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Investigação
25 a 27 de maio de 2020
Interações com pequenos animais e o Ensino de Ciências na Educação
Infantil
Nicia Regina Ogawa1, Celi Rodrigues Chaves Dominguez2
1 Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências, Universidade de São Paulo, Professora
de Educação Infantil da rede pública municipal de São Paulo (SME/PMSP), niciaogawa@usp.br
2 Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP), Universidade de São Paulo, celi@usp.br
INTRODUÇÃO
A educação infantil é um espaço de educação formal no qual, a partir dos interesses das
crianças pequenas e das interações promovidas com diferentes materialidades e com o meio
em que elas estão inseridas, pode-se proporcionar investigações sobre o mundo vivo.
A criança aprende o tempo todo, com tudo aquilo que está à sua volta, ao brincar e interagir
aprende, constrói relações e conhecimento, por isso a importância de proporcionar vivências
diversificadas, experiências que promovam o conhecimento de si e do mundo, a construção
de um contexto no qual as crianças entram em contato com diferentes linguagens, materiais
e brincadeiras para que assim se manifestem e se desenvolvam.
Assim, “ao internalizarem elementos das culturas adultas que lhes são disponibilizadas, as
crianças vão sendo introduzidas no universo cultural humano, fazendo adaptações que lhes
são necessárias e tornando-se parte dele.” (DOMINGUEZ; TRIVELATO, 2014).
Para Cardoso & Scarpa (2018) “O ensino de ciências por investigação deve proporcionar o
envolvimento dos estudantes com a resolução de problemas e questões; geração de
hipóteses; coleta, análise e interpretação de dados; construção de conclusões; comunicação
e reflexão acerca do processo investigativo; e continuidade do processo investigativo”.
Na prática aqui analisada, a proposta foi desenvolvida com uma turma de 20 (vinte) crianças
de 5 (cinco) anos em um Centro de Educação Infantil da rede municipal direta da cidade de
São Paulo no ano de 2018, a partir da observação de que as crianças nomeavam todos os
bichos encontrados de barata e tentavam matá-los, e cujo objetivo foi trabalhar a diversidade
biológica de pequenos animais presente dentro da unidade educacional e nos espaços
ocupados pelas crianças, a fim de que por meio do conhecimento construído as relações
delas com esses animais fossem transformadas.
METODOLOGIA
Todos os momentos foram mediados pela professora, e contaram com a realização de roda
de conversa preparatória com apresentação do que seria realizado e a posteriori para
socialização dos achados das crianças. As intervenções 4 e 5 foram realizadas mais de uma
vez por conta do interesse das crianças e para oportunizar maior interação com os objetos
a fim de que as investigações fossem aprofundadas pelas crianças.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Carvalho (2018) nos traz ainda dois conceitos tido como essenciais para a criação de
condições para os aprendentes interagirem com o material e construírem seus
conhecimentos em uma situação de ensino por investigação: a liberdade intelectual e
elaboração de problemas com o uso de diferentes atividades investigativas. Entretanto,
percebe-se a importância de se trabalhar de forma mais estruturada com crianças menores,
sendo necessária a interferência de um adulto para promover uma investigação cientifica,
2º EnECI – Encontro de Ensino de Ciências por
Investigação
25 a 27 de maio de 2020
explorar o ambiente de forma parecida com a dos cientistas, provendo acesso a elementos
da cultura científica.
Assim como observado por Dominguez (2006), ao constatar que as crianças internalizaram
conhecimentos biológicos sobre as borboletas e também se apropriaram dos modos
específicos de representar os bichos, “ou seja, compreenderam como a ciência se usa da
linguagem visual para referir-se aos fenômenos biológicos próprios desses animais”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda que não tenha sido organizada sob a forma de uma sequência de ensino investigativa,
entendemos que a proposta apresenta elementos do ensino de ciências por investigação, e
ilustra a tentativa inicial da professora de propor uma vivência.
AGRADECIMENTOS
Ao Espaço de Ciência, Cultura e Educação da EACH (ECCE-EACH) pelo empréstimo da
Coleção de Artrópodes utilizada na pesquisa com as crianças.