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ISPTEC 2017
• catalisadores
• classificação
• especificidade e mecanismos de ação
• regulação enzimática
• inibidores e aplicações
1700:
Estudos da digestão de carnes por secreções do estômago .
1833:
Payen e Persoz: descobriram a conversão do amido em açúcar pela saliva .
1850:
Louis Pasteur concluiu que leveduras catalisam a conversão de
açúcares em álcool.
1878:
Friedrich Wilhelm Kühne cunha o nome "enzima",
"en" = dentro e "zyme" = levedura.
1897:
Buchner descobriu que extratos de levadura podiam converter o açúcar em
álcool, e que fermentos eram moléculas.
1926:
J.B.Sumner cristaliza a primeira proteína, urease, e demonstra que a
atividade enzimática é uma característica de moléculas definidas.
Enzimas são proteínas que agem como catalizadores biológicos:
Composto B (produto)
enzima
Reação
catalisada
pela enzima
Composto A (substrato)
Centro ativo
ou
sítio catalítico Observe que não há consumo
de uma enzima é a porção ou modificação permanente da
da molécula onde ocorre a enzima
atividade catalítica
Teoria da catálise
v1
Considere as reações: A + B C
v-1
Estado de transição ou
complexo ativado:
• enzimas são mais eficientes: podem acelerar reações até 1014 vezes contra
102 – 103 vezes dos catalisadores inorgânicos;
Velocidade na Velocidade da
ausência de enzima reação catalisada Poder
Enzima catalítico
“Reações/segundo” “Reações/segundo”
A hidrólise lento
não enzimática Cadeias
de uma ligaçãolento rápido rápido Muito
laterais de
peptídica é lenta rápido aminoácidos
e requer no sítio ativo
condições de uma
drásticas de pH e Água, enzima
temperatura um dos substratos hidrolítica
Apoenzima
parte proteica
ativa
Coenzima Reação com Vitamina
Grupo
Prostético
inativa Biocitina CO2 Biotina
Coenzima A Grupos acil Ác. Pantotênico
Coenzima B12 H e grupos alquil Vitamina B12
FAD, FMN óxido-redução Riboflavina
Coenzimas participam do ciclo
NAD, NADP óxido-redução Niacina
catalítico das enzimas
recebendo ou fornecendo Fosfato de piridoxal Grupos aminos Piridoxina
grupos químicos para a reação Pirofosfato Tiamina Grupos aldeídos Tiamina
Tetrahidrofolato unidades C Ácido fólico
Algumas enzimas formam intermediários covalentes com seus substratos
Aldolase
Descarboxilases
Enzimas dependentes
de piridoxal fosfato
Transferência de elétrons
Classificação das Enzimas: 1. Óxido-redutases
( Reações de óxido-
Se uma molécula se
reduz, há outra que se
redução).
oxida.
Em A: o sítio catalítico dessa enzima é formado pelos resíduos (em vermelho) de Tyr248
(acima, à direita) e de Glu270 (centro), e um átomo de Zn2+, que está acima do Glu270.
A B
A H2O transfere H+
para a His-57 e –OH
A Ser-195 transfere H+
para o substrato,
para His-57 formando um
formando um segundo
estado de transição
estado de transição
tetraédrico com o
tetraédrico
substrato. O Asp-102
estabiliza o próton na His-
57 fazendo uma ligação
iônica
O H+ é transferido da His-57
de volta para a Ser-195. A
O H+ é transferido da His- outra porção do substrato é
57 para o substrato. A liberada da enzima, que
ligação susceptível é retorna ao estado inicial
clivada, e parte do
substrato fica ligado
covalentemente à enzima
Fatores que afetam a atividade enzimática:
2. Tempo da reação
Vários são os fatores que afetam o funcionamento das enzimas como catalisadores.
Alguns desses fatores são decorrentes da natureza proteica das enzimas, como o
efeito do pH e da temperatura. Para se estudar o efeito isolado de um dos fatores
acima, é necessário que todos os outros fatores sejam mantidos fixos.
Fatores que controlam a atividade enzimática:
Desnaturação
% atividade enzimática máxima
100- térmica da
Temperatura proteína
ótima
Pouca energia
50- para a reação
acontecer Ao contrário da curva em
forma de sino no caso da
atividade enzimática versus
pH, a enzima só está
0-
desnaturada em
temperaturas acima da
temperatura ótima.
Fatores que controlam a atividade enzimática:
2. Tempo da reação O gráfico abaixo ilustra como as
concentrações de E, S e P variam ao
longo do tempo da reação.
3. Concentração:
• da enzima
• do substrato
• de co-fatore(s)
concentração
A [substrato] cai na mesma razão em que a
[produto] aumenta em função do tempo.
Tang =KM/Vmax
equação
y = a . x + b de reta
O intercepto da reta no eixo x é igual a -1/KM
Onde:
substituindo y = 0 na equação, temos:
a = coef. angular = Km/Vmax
0 = Km . 1 + 1 -1 = Km . 1 (tangente ângulo alfa)
Vmax [S] Vmax Vmax Vmax [S]
b = coef. linear = 1/Vmax
-1 = Km -1 = 1 (intercepto no eixo y)
[S] Km [S]
A velocidade da reação
somente é proporcional à
[E]
quando a enzima está
saturada, ou seja, reação é
de ordem zero (independe)
em relação a [S]
Eficiência catalítica
Kcat/Km
- k2 ou kcat (constante catalítica) mede o “poder
catalítico” da enzima Parâmetro mais adequado
para comparações
v = k2 Etotal + [P] k2 = Vmax (s-1)
cinéticas
[ES] [Etotal]
Para calcular kcat considera-se que toda a E existe como ES, e que v=Vmax
Interações secundárias de proteinases com seus substratos
Enzima Substratos kcat KM Razão
kcat/ KM
(seg-1) (mM)
A tabela ilustra como interpretar Kcat, KM e eficiência catalítica (kcat/K M), comparando a ação
de enzimas proteolíticas sobre diferentes substratos sintéticos. O ponto de clivagem dos
substratos está indicado pela flecha. Conforme o número de resíduos de aminoácidos
aumenta à esquerda do ponto de clivagem, a eficiência catalítica (kcat/K M) das enzimas
melhora (considerando-se como 1 o valor obtido com o substrato mais curto).
No caso da tripsina, o Km diminue 3X, sem alterar o kcat, ou seja a formação do complexo
ES com o substrato maior é facilitado, mas não foi afetada a sua transformação em produto.
No caso da elastase, o Km diminue ~300 X e o kcat aumenta ~10x, ou seja todas as etapas
da reação são facilitadas com o substrato mais longo.Como resultado, a eficiência catalítica
aumentou 3.900 vezes.
35Å
QUIMOTRIPSINA
18 Å
P4 P3 P2 P1 P1¹
SUBSTRATO LIGAÇÃO
SUSCEPTÍVEL
O sítio ativo de uma enzima proteolítica em geral é uma fenda onde se localizam os
resíduos de aminoácidos (S) dotados de capacidade catalítica. O resíduo de aminoácido da
enzima que efetua a clivagem do substrato é designado S1, e sucessivamente à esquerda na
seqüência primária da enzima, ficam os resíduos S2, S3, S4, etc. De maneira análoga, os
resíduos de aminoácidos da enzima à direita de S1 são designados com S’1, S’2, S’3, etc.
O resíduo catalítico S1 da enzima cliva o substrato proteico no resíduo P1, determi-
nando sua especificidade primária. À esquerda e à direita de P1 na seqüência do substrato
proteico, estão os resíduos P2, P3, etc, e P’1, P’2, etc, respectivamente.
A figura acima explica os dados da tabela no slide anterior. O encaixe da enzima com
a molécula do substrato melhora quando outros resíduos, além de S1 e P1, interagem. Na
tabela, os substratos com resíduos P2 a P4 proporcionaram melhores parâmetros, mostrando
que as interações que esses realizam com a enzima influenciam sua atividade enzimática.
Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na disponibilidade
de S e da própria E ?
Lembrar que em geral não ocorrem variações bruscas de pH e de temperatura.
A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas
vezes atuam em conjunto na mesma enzima.
1. Inibidores:
• irreversíveis: não protéicos e protéicos
• reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo
2. Alosteria:
• ativadores e inibidores
• cooperatividade
Agora vamos falar de:
3. Modulação covalente
• Ativação de zimogênios
• Fosforilação e defosforilação
Inibidores irreversíveis:
Compostos orgânicos clorados ou fosforados são bons exemplos de inibidores enzimáticos irreversíveis,
pois reagem com o resíduo S1 de serino-enzimas, formando um complexo irreversível. Uma das enzimas
altamente sensível a esses compostos é a acetilcolinesterase, responsável pela metabolização do
neurotransmissor acetilcolina em neurônios centrais e periféricos.
Este é o mecanismos de ação dos inseticidas organofosforados, como o malathion e o parathion. Tanto a
acetilcolinesterase de insetos como de mamíferos são igualmente inibidas por essas drogas. Contribue
para a toxicidade desses inseticidas a longa meia vida que esses apresentam no ambiente.
Inseticidas
organofosforados
dose letal: 3-13 mg/Kg, oral
Acetilcolinesterase complexada com sarin ou “gás dos nervos” (dose letal 0,01 mg/kg, oral), um
organofosforado altamente tóxico e volátil, que reage com o resíduo de Ser ativo da enzima.
H3C SO2F
E
E
F-
PMSF
Enzima + diisopropilfluorofosfato enzima inibida phenylmethane
sulphonyl fluoride
No laboratório, serino-enzimas podem ser identificadas por serem eficientemente inibidas por
compostos organofosforados menos tóxicos como o diisopropilfluorofosfato (DFP) ou o fluoreto
de fenilmetilenosulfonila (PMSF).
B-cell development
serpinas inibitórias
C1 Inh G1
centerin – B9
ov-serpins B*
serpinas não inibitórias
Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na
disponibilidade de S e da própria E ?
A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas
vezes atuam em conjunto na mesma enzima.
1. Inibidores:
• irreversíveis: não protéicos e protéicos
• reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo
2. Alosteria:
• ativadores e inibidores
• cooperatividade
Agora vamos falar de:
3. Modulação covalente
• Ativação de zimogênios
• Fosforilação e defosforilação
• o inibidor é análogo estrutural do substrato e
Inibição competitiva compete com ele pela ligação ao sítio ativo
• com aumento da [substrato], ocorre diminue da
inibição caracterizando uma competição entre S e I
I S • não há alteração da Vmax
S S • há um aumento de Km por um fator , que
permite o cálculo da constante de inibição, Ki
S P
E IS SS
S S I
S
I Inibição não competitiva ou mista
S S
• inibidor não é análogo estutural do
substrato - não se liga ao sítio ativo
E S
I I
P • inibidor se liga à E e ao ES
I
S • aumento da [substrato] não diminue a
S inibição - não há competição
S • Km aumenta e Vmax diminuí
I I E
E
S I
I
S S
Inibição incompetitiva
S S
I
• inibidor é análodo do estado de transição
I I E S
I S e se liga somente ao complexo ES
• Km aumenta e Vmax diminuí
S
Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na
disponibilidade de S e da própria E ?
A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas
vezes atuam em conjunto na mesma enzima.
1. Inibidores:
• irreversíveis: não protéicos e protéicos
• reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo
2. Alosteria:
• ativadores e inibidores
• cooperatividade
3. Modulação covalente
Agora vamos falar de:
• Ativação de zimogênios
• Fosforilação e defosforilação
Enzimas alostéricas possuem uma região diferente do sítio ativo ao se liga
um efetor ou modulador alostérico. A mudança conformacional decorrente da
ligação do efetor alostérico se propaga pela molécula e afeta o sítio ativo,
ativando-o ou inibindo-o. Observe nas figuras.
Gráfico V x S
Enzimas tipo K: efetores alostéricos alteram o Km
(Michaelis-Menten) é
Enzimas tipo V: efetores alostéricos alteram a Vmax uma curva sigmóide
A aspartato transcarbamoilase fornece N-carbamoil-aspartato para a rota de
síntese de pirimidinas. É uma enzima alostérica tipo K, inibida por CTP e ativada
por ATP, sendo composta por 6 unidades regulatórias e 6 catalíticas.
PO42- aspartato
pirimidinas
inativa
Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na
disponibilidade de S e da própria E ?
A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas
vezes atuam em conjunto na mesma enzima.
1. Inibidores:
• irreversíveis: não protéicos e protéicos
• reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo
2. Alosteria:
• ativadores e inibidores
• cooperatividade Agora vamos falar de:
3. Modulação covalente
• Fosforilação e defosforilação
• Ativação de zimogênios
Ao contrário da alosteria, em que os efetores ligam-se à enzima apenas por ligações
fracas, na modulação covalente a enzima é modificada covalentemente por duas
outras enzimas: uma quinase fosforila a enzima às custas de ATP, e uma
fosfatase remove o grupo fosfato da enzima fosforilada.
A modulação covalente é energéticamente cara, pois
necessita duas outras proteínas e ATP para regular
a atividade de uma enzima. Ao contrário, na alosteria
enzima
a enzima é controlada pelas concentrações relativas
de seus efetores e a afinidade da enzima por estes.
fosfato
substrato
Fosforilação - Defosforilação
fosfatase
inativa ativa
quinase
A regulação do metabolismo intermediário, por
exemplo, síntese e degradação de lipídeos e
carboidratos envolve etapas de alosteria e
modulação covalente
Em resposta ao hormônio adrenalina ou epenifrina, há um
aumento da concentração de glicose circulante, preparando
o organismo para luta ou fuga.
membrana
+ -
alosteria alosteria
indutor repressor
A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas
vezes atuam em conjunto na mesma enzima.
1. Inibidores:
• irreversíveis: não protéicos e protéicos
• reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo
2. Alosteria:
• ativadores e inibidores
• cooperatividade Agora vamos falar de:
3. Modulação covalente
• Fosforilação e defosforilação
• Ativação de zimogênios
Ativação de zimogênios é um caso específico de modulação
covalente exclusivo de alguns tipos de enzimas proteolíticas.
Coágulo de
fibrina Zimogênios
Serino-proteinases
Uroquinase
Fatores não enzimáticos
tPA
FIBRINÓLISE
Plasmina
Plasminogênio
Para mais informações, visite as páginas abaixo:
http://www.brenda.uni-koeln.de/
http://www.ebi.ac.uk/thornton-srv/databases/CSA/
http://merops.sanger.ac.uk/cgi-bin/merops.cgi?id=index;action=clanid