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ENZIMOLOGIA Marisa Jádna Silva Frederico

CLÍNICA Farmacêutica – Habilitação Análises Clínicas -UNISUL


Mestre em Ciências da Saúde -UNESC
Doutora em Bioquímica -UFSC
Pós-doutorado em Inovação e em Desenvolvimento de Medicamentos -CIEnP
Pós-doutorado em Bioquímica -UFSC
ENZIMOLOGIA CLÍNICA
1. Cinética enzimática
2. Coenzimas
3. Enzimas alostericas
4. Enzimas de interesse clínico
I. O que são enzimas? – Importância VII. INIBIÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA
II. II. NOMENCLATURA  1.competitivo,
A. Nome recomendado  2. não competitivo
B. Nome sistemático VIII. Mecanismos de regulação da atividade
III. PROPRIEDADES DAS ENZIMAS enzimática
IV. As enzimas funcionam sob dois  Alosteria
pontos de vista:  Homotropicos
A. Catálise  Heterotrópicos citrato (-) PFK-1
B. Sítio Ativo
 Modificação covalente
Passos da interação substrato – enzima –
produto • Fosforilação e defosforilação
V. Fatores que influenciam a atividade enzimática  Ativação de zimogênios
Concentração de substrato Enzimas de diagnóstico clínico
Temperatura
 ALT
pH
 CK
VI. CINÉTICA ENZIMÁTICA  Troponina T e I
Equação de Michaelis Menten Gráfico dos duplos
recíprocos – Linewear-Burk - Isoenzimas
I. O QUE SÃO ENZIMAS?
Proteínas – constituídas por uma  alto grau de especificidade para o
sequencia de a.a na estrutura terciária substrato
(tridimensional) Poder catalítico extraordinário
Existem complexos proteicos enzimáticos Maior que catalizadores sintéticos
que podem atuar na estrutura Aceleram reações químicas
quaternária (enzima coma mais de uma
subunidade) São o centro e o principal objeto de
estudo da bioquímica:
com exceção de alguns RNAs que
podem atuar como enzimas – catalisam a Atuam de forma organizada
quebra e a síntese de ligações catalisando centenas de reações
fosfodiester = chamados ribozimas;
Mal funcionamento de enzimas -
Doenças
QUAL A IMPORTÂNCIA DAS ENZIMAS?
Área Médica

•Causa de doenças (erros inatos do


metabolismo);
•Diagnóstico (CK-MB – infarto do
miocárdio);
•Prognóstico (AST e ALT);
•Tratamento enzima lactase – para
intolerantes a lactose.
II. NOMENCLATURA
Cada enzima recebe dois nomes:

A. Nome recomendado
B. Nome sistemático
A. NOME RECOMENDADO
•Sufixo " -ASE“ adicionado ao nome do substrato da
reação. Ex:
•Glicosidase - clivagem hidrolítica da ligações α ou β-glicosídicas

•Urease -catalisa a hidrólise da ureia em dióxido de carbono e amónia


•Sacarase - catalisa a hidrólise da sacarose em glicose e frutose
A. NOME RECOMENDADO
•Algumas enzimas mantêm seu nome trivial original, o qual não tem

qualquer associação com a reação enzimática. Ex:

•Tripsina e pepsina: proteases

• Catalase: quebra de H2O2 em 2H2O2 +O2


B. NOME SISTEMÁTICO
Nomencatura oficial das enzimas é dada pela Comitê de
Nomenclatura da União Internacional de Bioquímica e Biologia
Molecular (IUBMB).
http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/

Números identificam o tipo de reação


(6 classes com varias subclasses) e o
tipo de substrato alvo
B. NOME SISTEMÁTICO
1Oxi-redutases Reações de oxidação e redução
2Transferases Transferencia de grupos C, N ou P
3Hidrolases Reações de hidrólise que bar de ligações com a água
4Liases Quebra de ligações C-C, C-S ou C-N
5Isomerases Racemização de isômeros
6Ligases Catalisam a formação de ligações entre C, S e N acoplado ao
ATP ou GTP
B. NOME SISTEMÁTICO
Ex :ATP-Glicose-Fosfo-Transferase: EC 2.7.1.1

1. Dígito – classe___________transferase (2)


2. Dígito – subclasse________fosfotransferase (7)
3. Dígito – sub-subclasse_____fosfotransferase que tem o grupo
hidroxil como aceptor(1)
4. Dígito – substrato________D-glicose como aceptor do grupo
fosforil (1)

Nome usual: hexocinase


III. PROPRIEDADES DAS ENZIMAS
 ↓Energia de ativação = ↑ a velocidade de uma reação
química
 Sempre regenerada = não são consumidos na reação que
catalizam
 Não deslocam o equilíbrio da reação
Possuem Sítios Ativos região específica – chamada fenda
ou bolso;
Com cadeias laterais de a.a. participam da ligação com o substrato
e da catálise
III. PROPRIEDADES DAS ENZIMAS
1. ↑ ↑ ↑ ↑ Eficiência catalítica
 Reações catalisadas por enzimas → ALTAMENTE EFICIENTES →

 103- 108 x mais rápido que as reações não catalisadas;

2. ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ Especificidade
 ALTAMENTE ESPECÍFICAS→ interage com poucos substratos;

 Catalisa apenas 1 tipo de reação química – para formar um produto


específico
III PROPRIEDADES DAS ENZIMAS
Enzimas alostéricas
 Elas contêm uma região separada daquela em que se liga o
substrato, na qual pequenas moléculas regulatórias (efetores) podem
ligar-se e modificar a atividade catalítica destas enzimas. Ao ligar-se
à enzima, o efetor alostérico pode aumentar (efetor positivo) ou
diminuir (efetor negativo) a atividade catalítica, através de
modificações no sítio catalítico.
III. PROPRIEDADES DAS ENZIMAS
4. Holoenzimas oGrupo prostético pode ser:
oCO-FATOR – íon metálico (Fe2+
oPrecisam de outras moléculas
Cu2+)
(grupos prostéticos) além da oCOENZIMA - compostos orgânicos
proteína exercer sua atividade derivados de vitaminas

oRibiflavina – FAD
oApoenzima (enzima sema ligação
oNiacina – NAD+
do grupo prostético) - geralmente
oAcido pantotênico – Coenzima A
não apresenta atividade biológica.
IV. TIPOS DE ENZIMAS Holoenzimas

Cofatores Metálico – Zn2+, Fe2+


Hexocinase precisa de Mg2+ para transferir o fosfato do ATP a glicose
formando glicose 6-P
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA:

1° Catálise: alterações de E durante a reação;


Enzimas fornecem uma rota de reação alternativa
energeticamente favorável – diferente da reação não
catalisada

2° Sítio Ativo: facilita quimicamente a catalise


IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 1° CATÁLISE:
1.1 ENERGIA DE ATIVAÇÃO:
Entre a conversão do reatante A em produto B forma-se
um intermediário de alta energia T:
A↔T↔B
Todas as reações químicas tem uma barreira de energia
separando os reatantes dos produtos;
Barreira = Energia livre de Ativação
Diferença entre a energia dos reagentes e aquela de um intermediário
de alta energia, que ocorre durante a formação do produto.
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 1° CATÁLISE:
1.2 VELOCIDADE DA REAÇÃO:
A↔T↔B
Devido a grande energia livre de ativação as velocidades das reações
químicas não catalisadas são frequentemente lentas.
Quanto ↓ a energia de ativação, mais moléculas tem energia suficiente
para superar o estado de transição – mais rápida é a velocidade da
reação
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 1° CATÁLISE:
1.3 ROTA ALTERNATIVA DA REAÇÃO:
A↔T↔B
Enzima que permite que uma reação ocorra rapidamente nas
condições normais da célula
Oferecendo uma rota de reações alternativa que ↓ energia livre de
ativação;
Não altera o equilíbrio da reação, mas acelera a velocidade na qual
o equilíbrio é atingido
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 2° SÍTIO ATIVO:
Posicionamento – orientação correta dos
reagentes (substratos)
sítio ativo – atua como molde molecular flexível
– ENCAIXE INDUZIDO;
SE LIGA AO SUBSTRATO EM UMA ESTRUTURA
GEOMETRICA SIMILAR AO ESTADO DE
TRANSIÇÃO ATIVADO DA MOLECULA
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 2° SÍTIO ATIVO:
2.2 MECANISMOS CATALITICOS NO SITIO ATIVO
Grupos relacionados ao sítio ativo que podem participar em
uma catálise:
ácido-básica geral;
Covalente;
Íons metálicos.
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 2° SÍTIO ATIVO:
2.2 MECANISMOS CATALITICOS NO SITIO ATIVO
2.2.1Catálise ácido-básica geral:
Ocorre a participação de aminoácidos com cadeias laterais
ionizáveis capazes de doar ou liberar prótons durante a
catálise para estabilizar os intermediários (H+, OH-).
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 2° SÍTIO ATIVO:
2.2.2.Catálise covalente:
Resulta do ataque nucleofílico ou eletrofílico de um radical do
sítio catalítico sobre o substrato, ligando-o covalentemente a
enzima de maneira transitória, e induzindo a sua transformação
em produto.
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 2° SÍTIO ATIVO:
2.2.3 Catálise com íons metálicos:
Metais firmemente ligados aos sítio catalítico interagem entre a
enzima e o substrato, estabilizando o estado de transição.
Ex: Enolase (glicólise)
2-fosfoglicerato se associa a dois íons Mg2+ para conversão em
fosfoenolpiruvato (torna C-2 mais ácido e facilmente removível).
Quimiotripsina - enzima de digestão
2° SÍTIO ATIVO: proteica - presente no intestino

inclui catálise ácida, básica geral e covalente


Histidina: presente no sítio ativo da enzima recebe (básica
geral) ou perde (ácida geral) prótons que é possibilitado pelo
fato de que o pka da histidina nas proteínas ser próximo ao pH
fisiológico.
Uma Serina também presente no sítio ativo da enzima forma
uma ligação covalente com o substrato
o pka da histidina nas
proteínas ser próximo ao pH
fisiológico.

recebe (básica geral)


ou perde (ácida
geral) prótons

ligação covalente
com o substrato
IV. COMO AS ENZIMAS FUNCIONAM SOB DOIS
PONTOS DE VISTA: 2° SÍTIO ATIVO:
2.2.4 deformação física no substrato:
Indução ou deformação física no substrato: por contato com as
cadeias laterais “R” dos a.a. as enzimas, que desestabilizam a
molécula do substrato e facilitam o rompimento de laços covalentes
V. FATORES QUE INFLUENCIAM A
ATIVIDADE ENZIMÁTICA
Concentração de substrato
Temperatura
pH
CONCENTRAÇÃO SUBSTRATO
↑ [substrato] = ↑ velocidade da formação do produto até a velocidade
máxima (Vmáx.) ser atingida.

 A obtenção de um platô na velocidade de reação em altas concentrações


do substrato reflete a saturação, pelo substrato de todos os sítios disponíveis
nas moléculas enzimáticas presentes.
CONCENTRAÇÃO SUBSTRATO
Maioria das enzimas: curva hiperbólica de cinética enzimática

curva hiperbólica – cinética de Michaelis Menten (sem sítio alostérico)


semelhante a curva de dissociação do oxigênio a mioglobina

Curva sigmóide – (sítio alósterico)


 semelhante a curva de dissociação do oxigênio da hemoglobina
TEMPERATURA
Com o aumento da temperatura dois
efeitos ocorrem:
– A taxa de reação aumenta (até o pico
de velocidade ser atingido);
– A estabilidade proteica reduz devido a
desativação térmica e com isso diminui
velocidade da reação.
Potencial Hidrogeniônico, pH
 A ionização de AAs pode modificar a conformação da enzima;
 O substrato pode ser afetado
 Estas duas variáveis - sitio ativo e substrato influenciados pelo pH, pode diminuir ou
aumentar a eficiência catalítica;
 Valores extremos de pH podem
 levar a desnaturação da enzima
Potencial Hidrogeniônico, pH
 pH ótima para a atividade da enzima varia de acordo com a enzima

Pepsina (estomago) apresenta atividade


máxima em pH 2: ótimo
Tripsina age nas proteínas do quimo do
intestino: pH 6:ótimo
Fosfatase alcalina: pH 8 remover grupos
fosfato - presente em ossos fígado e placenta
VI. CINÉTICA ENZIMÁTICA
Estudo da velocidade das reações
enzimáticas

Teoria geral da ação das


enzimas – 1913.

Os parâmetros cinéticos são


utilizados para comparar a
atividade das enzimas
VI. CINÉTICA ENZIMÁTICA
Modelo simples: (proposto por Leonor Michaelis e Maude Menten);
Enzima combina-se reversivelmente com o substrato formando o
complexo ES que subsequentemente, gera o produto, regenerando a
enzima livre.
K1 K2
E+S ES E+P
K-1 K-2

S: substrato
E: enzima
ES: complexo enzima substrato
P: produto
K1, k-1 e k2: constantes de velocidade
EQUAÇÃO DE MICHAELIS MENTEN
Descreve como a velocidade da reação varia com a [S]

Onde:
Vmax[S] V0= velocidade inicial
𝑉0 =
𝐾𝑚+[S] Vmax= velocidade máxima
[S]= concentração do substrato
Km= constante de Michaelis-Menten
Km corresponde a concentração do substrato na qual V0 é igual
a metade da velocidade máxima.

quando 1Vmax
𝐾𝑚 = [S] 𝑉0 =
2

𝑉0 = a velocidade da reação
é medida assim que o
substrato e a enzima são
misturados
CONCLUSÕES IMPORTANTES DA CINÉTICA DE MICHAELIS
MENTEN PARTE 1
Km reflete a afinidade da enzima pelo substrato;
Km é numericamente igual a [S] em que a velocidade da reação é =
1/2Vmáx.
Km não varia com a [E];
Km baixo – alta afinidade pela enzima
Km alto – baixa afinidade pela enzima
CONCLUSÕES IMPORTANTES DA CINÉTICA DE
MICHAELIS MENTEN PARTE 2
Sob pH e temperatura constantes

ORDEM ZERO

V máx.  [S] é menor do que Km = 1ª ordem


C.
– velocidade da reação é
proporcional a [S]
V máx./2 B.
PRIMEIRA ORDEM  [S] é maior do que Km = Ordem
A. Zero - velocidade constante =

Km
Vmáx. – velocidade da reação
[Substrato]
independe da [S]
ISOENZIMAS
•ATUAM NO MESMO SUBSTRATO •≠ TECIDOS

•≠ VELOCIDADES MÁXIMAS •≠ REGULAÇÕES ALOSTERICAS

•≠ Km
Maioria dos tecidos –
hexocinases (I-III)
Km= 0,1 mM
(-) Glicose -6-
Fosfato

Fígado – glicocinase
Km= 10 mM
(-) Frutose -
6-Fosfato
EQUAÇÃO DE MICHAELIS MENTEN GRÁFICO DOS DUPLOS RECÍPROCOS – LINEWEAR-
BURK
Quando a [S] for muito alta, a velocidade da reação independe da quantidade de
substrato

Então a representação duplo-reciproca (Lineweaver-Burk) tem a vantagem de


permitir a determinação mais acurada do ponto exato da elevação de Vmáx

Gráfico dos duplos recíprocos – Linewear-Burk

Pode ser utilizada para determinar Km e Vmax.

Além de ser utilizada para comparar a atividade das enzimas

Determina mecanismo de ação dos inibidores enzimáticos


EQUAÇÃO DE MICHAELIS MENTEN
1 𝐾𝑚 [S]
Vmax[S] = +
𝑉0 = 𝑉𝑜 Vmax[S] Vmax[S]
𝐾𝑚+[S]

1 𝐾𝑚+[S]
1 𝐾𝑚 1
= = +
𝑉𝑜 Vmax[S] 𝑉𝑜 Vmax[S] Vmax
...no gráfico duplo recíproco de Lineweaver-Burk
1/V0 versus 1/[S] – produz uma linha reta. Essa linha tem uma inclinação
Km/Vmáx.

1 𝐾𝑚 1
= +
𝑉0 Vmax[S] Vmax
Y = a[X] + b
Equação de
primeiro grau
VII. INIBIÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA
INIBIDORES

Ligações não covalentes – dissociação – Ligações covalentes – ligam-se a


retorno da atividade enzimática enzimas por ligações covalentes
REVERSÍVEIS IRREVERSSÍVEIS

COMPETITIVO NÃO COMPETITIVO


REVERSÍVEIS – INIBIÇÃO
COMPETITIVA

Ocorre quando o inibidor liga-se


reversivelmente ao mesmo sítio que o substrato
normalmente ocuparia, e dessa forma,
compete com o substrato pelo mesmo sítio.

•↑ Km – diminui a afinidade pela enzima

•Vmáx. se mantem
REVERSÍVEIS – INIBIÇÃO
COMPETITIVA

Exemplo:
Pravastatina compete com HMG-CoA pelo sítio
ativo da HMG-CoA-redutase
Outros fármacos atuam como inibidores
enzimáticos
REVERSÍVEIS – INIBIÇÃO NÃO
COMPETITIVA
Atrapalha a função da enzima - Vmáx. diminui
Inibidor e substrato ligam-se a sítios diferentes na
enzima;
(-) não competitivo pode ligar-se tanto à enzima livre
quanto ao complexo ES, de modo a impedir que a
reação ocorra;
Não altera valor de Km
↓Vmáx.
IRREVERSSÍVEIS
Ligação covalente

Aspirina age como inibidor irreversível da enzima


ciclooxigenase.
VIII. MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA
ATIVIDADE ENZIMÁTICA
LENTA REGULAÇÃO RÁPIDA
1.Inibidores
1. Indução e repressão  Irreversíveis: não proteicos e proteicos
na síntese de enzimas  Reversíveis: competitivo, não competitivo e misto.
(horas a dias)
2.Alosteria
 Ativadores e inibidores
 Cooperatividade

3.Modulação covalente
• Ativação de zimogênios
• Fosforilação e defosforilação
INDUÇÃO E REPRESSÃO NA SÍNTESE DE
ENZIMAS
As células podem regular a quantidade de enzima presente:
Altera a velocidade de síntese da enzima;
(Indução) aumento Leva a uma alteração na população
(Repressão) diminuição total de sítios ativos

A eficiência das moléculas preexistentes da enzima não é


afetada.
Exemplo: Insulina secretada pelos altos níveis e glicose
sanguíneos levam a um aumento no número de enzimas chave do
metabolismo da glicose
VII. MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA
ATIVIDADE ENZIMÁTICA
LENTA REGULAÇÃO RÁPIDA
1.Inibidores
1. Indução e repressão  Irreversíveis: não proteicos e proteicos
na síntese de enzimas  Reversíveis: competitivo, não competitivo e misto.
(horas a dias)
2.Alosteria
 Ativadores e inibidores
 Cooperatividade

3.Modulação covalente
• Ativação de zimogênios
• Fosforilação e defosforilação
REGULAÇÃO POR EFETORES ALOSTÉRICOS
REGULAÇÃO POR EFETORES ALOSTÉRICOS
Efetores alostéricas: se ligam de forma não covalente a outro sítio que não o sítio catalítico;

Normalmente estas enzimas são compostas por subunidades múltiplas;

O sítio regulatório que liga o efetor pode estar localizado em uma subunidade não-catalítica;

A presença de um efetor alostérico pode:

Alterar a afinidade da enzima pelo seu substrato;

Modificar a atividade catalítica de ambos


 Efetor positivo (+) → ↑ atividade enzimática (benzodiazepínico no receptor GABA ↑ afinidadepelo
ligante GABA

 Efetor negativo (-) → ↓ atividade enzimática


REGULAÇÃO POR EFETORES ALOSTÉRICOS
Efetores HOMOTRÓPICOS
Quando o próprio substrato atua como efetor – efeito homotrópico;
Substrato alostérico como efetor positivo: a presença de uma molécula
de substrato em um sítio da enzima ↑ as propriedades catalíticas de
outros sítios de ligação do substrato – sítios exibem cooperatividade
Apresentam curva sigmoidal de cooperação
Hemoglobina com Oxigênio
REGULAÇÃO POR EFETORES ALOSTÉRICOS
Efetores HETEROTRÓPICOS
Efetor diferente do substrato – efeito heterotrópico;
Inibição por retroalimentação, por produtos de outras vias
metabólicas ou da própria via.
Ex:
Enzima da via glicolítica: PFK-1 é inibida por CITRATO que não
é substrato da enzima
VII. MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA
ATIVIDADE ENZIMÁTICA
LENTA REGULAÇÃO RÁPIDA
1.Inibidores
1. Indução e repressão Irreversíveis: não proteicos e proteicos
na síntese de enzimas Reversíveis: competitivo, não competitivo e
(horas a dias) misto.
2.Alosteria
Ativadores e inibidores
Cooperatividade
3.Modulação covalente
•Ativação de zimogênios
•Fosforilação e defosforilação
MODULAÇÃO COVALENTE
Regulação de enzimas: modificação covalente;
Adição ou remoção de grupos fosfato de resíduos específicos de serina,
treonina ou tirosina;
A fosforilação de proteínas é reconhecida como uma das principais formas
pelas quais os processos celulares são regulados;

Resposta da enzima a fosforilação:


 Glicogênio-fosforilase (↑atividade)
 Glicogênio-sintase (↓atividade)
REGULAÇÃO POR ATIVAÇÃO DE ZIMOGENIOS
Pepsina: sintetizada como
zimogênio = PEPSINOGÊNIO

Em verde: prosegmento de 43 a.a


bloqueia o acesso do sítio ativo da
enzima

pH ácido: clivagem do prosegmento

Enzima se torna ativa


MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA
ENZIMAS DE INTERESSE CLÍNICO
•Causa de doenças (erros inatos do metabolismo);
•PKU
•Doença do xarope de bordo
•Diagnóstico (CK-MB – infarto do miocárdio);
•Prognóstico (AST e ALT);
•Tratamento enzima lactase – para intolerantes a lactose.
ENZIMAS DE INTERESSE CLÍNICO
•Erros inatos do metabolismo (EIM)

•São distúrbios de natureza genética que geralmente


correspondem a um defeito enzimático capaz de acarretar
a interrupção de uma via metabólica.
ENZIMAS DE INTERESSE CLÍNICO
•PKU fenilcetonuria – ausência da enzima fenilalaina hidroxilase
que atua com o cofator tetrabiopterina (BH4) na conversão de
fenilalanina (a.a. essencial) para tirosina.
•Bioquimicamente ocorre o acumulo de fenilalanina e deficiência
de tirosina
•Tirosina é necessária para síntese de neurotransmissores
•A simples restrição da dieta da fenilalanina da dieta não reverte
os efeitos sobre o sistema Nervoso central causado pela
deficiência de neurotransmissores
•Triagem neonatal teste do pezinho – analise RFLP (polimorfismo de
comprimento de fragmento de restrição)
ENZIMAS DE INTERESSE CLÍNICO
•Doença do xarope de bordo– deficiência parcial ou completa da
DESIDROGENASE DOS ALFACETOÁCIDOS DE CADEIA
RAMIFICADA
•Estes a.a. e seus alfa-cetoácidos correspondentes se acumulam no
sangue, causando efeito tóxico que interfere nas funções
encefálicas;
•Ocorre acidose metabólica, odor forte na urina
•Pode levar a retardo mental e a morte nas primeiras semanas de
vida
•Triagem neonatal teste do pezinho
ENZIMAS DE DIAGNÓSTICO CLÍNICO
CREATINA CINASE (CK)
A CK tem por ação catalisar a fosforilação reversível da creatina (adição de um grupo fosfato
à creatina) pela adenosina trifosfato (ATP) com a formação de fosfocreatina
– indica infarto do miocárdio – são uteis quando o eletrocardiograma esta com difícil
interpretação;
Possui 3 isoenzimas:
 CK1: BB cérebro
 CK2: MB musculo cardíaco 10-20% no miocárdio
 CK3: MM muscular - Valores elevados são encontrados na distrofia muscular progressiva (tipo Duchene).
Apresentam mobilidade eletroforética característica
Diagnóstico do infarto do miocárdio – mais de 5% da atividade total da CK na forma da
isoenzima CK2 (MB);
Específica para o infarto agudo aparece de 4 -8 horas do início da dor torácica
Atinge o pico aprox~24 horas e retorna aso níveis basais após 48 a 72 horas
CREATINO-CINASE (CK)
ISOENZIMAS DA CK
CK-3 (CK-MM) no musculo esquelético
CK-2(CK-MB) 10-20% no miocárdio
<2% no musculo esquelético
CK-1 (CK-BB): cérebro
ENZIMAS DE DIAGNÓSTICO CLÍNICO
LACTATO DESIDROGENASE (DHL)
Classe: oxidorredutases
catalisa a oxidação reversível do lactato a piruvato, em presença da
coenzima NAD+ que atua como doador ou aceptor de hidrogênio.
Presente no citoplasma de todas as células do organismo.

SIGNIFICADO CLÍNICO
No infarto agudo do miocárdio, a DHL torna-se elevada dentro de 24-48 horas
após o infarto, atingindo um valor máximo entre 48-72 horas. A partir de então,
lentamente (de 5 a 10 dias), retorna aos valores normais.
ENZIMAS DE DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Marcadores para infarto do miocardio:

Troponina T e I: reguladoras envolvidas na contratibilidade do miocárdio;

Liberadas no plasma em resposta ao dano cardíaco;

Troponina I – cardíaca (TnI-c) – ↑↑↑↑ sensível e específica para avaliar dano ao tecido
cardíaco;
 aparece no plasma 4-6 horas – pico de atividade 4 – 6 horas – pico de atividade
plasmática 8 – 28 horas permanece 3 – 10 dias

Níveis elevados de troponinas séricas são mais preditivos para consequências adversas
de uma angina instável ou de um infarto do miocárdio do que o exame convencional de
CK2.
TROPONINAS
LIBERADAS
APÓS
INFARTO DO
MIOCÁRDIO
ENZIMAS DE INTERESSE CLÍNICO
•Prognóstico (AST e ALT) AMINOTRANSFERASES (TRANSAMINASES)
AST aspartato aminotransferase

ALT alanina aminotransferase

catalisam a transferência reversível dos grupos amino de um aminoácido


para o α-cetoglutarato, formando cetoácido e ácido glutâmico.

Estas reações requerem piridoxal fosfato como coenzima:


ENZIMAS DE INTERESSE CLÍNICO
•Prognóstico (AST e ALT) AMINOTRANSFERASES (TRANSAMINASES)
AST aspartato aminotransferase
ALT alanina aminotransferase

exercem papéis centrais tanto na síntese como na degradação


de aminoácidos.

As aminotransferases estão amplamente distribuídas nos


tecidos humanos.
AST ASPARTATO AMINOTRANSFERASE - ALT ALANINA AMINOTRANSFERASE

SIGNIFICADO CLÍNICO - Prognóstico das hepatopatias.

↑ AST é encontrado nas hepatites virais agudas ou crônicas, hepatite por drogas,
cirrose alcoólica, hemocromatose, icterícias hemolíticas e nos tumores primitivos ou
metastáticos do fígado.
AST ASPARTATO AMINOTRANSFERASE - ALT ALANINA AMINOTRANSFERASE

SIGNIFICADO CLÍNICO - Prognóstico das hepatopatias.

ALT encontrada predominantemente no hepatócito, sendo de localização


citoplasmática. Agressões ao hepatócito (vírus, medicamentos, toxinas) levam a
liberação de TGP.

↑ ALT são encontrados nas hepatites virais agudas, podendo os mesmos atingir a
milhares de U.I./L.

Não existe paralelismo entre o nível sérico de ALT e gravidade da lesão.

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