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Resumo Doenças Infectocontagiosas

Aula 1 – Mastite Bovina: Boas práticas de manejo – 22/04/2022

Quando falamos sobre mastite, estamos falando sobre uma enfermidade que vai
acometer toda e qualquer espécie de mamíferos. Principalmente quando pensamos em
produção animal, onde a produção leiteira vai ser mais intensiva, no entanto, é na
espécie bovina que a mastite incomoda mais, pois é a espécie com maior produtividade
de leite com relação a sua criação, vai apresentar uma importância econômica no nosso
país de forma muito intensa, é uma produção tipicamente caseira, realizada em
pequenas propriedades e na grande maioria das vezes em propriedade familiares, que
vão realizar praticas produtivas muito antigas e sem boas práticas de manejo (Leia –
Boas práticas de manejo como Falta de higiene).

É uma doença tão frequente e presente, que se estabelece que até 10% das vacas podem
apresentar mastite subclínica é considerado normal, nenhum animal pode apresentar
mastite clínica.

A principal característica da mastite bovina vai apresentar alterações físico-químicas do


leite, muita das vezes sem nenhum sintoma. Em torno de 95% da mastite nas
propriedades é de característica subclínica e 5% só mastite clínica.

Mastite –

Mastite é o termo técnico para o termo popular “mamite”

Definição: Mastite é o processo inflamatório (de diversas origens) na glândula mamaria


das espécies mamíferas. Tanto machos, quanto fêmeas apresentarão tecido mamário,
mas por conta da presença de determinados hormônios, somente nas fêmeas haverá
desenvolvimento da mama, desse tecido produtivo, sendo assim uma doença
intimamente relacionada ao sexo feminino dos animais.

Tem como principal características: alteração da composição físico-químicas do leite,


por conta da alteração de permeabilidade vascular; alteração da celularidade do leite,
muitas das vezes por conta de chegada de células inflamatórias e intensa descamação do
tecido glandular. (*Alterações físicas, químicas e na celularidade*).

Enfermidade multifatorial – Tendo como o agente mais importante uma quadro


infeccioso pela presença da colonização de bactérias no tecido glandular.
Microbiana (vírus, fungo, mas principalmente bacteriana) – 98% da mastite
em bovinos é de origem bacteriana. Existe uma microbiota intimamente ligada
ao que leva a mastite bacteriana.
Traumática
Tóxica
Autoimune

Leite: vale sempre lembrar que o leite é fonte de renda para muitas famílias brasileiras;
é um alimento extremamente nutritivo e por ser extremamente nutritivo, ele é um
excelente meio de cultura para agentes infecciosos; é alimento fundamental para
neonatos e pessoas idosas, por conta das suas características nutricionais e que existe
uma relevância econômica dentro da produção leiteira no Brasil.

Importância econômica –

Estima-se que uma mastite subclínica em média, tem uma capacidade de redução da
produção nessa vaca, de em torno de 20%. Além dessa queda de produção, existe o
comprometimento da qualidade; as vezes, perdas de quartos mamários (1/4 – a vaca vai
apresentar 4/4 mamários, 2 anteriores e 2 posteriores); fora o risco de saúde desse animal
e principalmente do consumidor, quando a gente pensa em saúde única.

***Alimentos clandestinos são potencialmente portadores de Brucella***

Etiologia –

Quando falamos em agentes etiológicos da mastite, a gente deve pensar


obrigatoriamente direto na mastite bacteriana.

Dentre os agentes causadores da mastite, também temos processos traumáticos,


processos tóxicos, processos autoimunes.

Mas vale sempre lembrar que o leite não é um produto estéril, mesmo sem repercussão
inflamatória ou infecciosa ele sempre vai apresentar agentes bacterianos, que estão ali
presentes para proteção da glândula mamária, principalmente os lactobacilos, que tem
como função a colonização do tecido mamário, principalmente para defesa da mucosa
através de bactericinas.
Infecciosos:

Transmissão iatrogênica – atividade humana – todos abaixo:

Quando fazemos a cultura + coloração de Gram, achamos na maioria das vezes Cocos
Gram +, pois são a grande maioria dos causadores de mastite.

Micrococcaceae

Staphylococcaceae

‣ Staphylococcus spp. – Colonias em cacho de uva:


‧ S. aureus *Mais comum causador de mastite – principalmente em mastite
subclínica
‧ S. intermedius
‧ S. epidermidis
‣ Micrococcus spp.
‣ Streptococcus spp. (se diferenciam da outra família, pelo teste da catalase – são
os principais causadores de mastite clínica grave) – Características de colônias
em cadeia:
‧ S. uberis
‧ S. dygalactiae
‧ S. agalactiae
‧ S. bovis
‣ Arcanobacteriaceae
‧ Arcanobacterium pyogenes

Formas de Transmissão por meios Infecciosos: animal para outro através de fômites,
principalmente de forma iatrogênica (toalhas, mãos contaminadas, seringas de
antibiótico, ordenhadeira), ou seja, maus hábitos de higiene e falta de manejo sanitário
na produção de leite  Microrganismo ascende pelo teto da vaca.

A musca doméstica também é um vetor de transmissão, assim como esses fômites.

Ambiental:

O ambiente de leite, é muita das vezes sujo, com presença de fezes por todos os lados

‣ Enterobacteriaceae – Enterobactérias – apesar de ser um agente infeccioso, entra


como agente ambiental, pois vai partir do ambiente.
‧ Escherichia coli
‧ Salmonella spp.
‧ Shigella spp.
‧ Klebsiella spp.
‧ Enterobacter spp.
‣ Pseudomonadaceae
‣ Enterococcaceae
‧ Enterococcus faecalis
‧ E. faecium
‣ Bacillaceae
‧ Bacillus cereus

Em algumas propriedades que não estabelecem medidas preventivas, a vaca após a


ordenha vai se deitar, muitas vezes em locais com fezes, encostando o teto no chão que
provavelmente ainda vai estar com o esfíncter relaxado, fazendo com que haja entrada
de conteúdo fecal no canal desse teto, vindo a colonizar esses tecidos, por agente
bacterianos ambientais.

Formas de transmissão – contato direto com ambiente contaminado, panos, mãos,


ordenhadeira.

De certo modo, não existe diferença entre mastite infecciosa e mastite ambiental, já que
todos esses agentes desenvolvem mastite subclínica, exceto da família
Streptococcaceae, além de serem indiferenciaveis através dos testes de detecção de
mastite. O que vai diferenciar e vai ser uma excelente resposta para o controle e
prevenção é saber quais são os agentes, pois vai poder atuar diretamente na prevenção
desse agente e diminuição dos fatores de risco.

Outros agentes:

Raros os casos!

Algas

‧ Prototheca zopfii

Vírus:

‧ Herpesvírus Bov 1
‧ Herpesvírus Bov 4
‧ Parainfluenza 3
‧ Febre aftosa
‧ Vírus estomatite vesicular

Epidemiologia –

Quando pensamos em características epidemiológicas, todo e qualquer artigo que


formos ler sobre o tema, vai dizer a mastite está presente em todo local de produção de
leite. É uma doença que sempre vai existir, porém ela é controlável.

Ela vai variar de propriedade para propriedade, de rebanho para rebanho, de ambiente
para ambiente. No entanto a mastite vai estar intimamente ligada com alguns fatores de
risco:

‣ Raça (as europeias são mais sensíveis);


‣ Forma de ordenha (higienização – malcuidado com equipamentos, atenção a
vida útil da ordenhadeira = bactérias forma biofilmes = instalação bacteriana 
não sai nas lavagens, facilitando a transmissão de mastite de um animal para
outro) – Todas as formas de ordenha apresentarão fatores de risco para
ocorrência de mastite;
‣ Manejo de ordenha (quanto maior for a higiene menor vai ser a frequência de
mastite);
‣ Presença de bezerro (importante para vaca relaxar, para não produzir cortisol
nem adrenalina, que são duas substâncias que vão competir com o locus de ação
dos hormônios, principalmente da ocitocina, que é responsável pela ejeção do
leite);
‣ Secagem do úbere (o que se recomenda é deixar o bezerro sempre junto da vaca,
deixá-lo mamar no início, para que a vaca faça o relaxamento do esfíncter do
teto e promova a ejeção do leite, depois prende o bezerro com a vaca, faz a
ordenha e, por fim, a secagem do úbere através de mais uma mamada do
bezerro);
‣ Sistema de criação

Prevalência no Brasil: todas as propriedades leiteiras apresentarão índices de mastite


clínica e subclínica acima do recomendado, que é 10%. Se houver 1 animal com mastite
clínica essa propriedade já está com alteração de seus índices.
Transmissão: dividida em duas vias 

‣ Via ascendente: contato do agente bacteriano com o canal do teto, ascendendo


ao úbere e chegando até a glândula mamária, geralmente ocorrendo através de
contato direto com dejetos presentes no ambiente, fômites e moscas.
‣ Via descendente: focos infecciosos em outros locais do organismo chegando até
a glândula mamária. Ex.: infecções sistêmicas, endocardite tricúspide.

Patologia –

Ordenha 

‣ Retirada do leite – O leite se forma através de uma filtração sanguínea na


glândula mamaria, que armazenará o leite nos ácinos glandulares até que a vaca
em um determinado momento pelo relaxamento e liberação de ocitocina, fará
com que ocorra a ejeção do leite para o úbere e através da sucção, seja do
bezerro, da mão ou da ordenhadeira, vai tirar esse leite do interior do úbere para
a parte externa. Então a vaca vai passar por todo o período de lactação, passando
por esse processo.
‣ Efeitos de restrição: existem episódios que podem fazer a restrição do fluxo
contínuo do leite, que é principalmente através do estresse. Esse animal pode
apresentar estresse físico, químico ou psicológico. A liberação de adrenalina e
cortisol vai fazer com que o animal não apresente ejeção do leite nos ácinos, é
quando falamos que a vaca “esconde o leite” e esse é um ponto crucial para o
desenvolvimento de mastite na propriedade.
‣ Secagem/Não secagem: o ato de “esconder o leite”, promover a manutenção do
leite no úbere é um fator que leva a predisposição de mastite.
‣ Esfíncter do teto: Vale lembrar que o esfíncter do teto vai apresentar uma
musculatura lisa, de contração e relaxamento demorado, por isso recomenda-se
que após a ordenha mantenha esse animal de pé por 40 minutos, já que é tempo
suficiente para diminuição da concentração de ocitocina e o esfíncter fechar,
geralmente fazem uma suplementação para manter o animal de pé.
‣ Ordenha manual: primeiro método desenvolvido e possui problemas sanitários
enormes – contaminação por fômites (paninho do ordenhador), ambiente sujo,
falta de higienização do ordenhador, do local e da vaca.
‣ Ordenha mecânica: tem-se a possibilidade de melhor higienização = melhorias
sanitárias. Problemas – falta de manutenção, tanto respeitar o prazo de validade,
quanto fazer as lavagens entre ordenhas.

Mastite: processo inflamatório que se dá pela chegada de celulas inflamatórias no tecido


mamário e uma alteração que vai gerar uma descamação tecido mamário, ou seja,
ocorre um aumento de celularidade no leite, associada a uma alteração na composição
físico-química do leite.

Mastite ascendente 

‧ Entrada de microrganismos no canal do teto


‧ Colonização na cisterna teto/úbere
‧ Detecção das citocinas pelo sistema imunológico
‧ Resposta inflamatória – inflamação de celulas epiteliais
‧ Chegada de células inflamatória
‧ Descamação do tecido epitelial da glândula
‧ Alteração do leite
‧ Aumento da celularidade do leite, por conta da presença de células
somáticas (celulas infamatórias + células de descamação do tecido)
‧ Substituição dessas células epiteliais por tecido conjuntivo, acarretando
menor produção de leite e alteração de sua composição.

Sinais clínicos –

Mastite clínica – apresentará sintomas claros – alteração macroscópica do leite


(grumos, pus, sangue, pH, condutividade) e sintomas de inflamação da glândula
mamária (rubor, dor, tumor, calor e perda da função).

Mastite subclínica – não apresentará sintomas – sem alteração macroscópica, queda de


produção diária, alterações no leite – sem grumos, aumento de células somáticas,
aumento de condutividade elétrica, mudança no pH. Então a mastite subclínica altera a
composição física, química e celular do leite (CMT/CCS), o seu quadro patológico é
pouco perceptível aos produtores.

Efeito Iceberg – relação entre mastite clínica e subclínica, o que é visto (mastite clínica)
é muito menor do que aquilo que não pode ser visto (mastite subclínica).

Diagnóstico –
Mastite Clínica: o diagnóstico de mastite clínica é extremamente simples, já que possui
sintomas aparentes e alterações visíveis no leite.

‧ Exame clínico da glândula mamária


‧ Detecção de respostas inflamatórias
‧ Análise da alteração macroscópica do leite – teste que deveria ser feito
diariamente em todos os animais da linha de ordenha – Teste de detecção de
grumos: Teste da caneca de fundo escuro

Mastite Subclínica: por não ter nenhum sintoma inflamatório e nenhuma alteração
macroscópica do leite, tem que se utilizar ferramentas microscópicas, para analisar a
celularidade ou características físico-químicas.

‧ Avaliação da presença de células somáticas:


‣ Qualitativo – CMT (california mastits test): avalia a gelificação do leite em
contato com detergente. Schaim & Norlander (1957). Pode ser feito em
curral.
‣ Quantitativo – CCS (contagem de células somáticas): contagem das células
em microscópio (o nível de celularidade do leite, está relacionado
intimamente com a gravidade da mastite, mesmo que não manifeste sinal
clinico nem alteração macroscópica do leite, ela pode substituir o tecido
glandular produtivo por tecido conjuntivo) – método demorado, mas é o teste
referência pelo MAPA. Prescott & Breed (1910). Pela sua demora, deve ser
feito em laboratório.
‧ Condutividade elétrica
‧ pH
‧ Microbiológico

Tratamento –

Tratamento apenas de mastite clínica, a subclínica deve passar por correções nos fatores
de risco.

‣ Clínico-Cirúrgico (remoção de quartos mamários)


‣ Terapia tópica associada ou não a terapia sistêmica – a teria tópica é através de
seringas contendo antimicrobianos associados ou não a anti-inflamatórios (cada
seringa é para ¼ mamário) - Infusão intramamária de antibiótico: sempre
respeitando o período de carência do produto (resíduo de AB no leite, AB
sistêmico, anti-inflamatório). Fazer o teste para detectar o microrganismo e
poder fazer a escolha certa do AB para aquele organismo específico.

Prevenção e Controle –

Acompanhamento sequencial de todo o rebanho através de testes diários da caneca de


fundo preto e:

Programa dos 5 pontos:

1. Tratamento de vacas secas (toda vaca em pós lactação deve receber tratamento
pós o período de lactação, até o próximo período de lactação – tratamento
intramamária específico para vaca seca com AB, para fazer a limpeza do úbere
com relação aos agentes microbianos).
2. Tratamento de casos clínicos – apenas vacas com mastite clínica deve ser
tratada, já as vacas com mastite subclínica deve passar por correções nos fatores
de risco  não melhora  segue para o descarte/segregação de vacas que
apresentem mastite clínica crônica
3. Descarte/Segregação de vacas que apresentem mastite clínica crônica
4. Bom manejo de ordenha - Higiene
5. Bom funcionamento dos equipamentos – Manutenção
6. Bem-estar animal (conforto térmico e higiene na ordenha)

Laranja & Machado (1994)

Manejo Higiênico da Ordenha –

Com a aplicação do programa de 6 pontos, com a aplicação de um manejo


principalmente higiênico, a frequencia de mastite diminui, os animais tendem a produzir
mais e o custo de aplicação de manejo higiênico na ordenha é muito menor quando
comparado ao lucro que o produtor vai ter se controlar essa doença.

Higiene na ordenha – a higiene tem uma intima relação com a qualidade do produto,
quanto mais higiênicas forem as condutas, melhor vai ser esse produto.

POA x Cuidados de Higiene

O principal fator que interfere higiene no processo de ordenha é o homem, então é ele
quem vai ter a responsabilidade de reduzir os pontos de contaminação. Mas vale
lembrar que o ambiente e a rotina de ordenha também influenciam nessa higiene, então
alguns fatores que podem ser negativos nesse manejo, se não bem cuidados são:

Solo, água, produtos de limpeza tetos/equipamentos, fatores climáticos, componentes


biológicos.

Ordenhador:
‧ Figura chave
‧ Onde deve-se ter maior investimento – já que é a pessoa que vai estar em
íntimo contato com todo o processo produtivo.
‧ Se o ordenhador não for bem treinado, isso anula os investimentos em:
equipamentos modernos, animais de alto valor zootécnico, gastos em
medicamentos, infraestruturas, pastagens.
‧ Condutores dos animais – maneira mais calma possível
‧ Higiene antes da ordenha – lavar a mão e antebraço (água e sabão; escova)
‧ Ordenhador x Condutor dos animais
‧ Ordenhador x Amarrar animal
Ambiente dos animais:
‧ O ambiente deve ser o mais fresco (conforto térmico para o produtor e
animais – horas mais frescas do dia), limpo e sem odor
‧ Essa atenção com o ambiente deve ocorrer sempre antes, durante e depois da
ordenha
‧ Sala de espera – sombreada
‧ Sala de ordenha – limpa, confortável, sem produtos com odor forte, proteger
leite dos excrementos, arejado.

Rotina de ordenha – Recomenda-se uma linha de ordenha:

‧ Vacas primíparas sem mastite


‧ Vacas pluríparas que nunca tiveram mastite
‧ Vacas curadas de mastite
‧ Vacas com mastite subclínica
‧ Vacas com mastite clínica (retira o leite, recebe o tratamento, tem o leite
descartado)

O objetivo dessa rotina é evitar a transmissão de mastite contagiosa.


Se tiver bezerro ao pé, deve-se encaminhar a vaca para o local de ordenha, amarrar a
vaca, deixar o bezerro iniciar a sucção do leite e aí sim iniciar o processo da ordenha –

1) Lavagem dos Tetos: se a vaca tiver com o bezerro, ele irá mamar primeiro,
depois será realizada a limpeza com água corrente, secagem com papel toalha (1
papel para cada teto), lavar somente tetos e não o úbere. A água deve ser clorada
e com baixa pressão.
2) Retirada dos primeiros jatos (se não tiver bezerro ao pé) e diagnóstico de
mastite: descartar o primeiro jato na caneca de fundo preto para observar se há
formação de grumos, pus e sangue. Esse teste deve ser realizado todo dia, pois o
diagnóstico de mastite clínica. O CMT pode ser realizado a cada 15 dias. Não
descartar esse leite no chão, pois a mastite é contagiosa e outro animal pode
deitar-se ali.
3) Antissepsia dos tetos antes da ordenha: “pré-dipping” – produto específico
(iodo, cloro). Recomendado para prevenção de mastite ambiental/infecciosa.
4) Ordenha (manual ou mecânica): na mecânica deve-se atentar a pressão da teteira
e sua limpeza, pois ela é uma via de contaminação bacteriana, por isso precisa de
manutenção constante. Higienização das teteiras entre animais – solução
clorada; 2 teteiras por vez; troca periódica da solução; depois lavagem em água
pura.
5) Antissepsia pós ordenha: se tiver o bezerro ao pé, ele deve mamar antes do 5º
passo para secar totalmente o úbere. “Pós-dipping” – substância mais grossa que
forma um tampão no canal do teto, visto que a contração do esfíncter do teto é
lenta. Higienização pós ordenha – terapia da vaca seca (tratamento com AB na
última ordenha que a vaca tiver), redução de índices de mastite, filme protetor
teto/canal do teto. Escolha do antisséptico efetivo: emoliente (glicerina) + iodo,
clorexidine, cloro.
6) Procedimentos pós-ordenha: bezerro ao pé = esvaziamento do úbere; aplicação
do tratamento pós-dipping, fornecimento de alimento (suplementação), por 30
min até o fechamento do esfíncter do teto, para evitar que o animal se deite em
local contaminado com o esfíncter aberto e ocorra contaminação.
7) Lavagem e higiene de instalações e equipamentos de ordenha – água de
qualidade e temperatura adequadas para cada utensilio.

Considerações finais:
Boas práticas de ordenha – matéria prima de qualidade, redução de risco de transmissão
de agentes infecciosos.

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