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Enzimas: como atuam ?

• catalisadores
• classificação
• especificidade e mecanismos de ação
• regulação enzimática
• inibidores e aplicações
Enzimas (histórico)

1700:
Estudos da digestão de carnes por secreções do estômago .
1833:
Payen e Persoz: descobriram a conversão do amido em açúcar pela saliva .
1850:
Louis Pasteur concluiu que leveduras catalisam a conversão de
açúcares em álcool.
1878:
Friedrich Wilhelm Kühne cunha o nome "enzima",
"en" = dentro e "zyme" = levedura.
1897:
Buchner descobriu que extratos de levadura podiam converter o açúcar em
álcool, e que fermentos eram moléculas.
1926:
J.B.Sumner cristaliza a primeira proteína, urease, e demonstra que a
atividade enzimática é uma característica de moléculas definidas.
Enzimas são proteínas que agem como catalizadores biológicos:

Composto B (produto)
enzima
Reação
catalisada
pela enzima

Composto A (substrato)

Centro ativo
ou
sítio catalítico Observe que não há
de uma enzima é a porção consumo ou modificação
da molécula onde ocorre a permanente da enzima
atividade catalítica
O gráfico mostra a variação de energia ao
Teoria da catálise longo de uma reação.

Energia de ativação ou barreira


energética:
Estado de transição
quantidade de energia
Reação não que é preciso fornercer aos
catalisada reagentes para a reação ocorrer
Energia
de
ativação
Energia

Estado de transição ou
complexo ativado:

Reação forma molecular inter-


Substrato (S)
catalisada mediária entre o reagente e
o produto, existe somente
Produto (P)
no alto da barreira
Progresso da reação energética.
É altamente instável.

Um Catalisador diminui a barreira energética criando percursos


alternativos da reação para formação do estado de transição.
Enzimas são catalisadores biológicos:

Equação geral representa o


de uma reação E + S ES P + E estado de
enzimática transição

Que diferenças existem entre catalisadores inorgânicos, como íons


metálicos, e as enzimas ?

• enzimas são mais eficientes: podem acelerar reações até 1014 vezes contra
102 – 103 vezes dos catalisadores inorgânicos;

• enzimas são específicas: catalisam reações envolvendo às vezes apenas um


único tipo de reagente;

• enzimas são estereo-específicas e não produzem sub-produtos reacionais;

• enzimas operam em condições amenas de temperatura, pressão e pH;

• enzimas podem ser altamente reguladas através de fatores extrínsecos à reação,


tanto por ativadores como por inibidores.
Algumas proteínas, enzimas em especial, contêm em sua molécula uma porção
não proteica, que é essencial para atividade biológica.

metal Distinção entre cofator e coenzima


Grupo depende da força de ligação com a
cofator
prostético apoproteína. Ex: o NAD+ pode ser
coenzima cofator de uma enzima (ligação
fraca) e ser coenzima de outra
Enzima (ligação forte). O mesmo ocorre
holozima
com as metais.

Apoenzima
parte proteica

ativa
Coenzima Reação com Vitamina

Grupo
Prostético
inativa Biocitina CO2 Biotina
Coenzima A Grupos acil Ác. Pantotênico
Coenzima B12 H e grupos alquil Vitamina B12
FAD, FMN óxido-redução Riboflavina
Coenzimas participam do ciclo
NAD, NADP óxido-redução Niacina
catalítico das enzimas
recebendo ou fornecendo Fosfato de piridoxal Grupos aminos Piridoxina
grupos químicos para a reação Pirofosfato Tiamina Grupos aldeídos Tiamina
Tetrahidrofolato unidades C Ácido fólico
Transferência de elétrons
Classificação das Enzimas: 1. Óxido-redutases
( Reações de óxido-
Se uma molécula se
reduz, há outra que se
redução).
oxida.

considera tipo de 2. Transferases


•grupos aldeído
•gupos acila
(Transferência de grupos
reação e substratos funcionais)
•grupos glucosil
•grupos fosfatos (quinases)

•Transformam polímeros em monômeros.


Atuam sobre:
Nomenclatura oficial das enzimas é 3. Hidrolases •Ligações éster
•Ligações glicosídicas
dada pela Enzyme Comission da (Reações de hidrólise)
•Ligações peptídicas
International Union for Biochemistry •Ligações C-N
and Molecular Biology (IUBMB) :
•Entre C e C
4. Liases
•Entre C e O
(Adição a ligações duplas) •Entre C e N
ATPase (Adenosinatrifosfatase): EC
3.6.1.3
- é uma hidrolase.........................3
- atua num anidrido......................3.6 5. Isomerases
- o anidrido contém fosfato..........3.6.1 (Reações de isomerização)
- esse anidrido é ATP..................3.6.1.3
Números identificam o tipo 6. Ligases •Entre C e O
(Formação de laços •Entre C e S
de reação e o tipo de covalentes com gasto de •Entre C e N
substrato alvo ATP) •Entre C e C
Enzimas são específicas para o reconhecimento de seus substratos.

Emil Fisher, na década de 1950, propôs


Modelo Chave-Fechadura o modelo chave-fechadura para expli-
car o reconhecimento (especificidade) do
substrato pela enzima. Nesse modelo, o
Formas rígidas sítio ativo da enzima é pre-formado e
tem a forma complementar à molécula
do Substrato, de modo que outras
moléculas não teriam acesso a ela.

No entanto, o modelo chave-fechadura


não explica a interação das enzimas com
inibidores e análogos dos substratos.
Modelo Chave-Fechadura
Na década de 1970, Daniel Kosland
E e S se deformam, para propôs o modelo de encaixe induzido,
otimizar o encaixe
no qual o contacto com a molécula do
substrato induz mudanças conformacio-
nais na enzima, que otimizam as intera-
ções com os resíduos do sítio ativo.
Esse é o modelo aceito hoje em dia.
Carboxipeptidase A é uma enzima digestiva da classe das metaloproteinases.

Em A: o sítio catalítico dessa enzima é formado pelos resíduos (em vermelho) de Tyr248
(acima, à direita) e de Glu270 (centro), e um átomo de Zn2+, que está acima do Glu270.

A B

Em B: A ligação do substrato dipeptídico glicil-L-tirosina (em verde) causa uma profunda


mudança conformacional nas vizinhanças do sítio ativo da carboxipeptidase A. Clique com
o mouse para observar a re-orientação da posição da Tyr248 em relação à outra figura.
Fatores que afetam a atividade enzimática:

1. Condições do meio que afetam estabilidade protéica


• pH
• temperatura

2. Tempo da reação

3. Concentração dos reagentes


• a enzima
• o substrato
• co-fatore(s)

Vários são os fatores que afetam o funcionamento das enzimas como catalisadores.
Alguns desses fatores são decorrentes da natureza proteica das enzimas, como o
efeito do pH e da temperatura. Para se estudar o efeito isolado de um dos fatores
acima, é necessário que todos os outros fatores sejam mantidos fixos.
Fatores que controlam a atividade enzimática:

1. Fatores que afetam a estabilidade proteica das enzimas


• Variações de pH: pH ótimo

O pH ótimo de uma enzima


% atividade enzimática máxima

reflete variações no estado de


ionização de resíduos de
aminoácidos do sítio ativo. A
enzima está pelo menos
parcialmente desnaturada em
pHs afastados do pH ótimo.
Quando o substrato é uma
molécula ionizável, o pH ótimo
da enzima também reflete o seu
estado de ionização .

pH ótimo=1,5 pH ótimo=6,8 pH ótimo=9,9


Fatores que controlam a atividade enzimática:

1. Fatores que afetam a estabilidade proteica das enzimas


• Variações de pH: pH ótimo
• Variações de temperatura: temperatura ótima

Desnaturação
% atividade enzimática máxima

100- térmica da
Temperatura proteína
ótima

Pouca energia
50- para a reação
acontecer Ao contrário da curva em
forma de sino no caso da
atividade enzimática versus
pH, a enzima só está
0-
desnaturada em
temperaturas acima da
temperatura ótima.
Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na disponibilidade
de S e da própria E ?
Lembrar que em geral não ocorrem variações bruscas de pH e de temperatura.

A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas
vezes atuam em conjunto na mesma enzima.

Entre estes mecanismos, destacam-se:

1. Inibidores:
• irreversíveis: não protéicos e protéicos
• reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo

2. Alosteria:
• ativadores e inibidores
• cooperatividade
Agora vamos falar de:
3. Modulação covalente
• Ativação de zimogênios
• Fosforilação e defosforilação
Importância Biomédica
Toxicologia e Farmacologia

Drogas terapeuticamente Venenos metabólicos


importantes

Inibir ou abolir reações


Inibir a atividade de enzimas metabólicas essenciais

Utilizadas no tratamento de
Descoberta do mecanismo de
inúmeras patologias
ação de enzimas
Inibição Enzimática
Quanto ao tipo:
inespecífica - inibidor  a atividade de todas
as enzimas
ex: agentes desnaturantes

específica -inibidor  a atividade de uma


única enzima ou de um grupo
restrito de enzimas
irreversível
reversível competitiva
não-competitiva
incompetitiva
Inibição Enzimática
– Inibição Enzimática Irreversível
• inibidor se combina com um grupo
funcional (sítio ativo) da enzima

• inibidor se liga à enzima formando


um complexo ESTÁVEL

• forma-se uma ligação COVALENTE


entre o inibidor e a enzima
Inibição Enzimática Irreversível
Ex: Inibição da enzima ciclo-oxigenase pelo acetilsalicilato

Ciclo-oxigenase
Prostaglandinas
Ácido araquidônico

Processos fisiológicos, ex. sensação de dor


Inibição Enzimática Irreversível
Uteís para o estudo do mecanismo de reação através da
determinação do aminoácido que se liga covalentemente
ao inibidor quando a enzima é inibida

H+ F

Enz - CH2-OH + DIFP


Serina
diisopropilfluorfosfato

Ex. DIFP inibe aceticolinesterase hidrolisa aceticolina

Neurotransmissor
Contração e peristaltismo intestinal
Bradicardia
Inibição Enzimática Irreversível
Inibição Enzimática
– Inibição Enzimática Reversível
• inibidor forma com a enzima um
complexo INSTÁVEL
• inibição NÃO envolve modificação
COVALENTE
• Tipos de inibidores reversíveis
• competitivos
• não competitivos
• incompetitivos
Inibição Competitiva
Inibidor competitivo
Estrutura semelhante à do substrato
Liga-se ao Sítio Ativo da Enzima
E+S ES E+P
+
I

EI
Inibição Competitiva
Enzima S S
Sítio Ativo
S
S S
P S
IC
S
P
IC
S
P IC
P IC
P IC
P S

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