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REPÚBLICA DE ANGOLA

MISTÉRIO DA SAÚDE INSTITUTO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE


HOSPITAL MATERNO INFANTIL AZANCOT DE MENEZES
DIRECÇÃO PEDAGÓGICA E CIENTÍFICA

Dequitadura: Natural, Manual, Curagem e


Curetagem Uterina pós-parto

Autora:Márcia Da Silva Coutinho Adelino, Médica interna do 1°Ano

Orientador: Diamantino Loureiro, MD. Esp. Em Ginecologia e Obstetrícia.

Luanda, Julho de 2022


SUMÁRIO
1. Introdução
2. Objetivos
3. conceito de dequitadura
4. Classificação
5. Mecanismo ( Fisiologia)
6. Conduta
7. Complicações
8. Curagem e curetagem pos parto
9. Considerações finais
INTRODUÇÃO
• O terceiro estádio do trabalho de parto corresponde à dequitadura e
decorre desde a exteriorização do feto até à expulsão da placenta um
processo que consiste num mecanismo fisiológico. O descolamento e
expulsão da placenta ocorrem como resultado da interação de fatores
mecânicos e hemostáticos.
• Há uma súbita diminuição das dimensões uterinas e das contrações
após a saída do feto, o que leva a uma redução significativa da área de
implantação da placenta.

(Graça, 2010)
INTRODUÇÃO
• As primeiras contrações, que surgem 5 a 7 minutos após a saída do
feto, tantbém ajudam, fisiologicamente, a desprender a placenta do
plano basal. Neste período, o útero continua a contrair-se, o que
favorece a separação da placenta e todo o processo de hemóstase que
deve ocorrer nesta fase, para que não aconteça risco de hemorragia. O
terceiro estádio do trabalho de parto (dequitadura) é variável, podendo
durar entre 5 minutos e 1 hora. Estes timings são considerados dentro
dos limites fisiológicos, isto se as perdas de sangue não forem
excessivas.

(Graça, 2010)
CONCEITO
• Dequitadura: É a expulsão espontânea da placenta, que começa com a
saída do feto e termina depois da expulsão ou extração da placenta e
das membranas.

• 3 fases:
• Desprendimento da placenta
• Descida
• Expulsão
DEQUITADURA
MECANISMOS DE FORMA NATURAL:
 Mecanismo de Schultze
 Saída da placenta em
forma de taça, mostrando
primeiro a face fetal e a
inserção do cordão (65-
75%).

 Mecanismo de Duncan
 É a saída da placenta por
um dos bordos (25-35%).
DEQUITADURA
SINAIS DE DESCOLAMENTO PLACENTÁRIO
 SINAL DA PLACENTA SENSAÇÃO DE PESO NO RECTO
 ALTERAÇÃO DA FORMA E POSIÇÃO DESVIO LATERAL
UTERINA

 SANGRAMENTO VAGINAL DUNCAN


 SINAL DO PESCADOR DE FABRE TRACÇÃO X RESISTÊNCIA
 SINAL DE PROGRESSÃO DO CORDÃO PESO DA PINÇA NO CORDÃO SE AFASTA DA
AHLFELDE VULVA, DESCENDO

 SINAL DE KÜSTNER COLOCAR A MÃO NA SÍNFISE PÚBICA E


ELEVAR O ÚTERO. SE O CORDÃO NÃO
MOVER, HOUVE DESCOLAMENTO. SE
MOVER, ESTÁ ADERIDA
As principais complicações:
• Retenção de fragmentos placentares;
• HPP;
• Atonia uterina;
• Placenta retida;
• Inversão uterina;
• Coagulopatia
GRAUS DE RETENÇÃO PLACENTÁRIA

Placenta retida
mas não expulsa

Aderêrencia
simples da
placenta
• Placenta acreta
Aderência • Placenta increta
mórbida da
• Placenta Qual desses graus permite a
placenta:
percreta remoção manual da placenta ?
CAUSAS DA RETENÇÃO PLACENTÁRIA

Placenta Acreta: Nesta condição, a placenta penetra profundamente no


endométrio uterino e atinge o músculo mas não penetra nele.

Placenta Increta: Aqui a placenta entra mais profundamente na parede da


uterina e penetra no músculo uterino.

Placenta Percreta: A placenta não só penetra na espessura dos músculos


uterinos, mas também atinge outros órgãos tais como a bexiga ou o recto. A
placenta percreta é muito rara.
REMOÇÃO MANUAL DA PLACENTA

Extracção manual da
placenta é um
Conceito procedimento para remover
a placenta retida no útero,
depois do parto
OS MÉTODOS PARA A REMOÇÃO
MANUAL DA PLACENTA

Massagem externa Abordagem interna


CONDUTA E TRATAMENTO
PROCEDIMENTOS:
• A extracção manual da placenta é um acto de
emergência que o profissional realizará para manejar a
hemorragia do pós parto e prevenir a morte materna.
• O tempo é crucial
• A limpeza é crítica

Proteja a mãe da infecção

Se for possível, trocam-se as luvas e lavam-


se as mãos antes de iniciar.
CONDUTA E TRATAMENTO
CONDUTA E TRATAMENTO
CONDUTA E TRATAMENTO

Calçar luvas estéreis

Limpar os genitais com água e sabão. Aplicar um antissético

Colocar campos estéreis


Colocar uma mão na sínfise púbica e pressionar sobre a parte mais
baixa do útero
CONDUTA E TRATAMENTO

Com a outra mão suster o cordão umbilical firmemente e seguir o


cordão até chegar à placenta e localizar o bordo inferior

Deslizar os dedos da mão entre o bordo da placenta e a parede do


útero

Com a palma da mão em frente da placenta, fazer um movimento


circundante de lado a lado para separar delicadamente a placenta
do útero.
CONDUTA E TRATAMENTO
CONDUTA E TRATAMENTO
Quando a placenta está separada e na palma da mão, estimular a
contracção com a outra mão.

Extrair com delicadeza a placenta durante a contracção.

as membranas devem ser retiradas lenta e cuidadosamente, da


mesma forma que se procede com a dequitadura normal.

Realizar massagem uterina


CONDUTA E TRATAMENTO
Administrar ocitocina 20 UI IV em 1000 mL soro fisiológico a
60 gotas por minuto

Examinar a placenta

Registar a informação, incluir a estimação da perda sanguínea

Se persiste a retenção da placenta, considerar a possibilidade de


acretismo placentário e realizar tratamento cirúrgico:
histerectomia total ou subtotal.
COMPLICAÇÕES E SEQUELAS

As complicações incluem:
hemorragia no período pós-parto,
e choque hemorrágico, associada com a perda de sangue massiva de
vasos placenta.
perfuração uterina e
desenvolvimento da endometrite postpartum ou sépsis.
mulheres em risco de infertidade
Risco de vida.
CUIDADOS PÓS PROCEDIMENTO
Observar a paciente estritamente até que a sedação tenha passado
Monitorar os sinais vitais (pulso, TA, respiração) de 30/30 minutos por
6 horas até que a paciente esteja estável.
Palparar o fundo do útero para assegurar que se mantém contraído
Examinar lóquios excessivos
Continuar a infusão de fuídos IV
Transfusão se necessário

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