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Mastites 29/03/2019

Mastite é uma infecção da glândula mamária, que pode ter diferentes formas de contaminação, o meio ambiente, a
teteira da ordenhadeira, o ambiente, as mãos do produtor, a teta, e é de fácil transmissibilidade/morbidade, então
práticas de higiene são essenciais para prevenção. Quadros de mastite podem levar a sepse se a infecção primária cair na
circulação, entretando possui uma prevalência baixa. Na grande maioria dos casos a mastite é um caso de infecção que
fica localizada. A vaca possui 4 tetos, 4 quartos mamários, então o úbere possui compartimentação, então pode ter uma
infecção em um quarto mamário e os outros estarem saudáveis. Há casos de mastite subclínica em que o tecido alveolar
mamário é substituído por tecido fibroso e atrofia, então um quarto mamário pode estar atrofiado e os outros 3
saudáveis. Mastite subclínica a ordenha é feita em todas as glândulas, mistura o leite saudável e o leite ruim. Mastite
clínica, o animal deve entrar em antibiotico terapia e sair da ordenha, pois no leite possui resquícios no leite. Mastite
subclínica do ponto de vista veterinário é mais importante visto que o produtor não vê, então não trata, fazendo com que
a prevalência seja maior, e traz muita perda econômica.

1) Definição

Mastite é uma doença infectocontagiosa de origem multifatorial, mas pp causada por agentes bacterianos, e que
acomete mamíferos e que cursa com inflamação da glândula mamária e em virtude disso terá casos clínicos e subclínicos.
O status imunológico do animal dirá muito sobre o caso que ele apresenta, se a imunidade estiver baixa as chances de
apresentarem mastite clínica é alta. O agente encontrado na mastite também indica se é mastite subclínica ou clínica.
Machos podem apresentar mastite, mas é muito raro, visto que não produz leite e o leite é um ótimo meio de cultura e
também porque as glândulas dos machos não são manuseadas como das fêmeas.

2) Histórico atual/IMV

Qualquer rebanho leiteiro terá mastite. Animais extremamente resistentes, em criação extensiva por exemplo, o animal
produz pouco, é muito resistente e ainda assim apresenta mastites recorrentes decorrente da falta de higiene. Em
ambiente altamente tecnificado, o ambiente super higiênico, mas ainda assim o agente está no ambiente, se o animal sair
deste local as chances de vir a óbito são altíssimas visto que a imunidade desse animal que produz 30L, é baixíssima.

3) Sononímia

Mamite.

4) Agente etiológico

Bactérias (Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium -> mastite subclínica; Escherichia coli -> mastite clínica) vírus,
fungo, algas, protozoários e causas traumáticas. Alga unicelular causando mastite, o produtor geralmente trata com
antibiótico sem consentimento veterinário e dessa forma, diminui a microbiota do animal, e não elimina a alga, então
acaba agravando o caso.

5) Espécies acometidas

No Brasil a espécie de maior importância que possui mastite é a vaca, em outros países será o animal mais explorado. O
gado de corte não possui aptidão para produzir leite, mas produz, produz leite para o bezerro, portanto não entra a mão
do ordenhador. O leite produzido é consumido pelo bezerro, e ele é capaz de esgotar o teto, não deixando leite residual
que será meio de cultura para bactéria.

6) Aspectos epidemiológicos

Países onde há grande incidência de mastite: Índia e Brasil. Sendo que o Brasil é o que explora comercialmente. Relação
com trópicos, o Brasil é 2/3 tropical e isso garante características ambientais essenciais para a sobrevivência para as
bactérias. Então maior rebanho explorado e condições climáticas como T e umidade. Ao longo do pico lactacional a vaca
se torna mais sensível, cerca de 60 a 90 dias após a parição, se ela pare no inicio da primavera, no verão é o pico, e é
quando tem mais chuvas e portanto mais umidade. Manejo extensivo, as possíveis causas de mastite são a falta de
manejo adequado, e no ambiente extremamente mais tecnificado a mastite é relacionado com a baixa imunidade. Então
mastite ocorre mais em períodos quentes e chuvosos.

7) Patogênese (ascendente/descendente)

Alta morbidade; baixa mortalidade, praticamente nula; letalidade baixa. A vaca convive com mastite a vida toda e não
morre. Mastite é uma doença localizada na glândula mamária. Porta de entrada é por via ascendente pelo ósteo do teto e
de modo ascendente chega na glândula mamária e coloniza e tem como via de eliminação o leite; o quadro inflamatório
fica restrito a glândula mamária. Em uma minoria há uma patogênese descendente, a mastite é uma doença secundária,
vem da circulação, como Brucella abortus e Mycobacterium bovis; sempre ligada a uma doença primária (brucelose a
bactéria entra pela boca, na tuberculose pela boca ou via inalação, ou seja, diferentes portas de entrada).

8) Sintomatologia clínica

Mastite que possui sinais clínicos: mastite clínica, sinais visiveis a olho nu, há alterações na vaca (dor, rubor, calor, edema
e perda de função: dor gera cortisol que inibe ocitocina) e no leite (pus, sangue, coágulos de fibrina, alteração na
coloração, cheiro de pus); e que não possui: subclínica, a vaca não possui nenhum sinal clínico, o leite não possui
alteração visível, mas a vaca possui perda na produção leiteira, perde em torno de 20% da capacidade produtiva, visto
que a presença das bactérias nos alveolos mamários leva a migração de células brancas e a liberação de enzimas dessas
células a fim de conter a multiplicação bacteriana lesam o tecido alveolar mamário, que é substituído por tecido fibroso
(pode ocorrer a reepitelização do quarto mamário, mas também pode ocorrer uma fibrose tão intensa o quarto mamário
vir a atrofiar), a composição do leite terá menos proteína, lactose e gordura visto que as proprias enzimas das células
degradam as proteínas, as bactérias produzem enzimas proteolíticas, redução do pH interfere na fervura do leite, se o
leite chegar na T de fervura e não ferver, é porque a caseína coagulou, é a coalhada, moo sendo veiculado no leite. Na
mastite subclínica terá perda na produção de leite, a composição do leite é alterada, terá menos proteína, menos
gordura, e menos lactose, é um leite mais pobre, redução do pH/ a acidificação do leite, aumento do percentual de
cloretos, presença do moo no leite. Todo produto de origem animal deve ser tratado termicamente, leite, ovos, carne.
*produtores colocam bicarbonato de Na+ para evitar que ocorra a fermentação e acidificação do leite antes do caminhão
de leite buscar.

9) Métodos diagnósticos/Prognóstico

Prognóstico de mastites clínica é bom, rapidamente mostra sinais e o produtor trata. Prognóstico de mastite subclínica é
ruim.

10) Prevenção

11) Controle

Apenas animais com mastite clínica são tratados.


Mastite clínica - prática

Teste da caneca de fundo preto/caneca telada: os dois primeiros jatos para ver presença de pus, fibrina em cima, ou
sangue no fundo.

Mastite subclinica

California Mastitis Test - CMT: 2ml de leite e 2ml de reagente (púrpura de bromo crezol). Um recipiente para cada quarto
mamário, homogeniza e observa formação de gelatinase. Se tiver enzimas vai ocorrer reação formando a gelatina.

+ (gelatinizacao branda)

++ (gelatinizaçao maior, concentrada no meio no movimento circular, forma bico de mamadeira)

+++ (gelatinizaçao mais forte, forma bico de mamadeira tbm, mas a gelatina é mais firme)

Argentometria

Teste para detecção de cloreto. 10ml de leite, 10 gotas de dicromato de potássio, ao adc nitrato de prata se colocar 4,5ml
deve ficar vermelho tijolo, se continuar amarelo é porque tem muito cloreto. Se adc sal fica amarelo, comprovando que o
cloreto de sódio deixa amarelo. Adc vinagre no leite e ele coalha, então não pode acidificar.

(receitinha) Ricota caseira feita com limão. hahaha

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