Você está na página 1de 21

Citologia em Meio Líquido: Avaliação da percepção dos enfermeiros na

atuação desta metodologia

Sugestões de Títulos alternativos:

1. Análise da eficácia de conservação de amostras coletadas em meio


líquido.

2. Atuação (ou papel) do enfermeiro na coleta de amostras


citopatológicas em meio líquido.

3. Atuação (ou papel) do enfermeiro na coleta de amostras


citopatológicas em meio líquido para realização do exame de
Papanicolau.

Acadêmica: Tatiana Oliveira Costa Nunes

Palmas – TO

2022
TEMA

Avaliação da percepção dos enfermeiros na aplicação da metodologia da


Citologia em Meio Líquido.

QUESTÃO DE PESQUISA

Qual a percepção dos enfermeiros da região Macro Norte sobre a aplicação da


metodologia de Citologia em Meio Líquido? Como a observação da eficácia
da coleta citopatológica em meio líquido, pode ser analisada pelos
profissionais de enfermagem que realizam o procedimento de coleta?

HIPOTESE

Os profissionais de enfermagem que atuam no (na coleta de amostras de


papanicolau) atendimento as usuárias do serviço de saúde da região Macro
Norte tem pleno conhecimento da necessidade da aplicação da metodologia de
Citologia em Meio Líquido para o enfrentamento ao CCU (Câncer de Colo de
Útero), atuando na prevenção, visto que receberam capacitação e material
necessário.

* Acho que podemos definir como tema, a coleta em meio líquido


para papanicolau.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................4
1 JUSTIFICATIVA..............................................................................................6
2 OBJETIVOS..................................................................................................7
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................7
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 IMPLANTAÇÃO DO EXAME CITOPATOLÓGICO NO SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE (SUS)................................................................................................8
4 METODOLOGIA
4.1 POPULAÇÃO.........................................................................................15
4.2 DELINEAMENTO DE ESTUDO.............................................................15

CRONOGRAMA.....................................................................................16

ORÇAMENTO.........................................................................................17

REFERÊNCIAS.......................................................................................18

APÊNDICE..............................................................................................20
4

INTRODUÇÃO

O exame citopatológico ou teste de Papanicolau é um dos métodos que


permite identificar alterações celulares que indicam lesões precursoras e/ou o
câncer já estabelecido. Esse exame é comumente utilizado para o
rastreamento ou screening, em uma população que não apresenta sinal ou
sintoma com a finalidade de identificar alterações celulares promovidas por
tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV).

O exame citopatológico é o método de


rastreamento do câncer do colo do útero,
indicado para a população alvo de 25 a 64
anos, a cada três anos, após dois exames
anuais consecutivos normais (INCA, 2016;
2021).

Essas recomendações visam garantir o balanço favorável entre riscos e


benefícios do rastreamento. O teste apresenta grande especificidade, mas
possui sensibilidade limitada devido à subjetividade da interpretação dos
achados e representatividade epitelial da amostra.

O método de Citologia em Meio Líquido (CML), aprovado para uso


clínico desde 1996, veio aperfeiçoar a coleta de material de colo de útero para
o exame citopatológico, o pode trazer benefícios em termos de diminuição de
amostras insatisfatórias. A citologia em meio liquido é um método de
processamento em base líquida, processado de forma não automatizada.

A citologia em meio líquido foi desenvolvida na tentativa de diminuir as


falhas da citologia convencional por apresentar uma melhor disposição celular,
facilitando a interpretação, redução do número de hemácias, exsudado
inflamatório e muco, além de possibilitar a preparação de lâminas adicionais
em caso da necessidade de complementação ou uso de material residual para
testes moleculares e identificação de HPV e outros agentes microbiológicos.
Além disso, esta metodologia permite uma melhor randomização das células
que são transferidas para as lâminas, permitindo que todo o material seja
processado, evitando, consequentemente, perdas indesejáveis da amostra
celular.
5

A técnica se baseia na obtenção de uma lâmina com fundo mais limpo,


sem superposição de células e obscurecimento de outros elementos, através
de um sistema que retém apenas células epiteliais, removendo elementos
como sangue ou muco, e resultando em uma citologia em monocamada ou em
camada fina. Pode ser aplicado a amostras cervicais e a líquidos como urina,
líquido cefalorraquidiano, e outros. Potenciais vantagens da CML incluem um
melhor método de preparação da lâmina, aumento da sensibilidade e
especificidade, e maior eficiência no manejo de amostras, com melhora na
produtividade do laboratório.

Entres as vantagens observadas pela aplicação da citologia em meio


líquido estão: melhor preservação celular, melhor disposição das células, maior
facilidade de interpretação, com redução do tempo de leitura, eliminação de
muco, leucócitos e hemácias, redução dos casos falso-negativos, diminuição
de amostras insatisfatórias e aplicabilidade/viabilidade da amostra para exames
adicionais ou complementares.

O exame de citologia em meio líquido para o rastreamento de câncer do


colo do útero e lesões precursoras, foi incorporado no âmbito do Sistema Único
de Saúde - SUS. Por meio desta técnica busca-se melhorar a sensibilidade,
reduzir as falhas ocasionadas no processo de coleta da amostra biológica e
redução dos resultados falso-negativos, comparados à técnica convencional.

Como as lesões intraepiteliais cervicais que são passíveis de diagnóstico


e tratamento precedem o aparecimento do câncer, os programas de
rastreamento são importantes para reduzir a morbimortalidade pelo câncer do
colo uterino.

Neste contexto é de grande importância sensibilizar os profissionais de


saúde sobre o rastreamento do câncer do colo do útero, a busca ativa das
mulheres, como forma de prevenção e auxilio no tratamento precoce em tempo
oportuno.
6

1 JUSTIFICATIVA

As Unidades da Atenção Básica são consideradas a porta de entrada do


usuário no sistema de saúde, espaço em que o profissional enfermeiro é um
importante integrante da equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da
Família (ESF), prestando assistência a diversos grupos, entre eles a saúde da
mulher, com um tema de grande relevância: promoção e prevenção do câncer
de colo uterino (FARIA et al., 2009).

A importância da atuação do enfermeiro em programas direcionados à


saúde pública é reconhecida por instituições de saúde em todo o mundo sendo
algumas ações desenvolvidas por equipe multiprofissional e outras
exclusivamente por esse profissional. Independente da ação ou programa de
saúde, realizada coletivamente ou de modo individual, espera-se que os
enfermeiros, além da habilidade na realização dos procedimentos, respeito aos
aspectos éticos e de humanização no atendimento, detenham conhecimento
científico significativo que respalde os resultados alcançados a partir das
intervenções realizadas.

Dentro dessa perspectiva, a atuação dos enfermeiros no Programa de


Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em Unidade Básica de Saúde,
atualmente nomeados Centro de Saúde da Família (CSF), tem sido norteadas
pelo interesse crescente na busca de soluções efetivas para problemas
crônicos, vivenciados no Programa de Prevenção do Câncer do Colo do Útero,
e que persistem desde 1998 quando foi intensificado o Programa Viva Mulher,
direcionado 15 para mulheres com idades entre 35 e 49 anos, dentro das
diretrizes do Programa Nacional de Combate ao Câncer do Colo do Útero
(PNCC).
7

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Avaliar (Analisar a eficácia da coleta em meio líquido) as principais
dificuldades na percepção (e avaliar a capacidade do profissional de
enfermagem de realizar a coleta usando essa metodologia) na aplicação da
metodologia de Citologia em Meio Liquido pelos profissionais de enfermagem
nas Unidades de Saúde do município de Palmas - Tocantins.

2.1.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Avaliar a percepção dos enfermeiros no Sistema Único de Saúde (SUS)


do município de Palmas na aplicação da metodologia (de coleta de amostra
citopatológica de papanicolau) de Citologia em Meio Líquido. Relatar as
principais dificuldades encontradas na coleta do material cervicouterino.
Verificar (estudar a atuação e) as condutas dos profissionais quando se
deparam com as dificuldades.

.
8

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 IMPLANTAÇÃO DO EXAME CITOPATOLÓGICO NO SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE (SUS)

O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada


do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente
(estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância. Há
duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero,
dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide,
tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de
90% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio
glandular (cerca de 10% dos casos). Ambos são causados por uma infecção
persistente por tipos oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV)
transmitido sexualmente, sendo esta infecção responsável por cerca de 70%
dos cânceres cervicais.
Para o World Health Organization (WHO), 2014, “O câncer do colo do
útero(CCU) é uma doença de natureza crônica, com origem em alterações
intraepiteliais que podem se transformar em um processo invasor. É uma
doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas em fase
inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a
relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com
queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados (INCA, 2021).
O câncer de colo uterino é uma das mais graves ameaças à vida das
mulheres. Com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo o
câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as
mulheres. De acordo com pesquisa realizada em 2020 pelo International
Agency for Resarch on Cancer (IARC), o câncer do colo do útero é o
responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente
de morte por câncer em mulheres. Em 2020, ocorreram 6.627 óbitos por esta
9

neoplasia, representando uma taxa ajustada de mortalidade por este câncer de


4,60/100 mil mulheres (INCA, 2021).

No Brasil, em 2022, são esperados 16.710 casos novos, com um


risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. É a terceira
localização primária de incidência e a quarta de mortalidade por
câncer em mulheres no país, sem considerar tumores de pele não
melanoma (INCA, 2019)

Estima-se que mais de um milhão de mulheres sofram da doença no


mundo, e a maior parte delas encontra-se em países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento.

O câncer de colo de útero (CCU) é uma importante questão de saúde


pública, sendo causa de morte, apesar dos avanços na difusão de medidas
preventivas e alcance de ampla cobertura do rastreamento. Sua prevenção
primária envolve uso de preservativos e vacinação contra HPV associados a
ações de promoção à saúde; e, sua prevenção secundária, ou detecção
precoce, condiz com a realização de diagnóstico precoce, via coleta do exame
Papanicolau, possuindo como público-alvo mulheres de 25 a 64 anos.
O Papanicolau, que também pode ser chamado de esfregaço
cervicovaginal e colpocitologia oncótica cervical, é um teste realizado para
detectar alterações nas células do colo do útero. Pode ser feito em postos ou
unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados.
O Ministério da Saúde implantou no Brasil na década de 1970 políticas
públicas voltadas para o CCU. Já na década de 1980 teve inicio as ações de
controle do câncer do colo do útero com a implantação do Programa Atenção
Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Em 1997, deu inicio ao projeto Viva
Mulher para a organização do Programa Nacional de Controle do Colo Uterino
(PNCCCU). Para o monitoramento das ações, foi desenvolvido o Sistema de
Informação do Controle do Câncer do Colo do Útero (Siscolo), que começou a
ser utilizado nacionalmente em 1999.
O câncer do colo do útero torna-se um problema de saúde pública
brasileira, em sua magnitude, devido às características
socioeconômicas e culturais das mulheres, apresentando grande
índice de morbidade e mortalidade, assim sendo, a demanda por
planejamento de intervenções de prevenção, rastreamento e controle,
através de ações assistenciais ou educativas, ainda continua sendo a
melhor estratégia (OLIVEIRA et al., 2017; DAMACENA et al., 2017).
10

Incluíram diversos programas de rastreamento, que conseguiram


aumentar o acesso ao teste de Papanicolau, com patamar de cobertura estável
nos últimos anos, em torno dos 83%. Em 2014, a vacina anti-HPV foi incluída
no Calendário Nacional de Vacinação.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) criou em 2020 a Estratégia


Global para a Eliminação do câncer de colo de útero, endossada pela
Assembleia Mundial de Saúde, que pede que 70% das mulheres e, todo o
mundo sejam examinadas regularmente para doenças cervicais com um teste
de alto desempenho e que 90% delas precisam receber tratamento adequado.

A oferta de exames preventivos para mulheres de 25 a 64 anos vem


aumentando desde 2016. Essa faixa etária é a recomendada para o rastreio, a
cada três anos, conforme as atuais Diretrizes para a Detecção Precoce do
Câncer do Colo do Útero no Brasil. Em 2016, 78,9% dos exames preventivos
realizados no país foram na população-alvo e, em 2021, esse percentual
chegou a 82,9%. Entre as regiões também se observou aumento neste
indicador, com destaque para a Região Norte. As evidências científicas
apontam que o rastreamento nessa faixa etária é capaz de reduzir a incidência
e a mortalidade por câncer do colo do útero. Sendo assim, as ações de
controle devem buscar a ampliação da cobertura na faixa etária alvo (INCA,
2016).

Juntamente com a vacinação de meninas contra o hrHPV, a


implementação dessa estratégia global poderia prevenir mais de 62 milhões de
mortes por CC nos próximos 100 anos.

No período de 2016 a 2021, observa-se uma oferta estável de exames


citopatológicos do colo do útero no Sistema Único de Saúde (SUS), com
declínio ao final do período. As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram o
maior número de exames. A queda na realização de exames no ano de 2020
foi em consequência da pandemia de covid-19. Em 2021 há um aumento no
número de exames em relação à 2020, mas ainda inferior aos patamares
alcançados nos anos anteriores à pandemia (INCA, 2022). O mais recente
Plano de Ações Estratégicas possui metas de aumento da cobertura de exame
citopatológico e tratamento de todas as mulheres com lesões precursoras.
11

No Estado do Tocantins, de acordo com o INCA, no de 2016 foram


34.271 o número de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de
25 a 64 anos realizados no SUS; já no ano de 2017 o número foi de 40.593
exames; 2018 foram 41.320; já os anos seguintes sofreram queda: 2019 foram
25.276, 2020 foram 28.774, 2021 apenas 27.885.

Outras duas iniciativas foram criadas: o Programa de Qualificação de


Ginecologistas para Assistência Secundária às Mulheres com Alterações
Citológicas Relacionadas às Lesões Intraepiteliais e ao Câncer de Colo do
Útero e a formalização da Rede Colaborativa para a Prevenção do Câncer de
Colo do útero.

A nova orientação inclui algumas mudanças importantes nas


abordagens recomendadas pela OMS para o rastreio de câncer de colo de
útero. É recomendado um teste de HPV baseado em DNA (teste de HPV-DNA)
como o método padrão, em vez de inspeção visual com ácido acético (VIA) ou
citologia (Papanicolau), atualmente os métodos mais comumente usados
mundialmente para detectar lesões pré-cancerosas. Esse teste é uma
ferramenta com diagnóstico objetivo, não deixando espaço para dúvidas no
processo de interpretação dos resultados, além de ser mais simples e prevenir
mais pré canceres e cânceres e, portanto, salvar mais vidas do que a inspeção
visual ou citologia, além de ter melhor custo efetivo e permitir a auto coleta em
ambiente domiciliar.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) assume papel fundamental nesse


contexto, uma vez que a prática de articulação entre prevenção e promoção da
saúde gera um cenário favorável ao rastreamento. A atuação dos agentes
comunitários de saúde torna-se essencial, contribuindo para a identificação da
população-alvo e a captação das mulheres que deixam de realizar o exame
preventivo.

Os gestores e profissionais de saúde devem ser responsáveis pela


realização dessas ações e devem possibilitar a integralidade do cuidado,
unindo as ações de detecção precoce com a garantia de acesso a
procedimentos diagnósticos e terapêuticos em tempo oportuno e com
qualidade. A atenção básica qualificada e organizada é fundamental para o
12

controle desses tipos de cânceres [Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de


Atenção à Saúde, 2013].

Resolução COFEN nº 381/2011 é clara em sua orientação quanto ao


profissional de enfermagem que deve realizar e em que momento este exame
é realizado, saber:

Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a coleta de material para


colpocitologia oncótica pelo método Papanicolau é privativa do Enfermeiro,
observadas as disposições legais da profissão.

Paragrafo único: O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos,


competências e habilidades que garantam rigor técnico-cientifico ao
procedimento, atentando para a capacitação continua necessária à sua
realização.

Começando pelo fato de que a coleta do material citopatológico para


realização do exame preventivo é uma atividade privativa do
enfermeiro, podemos enxergar a relevância desse profissional na
prevenção do câncer do colo do útero. Colocando enfermeiro em uma
Unidade Básica de Saúde, entendemos que seu papel é fundamental,
pois ele está em contato direto com a população que é atendida
nessa unidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Na atenção básica é que o enfermeiro tem o primeiro contato com


resultado da coleta, sendo sua atribuição de explicar para a paciente de
maneira detalhada, e de forma que faça se compreender, o significado do
resultado anormal, as condutas que serão recomendadas, os
encaminhamentos que podem ser necessários e os possíveis procedimentos
pelo qual ela deve passar.

Assim sendo, a atenção básica em saúde desenvolve um arsenal de


ações que promovem desde a prevenção, o diagnóstico, o tratamento até a
reabilitação. Demonstrando o exercício de práticas gerenciais, sanitárias,
democráticas e participativas, pelos profissionais sob a forma de trabalho
interdisciplinar (MORAIS et al., 2017). O exercício da legislação profissional do
enfermeiro cabe exercer ações dos serviços e consulta de enfermagem que
abrangem o planejamento, a organização e a coordenação. Porém essas
ações são, muitas vezes, prejudicadas pelo excesso de trabalho dos
profissionais, dificuldades entre a criação da confiança dos pacientes aos
13

profissionais no decorrer do procedimento ao diagnóstico (MATTOS; SILVA,


2016).

Entre as diretrizes de políticas públicas no Brasil, o Ministério da Saúde


edita a Portaria nº 2.439/GM, de 8 de dezembro de 2005, instituindo a Política
Nacional de Atenção Oncológica (PNAO), essa Portaria constitui à Atenção
Básica de Saúde (ABS), incluindo Unidades Básicas de Saúde e Equipes da
Saúde da Família, determinando os cuidados ao portador de câncer (SIMINO
et al., 2010). Ações dessas estruturas a saúde promovem ações voltadas ao
indivíduo e coletivo, como foco na prevenção do câncer uterino, bem como o
diagnóstico precoce e apoio à terapêutica de tumores, os cuidados paliativos e
as ações clínicas para o seguimento de doentes tratados. Essa Portaria
enfatiza, também, a necessidade de especializar os recursos humanos e
promover a educação permanente dos profissionais envolvidos com a
implementação e implantação da PNAO (SIMINO et al., 2010; RAMOS et al.,
2016).

É considerado papel do profissional de enfermagem, promover


educação em saúde para toda comunidade em risco, assim como a
criação de espaços para ambientação e conhecimento sobre corpo,
sexualidade e autocuidado através de exames existentes, desta
forma, criando vinculo assistencial entre o profissional e o paciente
referente aos cuidados (XAVIER et al., 2017).

Entre os principais entraves relatados pelos profissionais de


enfermagem está na realização da coleta de material do material biológico,
ainda mais quando é feito a coleta em pacientes acima do peso, pois a
mesmas apresentam limitações físicas, vergonha e resistência (RAMOS et al.,
2014).

Outro fator apontado como uma dificuldade é o local da realização da


coleta, devido apresentar ao paciente desconforto, sendo muitas vezes
inapropriado o que contribui para o aumento de inúmeros preventivos
insatisfatórios (RAMOS et al., 2016)

Neste contexto, existem ainda as barreiras do medo, vergonha,


ansiedade, nervosismo e dor, o que dificultam muitas vezes as
mulheres de realizar o exame preventivo. Todavia esses fatores
podem estar relacionados à falta de conhecimento das pacientes
sobre o exame, até mesmo o despreparo dos profissionais no
momento da coleta, além da falta de diálogo paciente/profissional que
é apontada como uma deficiência (TAVARES et al., 2017).
14

No que diz respeito às dificuldades encontradas pelos profissionais de


enfermagem e as clientes, é descrito que existe uma interferência no que tange
aspectos culturais, relacionados aos valores femininos, como expor seu corpo,
pois podem influenciar em barreiras para a realização do exame preventivo de
colo uterino, pois muitas mulheres sentem-se envergonhadas, constrangidas,
com medo da dor ou da ocorrência de sangramento durante a realização do
exame (LUCENA et al., 2011; RICO et al., 2013; AGUILAR et al., 2015; PAIVA
et al., 2017).

Todavia, é de responsabilidade muita das vezes do profissional da


saúde, quebrar os tabus e mitos que rodeiam os exames
ginecológicos, sendo o facilitador do conhecimento sobre o exame de
Papanicolau, fazendo com que haja superação dos fatores de
impedimento e uma melhor compreensão de seus sentimentos
relacionados ao exame de prevenção (AMARAL et al., 2017; PAIVA
et al., 2017).

Já no que concerne a consulta de enfermagem refletem algumas


deficiências na relação estabelecida entre enfermeira e as clientes, pois houve
dificuldade no diálogo na maioria dos encontros, relacionado aos aspectos de
autoconhecimento e as questões relacionadas à sexualidade, como sua vida
sexual e outras intimidades femininas, pois ambas impõe barreiras sobre que
poderiam ser abordadas numa perspectiva de atenção integral e promoção da
saúde (MARÇAL et al., 2013; AMARAL et al., 2017).

A enfermeira, como membro da equipe multidisciplinar, compete às


medidas de promoção, prevenção, rastreamento/detecção precoce,
diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, conhecer a cultura e
a vida em sociedade das famílias assistidas e como 16 atividade privativa
realizar consulta de enfermagem, conforme disposição legal da profissão
(MOURA et al., 2010).

Cabe ao enfermeiro indicar e fornecer orientações relativas ás medidas


preventivas, identificar precocemente os efeitos colaterais do tratamento a fim
de minimizá-los, orientar e acompanhar a paciente e respectiva família e
manter em mente que as ações de enfermagem devem ser individualizadas,
considerando-se suas características pessoais e sociais (BONASSA, 2002).
15

4 METODOLOGIA

Este estudo se classifica com uma pesquisa aplicada, pois tem como
natureza gerar conhecimentos novos para aplicações práticas e soluções de
problemas específicos. Em relação à abordagem do problema este trabalho
refere-se a uma pesquisa quantitativa e qualitativa, considerando que serão
coletadas informações sobre a atuação dos enfermeiros na metodologia de
citologia em meio líquido. Será realizado um levantamento bibliográfico e
aplicação de um questionário para a identificação da percepção destes
profissionais.

4.1 POPULAÇÃO

O questionário avaliativo será aplicado para os profissionais da


enfermagem que atuam no Estado do Tocantins na coleta de materiais
citopatológicos. O critério utilizado para este delineamento será a seleção dos
57 municípios tocantinenses pertencentes a Região Macro – Norte, pois estas
cidades correspondem ao serviço realizado no Laboratório Central de Saúde
Pública – LACEN/TO. Lembrando que a metodologia de citologia em meio
líquido foi implantada no Estado do Tocantins, apenas no LACEN/TO, em
agosto de 2022.

4.2 DELINEAMENTO DE ESTUDO


Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter descritivo, com
abordagem qualitativa. O estudo de campo caracteriza-se por possibilitar um
entendimento aprofundado e detalhado de características de uma determinada
população, utilizando meios observacionais e de interrogação (GIL, 2010).
Em relação à pesquisa do tipo descritiva, esta se caracteriza como
exposição de uma situação não conhecida, da qual se necessita de maiores
informações. Busca explorar uma realidade, identificar suas características, e
suas mudanças ou suas regularidades (LEOPARDI, 2002).
Minayo (2014) designa pesquisa qualitativa como método apropriado
para as representações, aprendizagem da história, das relações, dos preceitos,
16

das considerações e percepções, de como as pessoas vivem, pensam e


sentem. Neste tipo de estudo não há uma única maneira de dar seguimento a
construção metodológica e interpretativa.

CRONOGRAMA

Ano 2022
Etapas Jul Ago Set Out Nov Dez
Levantamento de
referências x x x x x
bibliográficas

Elaboração do x x x
Questionário

Ano 2023
Etapas Jan Fev Mar Abr Maio Jun

Elaboração do
Questionário x

Aplicação do
Questionário x x

Avaliar os x x
resultados
obtidos no
Questionário
Revisão das x x x x x
referencias
bibliográficas
Apresentação x
do Trabalho
Final
17

ORÇAMENTO

Descrição Fonte de recursos Valor

Aquisição de bibliográfica Próprio 100,00

Despesas com fotocópias e Próprio 50,00


materiais diversos

Encadernação e impressão Próprio 100,00


da Monografia

TOTAL 250,00
18

REFERÊNCIAS

CANCOÇO, Julcione da Silva et al. Diagnóstico precoce do câncer do colo


do útero na atenção básica: dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros.
(EARLY DIAGNOSIS OF CERVICAL CANCER IN THE BASIC ATTENTION:
DIFFICULTIES FACED BY NURSES.) Publicado em 17 de março de 2022.
Disponível em:
https://periodicos.unipe.br/index.php/interscientia/article/view/1197#:~:text=Con
clus%C3%A3o%3A%20Portanto%2C%20cabe%20tamb%C3%A9m%20o,doen
%C3%A7a%20que%20afligem%20muitas%20mulheres. Acesso em 01 de
outubro 2022.
CARVALHO, Priscila Guedes Pinheiro et al. Trajetórias assistenciais de
mulheres entre diagnóstico e início de tratamento do câncer de colo
uterino. Health assistance path of women between diagnosis and treatment
initiation for cervix câncer. Publicado Julho-Setembro de 2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/X8ZMKpZzjnmsyvT6QvzdthK/?
format=pdf&lang=pt#:~:text=Observou%2Dse%20que%2088%25%20dos,foi
%20de%20115%2C4%20dias. Acesso em 01 de outubro 2022.

CENTRO DE ONCOLOGIA DE CAMPINAS. Disparidades na prevenção e


tratamento do câncer de colo de útero. Disponível em:
https://oncologia.com.br/noticias/disparidades-cancer-colo-utero/. Acesso em
05 de outubro de 2022.

COFEN. Coleta de material para realização de exame Papanicolau pela


Enfermagem. Parecer de Conselheiro Federal Nº 190/2015/COFEN.
Disponível em: http://www.cofen.gov.br/parecer-de-relator-n-
1902015_48415.html#:~:text=Art.,as%20disposi%C3%A7%C3%B5es
%20legais%20da%20profiss%C3%A3o. Acesso em 01 de outubro 2022.

DIAS, Maria Beatriz Kneipp et al. Rastreamento do Câncer do Colo do Útero


em Mulheres de 25 a 64 anos: Indicadores do Primeiro Exame
Citopatológico Informado no Siscolo, 2007-2013. Disponível em:
ttps://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2022v68n1.1520. Acesso em 01 de
outubro 2022.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER (IARC). Cancer
today. Lyon: WHO, 2020. Disponível em: https://gco.iarc.fr/today/home. Acesso
em 03 de maio 2021.
19

INTISTUTO NACIONAL DO CANCER (INCA). Controle do Câncer do Colo


do Útero. 01/08/2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-
cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude. Acesso em 01 de outubro 2022.

INSTITUTO NACIONAL DO CANCER (INCA). Exames citopatológicos do


colo do útero realizados no SUS. 02/10/2022. Disponível em:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-
do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/exames-citopatologicos-do-colo-
do-utero-realizados-no-sus. Acesso em 04 de novembro de 2022.

INSTITUTO NACIONAL DO CANCÊR JOSE ALENCAR GOMES DA SILVA


(INCA) Conceito e Magnitude - Entenda o conceito do câncer do colo do
útero e sua magnitude no Brasil. Publicado em 16/09/2022. Atualizado
em 01/10/2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-
profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-
magnitude. Acesso em 05 de outubro de 2022.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa


qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec/ABRASCO; 2014.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da


Silva (INCA). Detecção precoce do câncer. – Rio de Janeiro. Publicado em
2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/deteccao-
precoce-do-cancer.pdf. Acesso 05 de outubro de 2022.

SANTOS, Laís Marina dos at el. Câncer de colo do útero: papel do


enfermeiro na prevenção e detecção precoce dessa neoplasia na atenção
básica Cervical cancer: nurses' role in prevention and early detection of
this neoplasm in primary. 2016. Disponível em:
https://temasemsaude.com/wp-content/uploads/2016/09/16328.pdf. Acesso em
02 de maio de 2022.

TSUCHIYA, Carolina Terumi et al. O câncer de colo do útero no Brasil: uma


retrospectiva sobre as políticas públicas voltadas à saúde da mulher.
Cervical cancer in Brazil: a retrospective on public policies for women’s health.
http://www.jbes.com.br/images/v9n1/137.pdf Publicado Julho-Setembro de
2018. Acesso em 01 de outubro 2022.
20

APÊNDICE
21

APÊNDICE A: Roteiro da entrevista semiestruturada

Questionário

1. Sexo
( ) Masculino
( ) Feminino
2. Você sabe qual a finalidade do exame citopatológico ou teste de
Papanicolaou?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
3. Você conhece o exame de citologia em meio liquido?
( ) Sim
( ) Não
4. Você recebe ou já recebeu capacitação sobre o exame de citologia em
meio liquido?
( ) Sim
( ) Não
5. Você recebe ou já recebeu treinamento sobre o exame de citologia em
meio liquido?
6. ( ) Sim
( ) Não
7. Você recebe todo o material necessário para a realização do exame?
( ) Sim
( ) Não

Você também pode gostar