Você está na página 1de 24

Hemorragia Pós-Parto

Definição
Perda de 500ml ou mais de
sangue nas primeiras 24h após a
dequitadura.
Etiologia

 Restos placentares
 Atonia uterina
 Traumatismo do canal de parto
 Rotura uterina
 Inversão uterina
Clínica

 Hemorragia vaginal
 Útero volumoso e mole

Sinais de pré-choque
 Alerta, ansiosa
 Pulso ligeiramente aumentado
 Respiração ligeiramente aumentada (FR> 30)
 Palidez das mucosas
 Tensão arterial baixa (TA sistólica <90)
 Debito urinário> 30ml/h
Sinais de choque hemorragico

 Confusão, inconsciente
 Pulso rápido e fraco
 Respiração rápida e superficial
 Palidez das mucosas e pele fria
 TA baixa
 Débito urinário <30ml/h
Conduta
• Cateterizar 2 veias de grande calibre
• Administrar 1.000 ml de fluido ( L. de Ringer,
Soro Fisiologico, Dext5% ) + 40 ml de Oxitocina
• Algaliar para esvaziar a bexiga
• Identificar e tomar conduta de acordo com a
etiologia
Traumatismo do canal de parto

Lacerações do períneo
• Laceração do 1º grau:
 Quando a laceração envolve a comissura posterior vulvar, a pele do
períneo e mucosa vaginal. Os músculos do períneo estão intactos.
• Laceração do 2º grau:
 Envolve, além das estruturas descritas no primeiro grau, os músculos
perineais.
• Laceração do 3º grau:
 Quando a laceração estende-se ao esfíncter anal, para além das
estruturas referidas no 2º e 3º graus.
• Laceração do 4º grau:
 Quando a laceração atinge a mucosa rectal, para além das estruturas
atingidas no 3º grau.
• A episiotomia (incisão cirúrgica da vulva e
períneo), permite aumentar a abertura vulvar
para a saída do feto e assim evita as
lacerações irregulares do períneo, difíceis de
corrigir e que causam sangramento
descontrolado. Esta deve ser feita na presença
de indicações específicas como posições
viciosas, canal do parto estreito, hidrocefalia.
Parede vaginal e vulva

 As lacerações da parede vaginal podem


estender-se até ao fórnix posterior ou lateral.
Quando a laceração ocorre nos 2/3 superiores
chama-se laceração vaginal alta e geralmente
está associada às lacerações cervicais ou
perineais.
Lacerações do colo do útero

 As lacerações cervicais, geralmente ocorrem


lateralmente, em um lado ou ambos os lados do
colo uterino. A laceração cervical alta pode
envolver ramos da artéria uterina, causando uma
hemorragia massiva.
Quadro clínico
 Ocorre hemorragia do trato genital, com o útero
bem contraído e duro. Nesta situação é necessário
observar imediatamente o canal de parto para
localizar o traumatismo
Conduta

 Avaliar os sinais vitais da parturiente e estimar as perdas sanguíneas;


 Se apresentar sinais de choque, proceder com as medidas gerais e
tratamento
 Administrar Oxitocina 20UI + L. Ringer ou Dextrose 5% ou soro fisiológico
1000ml.
 Colocar a mulher em posição ginecológica.
 Observar cuidadosamente todo o canal de parto e suturar as lacerações com
cutgut cromado.
Antibioterapia:
 Ampicilina 1g 6/6h EV (1ªs 24h) e depois Amoxicilina 500 a 1000 mg 8/8h
durante 5 dias.
 Metronidazol 500mg 8/8h oral durante 5 dias ou mais nos casos mais severos.
 Manter os registos.
 Se a puérpera não melhora, transferir para US com capacidade cirúrgica
Placenta Retida

 A dequitadura (ou expulsão da placenta)


resulta da contracção contínua do útero, o que
provoca o descolamento e expulsão da
placenta através do canal de parto.
Normalmente a placenta deve ser expulsa até
o máximo de meia hora após à saída do feto.
 Retenção placentaria é diagnosticada quando
a placenta não é expulsa na meia hora que se
segue à expulsão fetal.
Etiologia

Atonia uterina
Contracção uterina tónica
A placenta pode estar encarcerada devido a uma contracção
prolongada, que relativamente fecha o canal do parto ou
cérvix antes da descida da placenta. Pode ser devida:
 Ao trabalho de parto difícil, com anel de retracção
patológico;
 A excessiva massagem uterina pelo assistente ao parto
após o descolamento e antes da descida da placenta;
 A administração de doses excessivas de oxitocina após a
expulsão do feto.
Etiologia (continuacao)
Placenta acreta
 Implantação da placenta para além da camada
endometrial de decídua onde normalmente se
forma o plano de clivagem.
 Não havendo um plano normal de clivagem, o
descolamento da placenta acaba sendo difícil
e hemorrágico.
Complicações

 Hemorragia
 Infecção
 Perfuração uterina
 Inversão uterina
Conduta

 Esvaziar o útero;
 Contraí-lo;
 Estabilização da hemodinâmica da paciente
Inversão Uterina
Definição
 Situação rara em que o útero se inverte durante a dequitadura

Factores Predisponentes
• Grande multiparidade, Feto macrossómico, Gravidez gemelar, Polihidrâmnios

Causas Directas
 Cordão umbilical curto ou placenta acreta provocam tracção excessiva no
fundo uterino.
 Geralmente há aplicação de força excessiva pelo assistente ao parto na
tentativa de dequitadura, seja por pressão externa excessiva, tracção do
cordão excessiva ou mecanismo combinado.
Classificação

 1º grau: o fundo do útero aparece na vagina;


 2º grau: o fundo do útero aparece na vulva
 3º grau: existe um prolapso do útero invertido (útero,
cérvix e vagina fora da vulva)
Quadro Clínico
 Dor ligeira ou intensa;
 Hemorragia discreta ou abundante;
 À palpação abdominal não se encontra o fundo do útero;
 Toque vaginal revela um útero invertido na vagina ou na
vulva.
Complicações

 Hemorragia pós-parto e choque hemorragico

 Infecção uterina e sépsis.

 Necrose uterina
Conduta
 Coloque uma mão no abdómen para exercer contrapressão.
 Coloque outra mão devidamente lavada e enluvada na vagina
até encontrar o fundo do útero prolapsado.
 Aplique uma pressão constante e suave sobre o fundo, de
modo a que este vá para cima através do canal de retracção
até a posição normal do útero.
 Em seguida dê Oxitocina 10UI IM e inicie antibióticos
(ampicilina e metronidazol).
• Nos casos em que a inversão ocorreu há mais de 30 min., não
tentar reposição. Dar Ampicilina 1g EV e TRANSFERIR para um
hospital com capacidade cirúrgica, o mais urgente possível.
.

Atonia Uterina

Definição

 É a incapacidade do útero contrair-se


adequadamente após a expulsão do feto. É a
causa mais frequente de hemorragia pós-
parto.
Etiologia

 Placenta retida
 Restos placentares (disco placentar e
membranas)
 Bexiga cheia
 Descolamento prematuro da placenta
Etiologia (cont)
 Gravidez gemelar
 Polihidrâmnios
 Feto grande
 Miomas uterinos
 Multiparidade
 Trabalho de parto arrastado
Quadro Clínico

 Útero está distendido, mole e não tem tónus.


 As perdas hemáticas vaginais podem ser
moderadas ou abundantes.
 De acordo com o volume de sangue perdido
poderá haver sinais de pré-choque ou choque.
Conduta

 A conduta é a mesma que para hemorragia


pós-parto

Você também pode gostar