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Bioquímica Fundamental

Aula
Regulação Metabólica

Dra. Elaine Nascimento Aquino


Regulação metabólica

• Regulação metabólica – Processos que servem para manter


a homeostasia no nível molecular em estado de equilíbrio
ao longo do tempo, exemplo: concentração da glicose
sanguínea.

• Controle metabólico – Processo que conduz a uma alteração


no resultado de uma via metabólica ao longo do tempo, em
resposta a um sinal externo ou uma mudança nas
condições, exemplo: aumento da captação da glicose pelas
células.
Regulação metabólica
• Metabolismo de carboidratos

• Direção catabólica – produção de energia


• Direção anabólica – armazenamento da energia

• Observação macroscópica – glicose entra na célula e CO2 saem.

• Homeostasia – exemplo manutenção de 5mM de glicose no


sangue equilibrada pela entrada de glicose na célula.

• Distúrbio nessa homeostasia – doenças como diabetes melitus


(falta ou insensibilidade a insulina).
Regulação metabólica
• Tipos de regulação:

• Quantidade de enzima
• Número de enzimas (taxas de síntese, degradação e reciclagem)

• Atividade catalítica
• Regulação alostérica (modificações pós-traducionais, montagem
de complexos)

• Sinais extracelulares
• Hormônios, sinais neuronais, fatores de crescimento e etc.

• Compartimentação
• Sequestro de enzima ou substrato em compartimentos
diferentes
Regulação metabólica
• Reações próximas do equilíbrio = pequena diferença entre
velocidade de reação direta e inversa
• Identificação pela comparação da razão da ação de massas (Q) com
a constante de equilíbrio para a reação (K’eq). Quando Q e K’eq
estiverem dentro de 1 ou 2 ordens de grandeza entre si, reação
próxima do equilíbrio

Reação próxima do
Enzima K'eq Razão da ação das massas, Q equilíbrio in vivo
Fígado Coração
3 -2 -2
Hexocinase 1x10 2x10 8x10 Não
3 -2 -2
PFK-1 1,0x10 9x10 3x10 Não
-4 -6 -6
Aldolase 1,0x10 1,2x10 9x10 Sim
4 -1
Piruvato-cinase 2x10 7x10 40 Não
-1 -1 -1
Fosfoglicose-isomerase 4x10 3,1x10 2,4x10 Sim
2 2 2
Glicose-6-fosfato 8,5x10 1,2x10 1,2x10 Sim
Regulação metabólica

• Nucleotídeos de adenina – regulação metabólica

• ATP converte em ADP ou AMP quando “gasto” realizando trabalho


• [ATP]/[ADP] precisar ser equilibrada
• NADH/NAD+
• NADHP/NADP+

• ATP + glicose ADP + glicose-6-fosfato

• ATP Hidrólise ADP Adenilato-cinase AMP


Regulação metabólica
• Proteína-cinase ativada por AMP (AMPK)

Hipotálomo
Coração Aumento na ingestão de comida

Oxidação do ácido graxos Músculo esquelético


Captura de glicose Captação e Oxidação do ácido
Glicólise graxos
Captura de glicose
Expressão de GLUT4
Biogênese mitocôndrial
Secreção de insulina
Síntese de ácido graxos
Pâncreas Lipólise
Tecido adiposo
Síntese de ácido graxos
Síntese de colesterol

Fígado
Regulação metabólica
• No estado bem alimentado ocorre a síntese do glicogênio
ou amido (armazenamento da glicose).

• Fígado – reservatório de glicose para outros órgão

• Músculo esquelético – fornece uma fonte de energia rápida

• No estado de jejum

• Após 24 horas a reserva desaparece


Glicogênese

Matriz extracelular e Glicogênio,


polissacarídeos da parede celular amido, sacarose

Síntese de polímeros Armazenamento


estruturais

Glicose

Oxidação pela via da Oxidação por glicólise


pentose-fosfato

Ribose-5-fosfato Piruvato
Regulação metabólica
• Estado alimentado

• Síntese do glicogênio (glicogênese) – ocorre em quase todos


os tecidos animais.

• Início com a glicose-6-fosfato pelas hexocinase I e II (no


músculo) e hexocinase IV (glicocinase) no fígado

1° - Glicose captado pelo eritrócito transformada em lactato


(fermentação) captado pelo fígado e convertido em glicose-6-fosfato
(gliconeogênese)
Glicogênese
• Início da glicogênese
glicose-6-fosfato glicose-1-fosfato
fosfoglicomutase

glicose-1-fosfato + UTP UDP-glicose + PPi


UDP-glicose-
pirofosforilase

• Regulada pela fosforilação do


vários resíduo de serina
transformando de glicogênio-
sintase a (não fosforilada)
para inibida glicogênio-sintase
b (fosforilada) – resposta a
ausência do ativador
alostérico (glicose), insulina,
glicose-6-fosfato e ativa pelo
glucagon e adrenalina.
Glicogênese
• Enzima de ramificação – amido (14) a (16)
transglicosilase ou glicosil-(46)-transferase
Glicogênese
• Cadeia nova de glicogênio (glicogenina)
Glicogenólise

Matriz extracelular e Glicogênio,


polissacarídeos da parede celular amido, sacarose

Síntese de polímeros Armazenamento


estruturais

Glicose

Oxidação pela via da Oxidação por glicólise


pentose-fosfato

Ribose-5-fosfato Piruvato
Glicogenólise

• Estado de jejum
• Degradação do glicogênio
(glicogenólise)
• Reação de fosforólise
• Age na extremidade não-
redutora até ramificação
(α16)
Regulação da degradação
• Regulada pela fosforilação do resíduo de serina
transformando de fosforilase b para a (mais ativa) –
resposta a adrenalina (músculo) glucagon (fígado).
Glicogenólise

• Enzima desramificação (oligo (α16) a (α14) glican-


transferase
Glicogenólise
• Glicose-1-fosfato entra na glicólise após transformação em
glicose-6-fosfato (músculo esquelético)
Glicogenólise
• Glicose-6-fosfato é liberada após hidrólise pela glicose-6-
fosfatase (fígado)
Regulação metabólica
Bem alimentado ­ Jejum
Etapa Órgãos Moléculas / Proteínas  Insulina  Glucagon ­Adrenalina
Sangue Glicose ­ Concentração  Concentração ­Necessidade
Captação Fígado Receptores Celulares ­ Membrana Plasmática
Captação Músculo Receptores Celulares ­ Membrana Plasmática ­ Membrana Plasmática
Todos AMPc ­intracelular

Glicólise Músculo Hexocinase I e II Temporariamente inibida  ­Atividade


Glicólise Fígado Hexocinase IV  ­Atividade e transcrição ­transcrição
Glicólise Todos PFK-1 inibição com ­ ATP ativação com AMP
Glicólise Todos PFK-1 inibição com ­ citrato
ativação com ­ Frutose-
Glicólise Todos PFK-1 2,6-bifosfato

Gliconeogênese Fígado FBPase-1 ativação com ­ ATP inibição com ­ AMP


ativação com 
Gliconeogênese Fígado FBPase-1 Frutose-2,6-bifosfato
Produção de frutose-2,6-
Glicólise Fígado PFK-2 bifosfato
Degradação de
Gliconeogênese Fígado FBPase-2 frutose-2,6-bifosfato
inibição com ­ATP, Acetil-
Glicólise Todos Piruvato-cinase CoA e AG
inibição com  ­ATP, Acetil-
Glicólise Fígado Piruvato-cinase (forma L) CoA e AG inibição com ­ AMPc
Regulação metabólica
Bem alimentado ­ Jejum
Etapa Organela Moléculas / Proteínas  Insulina  Glucagon ­Adrenalina
Ciclo do Ác. Cítrico Mitocôndria PDH E1 inibição com ­ ATP­, NADH, ativação com ­ AMP­, ativação com ­ AMP­,
acetil-CoA, ácido graxos NAD+, CoA, Ca2+ NAD+, CoA, Ca2+
Ciclo do Ác. Cítrico Mitocôndria Citrato-sintase inibição com ­ ATP­, NADH,
ativação com ­ ADP
citrato, succinil-CoA
Ciclo do Ác. Cítrico Mitocôndria Isocitrato-
inibição com ­ ATP­ ativação com ­ ADP ativação com ­ ADP, Ca2+
desidrogenase
Complexo α-
Ciclo do Ác. Cítrico Mitocôndria cetoglutarato- inibição com ­ NADH,
ativação com ­ Ca2+
succinil-CoA
desidrogenase
Ausência de O2
Fosforilação Complexo IV: Redução da velocidade
Mitocôndria
Oxidativa citocromo c para O2 com  ­O2
Fosforilação
Mitocôndria ATP-sintase inibição com  ­O2
Oxidativa
Fosforilação Mitocôndria Aumento de EROS/ROS
Oxidativa Complexo I e III
Regulação metabólica
• Resumo
• Aumento do consumo de ATP – concentração alta de
ADP
• Aumenta a velocidade da cadeia respiratória e da fosforilação
oxidativa
• A oxidação do piruvato pelo ciclo do ácido cítrico aumentam,
aumentando o fluxo de elétrons
• Pode aumentar a velocidade da glicólise

• Quando diminuem a concentração de ADP


• Reduz a velocidade de todas as etapas, pois o ATP é o inibidor
alostérico de várias etapas.

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