se o tempo de transporte for
superior a 30 minutos, deitar a criança de costas e, com um fio previamente
fervido, fazer nós no cordão umbilical: o primeiro a aproximadamente quatro
dedos da criança (10 cm) e o segundo nó distante a 5 cm do primeiro. Cortar
entre os dois nós com uma tesoura, lâmina ou outro objeto limpo. As
extremidades do cordão não devem sangrar.

• A placenta deve sair logo após o parto. É importante lembrar que não
podemos puxá-la. Esta deve ser acondicionada em um saco plástico e levada
para o hospital juntamente com a mãe e o bebê, para o médico avaliar se ela
saiu completamente.

É muito importante que o socorrista acompanhe a mãe e o bebê até o hospital e


leve a placenta junto.

• Após a saída da placenta, deve-se fazer massagem suave sobre o abdômen


da parturiente para provocar a contração do útero e diminuir a hemorragia
que é normal após o parto.

• Colocar o bebê em contato com a mãe, em seu colo, assim que liberar a
placenta (após cortar o cordão umbilical).

• Mantenha a mãe e o filho agasalhados.

• Transportar os dois ao hospital para atendimento médico. Deve-se também


transportar a placenta para o médico avaliar se ela saiu completamente.

Considerações gerais

• Nunca deixar a mãe ir ao banheiro antes do parto, por mais que ela insista;

• Não puxar o bebê;

• No caso do cordão umbilical enrolar-se no pescoço do bebê, devemos


colocar dois dedos entre o pescoço do bebê e o cordão, para evitar
sufocamento;

• Não levantar o bebê acima do nível da mãe, enquanto o cordão umbilical


não for cortado;

• Não dar banho no bebê ou colocá-lo para mamar;

• Gêmeos: mesma conduta para os dois, individualmente;

• Posições anômalas: se o bebê iniciar o nascimento com qualquer outra parte


de seu corpo que não seja a cabeça, a mãe deve ser imediatamente levada
ao hospital: é indicação de cesárea;

• Se a placenta não sair em 20 minutos, levar a mãe e o bebê para o hospital


assim mesmo;
• Caso a grávida tenha feito pré-natal, reúna os últimos exames e a carteirinha
e leve junto para a maternidade.

• Proteja-se

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