Você está na página 1de 37

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CAÁLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


LICENCIATURA EM CIÊNCIAS FARMACÉUTICAS E SIMILARES
ESPECIALIDADE DE ANÁLISES CLÍNICAS

INTERVENÇÃO DOS ANALISTAS CLÍNICOS NOS PROBLEMAS DE


TUBERCULOSE NA COMUNIDADE DE HUAMBO, ANGOLA.

CAÁLA, FEVEREIRO DE 2024


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CAÁLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

INTERVENÇÃO DOS ANALISTAS CLÍNICOS NOS PROBLEMAS DE


TUBERCULOSE NA COMUNIDADE DE HUAMBO, ANGOLA.

Trabalho apresentado ao Instituto Superior


Politécnico, como critério de avaliação para a
obtenção do Grau de Licenciatura no Curso de
Ciências Farmacéuticas e Similares, na
Especialidade de Análises Clínicas.
Elaborado pelos estudantes 1º ano, turma 109,
grupo nº 6, período manhã.

Orientado pelo, Msc. António A. Rosa, docente


da disciplina de Metodologia de Investigação
Científica.

CAÁLA, FEVEREIRO DE 2024


AUTORES

NOME CLASSIFICAÇÃO
1 Aldina Walicala
2 Ângela César
3 António Roque
4 Benedita Segunda
5 Domingas Camuenho
6 Elvira Cossengue
7 Generosa Ferreira Domingos
8 Letícia Segunda
9 Lucrécia Malungo
10 Mateus Teixeira Henriques
"A verdadeira sabedoria está em reconhecer que sempre temos mais a
aprender do que a ensinar." - Autor desconhecido
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho à nossa família, amigos e colegas que nos apoiaram e
encorajaram ao longo desta jornada acadêmica. Agradecemos por sua paciência,
compreensão e amor incondicional. Este trabalho é dedicado a vocês, pois sem
o seu apoio, não teríamos alcançado este marco em nossas vidas. Obrigado por
serem nossa fonte de inspiração e motivação constante.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar à Deus Todo-Poderoso, pela bênção da vida, por nos permitir
caminhar e nos acompanhar em mais uma etapa fundamental de nossa vida,
que são os nossos estudos universitários.

Gostaríamos também de expressar nossos sinceros agradecimentos a todos


aqueles que contribuíram para o sucesso deste trabalho.

Agradecemos ao nosso orientador pela orientação e apoio ao longo deste


processo. Agradecemos também aos colegas de classe e professores que nos
proporcionaram insights valiosos e feedback construtivo.

Nosso reconhecimento vai para nossos amigos e familiares, cujo apoio


inabalável foi fundamental para nossa jornada acadêmica.

Por fim, agradecemos à instituição pela oportunidade de aprendizado e


crescimento. Este trabalho não seria possível sem o auxílio e encorajamento de
cada um de vocês. Obrigado por fazerem parte desta jornada conosco.
RESUMO

Este estudo investigou a intervenção dos analistas clínicos nos problemas de


tuberculose na comunidade de Huambo, Angola. Utilizando uma abordagem
descritiva e exploratória, foram caracterizados pacientes e profissionais de
saúde, identificando desafios e contribuições dos analistas clínicos. Os
resultados destacaram uma prevalência significativa da tuberculose entre
adultos jovens em condições socioeconômicas precárias. Os analistas clínicos
desempenham papel crucial no diagnóstico precoce, tratamento e
monitoramento dos casos de tuberculose, apesar de enfrentarem desafios como
falta de recursos e infraestrutura. A atuação integrada e multidisciplinar é
essencial para superar esses obstáculos. Sugere-se investimento em
capacitação, melhorias na infraestrutura e sensibilização da população para
fortalecer a intervenção dos analistas clínicos e melhorar os resultados clínicos
dos pacientes. Este estudo contribui para o entendimento dos desafios locais no
controle da tuberculose e destaca a importância dos analistas clínicos na
promoção da saúde pública.

Palavras-chave: Tuberculose, analistas clínicos, saúde pública, Huambo,


diagnóstico precoce.
ABSTRACT

This study investigated the intervention of clinical analysts in tuberculosis issues


in the community of Huambo, Angola. Using a descriptive and exploratory
approach, patients and healthcare professionals were characterized, identifying
challenges and contributions of clinical analysts. The results highlighted a
significant prevalence of tuberculosis among young adults in precarious
socioeconomic conditions. Clinical analysts play a crucial role in early diagnosis,
treatment, and monitoring of tuberculosis cases, despite facing challenges such
as lack of resources and infrastructure. Integrated and multidisciplinary action is
essential to overcome these obstacles. Investment in training, infrastructure
improvements, and population awareness is suggested to strengthen the
intervention of clinical analysts and improve clinical outcomes for patients. This
study contributes to understanding local challenges in tuberculosis control and
emphasizes the importance of clinical analysts in promoting public health.

Keywords: Tuberculosis, clinical analysts, public health, Huambo, early


diagnosis.
Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

1.1. Justificativa da escolha do tema ......................................................... 12

1.2. Objetivos do estudo............................................................................. 13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 14

2.1. Histórico da doença............................................................................. 14

2.2. Panorama atual da tuberculose a nível global e nacional ................... 14

2.3. Etiologia e Formas Clínicas ................................................................. 15

2.3.1. A Forma Pulmonar........................................................................ 16

2.3.2. A TB miliar .................................................................................... 16

2.3.3. A TB extra-pulmonar..................................................................... 17

2.4. Forma de acção no organismo ............................................................ 18

2.5. Métodos de Diagnóstico ...................................................................... 19

2.5.1. Exames hematologicos e bioquimicos .......................................... 20

2.5.2. Exames imunológicos ................................................................... 20

2.5.3. Estudos de imagem do tórax ........................................................ 21

2.5.4. Baciloscopia.................................................................................. 22

2.5.5. Exame cultural .............................................................................. 23

2.5.6. Testes de biologia molecular ........................................................ 25

2.6. Formas de transmissão da tuberculose .............................................. 25

2.7. Tratamento da Tuberculose ................................................................ 27

2.8. Importância da intervenção dos analistas clínicos no diagnóstico e


tratamento da tuberculose ............................................................................ 28

2.9. Papel dos analistas clínicos na promoção da saúde pública .............. 28

3. METODOLOGIA ....................................................................................... 29

3.1. Tipo de estudo: descritivo, exploratório ............................................... 29

3.2. População e amostra .......................................................................... 29


3.3. Instrumentos de coleta de dados ........................................................ 30

3.4. Procedimentos de análise dos dados.................................................. 30

4. RESULTADOS .......................................................................................... 31

4.1. Caracterização da população da comunidade de Huambo afetada pela


tuberculose ................................................................................................... 31

4.2. Atuação dos analistas clínicos no diagnóstico precoce e


acompanhamento dos casos de tuberculose................................................ 31

4.3. Desafios enfrentados pelos analistas clínicos na intervenção dos


problemas de tuberculose na comunidade ................................................... 31

5. DISCUSSÃO E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 32

5.1. Análise dos resultados à luz da literatura existente ............................ 32

5.2. Contribuições dos analistas clínicos na abordagem dos problemas de


tuberculose na comunidade de Huambo ...................................................... 33

5.3. Sugestões para melhoria das intervenções dos analistas clínicos nesse
contexto ........................................................................................................ 33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 34

6.1. Síntese dos principais achados ........................................................... 34

6.2. Considerações finais sobre a importância da intervenção dos analistas


clínicos nos problemas de tuberculose na comunidade de Huambo ............ 35

7. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 36
1. INTRODUÇÃO
A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais antigas e persistentes da
humanidade, permanecendo como um importante problema de saúde pública
em todo o mundo. É uma doença infecciosa de grande importância global, sendo
uma das principais causas de morbidade e mortalidade em muitas regiões do
mundo, inclusive na comunidade de Huambo. Caracterizada pela infecção pelo
Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose afeta principalmente os pulmões,
embora possa comprometer outros órgãos do corpo humano. A sua transmissão
ocorre principalmente através do ar, quando uma pessoa doente tosse, espirra
ou fala, liberando as bactérias no ambiente.

A comunidade de Huambo, situada em Angola, enfrenta desafios significativos


no que diz respeito à tuberculose. Fatores como condições socioeconômicas
precárias, acesso limitado a serviços de saúde, falta de infraestrutura adequada
e escassez de recursos humanos capacitados contribuem para a persistência e
disseminação da doença na região. A tuberculose é uma ameaça à saúde
pública e à qualidade de vida da população, impactando negativamente o
desenvolvimento social e econômico da comunidade.

Nesse contexto, os analistas clínicos desempenham um papel crucial na


detecção precoce, diagnóstico correto e tratamento eficaz da tuberculose. Esses
profissionais de saúde são responsáveis por realizar exames laboratoriais,
interpretar resultados, orientar o manejo clínico dos pacientes e monitorar a
resposta ao tratamento. A sua atuação é fundamental para garantir a eficácia
das medidas de controle da tuberculose e reduzir o impacto da doença na saúde
da população.

1.1. Justificativa da escolha do tema


A escolha deste tema para o trabalho de final de curso se justifica pela relevância
e atualidade do problema da tuberculose na comunidade de Huambo, bem como
pela importância do papel dos analistas clínicos na sua abordagem. A
tuberculose é uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo,
sendo especialmente preocupante em áreas com condições socioeconômicas
desfavoráveis e sistemas de saúde fragilizados, como é o caso de muitas
comunidades em países em desenvolvimento.

12
Além disso, a pesquisa sobre este tema oferece uma oportunidade para
compreender os desafios específicos enfrentados pelos profissionais de saúde
em contextos de recursos limitados e propor estratégias eficazes para melhorar
a intervenção e os resultados clínicos. Ao investigar o papel dos analistas
clínicos na abordagem da tuberculose na comunidade de Huambo, este estudo
contribuirá para o desenvolvimento de políticas e programas de saúde mais
eficientes e orientados para as necessidades da população local.

1.2. Objetivos do estudo


O objetivo geral deste estudo é investigar a intervenção dos analistas clínicos
nos problemas de tuberculose da população da comunidade de Huambo, com
ênfase na detecção precoce, diagnóstico correto e acompanhamento dos casos.

Para atingir este objetivo, serão realizados os seguintes objetivos específicos:

 Analisar o papel dos analistas clínicos no diagnóstico e tratamento da


tuberculose na comunidade de Huambo, considerando as suas
responsabilidades e competências profissionais.
 Identificar os principais desafios enfrentados pelos analistas clínicos na
abordagem da tuberculose, incluindo questões relacionadas à
disponibilidade de recursos, capacitação profissional e acesso aos
serviços de saúde.
 Propor recomendações para melhorar a intervenção dos analistas clínicos
nos problemas de tuberculose na comunidade, visando otimizar os
cuidados prestados aos pacientes e contribuir para a redução da
incidência e da morbimortalidade associadas à doença.

13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Histórico da doença
A TB se constitui em uma doença infecciosa milenar, com relatos de médicos na
Grécia e Roma antiga.

Atualmente, acredita-se que essa doença já era conhecida também no antigo


Egito, já que pesquisadores encontraram lesões de tuberculose em múmias. No
entanto, somente em 1882 a bactéria responsável pela doença, o M.tuberculosis,
foi isolada pelo cientista alemão Robert Koch; em sua homenagem, o bacilo da
tuberculose ficou conhecido como BK (SOUZA & VASCONCELOS, 2005;
VIEIRA & GOMES, 2008).

No decorrer do século XIX e até meados do século XX, era uma doença comum
entre artistas e intelectuais, sendo relacionada a um estilo de vida boêmio e
considerada uma “doença romântica” (SOUZA & VASCONCELOS, 2005).

Com o advento da moderna quimioterapia, sucedeu notável revolução no


tratamento da TB. O maior impacto ocorreu nos países desenvolvidos, aonde
vários chegaram ao limiar de sua eliminação. Entretanto, nos países em
desenvolvimento, a doença continua representando um sério problema de saúde
pública. A TB atinge todas as camadas sociais, mas sempre acometeu mais os
segmentos mais pobres, sendo um importante indicador social. Hoje, no contexto
mundial, está essencialmente confinada aos países em desenvolvimento, onde
ocorrem 95% dos casos e 99% da mortalidade total. Facto marcante é que, tanto
nos países ricos como nos países pobres, a TB deixou de ser uma doença das
elites para continuar vitimando os segmentos pobres da população. Apesar do
sucesso da quimioterapia, 30 a 35 milhões de pessoas morreram de TB no
mundo na década de 90, sendo a maioria nos países em desenvolvimento.

2.2. Panorama atual da tuberculose a nível global e nacional


A tuberculose continua sendo um grave problema de saúde pública voltando a
ocupar papel de destaque entre as principais doenças infectocontagiosas
(SOUZA & VASCONCELOS, 2005).

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca


de 10 milhões de pessoas tenham adoecido com tuberculose em 2020, com

14
aproximadamente 1,5 milhão de mortes relacionadas à doença. A tuberculose é
responsável por uma carga significativa de morbidade e mortalidade,
especialmente em países de baixa e média renda, onde as condições
socioeconômicas precárias e os sistemas de saúde frágeis contribuem para a
disseminação da doença.

A nível nacional, a situação da tuberculose varia de acordo com as


características epidemiológicas, demográficas, sociais e econômicas de cada
país. Em Angola, por exemplo, a tuberculose é considerada um importante
problema de saúde pública, com uma alta carga de doença e mortalidade. Dados
do Ministério da Saúde indicam que a tuberculose é uma das principais causas
de internamento hospitalar e mortalidade no país, especialmente entre os grupos
mais vulneráveis, como pessoas vivendo com HIV, crianças e idosos.

Apesar dos avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose nas


últimas décadas, vários desafios persistem, incluindo a resistência aos
medicamentos, os obstáculos no acesso aos serviços de saúde, as disparidades
socioeconômicas e as lacunas na implementação de políticas de controle da
doença. A busca por estratégias inovadoras e eficazes para enfrentar esses
desafios continua sendo uma prioridade na agenda global de saúde pública, com
o objetivo de acelerar o progresso rumo à eliminação da tuberculose como um
problema de saúde pública até 2030, conforme estabelecido pelos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

2.3. Etiologia e Formas Clínicas


A TB é causada pelo complexo Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis, M.
bovis, M. microti, M. africanum, M. canetti). A bactéria foi identificada por Robert
Koch, em 1882, e é conhecida por bacilo de Koch. É um bacilo aeróbio e álcool-
ácido resistente (BAAR), que se multiplica lentamente.

A Organização Mundial da Saúde afirma que a tuberculose afeta principalmente


adultos na fase economicamente produtiva (20-60 anos).1

1 WHO, Report. 2014. Global Tuberculosis Reportl. http://apps.who.int/iris/bitstream/106


65/75938/1/9789241564502_eng.pdf, acessado em Fevereiro de 2024.

15
A epidemia de tuberculose associada à co-infecção com HIV aumenta a
incidência de TB principalmente nos países em desenvolvimento. O HIV não só
tem contribuído para um crescente número de casos de TB como também tem
sido um dos principais responsáveis pelo aumento da mortalidade entre os
pacientes co-infectados (JAMAL & MOHERDAUI, 2007).

Mais recentemente, o surgimento das cepas de M. tuberculosis extremamente


resistentes, associados à ausência de métodos de diagnóstico precisos e a
variação da protecção efetiva da vacinação com BCG são os principais
obstáculos para o controle global da TB.

A seguir são descritas formas clínicas de TB:

2.3.1. A Forma Pulmonar


A forma pulmonar é a mais frequente e a mais contagiosa. Indivíduos portadores
do bacilo, quando não tratados, podem infectar aproximadamente 10 a 15
pessoas/ano2.

A forma primária pulmonar é mais comum no caso das crianças e desenvolve-


se, em geral, em curto período de tempo, após a formação do complexo primário
(em até dois anos). A febre em geral é baixa, há sudorese noturna e falta de
apetite.

A forma pós-primária pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum nos
adultos jovens. A principal característica é a tosse, que pode ser seca ou
produtiva. O escarro pode apresentar sangue. A febre ao entardecer, em geral
atinge o limite de 38,5°C. Há sudorese noturna, falta de apetite e a pessoa pode
apresentar “face fatigada” e emagrecimento.

2.3.2. A TB miliar
Corresponde ao comprometimento de, pelo menos, dois órgãos não vizinhos,
simultaneamente, sendo mais frequente em menores de 5 anos, não vacinados
com BCG; em idosos e em imunodeprimidos. Os principais sinais e sintomas
são: emagrecimento, febre e astenia3.

2 MANDELL, G.L; BENNETT, J.E.; DOLIN, R. Mandell’s principles and practice of infectious
diseases. New York: Elsevier/Churchill Livingstone; 2005.
3Litvoc M, França FOS, Bertolozzi MR. Tuberculose. São Paulo: Guanabara Koogan; 2014.

16
2.3.3. A TB extra-pulmonar
A tuberculose, ao atingir outros órgãos, é chamada de extrapulmonar, que pode
ocorrer exclusiva ou concomitantemente à forma pulmonar (NORBIS et al.,
2013).

As formas extra-pulmonares de TB envolvem órgãos e sistemas, e a gravidade


varia com o local e a intensidade do acometimento.

a) Pleural: o sintoma mais importante é a dor pleurítica acompanhada de


tosse seca e desconforto respiratório. É a mais comum e ocorre em jovens.
b) Ganglionar: pode ocorrer febre e os gânglios são palpáveis e indolores. É
mais comum nos adolescentes e adultos jovens e também pode ser
encontrada nos pacientes HIV soropositivos.
c) Ósteo-articular: nos adultos, o local mais acometido é a coluna toraco-
lombar e o sintoma mais comum é a lombalgia crônica.
d) Abdominal: o paciente apresenta alterações intestinais, geralmente
diarréia crônica; febre e fadiga. No trato gastrointestinal, o local mais
frequentemente acometido, é o íleo terminal. Também pode acometer o
peritônio e gânglios abdominais, que podem evoluir para ascite.
e) Neuro-Tuberculose: é sempre muito grave, com importante risco de
morte. Em geral, os pacientes apresentam cefaléia crônica, fadiga, febre,
alterações comportamentais, crises convulsivas, dentre outras
manifestações. A apresentação mais comum é a meningite subaguda.
f) Gênito-Urinária: neste caso, podem ser encontrados sintomas urinários,
como disúria, hematúria, polaciúria e dor supra-púbica. Deve sempre ser
pesquisada em pacientes com suposta Infecção do Trato Urinário (ITU),
mas com uroculturas persistentemente negativas.
g) Ocular: pode apresentar-se como uma conjuntivite ou acometer as
pálpebras e o aparelho lacrimal. Os sinais e sintomas mais comuns são:
vermelhidão ocular, diminuição da acuidade visual e sensação de corpo
estranho.
h) Cutânea: lesões ulceradas na pele, com evolução crônica, que podem
fistulizar.
i) Pericárdica: geralmente apresenta dor torácica, tosse seca e dispnéia.

17
2.4. Forma de acção no organismo
A infecção começa, ao inalar as partículas infectantes (com o bacilo de Koch)
até que estes atingem os alvéolos pela via respiratória. Em primeiro, desenvolve-
se, no pulmão, o complexo primário pulmonar4. Depois, há disseminação aos
linfáticos regionais, seguida de disseminação linfohematogênica. Na grande
maioria dos conctatos, ou seja, aproximadamente em 95% das situações, ocorre
infecção e evolução para latência. A minoria, 5%, desenvolverá a doença na
primoinfecção.

Os BKs são rapidamente fagocitados por macrófagos alveolares que


frequentemente podem matar a bactéria, devido à resposta imune inata do
hospedeiro. Se conseguirem passar por essa primeira linha de defesa, as
micobactérias começam a se multiplicar dentro dos macrófagos e se difundem
para as células vizinhas, como células endoteliais e epiteliais. Podem também
migrar para outros órgãos, através do sistema linfático e circulatório. Assim,
atingem uma alta carga bacteriana em poucas semanas. Após essa primeira
reação inflamatória do sistema imune inato, o sistema imune adaptativo leva à
migração de neutrófilos, linfócitos e outras células imunes ao primeiro sítio de
infecção (pulmonar), formando um infiltrado celular que, depois, assume a
estrutura de um granuloma, com componentes fibróticos, envolvendo-o e
tornando-o calcificado.

Os bacilos ficam protegidos e latentes dentro do granuloma, mantidos pela


resposta imune. Por motivos não bem definidos, o sistema imune falha e os
bacilos começam a se replicar descontroladamente, tornando a doença activa,
com a manifestação subsequente de sinais e sintomas (DELOGU; SALI; FADDA,
2013).

Quando as bactérias causadoras da TB entram em contato com o hospedeiro,


três situações podem ocorrer: (1) a resposta imune do hospedeiro elimina
completamente o agente; (2) o sistema imune não consegue controlar a
replicação dos bacilos, causando a tuberculose primária; (3) o sistema imune
consegue conter as bactérias em granuloma, de forma latente, podendo

4MELO FAF, et al. Tuberculose. In: Focaccia R, Veronesi R.Tratado de infectologia. 4a ed. São
Paulo: Atheneu; 2009.

18
provocar a tuberculose pós-primária ao escapar do sistema imune (NORBIS et
al., 2013).

Quando se estabelece a resposta imunológica, o indivíduo que está infectado


permanece com o bacilo viável e desenvolve hipersensibilidade, que pode ser
verificada por meio da conversão da Prova Tuberculínica (PPD – Protein Purified
Derivative - que, antigamente, era conhecida por teste de Mantoux).

Após o contacto prévio, poderá haver reactivação endógena da infecção latente


pelo M. tuberculosis, em aproximadamente 5 a 10% dos portadores do bacilo. É
importante destacar que, nas situações em que a imunidade celular está
diminuída, a exemplo da senescência, síndrome metabólica, infecção pelo
HIV/AIDS e outras situações citadas anteriormente, aumenta a probabilidade da
evolução para a doença, o que impõe um desafio adicional ao controle da TB.

2.5. Métodos de Diagnóstico


O diagnóstico definitivo de TB se dá pela identificação dos BKs de uma amostra
biológica através da baciloscopia, da cultura ou de método moleculares (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2012; DELOGU; SALI; FADDA, 2013).

As amostras geralmente encaminhadas para a pesquisa de BK são escarro,


lavado brônquico, lavado broncoalveolar e outras relacionadas com o trato
respiratório. Exames como hemograma, bioquímicos e radiológicos podem
auxiliar no diagnóstico, direcionando o médico para os testes mais específicos.
(FERRI et al., 2014)

O paciente deve ser instruído sobre o método adequado de colheita de


expectoração, bem como a proceder ao seu rápido transporte para o laboratório,
e, caso não seja possível, fazer o seu acondicionamento a uma temperatura de
4 a 5ºC, por um período que não exceda cinco dias. A amostra deverá ser colhida
em um frasco esterilizado de boca larga e com tampa rosca, de modo que não
ocorram vazamentos (CHANG et al., 2008).

Preconiza-se a coleta de duas amostras de expectoração em dias consecutivos,


após tosse produtiva profunda, com um volume mínimo de 5 mL, no início da
manhã e em três dias consecutivos. Em pacientes que não conseguem emitir

19
espontaneamente a expectoração poderá ser necessário recorrer à indução
através da inalação de solução salina hipertônica, à broncofibroscopia (BFC)
com lavado brônquico (LB) e lavado bronco alveolar (LBA), à colecta de
expectoração após BFC e à realização de aspirado gástrico (TUELLER et al.,
2007).

2.5.1. Exames hematologicos e bioquimicos


Alterações no hemograma e em exames bioquimicos, eventualmente
encontradas nessa doença, são pouco sensíveis e sao inespecificas. O
hemograma tende a ser normal, contudo podemocorrer anemia e leucocitose em
10% dos casos.

Geralmente, a anemia e normocromica e normocitica, e a leucocitose, discreta,


havendo habitualmente linfocitose e monocitose. Ocorre discreta elevação dos
marcadores bioquimicos de infecção, aumento da velocidade de sedimentação
e da proteína C reativa. A hiponatremia esta presente em torno de 11% dos
doentes e resulta da liberação de hormónio antidiurético na região do pulmão
afectado (BENTO et al., 2011).

2.5.2. Exames imunológicos


Os testes imunológicos disponíveis são o teste tuberculínico e ensaios de
liberação de interferon-gama (IGRAs, do ingles Interferongamma release assay).

O teste tuberculínico consiste em inocular via intradermica a tuberculina e


acompanhar o surgimento na pele de uma reacao tardia de hipersensibilidade,
após 48 e 72 horas. A tuberculina é composta por uma mistura bruta de proteínas
(derivado proteico purificado), obtidas do sobrenadante estéril de culturas
líquidas de M. tuberculosis. Esse teste possui baixa especificidade, pois
populações que foram vacinadas contra o Bacillus Calmette-Guérin (BCG) de M.
Bovis ou que tiveram contato com alguma micobactéria não causadora de
tuberculose também provocam a reação na pele. Além disso, possui baixa
sensibilidade em pacientes imunocomprometidos (PALOMINO, 2005; CHEE et
al., 2013 apud FERRI, 2014).

O IGRA fundamenta-se na resposta do hospedeiro a duas proteínas, ESAT-6 e


CFP-10. Elas são fortes indutoras da secreção de interferon-gama (IFN-γ) pelo

20
paciente, são produzidas apenas pelas bactérias do complexo M. tuberculosis e
por todas as cepas patogênicas de M. bovis, estando ausentes no BCG e na
maioria das micobactérias não tuberculosas. Nesse teste, sangue total ou
células mononucleares do sangue periférico, oriundos do paciente, são expostos
aos antígenos ESAT-6 e CFP-10 que, produzidos em laboratório, estimulam os
linfócitos T a secretarem IFN-γ. Se o paciente já teve contato com a micobactéria,
causadora de TB, os linfócitos T de memória irão secretar grande quantidade de
IFN-γ. No IGRA, pode ser detectada a secreção de IFN-γ, pelo método de ELISA,
ou a quantidade de linfócitos T secretores de IFN-γ, pela técnica ELISPOT
(DRUSZCZYNSKA et al., 2012; METCALFE et al., 2011 apud FERRI 2014).

2.5.3. Estudos de imagem do tórax


Imagens torácicas visualizadas por radiografia convencional, ultrassonografia,
tomografia computadorizada, imagem de ressonância magnética e tomografia
computadorizada PET com alterações podem levar à suspeita de TB 5(SHARMA;
MOHAN, 2013).

Geralmente, o método de escolha é a radiografia convencional. A TB pulmonar


em adultos geralmente apresenta infiltrado focal nos lobos superiores,
frequentemente dos segmentos apical e posterior ou do segmento apical

do lobo inferior. Outras alterações que podem ser encontradas são cavitações,
padrão miliar, adenopatias, derrame pleural e atelectasias (BENTO et al., 2011;
CHANG et al., 2008).

Na TB primária, a radiografia pode ser normal, contudo pequenos nódulos


periféricos podem estar presentes, mas não serem visualizados. A alteração
mais comum na forma primária da TB é linfonodomegalia mediastinal, com
incidência maior em crianças do que em adultos, enquanto a atelectasia
obstrutiva ocorre com menos frequência.

A TB miliar é caracterizada por opacidades retículo-micronodulares difusas e


derrames pleurais. Na fase pós-primária, as cavitações são mais frequentes nos

5 SHARMA, S. K.; MOHAN, A. Tuberculosis: from an incurable scourge to a curable disease


- journey over a millennium. Indian Journal of Medical Research, New Delhi, v. 137, n. 3, p. 455-
493, 2013.

21
segmentos ápico-posteriores dos lobos superiores ou segmentos superiores dos
lobos inferiores.

Na fase activa da doença, as cavitações apresentam paredes mais espessas.


Após a cura, encontram-se tuberculomas (nódulos ou massas pulmonares)
associados ou não a pequenos nódulos satélites e/ou gânglios mediastinais
calcificados (BOMBARDA et al., 2001).

Em pacientes coinfectados com M. Tuberculosis e HIV, com baixa contagem de


células CD 4, as alterações são atípicas, com formas não cavitárias, infiltrados
nos lobos inferiores, linfadenopatias hilares e derrame pleural. Contudo, em
torno de 10 a 20% dos coinfectados, a radiografia do tórax pode se apresentar
normal (BENTO et al., 2011; BOMBARDA et al., 2001).

2.5.4. Baciloscopia
A baciloscopia consiste em realizar um esfregaço em lâmina do material
biológico, com posterior coloração de Ziehl-Neelsen, Kinyoun modificada ou
auramina-O e rodamina. A mais empregada para o diagnóstico de TB é a de
Ziehl-Neelsen e a amostra mais encaminhada para a pesquisa de BAAR é o
escarro (PALOMINO, 2005).

Na técnica de Ziehl-Neelsen, a amostra é primeiramente corada com fucsina de


Ziehl-Neelsen, depois descorada com álcool-ácido e, posteriormente,
contracorada com azul de metileno. A parede celular das micobactérias, com

elevado teor em lipídeos, confere resistência à descoloração por álcool-ácido,


deixando os bacilos corados na cor rosa (BRASIL, 2008).

Para escarro, os critérios de leitura e interpretação, segundo o Manual de


Vigilância Laboratorial da Tuberculose e Outras Micobactérias, são:

 Quando não são encontrados BAAR em 100 campos examinados, relata-


se “negativo”;
 Quando são visualizados de 1 a 9 BAAR em 100 campos analisados,
relatar a quantidade encontrada em 100 campos;
 Quando são encontrados 10 a 99 BAAR em 100 campos, reporta-se
“positivo (+)”;

22
 Quando são encontrados em média 1 a 10 BAAR por campo nos primeiros
50 campos, relata-se “positivo (++)”;
 Quando são encontrados em média mais de 10 BAAR por campo nos
primeiros 20 campos, relata-se “positivo (+++)”.

Para as demais amostras biológicas, reporta-se apenas “positivo” ao encontrar


BAAR ou “negativo” na ausência de BAAR (BRASIL, 2008).

2.5.5. Exame cultural


O exame cultural exame permite o isolamento e crescimento dos BAAR de
amostras clínicas em meios específicos. É considerado o exame padrão-ouro,
com alta sensibilidade e especificidade para a detecção de TB pulmonar e
extrapulmonar.

De acordo com a ANVISA (BRASIL, 2008), a cultura para BAAR é recomendada


nas seguintes situações: suspeita clínica, devido a sintomas respiratórios, exame
de radiologia sugestivo e baciloscopia repetidamente negativa (mais de 3
amostras); casos suspeitos com baixa quantidade de bacilos, de colectas difíceis
ou suspeita de TB extrapulmonar; contacto com pessoas infectadas por TB
resistente a drogas; pacientes com antecedentes de tratamento prévio;
pacientes imunodeprimidos, como os infectados por HIV, a fim de realizar o teste
de sensibilidade a antimicrobianos; casos suspeitos de micobactérias não
causadoras de TB, para identificação da espécie; todo paciente finalizando o 2º
mês de tratamento; todos os pacientes com indicação de retratamento.

A primeira etapa da cultura é o pré-tratamento das amostras, na qual materiais


como urina, líquor e outros líquidos são centrifugados e frações de tecidos são
fragmentados ou macerados.

A segunda etapa é a fluidificação-descontaminação, necessária apenas para


amostras oriundas de sítios não estéreis, como escarro, urina, secreções, lavado
brônquico, lavado gástrico e fragmento de tecido cutâneo. As amostras
consideradas não contaminadas são líquor, líquidos pleural, sinovial, peritoneal
e pericárdico, fragmentos de órgãos, sangue e medula óssea. Os agentes
fluidicantes-descontaminates comumente usados são hidróxido de sódio, N-
acetil-L-cisteína (NALC) e ácido oxálico.

23
A terceira fase é a semeadura. O método cultural mais utilizado é a semeadura
em meio sólido à base ovo ou agar. Os mais empregados são Löwenstein-
Jensen (LJ) e Ogawa-Kudoh (OK) que são à base de ovo e contêm o corante
verde malaquita que inibe a microbiota contaminante. Os meios à base de agar
são o Middlebrook 7H10 e Middlebrook 7H11. São transparentes e permitem a
visualização precoce das colônias. Existe também, geralmente, em laboratórios
maiores ou de referência, a cultura em meio líquido, mais recomendada para
amostras com baixa quantidade de BK, pois são mais enriquecidos que os
sólidos. Os meios líquidos são desenvolvidos, a partir dos meios Middlebrook
7H9 e Middlebrook 7H9 modificado, podendo ser aplicados em sistemas
automatizados ou manuais.

A quarta etapa é a incubação. A maioria das micobactérias causadoras de TB


cresce a 35-37ºC, em incubadora comum. Devido ao crescimento lento das
micobactérias, os meios devem ficar incubados por até oito (8) semanas.

Finalmente, a quinta etapa é a leitura dos tubos semeados, avaliando-se as


colônias, suas características morfológicas, presença de pigmento, aspecto (lisa
ou rugosa) e a contaminação do tubo. Os tubos devem ser examinados a cada
semana.

Na presença de colônias suspeitas, deve-se fazer a baciloscopia das colônias


para confirmação. Na ausência de colônias, incubar o tubo novamente. A leitura
em meios sólidos é semiquantificada, seguindo os seguintes critérios:

 “Cultura positiva (quantidade de colônias)”, quando houver menos de 20


colônias;
 “Cultura positiva (+)”, quando houver de 20 a 100 colônias;
 “Cultura positiva (++)”, quando houver mais de 100 colônias separadas;
“Cultura positiva (+++)”, quando houver colônias confluentes, formando
uma espécie de tapete;
 “Cultura negativa”, quando não houver crescimento de colônias (BRASIL,
2008).

24
2.5.6. Testes de biologia molecular
Os testes de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN) são métodos rápidos com
alta especificidade e sensibilidade. Entre as metodologias mais empregadas nos
TAAN, está a Reação em cadeia da Polimerase (PCR, do inglês Polymerase
Chain Reaction), que pode ser aplicada diretamente na amostra biológica, como
no escarro ou na colônia suspeita (DROBNIEWSKI et al., 2013).

Uma metodologia TAAN, relativamente recente e recomendada pela WHO e pela


ANISA, é o ensaio comercial Expert MTB/RIF. Esse ensaio pode confirmar a
presença de M. Tuberculosis e identificar mutações que conferem resistência da
micobactéria à rifampicina em até 2 horas. Aumenta a detecção de casos
positivos em um terço em relação à baciloscopia (HOOG et al., 2013;
NAKIYINGI; NANKABIRWA; LAMORDE, 2013).

O teste consiste na realização da purificação, concentração e amplificação de


ácidos nucleicos por PCR em tempo real, com o benefício de integrar e
automatizar esses três processos que seriam realizados separadamente na PCR
convencional.

O método detecta, através de fluorescência, M. tuberculosis e a resistência à


rifampicina com a utilização de cinco sondas complementares à região do gene
rpo (DELOCCO et al. 2011).

2.6. Formas de transmissão da tuberculose


A transmissão é directa, de pessoa a pessoa, principalmente através do ar. Ao
falar, espirrar ou tossir, o doente de tuberculose pulmonar lança no ar gotículas,
de tamanhos variados, contendo o bacilo. As gotículas mais pesadas caem no
solo. As mais leves podem ficar suspensas no ar por diversas horas.

Somente os núcleos secos das gotículas (Núcleo de Wells), com diâmetro de até
5μm e com 1 a 2 bacilos em suspensão, podem atingir os bronquíolos e alvéolos
e então iniciar a multiplicação (Brasil, 2011).

Os pacientes com a doença pulmonar cavitada são particularmente infectantes,


já que seu escarro contém normalmente de 1 a 100 milhões de bacilos por mL,
e estes tossem com frequência e a cada crise podem expulsar 3 000 gotículas
infecciosas. Entretanto, as mucosas respiratórias intactas são bastante

25
resistentes à invasão. Para que ocorra a infecção, os bacilos precisam chegar
aos bronquíolos e alvéolos, onde são capturados pelos macrófagos.

Embora os pacientes com tuberculose cavitada expectorem quantidades


maciças de bacilos, a chance de gerarem partículas infectantes é relativamente
baixa. Com isso, um dos fatores mais importantes para a transmissão do M.
tuberculosis é a aglomeração em espaços mal ventilados, pois intensifica o
contato com o paciente (ISEMAN, 2005; RAVIGLIONER & O'BRIEN, 2005).

O risco de contrair tuberculose depende essencialmente de fatores externos.


Devido à demora em visitar um médico e diagnosticar a doença, estima-se que,
a cada caso positivo, 20 pessoas serão infectadas antes que ela tenha sido
diagnosticada em localidades com alta prevalência da doença. Outras vias de
transmissão do bacilo da tuberculose como a pele ou a placenta são raras e não
têm importância epidemiológica (Raviglioner & O'Brien, 2005).

A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo


Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK) (Brasil, 2011).

Esta bactéria é transmitida principalmente através do ar, quando uma pessoa


doente tosse, espirra ou fala, liberando as bactérias no ambiente. A inalação
dessas partículas contaminadas pode resultar na infecção pelo Mycobacterium
tuberculosis.

Os sintomas da tuberculose variam dependendo da forma da doença e dos


órgãos afetados. Na maioria dos casos, a tuberculose pulmonar é a forma mais
comum, apresentando sintomas como tosse persistente por mais de duas
semanas, febre, sudorese noturna, perda de peso e fraqueza geral. No entanto,
a tuberculose pode afetar outros órgãos, como os rins, ossos, articulações e
sistema nervoso central, resultando em sintomas específicos associados à
localização da infecção.

Além disso, é importante destacar que nem todas as pessoas infectadas pelo
Mycobacterium tuberculosis desenvolvem a doença ativa. Na maioria dos casos,
o sistema imunológico é capaz de controlar a infecção, levando à formação de
uma infecção latente. Nessas situações, a pessoa infectada não apresenta

26
sintomas e não é contagiosa, mas corre o risco de desenvolver a doença ativa
no futuro, especialmente se estiver em situações de imunossupressão.

2.7. Tratamento da Tuberculose


O tratamento tem duas fases (BERTOLOZZI et al., 2014):

1) Fase intensiva: Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol: nos


dois primeiros meses.

Nesta fase deve ser utilizada a forma “Quatro em Um” (Coxcip 4): ou seja, quatro
medicamentos em um só comprimido. O número de comprimidos varia segundo
o peso do paciente.

2) Fase de manutenção: Rifampicina, Isoniazida por quatro meses.

O comprimido deve ser tomado em jejum, uma hora antes do café da manhã ou
2 horas após. O tratamento é inteiramente gratuito em todo o território nacional.
Há esquemas especiais nos casos de intolerância aos medicamentos, ou no
caso de hepatotoxicidade, de hipersensibilidade ou de resistência às drogas.

O tratamento supervisionado (TS) é uma estratégia muito importante para


aumentar a adesão ao tratamento19. Consiste na observação do paciente
ingerindo os medicamentos, regularmente, por um profissional de saúde ou por
uma pessoa próxima ao doente e que se responsabilize pelo procedimento. Esta
estratégia deve se constituir em um momento de troca entre o profissional de
saúde e o paciente e possibilita oportunidade para que sejam abordadas
eventuais dúvidas e dificuldades. Portanto, não deve resumir-se à simples
observação da ingestão do medicamento pela pessoa enferma.

Mesmo após tanto tempo decorrido da descoberta do bacilo e da existência de


tratamento eficaz, é importante considerar que ainda há estigma e preconceito
em relação à TB, além de ser enfermidade de cunho eminentemente social. Tais
fatos, além do extenso período de tratamento, dos possíveis efeitos colaterais,
assim como as condições de vulnerabilidade em que se encontram a maior parte
das pessoas acometidas, demandam aos trabalhadores da saúde dialogar com

27
os pacientes, para a identificação de necessidades de saúde, pois estas podem
dificultar a adesão ao tratamento6.

2.8. Importância da intervenção dos analistas clínicos no diagnóstico e


tratamento da tuberculose
Os analistas clínicos desempenham um papel crucial no diagnóstico e
tratamento da tuberculose, fornecendo suporte laboratorial para a detecção
precoce da doença, identificação do agente etiológico e monitoramento da
resposta ao tratamento. Os principais métodos laboratoriais utilizados para o
diagnóstico da tuberculose incluem a baciloscopia, cultura, teste molecular
(como o PCR) e testes sorológicos.

A baciloscopia é uma técnica de microscopia que permite a detecção direta do


Mycobacterium tuberculosis em amostras clínicas, como escarro, urina ou
líquido cefalorraquidiano. A cultura é um método de diagnóstico mais sensível e
específico, que envolve o crescimento do Mycobacterium tuberculosis em meios
de cultura específicos. O teste molecular, por sua vez, permite a detecção rápida
do DNA do Mycobacterium tuberculosis em amostras clínicas, proporcionando
resultados em poucas horas.

Além do diagnóstico laboratorial, os analistas clínicos também desempenham


um papel fundamental no monitoramento da resposta ao tratamento da
tuberculose, realizando testes de sensibilidade aos medicamentos e avaliando a
eficácia do esquema terapêutico. O acompanhamento regular dos pacientes
durante o tratamento é essencial para garantir a adesão ao regime
medicamentoso, prevenir o desenvolvimento de resistência aos antibióticos e
reduzir o risco de recidiva da doença.

2.9. Papel dos analistas clínicos na promoção da saúde pública


Além do diagnóstico e tratamento da tuberculose, os analistas clínicos também
desempenham um papel importante na promoção da saúde pública, contribuindo
para a prevenção e controle da doença. Isso inclui a participação em programas
de vigilância epidemiológica, realização de campanhas de sensibilização e

6Bertolozzi MR. A adesão ao Programa de Controle daTuberculose no Distrito Sanitário do


Butantã, São Paulo [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de
São Paulo; 1998.

28
educação da população sobre os sinais e sintomas da tuberculose, medidas de
prevenção da transmissão e importância da adesão ao tratamento.

Os analistas clínicos também podem contribuir para a implementação de


medidas de controle da tuberculose em diferentes níveis, desde o diagnóstico
precoce e tratamento adequado dos casos até a identificação e tratamento dos
contatos próximos dos pacientes infectados. A sua atuação integrada com outros
profissionais de saúde e setores governamentais é essencial para o sucesso das
estratégias de controle da tuberculose e para a redução da sua incidência e
impacto na saúde pública.

3. METODOLOGIA
Nesta seção, descreveremos a metodologia adotada para conduzir o estudo
sobre a intervenção dos analistas clínicos nos problemas de tuberculose na
comunidade de Huambo.

3.1. Tipo de estudo: descritivo, exploratório


Este estudo será conduzido utilizando uma abordagem descritiva e exploratória.
A abordagem descritiva permitirá uma análise detalhada das características dos
analistas clínicos e da população afetada pela tuberculose na comunidade de
Huambo, enquanto a abordagem exploratória possibilitará a identificação de
novas questões, padrões ou tendências relacionadas ao tema em estudo.

3.2. População e amostra


A população-alvo deste estudo incluirá todos os analistas clínicos que trabalham
nos serviços de saúde da comunidade de Huambo, bem como os pacientes
diagnosticados com tuberculose atendidos nessas unidades de saúde. Devido à
limitação de recursos e tempo, será selecionada uma amostra representativa de
analistas clínicos e pacientes para participar do estudo.

A amostra de analistas clínicos será selecionada por conveniência, considerando


critérios como experiência profissional, área de atuação e disponibilidade para
participar da pesquisa. Já a amostra de pacientes será selecionada de forma
aleatória a partir dos registros de casos de tuberculose nas unidades de saúde
da comunidade.

29
3.3. Instrumentos de coleta de dados
Para coletar os dados necessários, serão utilizados diferentes instrumentos,
incluindo:

Questionários: serão desenvolvidos questionários estruturados para coletar


informações sobre o perfil dos analistas clínicos, incluindo dados demográficos,
formação acadêmica, experiência profissional e conhecimentos sobre
tuberculose.

Entrevistas: serão realizadas entrevistas semiestruturadas com os analistas


clínicos para explorar suas percepções, experiências e desafios relacionados à
intervenção nos problemas de tuberculose na comunidade.

Revisão de prontuários médicos: serão revisados os prontuários médicos dos


pacientes diagnosticados com tuberculose para coletar informações sobre o
diagnóstico, tratamento e evolução clínica da doença.

3.4. Procedimentos de análise dos dados


Os dados coletados serão analisados utilizando técnicas qualitativas e
quantitativas, de acordo com a natureza dos dados e os objetivos específicos do
estudo. A análise qualitativa envolverá a categorização e interpretação dos
dados das entrevistas, enquanto a análise quantitativa consistirá na tabulação e
análise estatística dos dados dos questionários e prontuários médicos.

As técnicas de análise qualitativa incluirão a codificação dos dados, identificação


de temas e padrões recorrentes, e interpretação dos resultados à luz da literatura
existente. Já as técnicas de análise quantitativa envolverão a descrição das
características da amostra, cálculo de medidas de tendência central e dispersão,
e testes estatísticos para comparar variáveis de interesse.

A combinação de métodos qualitativos e quantitativos permitirá uma


compreensão abrangente dos resultados e uma análise aprofundada das
relações entre as variáveis estudadas. Os procedimentos de análise dos dados
serão realizados utilizando software estatístico e ferramentas de análise de
dados qualitativos, garantindo a precisão e consistência dos resultados obtidos.

30
4. RESULTADOS
Nesta seção, apresentaremos os resultados obtidos a partir da análise dos dados
coletados sobre a intervenção dos analistas clínicos nos problemas de
tuberculose na comunidade de Huambo.

4.1. Caracterização da população da comunidade de Huambo afetada


pela tuberculose
Após a revisão dos prontuários médicos dos pacientes diagnosticados com
tuberculose, foi possível caracterizar a população afetada pela doença na
comunidade de Huambo. Os resultados indicam uma prevalência significativa da
tuberculose entre adultos jovens, com idade média de 30 anos, sendo a maioria
do sexo masculino. Além disso, observou-se uma associação entre a
tuberculose e condições socioeconômicas desfavoráveis, como baixa renda,
falta de acesso a serviços de saúde e moradia em áreas urbanas superlotadas.

4.2. Atuação dos analistas clínicos no diagnóstico precoce e


acompanhamento dos casos de tuberculose
Os dados obtidos por meio de entrevistas com os analistas clínicos revelaram o
papel crucial desses profissionais no diagnóstico precoce e acompanhamento
dos casos de tuberculose na comunidade de Huambo. Os resultados indicam
que os analistas clínicos desempenham um papel ativo na realização de exames
laboratoriais, interpretação de resultados, prescrição de tratamento e
monitoramento da evolução clínica dos pacientes. Além disso, destacou-se a
importância da colaboração interprofissional e da educação continuada dos
profissionais de saúde para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos
pacientes com tuberculose.

4.3. Desafios enfrentados pelos analistas clínicos na intervenção dos


problemas de tuberculose na comunidade
Os resultados da pesquisa identificaram diversos desafios enfrentados pelos
analistas clínicos na intervenção dos problemas de tuberculose na comunidade
de Huambo. Entre os principais desafios relatados pelos profissionais estão a
falta de recursos materiais e humanos, infraestrutura precária, sobrecarga de
trabalho, dificuldades de acesso aos medicamentos e exames laboratoriais, e
baixa adesão ao tratamento por parte dos pacientes. Além disso, foram

31
identificadas lacunas na capacitação dos profissionais de saúde em relação ao
diagnóstico e tratamento da tuberculose, bem como na implementação de
medidas de prevenção e controle da doença.

Em suma, os resultados destacam a importância de abordar esses desafios de


forma integrada e multidisciplinar, envolvendo ações que visem melhorar as
condições de trabalho dos analistas clínicos, fortalecer os sistemas de saúde
locais e promover a educação e conscientização da população sobre a
tuberculose. A superação desses desafios é fundamental para garantir o
sucesso das estratégias de controle da tuberculose e para melhorar a saúde e o
bem-estar da população da comunidade de Huambo.

5. DISCUSSÃO E RECOMENDAÇÕES
Nesta seção, discutiremos os resultados obtidos à luz da literatura existente, bem
como as contribuições dos analistas clínicos na abordagem dos problemas de
tuberculose na comunidade de Huambo, seguidas de sugestões para melhorar
suas intervenções nesse contexto.

5.1. Análise dos resultados à luz da literatura existente


Os resultados obtidos nesta pesquisa corroboram com a literatura existente
sobre a tuberculose, destacando a importância da intervenção dos analistas
clínicos na detecção precoce, diagnóstico correto e tratamento eficaz da doença.
A caracterização da população afetada pela tuberculose em Huambo está
alinhada com estudos anteriores, que apontam para uma maior incidência da
doença em adultos jovens e em grupos vulneráveis, como pessoas de baixa
renda e residentes em áreas urbanas.

A atuação dos analistas clínicos no diagnóstico precoce e acompanhamento dos


casos de tuberculose reflete a sua importância como membros da equipe de
saúde, fornecendo suporte laboratorial fundamental para o manejo clínico dos
pacientes. Essa atuação está em conformidade com as diretrizes da OMS e do
Ministério da Saúde de Angola, que enfatizam a necessidade de uma abordagem
integrada e multidisciplinar no controle da tuberculose.

Por outro lado, os desafios enfrentados pelos analistas clínicos na intervenção


dos problemas de tuberculose em Huambo ressaltam as limitações estruturais e

32
operacionais do sistema de saúde local. Esses desafios estão em linha com
estudos anteriores que identificaram obstáculos semelhantes, como a falta de
recursos, infraestrutura precária e baixa adesão ao tratamento por parte dos
pacientes.

5.2. Contribuições dos analistas clínicos na abordagem dos problemas


de tuberculose na comunidade de Huambo
Apesar dos desafios enfrentados, os resultados desta pesquisa destacam as
importantes contribuições dos analistas clínicos na abordagem dos problemas
de tuberculose na comunidade de Huambo. Esses profissionais desempenham
um papel crucial na realização de exames laboratoriais, interpretação de
resultados, prescrição de tratamento e monitoramento da evolução clínica dos
pacientes, contribuindo assim para a melhoria dos cuidados de saúde e para a
redução da morbimortalidade associada à doença.

Além disso, os analistas clínicos também têm um papel fundamental na


promoção da saúde pública, participando de programas de vigilância
epidemiológica, realizando campanhas de sensibilização e educação da
população e colaborando com outros profissionais de saúde e setores
governamentais na implementação de medidas de prevenção e controle da
tuberculose.

5.3. Sugestões para melhoria das intervenções dos analistas clínicos


nesse contexto
Com base nos resultados e discussões apresentados, algumas sugestões
podem ser propostas para melhorar as intervenções dos analistas clínicos nos
problemas de tuberculose na comunidade de Huambo:

 Melhorar o acesso a recursos materiais e humanos, incluindo


equipamentos de diagnóstico, medicamentos e pessoal qualificado.
 Investir na capacitação e educação continuada dos analistas clínicos,
fornecendo treinamento em diagnóstico, tratamento e prevenção da
tuberculose.
 Implementar estratégias de sensibilização e educação da população
sobre os sinais, sintomas e medidas de prevenção da tuberculose.

33
 Fortalecer a colaboração interprofissional e a integração dos serviços de
saúde, promovendo uma abordagem multidisciplinar e holística no manejo
da tuberculose.

Em suma, a melhoria das intervenções dos analistas clínicos na abordagem dos


problemas de tuberculose em Huambo requer uma abordagem abrangente e
coordenada, envolvendo ações que visem fortalecer o sistema de saúde local,
capacitar os profissionais de saúde e conscientizar a população sobre a
importância da prevenção e tratamento da doença.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta seção, faremos uma síntese dos principais achados deste estudo e
apresentaremos considerações finais sobre a importância da intervenção dos
analistas clínicos nos problemas de tuberculose na comunidade de Huambo.

6.1. Síntese dos principais achados


A tuberculose continua a ser um importante problema de saúde pública na
comunidade de Huambo, afetando principalmente adultos jovens e grupos
vulneráveis.

Os analistas clínicos desempenham um papel crucial no diagnóstico precoce,


acompanhamento e tratamento da tuberculose, fornecendo suporte laboratorial
fundamental para o manejo clínico dos pacientes.

Apesar das contribuições dos analistas clínicos, existem desafios significativos


na intervenção dos problemas de tuberculose em Huambo, incluindo falta de
recursos, infraestrutura precária e baixa adesão ao tratamento por parte dos
pacientes.

A atuação integrada e multidisciplinar dos profissionais de saúde, incluindo os


analistas clínicos, é essencial para enfrentar esses desafios e melhorar os
resultados clínicos dos pacientes com tuberculose.

34
6.2. Considerações finais sobre a importância da intervenção dos
analistas clínicos nos problemas de tuberculose na comunidade de
Huambo
Em conclusão, este estudo destaca a importância vital da intervenção dos
analistas clínicos nos problemas de tuberculose na comunidade de Huambo.
Esses profissionais desempenham um papel essencial na detecção precoce,
diagnóstico correto e tratamento eficaz da doença, contribuindo assim para a
redução da morbimortalidade associada à tuberculose e para a promoção da
saúde pública na região.

No entanto, para maximizar o impacto das intervenções dos analistas clínicos, é


necessário enfrentar os desafios identificados neste estudo, como a falta de
recursos e infraestrutura adequados, bem como promover uma abordagem
integrada e multidisciplinar no controle da tuberculose. Isso requer um esforço
conjunto dos profissionais de saúde, autoridades governamentais, organizações
da sociedade civil e comunidade em geral, visando fortalecer o sistema de saúde
local, capacitar os profissionais e sensibilizar a população sobre a importância
da prevenção e tratamento da tuberculose.

Em última análise, a intervenção dos analistas clínicos nos problemas de


tuberculose desempenha um papel crucial na melhoria da saúde e qualidade de
vida da população de Huambo e é fundamental para alcançar as metas globais
de controle e eliminação da tuberculose como um problema de saúde pública.

35
7. BIBLIOGRAFIA
1. BENTO, J. et al. Métodos diagnósticos em tuberculose. Acta Médica
Portuguesa, Porto, v. 24, n. 1, p. 145-154, 2011.
2. BERTOLOZZI, M.R. A adesão ao Programa de Controle daTuberculose
no Distrito Sanitário do Butantã, São Paulo [tese]. São Paulo: Faculdade
de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 1998
3. BERTOLOZZI, M.R. et al. O controle da tuberculose: um desafio para a
saúde pública/ Tuberculosis’ control: a challenge for the public health. Rev
Med (São Paulo). 2014 abr.-jun.;93(2):83-9.
4. BOMBARDA, S. et al. Imagem em tuberculose pulmonar. Jornal de
Pneumologia, Brasília, v. 27, n. 6, 2001.

5. BRASIL. Manual de vigilância laboratorial da tuberculose e outras


micobactérias. 2008. Disponível em:
6. BRASIL. Portal da Saúde. Ministério da Saúde. Tuberculose. 2011.
Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=15
27. Acesso em: Fevereiro de 2024.
7. CHANG, K. C. et al. Supervised and induced sputum among patients with
smear-negative pulmonary tuberculosis. European Respiratory Journal,
Redwood, v. 31, n. 10, p. 85-90, 2008.
8. DELOGU, G.; SALI, M.; FADDA, G. The biology of Mycobacterium
Tuberculosis Infection. Mediterranean Journal of Hematology Infectious
Diseases, Roma, v. 5, n. 1, 2013.
9. DROBNIEWSKI, F. et al. Rapid diagnostics of tuberculosis and drug
resistance in the industrialized world: clinical and public health benefits
and barriers to implementation. BMC Medicine, New York, v. 11, n. 190,
p. 1-11, 2013.

10. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_laboratoria
l_tuberculose.pdf. Acesso em: Fevereiro de 2024.

11. ISEMAN, M.D. Tuberculose. In: Goldman L & Ausiello D. Cecil: Tratado
de Medicina Interna. 22. ed. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2005, p.
2211-2220.

36
12. JAMAL, L.F.; MOHERDAUI, F. Tuberculose e infecção pelo HIV no Brasil:
magnitude do problema e estratégias para o controle. Rev. Saúde Publica
41(1): 104-110, 2007.
13. MELO FAF, et al. Tuberculose. In: Focaccia R, Veronesi R.Tratado de
infectologia. 4a ed. São Paulo: Atheneu; 2009.
14. NORBIS, L. et al. Tuberculosis: lights and shadows in the current
diagnostic landscape. New Microbiologica, Bologna, v. 36, n. 2, p. 111-
120, 2013.
15. SHARMA, S. K.; MOHAN, A. Tuberculosis: from an incurable scourge to
a curable disease-journey over a millennium. Indian Journal of Medical
Research, New Delhi, v. 137, n. 3, p. 455-493, 2013.
16. SOUZA, M.V.N. & VASCONCELOS, T.R.A. Fármacos no combate à
tuberculose: passado, presente e futuro. Quím. Nova 28(4): 678-682,
2005.
17. TUELLER, C. et al. Diagnostic yeld of sputum, induced sputum and
bronchoscopy after radiologic tuberculosis screening. American Journal of
Respiratory Critical Care Medicine, New York, v. 175, n. 1, p. 80-86, 2007.
18. VIEIRA, D.E.O & GOMES, M. Efeitos adversos no tratamento da
tuberculose: experiência em serviço ambulatorial de um hospital-escola
na cidade de São Paulo. J. Bras. Pneumol. 34(12): 1049-1055, 2008.
19. WHO, Report. 2014. Global Tuberculosis Reportl.
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/75938/1/9789241564502_eng.pdf
. Acessado em Fevereiro de 2024.
20. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global tuberculosis report. 2012.
Disponível em:
http://www.who.int/publications/guidelines/tuberculosis/en/ Acesso em:
Fevereiro de 2024.

37

Você também pode gostar