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(DIP)
Antecedentes ginecologicos
Mulheres que usam DIU
e obstetricos
Epidemiologia
A prevalência é subestimada, pois a maioria
dos casos é subclínica (> 60%).1 A maior
prevalência é em mulheres sexualmente
ativas entre 15-24 anos de idade.
Aproximadamente 12% das adolescentes
sexualmente ativas têm no mínimo um
episódio antes dos 20 anos de idade.
Quadro clinico
Forma subclínica
São sugestivos: dor no baixo ventre ou na
região lombossacral;
sintomas genitourinários, por exemplo,
corrimento, sangramento vaginal, dispareunia
e disúria;
febre, dor no hipocôndrio direito e náuseas ou
vômitos sugerem peri-hepatite (15% dos
casos).
Triade clinica
No exame físico: temperatura axilar > 38
°C;
dor à palpação e descompressão brusca
dolorosa no baixo ventre;
dor à palpação do colo uterino e dos
anexos;
palpação de tumor anexial doloroso
(abscesso tubo-ovariano);
abaulamento doloroso do fundo de saco
vaginal (abscesso pélvico);
canal cervical com corrimento branco,
amarelado ou sangramento induzido.
Diagnostico
1. ANAMNESE
Duração, curso e localização da dor.
Febre.
Disfunção miccional, defecação (alterada).
Relação com o ciclo menstrual, perda de sangue
intermenstrual.
Possibilidade de gravidez.
Recente (<1 mês) inserção de DIU, curetagem ou o parto.
Apendicectomia, DIP anterior ou endometriose na história.
Risco de doença sexualmente transmissível (DST): contato
sexual desprotegido com múltiplos parceiros (ou parceiro
com contatos múltiplos), novo parceiro, parceiro com
sintomas de uretrite ou uma DST comprovada
Exame fisico
A temperatura corpórea.
A palpação do abdômen: dor à pressão,
dor na decompressão súbita, defesa
muscular e localização das dores.
Exame especular: secreção purulenta do
colo do útero.
Exame de toque vaginal: dor à palpação
do colo do útero, região adnexal dolorosa
ou inchada.
Exames adicionais
Aumento da velocidade de
hemossedimentação e da proteína C-
reativa;
hemograma com leucocitose;
presença de leucócitos abundantes no
exame a fresco do corrimento cervical;
detecção de gonococo ou clamídia na
endocérvice
O diagnóstico também pode ser
complementado por ultrassonografia
pélvica transabdominal e transvaginal, e
tomografia computadorizada ou
ressonância magnética. A laparoscopia
permite o diagnóstico mais preciso,
embora não comprove a endometrite nem
salpingite luminar.
Critérios diagnósticos
3 critérios maiores + 1 critério menor ou 1 critério elaborado.
Critérios maiores (a tríada clássica):
◦ Dor no abdômen inferior; o Dor à palpação dos anexos; o Dor à
mobilização do colo uterino.
Critérios menores:
o Temperatura axilar maior que 37.8 ºC; o Secreção vaginal ou cervical
anormal; o Massa pélvica; o Mais de cinco leucócitos por campo de
imersão em secreção de endocérvice; o Hemograma infeccioso
(leucocitose); o Proteína C reativa ou VHS elevada; o Comprovação
laboratorial de infecção cervical pelo gonococo, clamydia ou
mycoplasma.
Critérios elaborados:
o Evidência histopatológica de endometrite; o Presença de abscesso
tubo-ovariano ou de fundo-de-saco de Douglas em estudo de imagem
(USG
pélvica); o Laparoscopia com evidência de DIP.
Classificação
Estágio I (Leve):
Salpingite aguda sem irritação peritoneal.
Estágio IV (Grave):
Abcesso tubo-ovariano roto ou sinais de choque séptico
Diagnostico diferencial
Nas formas agudas, o diagnostico diferencial coloca-se
com:
1. apendicite aguda
2. gravidez ectopica
3. aborto septico
4. torção de quisto anexial
5. Endometriose
6. infecção urinária aguda
7. diverticulite
8. crise inflamatoria aguda de colite ulcerosa.
CONT…
Nas formas recorrentes ou cronicas,
principalmente se nao houver febre.
1. Gravidez ectopica
2. Abcesso periapendicular
3. Leiomioma uterino
4. Neoplasia do ovario
5. endometriose
TRATAMENTO
Critérios para tratamento hospitalar:
1. o Caso de emergência cirúrgica (Ex.: abscesso tubo-
ovariano roto);
2. o Quadro grave com sinais de peritonite, náuseas,
vômitos ou febre alta;
3. o Gestantes;
4. Imunodeficiência;
5. Paciente não apresenta resposta adequada ao
tratamento ambulatorial;
6. Paciente não tolera ou é incapaz de aderir ao
tratamento ambulatorial.
Estagio I: ambulatorial
Ceftriaxona 250 mg, IM - Dose única + Doxiciclina 100 mg VO 12-12 h por 14 dias;
Ofloxacina 400 mg VO, 12-12h por 14 dias + Metronidazol 500 mg VO 12-12h por 14 dias;
Cefoxitina 2 g IM - Dose única + Probenecide 1 g VO - Dose única + Doxiciclina 100 mg VO,
12-12h por
14 dias;
Ofloxacina 400 mg VO, 12-12h por 14 dias + Doxiciclina 100 mg VO, 12-12h por 14 dias +
Metronidazol 500 mg VO, 12-12h por 14 dias;
Ampicilina 3,5 g VO - Dose única, antecedida em meia hora por Probennecide 1 g VO, dose
única + Doxiciclina 100 mg VO, 12-12h por 14 dias + Metronidazol 500 mg VO, 12-12h por
14 dias.
CONT
Estagio II: hospitalar
Antibioticoterapia:
EV até 48 horas após o último pico febril e/ou melhora importante
Sindrome de Fitzz-Hughs-Curtis
Abcesso tubo-ovárico
Morte
Complicações
Tardias:
DIP recorrente
Prevenção
As medidas preventivas a utilizar para evitar uma DIP são as
preconizadas para a prevenção das DST (eficácia entre 65-75%),e o
objectivo principal e evitar as complicaçoes a nível da fertilidade.
Como medidas a nível de uma prevenção primária, estão as
relacionadas com o comportamento sexual do indivíduo – o início
mais tardio da actividade sexual, manter relaçoes sexuais apenas
com um(a) parceiro(a) saudável, sendo este(esta) tambem
monogamico(a) e a utilização de preservativos (a utilização de
preservativos, masculino ou feminino, mas em especial o masculino
quando correcta e atempadamente utilizado, proporciona uma
redução significativa no risco de DIP.
Bibliografia
Srinivasan S, Fredricks DN. The human vaginal bacterial biota and bacterial vaginosis.
Interdiscip Perspect Infect Dis. 2008;2008:750479.
Protocolo de orientação terapeutica: Consenso sobre Infecçoes Sexualmente Transmissíveis -
Endocervicitese DIP. SPG; 2007.
Resumo de diretriz NHG M50 (primeira revisão, setembro 2005)
Dekker JH, Veehof LJG, Hinloopen RJ, Van Kessel T, Boukes FS traduzido do original em
holandês por Luiz F.G. Comazzetto 2014
Ministério da Saúde. DATASUS. Banco de Preços em Saúde. Secretaria Executiva .
Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento. Coordenação Geral de
Economia da Saúde. Disponível em: http://bps.saude.gov.br. Acesso em: 12/03/2015.
Fonte: Copacabana Runners
Doença inflamatória pélvica Hans Wolfgang HalbeI Donaldo Cerci da CunhaII Disciplina de
Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Marília, São Paulo