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Enzimas

• Prof.Drª. Anne Dias


História
• A catálise biológica foi reconhecida no final dos anos 1700, com a
pesquisa da digestão de carne por secreções do estômago.
• Logo após foi estudada a conversão do amido em açúcar pela
saliva e por vários extratos de plantas.
• Em 1850 foi descoberto a fermentação do açúcar em álcool por
leveduras.
Louis Pasteur
• Em 1897 Eduard Buchner descobriu que extratos de leveduras
podiam fermentar açúcar em álcool por moléculas ativas.
• Posteriormente Frederick W.Kuhne denominou essas moléculas
ativas como enzimas.

The Nobel Prize in Chemistry 1907 was awarded


to Eduard Buchner "for his biochemical
researches and his discovery of cell-free
fermentation".
Natureza dos catalisadores biológicos

• Comprovação da origem protéica das enzimas.


• James Sumner (1926), através da cristalização da urease.
• Postulou que ENZIMAS são PROTEÍNAS

• John Nothrop (1930): cristalização de tripsina e pepsina bovinas -


proteínas com atividade catalítica

The Nobel Prize in Chemistry 1946 was


divided, one half awarded to James
Batcheller Sumner "for his discovery that
enzymes can be crystallized",the other
half jointly to John Howard Northrop
and Wendell Meredith Stanley "for their
preparation of enzymes and virus
proteins in a pure form".
Enzimas

 - são proteínas que atuam aumentam a velocidade das reações químicas


celulares entre reagentes e produtos sem afetar o equilíbrio da reação;

- Formação de um complexo enzima-substrato

Obs:
 Ligação Permanente: grupos prostéticos
Ligação Transitória: cofatores (interações fracas)
As enzimas alteram a velocidade da reação,
não o equilíbrio

• Uma reação enzimática simples pode ser descrita como:

Enzima Enzima
E + S EP E + P
Substrato Produto

Qual a função de um catalizador?

• Aumentar a velocidade da reação


• Alta especificidade e capacidade de regulação.
Interações transitórias do
Cofatores tipo ajuste induzido

- Algumas atividades enzimáticas requerem participação de outras


moléculas ou íons inorgânicos (Fe+2, Zn +2, Mg+2);

Ex:
Coenzimas
- Cofatores enzimáticos íons ou moléculas orgânicas
- ex: NAD+

 
Nomenclaturas das ligações enzimáticas

Sítio catalítico

Íons orgânicos
Íons Substrato
inorgânicos Sintetizadas
a partir de
vitaminas da
dieta

Parte proteica

Enzima completa
Vitaminas precursores de cofatores

Coenzimas

Coenzima Reação Vitamina


Biocitina Descarboxilação Biotina
Carboxilação
FAD Transferência de elétrons Ribofalvina
(vitamina
B2)
NAD Transferência de íon (H-): Niacina
Piridoxal Transferência de grupos Piridoxina
Fosfato amino (vitamina
B6)
Complexo enzima-substrato

• pontes de hidrogênio, interação iônica e hidrofóbica.


“Possui resíduos de aminoácidos com grupos nas cadeias laterais que se
ligam ao substrato e catalisam a sua transformação química.”

Especificidade
Catálise enzimática – sítio ativo
Catálise enzimática

-  Complementariedade geométrica e eletrônica


- Teoria da chave-fechadura Emil Fisher (1894)
- Ajuste induzido Koshland (1958)
- Energia de ligação
Mecanismo de ação – Sistema enzimático
Diagrama da coordenação da reação (reação catalisada X reação não catalisada)

Estado de transição

Processos
enzimáticos e Energia
de ativação é
diminuída

Estado de transição: quando a curva de energia atinge um ponto a partir do qual o


decaimento para o estado S ou para o estado P tem a mesma probabilidade de
ocorrer. Momento molecular transitório
A diferença entre níveis energéticos do estado basal e do estado de
transição é a ENERGIA DE ATIVAÇÃO
Quando essa energia de ativação diminui?
Quando ocorrem as interações fracas entre E + S

-Ligações de hidrogênio
-Interações hidrofóbicas
-Interações iônicas

Conhecida também como Energia de ligação


• “ é a principal fonte de energia livre utilizada pelas enzimas
para a diminuição da energia de ativação das reações.”

- Energia de ligação contribuir para a especificidade e catálise


- Interações fracas são otimizadas no Estado de Transição.
Teoria da chave-fechadura Emil Fisher (1894)
Reações químicas
Barreira energética (energia de ativação)
fatores físicos essenciais

• Entropia das moléculas reagentes em solução;

• Camada de solvatação dos reagentes;

• Alinhamento adequado dos grupos reagentes;

• Distorção dos substratos.


Mecanismos de catálise enzimática

• Catálise ácido-básica: doadores e aceptores de prótons;


• Catálise covalente;
• Catálise por íons metálicos;
• Catálise eletrostática
• Efeitos de proximidade e orientação;
• Efeito de estabilização do estado de transição;
Fatores que influenciam a velocidade da atividade
enzimática
1. A atividade enzimática depende de sua estrutura nos níveis primário,
secundário, terciário e quaternário;

Mutações em apenas um resíduo de


  aminoácido podem levar á perda de função

2. Aminoácidos no sítio ativo: ligação e catálise

Mutações no sítio ativo leva á perda de função

3. Faixa ideal para cada enzima


  Temperatura e pH

 4. Concentração de substrato


Concentração do substrato

Por que essa velocidade ficou constante?


Saturação enzimática
Estado Estacionário ([ES] é
constante)
Teoria geral de ação enzimática

-Proposta por Michaelis e Mentem


(1913)

“ velocidade é proporcional a [S]


porque o equilíbrio é direcionado a
formação do complexo ES, de acordo
com o aumento de S.”
Km = k-1 +k2
k1

Vmáx = k2 [E]t
Desnaturação e Renaturação
Forma nativa

Agente redutor

Agente redutor

Forma renaturada

Christian Anfinsen
REGULAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

Sitio de controle da atividade


enzimática
- Modulação da atividade enzimática: controle alostérico;
- Modificação covalente reversíveis;
- Concentração de enzima: nível de expressão e degradação (renovação
de proteínas)

Cascata de
Digestão
coagulação

Ação hormonal
Controle alostérico – Enzimas alostéricas

Sítio catalítico Sítio Alostérico


Regulação Alostérica

Pouca atividade

Modificação Covalente

Maior atividade
Enzima Aspartato-transcarbamoilase

12 cadeias
• Enzimas alostéricas geralmente são maiores
polipeptídicas
• Possuem mais de uma cadeia polipeptídica
• As enzimas são reguladas pelos PRODUTOS da sua atividade
enzimática. Inibição por RETROALIMENTAÇÃO
Propriedades cinéticas das enzimas alostéricas

• Apresentam relações diferentes entre V0 e [S] daquelas apresentadas por


Michaelis-Mentem.

Apresentam saturação do substrato quando as [S] são


suficientemente altas.

• Enzimas alostéricas:

Cinética sigmoide que reflete a cooperação entre as subunidades


proteicas

Mudanças na estrutura de uma subunidade são convertidas em


mudanças estruturais em subunidades adjacentes.

Ex: Hemoglobina
Cinética sigmóide – enzimas alostéricas
Sítio ativo Efetor
S1 negativo

S2

Forma - ativa Efetor Forma + ativa


positivo

Sítios
+P alostéricos
Regulação da atividade enzimática

Sítio ativo Efetor


negativo

Forma - ativa Efetor Forma + ativa


positivo

Sítios
alostéricos
Inibição Competitiva
Inibição não Competitiva
Inibição Mista
Classificação das enzimas

DESIGNAÇÃO COMUM: SUBSTRATO + ASE


DESCREVENDO SUA ATIVIDADE + ASE

Número Classe Reação


1 Oxidoredutases Transferência de elétrons

2 Transferases Transferência de grupos

3 Hidrolases Quebra de ligações (H2O)

4 Liases Duplas ligações- retirada


ou entrada de grupos
5 Isomerases Interconversão isômeros
6 Ligases Formação de ligações
acoplada a quebra de
ATP
Estudos de enzimas

• Tecnologia enzimática
• Enzimas microbianas (bacterianas e fúngicas) de uso industrial
• amilases, proteases (produção de álcool; alimentícea; detergentes;
indústria coureira);
• Produção de álcool celulase:
• Indústria de polpa de papel e celulose: hemicelulases e ligninases;
• Indústria Cervejeira - -glucanases.
• Enzimas como alvo para drogas: projetos Genoma e Proteoma.
Microrganismos - uso industrial

• Saccharomyces cervisae: cerveja, panificação.


• Streptococcus thermophilus/Lactobacillus bulgaricus - iogurte;
• Antibióticos, baunilha e aldeído benzênico (flavorizantes)
• Aspergillus niger: citrato (conservante);
• Clostridium acetobutylicum: butanol e acetona;
• Tratamento de rejeitos (biorremediação): derivados de petróleo e
acúmulo de metais pesados (bactérias)

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