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UNIVERSIDADE PRIVADA DE

ANGOLA

ENZIMOLOGIA

DOCENTE: Elie Gombet


ENZIMAS

SUMÁRIO: Enzimas. Generalidades.


Cinética enzimática. Regulação
.
DEFINIÇÃO

 Enzimas: são catalisadores biológicos


responsável pelo suporte de quase
todas as reacções que mantém o
equilíbrio animal
4

Aminoácidos:
ENZIMAS
H

Estrutural
 Proteínas R C* COOH

 Com exceção de um pequeno grupo de


moléculas de RNA com propriedades
NH2

catalíticas, chamadas de RIBOZIMAS.

Função:
 Catalisadores biológicos
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ENZIMAS – PROTEÍNA

Classificação proteínas

Proteínas globulares Proteínas fibrosas


Estrutura das proteínas

Primaria Secundaria Terciária Quaternária

ENZIMAS
Proteínas com alto peso
Proteínas globulares molecular, maioria entre 15 a
1000 Kilo Daltons Unit (KD)
OBS: 1 Dalton = 1 unidade de
peso molecular (AMU)
Estrutura terciária
PARTICIPAM DAS VIAS BIOQUÍMICAS

 Enzimas realizam o controlo preciso do


metabolismo celular
 O metabolismo energético
é um dos principais
temas de estudo
da bioquímica

 Permitem resposta
e adaptação a um
meio em mudança
PROPRIEDADES
1. Proteínas altamente
especializadas

 Alto grau de especificidade com


substratos

2. Poder catalítico
- Aumentam a velocidade das
reações químicas em condições
suaves temperatura e Ph

 Actuam de forma organizada


catalisado centenas de reações que
degradam as moléculas dos
nutrientes e conservam suas
energia
 a actividade enzimática no soro
DIAGNÓSTICO ENZIMOLÓGICO

Determinação da actividade enzimática no soro pode fornecer


informações ao diagnóstico em relação ao local e
extensão da lesão
Por que a catálise enzimática é mais
eficiente ?
1) Aumento da concentração dos reagentes na superfície da enzima

2) Orientação correta dos reagentes (substratos)

3) Aumento da reatividade dos reagentes

4) Indução de deformação física no substrato,

A hidrólise lento
não enzimática Cadeias
de uma ligação lento rápido rápido Muito
laterais de
peptídica é lenta rápido aminoácidos
e requer no sítio ativo
condições de uma
drásticas de pH eÁgua, enzima
temperatura um dos substratos hidrolítica

Sem catálise Catálise ácida Catálise básica Catálise


ácido-básica
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CENTRO ACTIVO

Região da molécula enzimática


que participa da reação com o
substrato.

Pode possuir componentes não


protéicos:cofatores.

Possui aminoácidos específicos.


CENTRO ACTIVO
Componente químico adicional necessário para
a sua função

– Cofator: iões inorgânicos


– Coenzima: moléculas
orgânicas complexas
– Se liga muito firmemente:
grupo prostético

• Enzima completa:
holoenzima
– Parte protéica:
apoenzima ou
apoproteína
Transferência de elétrons
Classificação das Enzimas: 1.( Reações
Óxido-redutases
de óxido-
Se uma molécula se
reduz, há outra que se
redução).
oxida.

considera tipo de 2. Transferases


•grupos aldeído
•gupos acila
reação e substratos (Transferência de grupos
•grupos glucosil
funcionais)
•grupos fosfatos (quinases)

•Transformam polímeros em monômeros.


Nomenclatura oficial das enzimas é Atuam sobre:
•Ligações éster
dada pela Enzyme Comission da 3. Hidrolases
(Reações de hidrólise) •Ligações glicosídicas
International Union for Biochemistry •Ligações peptídicas
•Ligações C-N
and Molecular Biology (IUBMB) :
•Entre C e C
4. Liases
•Entre C e O
(Adição a ligações duplas) •Entre C e N
ATPase (Adenosinatrifosfatase): EC
3.6.1.3
- é uma hidrolase.........................3
5. Isomerases
- atua num anidrido......................3.6
- o anidrido contém fosfato..........3.6.1 (Reações de isomerização)     
- esse anidrido é ATP..................3.6.1.3
Números identificam o tipo 6. Ligases •Entre C e O
(Formação de laços •Entre C e S
de reação e o tipo de covalentes com gasto de •Entre C e N
substrato alvo ATP) •Entre C e C
NOMENCLATURAS DAS ENZIMAS

 Normalmente se adiciona o sufixo ase ao


nome do substrato ou à atividade realizada
 Urease – hidrolisa a uréia
 DNA-polimerase – polimeriza DNA
 Pepsina – pepsis vem do grego (digestão)

 Sistema de classificação
enzimático – EC number
 Quatro números: 2.7.1.1
 2: transferase
 7: fosfotransferase
 1: transfere P para grupo OH-
 1: tem D-glicose com aceptor
REAÇÃO ENZIMÁTICA

• Reação se dá em fases:
• Enzima aumenta a velocidade das
reações ( reduzem a energia de ativação sem alterar a constante de
equilíbrio acelerando o processo da reação)
ESPECIFICIDADE ENZIMÁTICA

 Deriva da formação
de múltiplas
interações fracas
entre a enzima e a
molécula do
substrato
específico
ENZIMAS SÃO ESPECÍFICAS PARA O RECONHECIMENTO
DE SEUS SUBSTRATOS.

Modelo Chave-Fechadura Emil Fisher, na década de 1950, propôs


o modelo chave-fechadura
• explica o reconhecimento
Formas rígidas (especificidade) do substrato pela
enzima.
•Nesse modelo, o centro activo da
enzima é pre-formado e tem a forma
complementar à molécula do Substrato,
de modo que outras moléculas não
teriam acesso a ela.
•não explica a interação das enzimas
Modelo Chave-Fechadura com inibidores e análogos dos
substratos.
E e S se deformam, para
otimizar o encaixe Na década de 1970, Daniel Kosland
propôs o modelo de encaixe induzido
•contacto com a molécula do substrato
induz mudanças conformacionais na
enzima, que otimizam as interações com
os resíduos do sítio ativo. Esse é o
modelo aceito hoje em dia.
Cinética Enzimática
CINÉTICA ENZIMÁTICA

Estrutura Enzimática Constituição em Aminoácidos

influenciam

Mecanismos de Acção Enzimática

São difíceis de definir quantitativamente

Pelo que é necessário

Determinar constantes da reacção catalisada


CINÉTICA ENZIMÁTICA

Cinética Enzimática

Estudo da velocidade de uma reacção química que


ocorre na presença de um enzima

Permite elucidar sobre:


•Os pormenores do mecanismo catalítico das enzimas
•O papel das enzimas no metabolismo
•Controle da actividade
•Mecanismos de inibição
PASOS DA REACÇÃO ENZIMATICA

Leonor Michaelis e Maud Menten (1913)

•E combina-se reversivelmente com

k1
E+S ES
k-1
•Complexo ES se rompe  E e P

k2
ES E+P
FATORES QUE INFLUENCIAM
 concentração do substrato

 temperatura

 ph

 concentração da enzima ;
INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO

 Efeito de [S]: varia durante o curso de uma


reação
INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO

 [E] = cte

  [S] = V0  linear

  [S] = V0 

 V0 = Vmáx

Constante de Michaelis
– kM = [S]
– correspondente a ½
INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO

 Qualquer instante da reação existe : E e


ES;

 [S]  = velocidade da reação depende 


[S];

 Vmáx = todas as moléculas de E se


encontram na forma ES  enzima “saturad
a”;
Quando [S] tende Quando [S] tende para
a zero infinito
(reação de 1ª (reação de ordem zero)
ordem)

Constante de Michaelis-Menten (Km)


EQUAÇÃO MICHAELIS-MENTEN

 Curva: possui a
mesma forma para a
maioria das enzimas;

 Expressa pela
Equação de
Michaelis e Menten;

 Hipótese: limitante  quebra de ES  E + P.


EQUAÇÃO MICHAELIS-MENTEN

 Equação da velocidade para uma reação


catalisada enzimaticamente e com um único
substrato;

 Relação quantitativa entre a V0, Vmáx e a [S]


inicial relacionadas através de Km.

Vmáx  S 
V0 
K m  S 
Equação MICHAELIS-MENTEN -KM

 Relação numérica: V0 é
metade de Vmáx;
1
V0   Vmáx
2

 km = “afinidade” pelo
substrato;
 Km  afinidade
 Vmáx é proporcional à [E].
PARÂMETROS CINÉTICOS
 Lineweaver-Burk
1 Km 1 1
  
V Vmáx S  Vmáx

A forma dos inversos da


equação de Michaelis-
Menten ou equação de
Lineweaver-Burk

Modo mais correto de se


determinar Vmax e Km
PARÂMETROS CINÉTICOS
 Exemplo:

[S] (g/L) Vo (g/L.h)


0,25 0,78 3,0

0,51 1,25 2,0

Vo (g/L.h)
1,03 1,66
2,52 2,19 1,0

4,33 2,35 0,0


7,25 2,57 0 2 4 6 8
[S] (g/L)
PARÂMETROS CINÉTICOS

 Exemplo: Lineweaver-Burk

1 K 1 1
1,6  m  
V0 Vmáx S  Vmáx
1,2
1 1
1/Vo (L.h/g)

 0,228   0,3668
0,8 V0 S 
y = 0,228x + 0,3668 Portanto,
0,4 2
R = 0,9991
1 g
0,0
 0,3668  Vmáx  2,73
Vmáx Lh
0 1 2 3 4 5
Km g
1/[S] (L/g)  0,228  K m  0,622
Vmáx L
INHIBIDORES

• A ligação do inibidor altera os parâmetros


cinéticos, tornando a reação mais lenta

• Os inibidores irreversíveis ligam-se


covalentemente ou destroem grupos
funcionais da enzima
INIBIDORES COMPETITIVOS

Inibidor compete pela ligação ao sítio


ativo
 Forma estrutural = substrato  competição;
INIBIDOR COMPETITIVO

Não altera a velocidade máxima da reação, porém


aumenta a constante de Michaelis-Menten ou seja:

V’max = Vmax
K’m > Km

Admitindo-se que o inverso de Km represente a


afinidade enzimática, pode afirmar que este inibidor
diminui a afinidade da enzima pelo substrato

Inibição competitiva pode ser revertida por aumentos


na concentração do substrato
INIBIDORES COMPETITIVOS
INIBIDORES NÃO-COMPETITIVOS

 Ocupa outro centro


 ES, EI e EIS;

 Vmáx  e Km normal.
INIBIDORES INCOMPETITIVOS

 Bloqueio de ES;

 2 centros activos  I
se fixa no complexo
ES;

 ESI = não forma P;

 Vmáx  e Km 
INIBIDORES IRREVERSÍVEIS

 Combinam-se com um grupo funcional 


destruição;

 União covalente  inibidor e enzima.

 Vmáx  e Km = cte
INFLUÊNCIA DO pH

 Valor de pH óptimo = atividade máxima;

Maior velocidade está normalmente associada


ao pH do ambiente onde a enzima actua
INFLUÊNCIA DO pH

 pH 5 e 8 = não afeta a
atividade;

 Declínio entre pH 6,8-8


e 6,8-5 = forma iônica não
adequada;

 5 > pH > 8 = inativação


irreversível.
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA

  T   velocidade de reação =  energia


cinética;

 T muito elevadas = desnaturação da enzima


• Rompidas as pontes de hidrogênio 
alterações estruturas = nova conformação;
• T desnaturação  pouco acima da T ótima.
EFEITO DA TEMPERATURA NA ATIVIDADE
ENZIMÁTICA

Vo

10 20 30 40 50 60
70
Temperatura (°C)
A atividade aumenta com a temperatura até o ponto onde
a enzima não se desnatura
EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE ENZIMA
NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

Vo
(mmol/s) [S] em
excesso

Concentração de Enzima (mM)

Se o substrato não estiver em excesso, a velocidade


da reação atinge um valor máximo e permanece
constante
OBRIGADA

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