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Quando falamos sobre mastite, estamos falando sobre uma enfermidade que vai
acometer toda e qualquer espécie de mamíferos. Principalmente quando pensamos em
produção animal, onde a produção leiteira vai ser mais intensiva, no entanto, é na
espécie bovina que a mastite incomoda mais, pois é a espécie com maior produtividade
de leite com relação a sua criação, vai apresentar uma importância econômica no nosso
país de forma muito intensa, é uma produção tipicamente caseira, realizada em
pequenas propriedades e na grande maioria das vezes em propriedade familiares, que
vão realizar praticas produtivas muito antigas e sem boas práticas de manejo (Leia –
Boas práticas de manejo como Falta de higiene).
É uma doença tão frequente e presente, que se estabelece que até 10% das vacas podem
apresentar mastite subclínica é considerado normal, nenhum animal pode apresentar
mastite clínica.
Mastite –
Leite: vale sempre lembrar que o leite é fonte de renda para muitas famílias brasileiras;
é um alimento extremamente nutritivo e por ser extremamente nutritivo, ele é um
excelente meio de cultura para agentes infecciosos; é alimento fundamental para
neonatos e pessoas idosas, por conta das suas características nutricionais e que existe
uma relevância econômica dentro da produção leiteira no Brasil.
Importância econômica –
Estima-se que uma mastite subclínica em média, tem uma capacidade de redução da
produção nessa vaca, de em torno de 20%. Além dessa queda de produção, existe o
comprometimento da qualidade; as vezes, perdas de quartos mamários (1/4 – a vaca vai
apresentar 4/4 mamários, 2 anteriores e 2 posteriores); fora o risco de saúde desse animal
e principalmente do consumidor, quando a gente pensa em saúde única.
Etiologia –
Mas vale sempre lembrar que o leite não é um produto estéril, mesmo sem repercussão
inflamatória ou infecciosa ele sempre vai apresentar agentes bacterianos, que estão ali
presentes para proteção da glândula mamária, principalmente os lactobacilos, que tem
como função a colonização do tecido mamário, principalmente para defesa da mucosa
através de bactericinas.
Infecciosos:
Quando fazemos a cultura + coloração de Gram, achamos na maioria das vezes Cocos
Gram +, pois são a grande maioria dos causadores de mastite.
Micrococcaceae
Staphylococcaceae
Formas de Transmissão por meios Infecciosos: animal para outro através de fômites,
principalmente de forma iatrogênica (toalhas, mãos contaminadas, seringas de
antibiótico, ordenhadeira), ou seja, maus hábitos de higiene e falta de manejo sanitário
na produção de leite Microrganismo ascende pelo teto da vaca.
Ambiental:
O ambiente de leite, é muita das vezes sujo, com presença de fezes por todos os lados
De certo modo, não existe diferença entre mastite infecciosa e mastite ambiental, já que
todos esses agentes desenvolvem mastite subclínica, exceto da família
Streptococcaceae, além de serem indiferenciaveis através dos testes de detecção de
mastite. O que vai diferenciar e vai ser uma excelente resposta para o controle e
prevenção é saber quais são os agentes, pois vai poder atuar diretamente na prevenção
desse agente e diminuição dos fatores de risco.
Outros agentes:
Raros os casos!
Algas
‧ Prototheca zopfii
Vírus:
‧ Herpesvírus Bov 1
‧ Herpesvírus Bov 4
‧ Parainfluenza 3
‧ Febre aftosa
‧ Vírus estomatite vesicular
Epidemiologia –
Ela vai variar de propriedade para propriedade, de rebanho para rebanho, de ambiente
para ambiente. No entanto a mastite vai estar intimamente ligada com alguns fatores de
risco:
Patologia –
Ordenha
Mastite ascendente
Sinais clínicos –
Efeito Iceberg – relação entre mastite clínica e subclínica, o que é visto (mastite clínica)
é muito menor do que aquilo que não pode ser visto (mastite subclínica).
Diagnóstico –
Mastite Clínica: o diagnóstico de mastite clínica é extremamente simples, já que possui
sintomas aparentes e alterações visíveis no leite.
Mastite Subclínica: por não ter nenhum sintoma inflamatório e nenhuma alteração
macroscópica do leite, tem que se utilizar ferramentas microscópicas, para analisar a
celularidade ou características físico-químicas.
Tratamento –
Tratamento apenas de mastite clínica, a subclínica deve passar por correções nos fatores
de risco.
Prevenção e Controle –
1. Tratamento de vacas secas (toda vaca em pós lactação deve receber tratamento
pós o período de lactação, até o próximo período de lactação – tratamento
intramamária específico para vaca seca com AB, para fazer a limpeza do úbere
com relação aos agentes microbianos).
2. Tratamento de casos clínicos – apenas vacas com mastite clínica deve ser
tratada, já as vacas com mastite subclínica deve passar por correções nos fatores
de risco não melhora segue para o descarte/segregação de vacas que
apresentem mastite clínica crônica
3. Descarte/Segregação de vacas que apresentem mastite clínica crônica
4. Bom manejo de ordenha - Higiene
5. Bom funcionamento dos equipamentos – Manutenção
6. Bem-estar animal (conforto térmico e higiene na ordenha)
Higiene na ordenha – a higiene tem uma intima relação com a qualidade do produto,
quanto mais higiênicas forem as condutas, melhor vai ser esse produto.
O principal fator que interfere higiene no processo de ordenha é o homem, então é ele
quem vai ter a responsabilidade de reduzir os pontos de contaminação. Mas vale
lembrar que o ambiente e a rotina de ordenha também influenciam nessa higiene, então
alguns fatores que podem ser negativos nesse manejo, se não bem cuidados são:
Ordenhador:
‧ Figura chave
‧ Onde deve-se ter maior investimento – já que é a pessoa que vai estar em
íntimo contato com todo o processo produtivo.
‧ Se o ordenhador não for bem treinado, isso anula os investimentos em:
equipamentos modernos, animais de alto valor zootécnico, gastos em
medicamentos, infraestruturas, pastagens.
‧ Condutores dos animais – maneira mais calma possível
‧ Higiene antes da ordenha – lavar a mão e antebraço (água e sabão; escova)
‧ Ordenhador x Condutor dos animais
‧ Ordenhador x Amarrar animal
Ambiente dos animais:
‧ O ambiente deve ser o mais fresco (conforto térmico para o produtor e
animais – horas mais frescas do dia), limpo e sem odor
‧ Essa atenção com o ambiente deve ocorrer sempre antes, durante e depois da
ordenha
‧ Sala de espera – sombreada
‧ Sala de ordenha – limpa, confortável, sem produtos com odor forte, proteger
leite dos excrementos, arejado.
1) Lavagem dos Tetos: se a vaca tiver com o bezerro, ele irá mamar primeiro,
depois será realizada a limpeza com água corrente, secagem com papel toalha (1
papel para cada teto), lavar somente tetos e não o úbere. A água deve ser clorada
e com baixa pressão.
2) Retirada dos primeiros jatos (se não tiver bezerro ao pé) e diagnóstico de
mastite: descartar o primeiro jato na caneca de fundo preto para observar se há
formação de grumos, pus e sangue. Esse teste deve ser realizado todo dia, pois o
diagnóstico de mastite clínica. O CMT pode ser realizado a cada 15 dias. Não
descartar esse leite no chão, pois a mastite é contagiosa e outro animal pode
deitar-se ali.
3) Antissepsia dos tetos antes da ordenha: “pré-dipping” – produto específico
(iodo, cloro). Recomendado para prevenção de mastite ambiental/infecciosa.
4) Ordenha (manual ou mecânica): na mecânica deve-se atentar a pressão da teteira
e sua limpeza, pois ela é uma via de contaminação bacteriana, por isso precisa de
manutenção constante. Higienização das teteiras entre animais – solução
clorada; 2 teteiras por vez; troca periódica da solução; depois lavagem em água
pura.
5) Antissepsia pós ordenha: se tiver o bezerro ao pé, ele deve mamar antes do 5º
passo para secar totalmente o úbere. “Pós-dipping” – substância mais grossa que
forma um tampão no canal do teto, visto que a contração do esfíncter do teto é
lenta. Higienização pós ordenha – terapia da vaca seca (tratamento com AB na
última ordenha que a vaca tiver), redução de índices de mastite, filme protetor
teto/canal do teto. Escolha do antisséptico efetivo: emoliente (glicerina) + iodo,
clorexidine, cloro.
6) Procedimentos pós-ordenha: bezerro ao pé = esvaziamento do úbere; aplicação
do tratamento pós-dipping, fornecimento de alimento (suplementação), por 30
min até o fechamento do esfíncter do teto, para evitar que o animal se deite em
local contaminado com o esfíncter aberto e ocorra contaminação.
7) Lavagem e higiene de instalações e equipamentos de ordenha – água de
qualidade e temperatura adequadas para cada utensilio.
Considerações finais:
Boas práticas de ordenha – matéria prima de qualidade, redução de risco de transmissão
de agentes infecciosos.