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Sumário
O que é mastite?
O que causa a mastite?
Quais são os fatores de risco da mastite?
A mastite clínica
Como identificar possíveis ocorrências de Mastite Clínica?
Indicadores de mastite clínica
A mastite subclínica
Como identificar a ocorrência de mastite subclínica?
Impactos econômicos causados pela mastite subclínica
Programa dos seis pontos de controle da mastite em rebanhos leiteiros
Ponto 1: Manejo de ordenha
Ponto 2: Limpeza e manutenção adequada dos equipamentos de ordenha
Ponto 3: Higiene e conforto no ambiente de permanência dos animais
Ponto 4: Terapia de vaca seca
Ponto 5: Protocolo de tratamento de casos clínicos
Ponto 6: Descarte e segregação de vacas com casos crônicos
A mastite é considerada uma das doenças que mais causa prejuízo para toda a
cadeia leiteira. Esta perda é devido ao custo do descarte de leite com alteração
ou resíduo de antibióticos, reposição de animais descartados, gastos com
medicamentos e serviços veterinários, redução na produção, entre outras razões.
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O que é mastite?
A mastite é uma inflamação da glândula mamária ocasionada por microrganismos,
sendo mais frequente por bactérias. A inflamação ocorre quando estes
microrganismos colonizam o canal do teto e iniciam a sua multiplicação. Este
processo ocorre na cisterna do teto ou da glândula. Quando a presença do invasor
é detectada pelo sistema imunológico da vaca, os leucócitos, que são células de
defesa do organismo, migram no tecido mamário e iniciam a resposta inflamatória
no local, na tentativa de eliminar este agente causador. Este processo inflamatório
pode manifestar-se de duas formas, podendo ocasionar: mastite clínica ou
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Mastite contagiosa
Mastite ambiental
Mastite
• Alta incidência de casos subclínicos
• Alta CCS Transmissão:
• Longa duração ou crônicos
• Principais agentes causadores:
Steptococcus agalatiae,
Staphylococcus aureus,
Corynebacterium
bovis e Mycoplasma spp.
Mastite ambiental
• Alta incidência de casos clínicos Transmissão:
• Curta duração
• Manifestação aguda
• Principais agentes causadores:
Streptococcus ambientais
(Streptococcus dysgalactiae,
Streptococcus uberis) e coliformes
(Escherichia coli, Klebsiella sp.
e Enterobacter sp).
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Dentre os *gram-positivos, que estão representados em azul, é possível inferir que
o maior causador de mastite é o Streptococcus agalatiae/ dysgalactiae (22%) e os
Staphylococcus não-aureus (16%). Já entre os *gram-negativos, representados em
vermelho, o maior número de casos é causado por Escherichia coli (13%).
*As bactérias podem ser classificadas de acordo com seu aspecto após um método de coloração chamado de Gram.
As Gram-positivas se tingem de azul e as Gram-negativas, de vermelho. Esta diferença se dá por aspectos estruturais
dos diversos gêneros de bactérias e é uma informação muito importante para definir o antibiótico que será utilizado
no protocolo de tratamento.
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A nutrição é também um fator importante, pois está diretamente relacionada com a capacidade
de resposta imune da vaca. Em relação ao clima, os períodos mais quentes e úmidos são mais
desafiadores quanto a ocorrência de mastite quando comparados ao clima frio e seco.
O nível de produção é um fator de risco importante, pois as vacas com maior produção têm
maior desafio metabólico e tempo de ordenha, aumentando as chances de mastite. Além disso,
o número e estágio de lactação também são fatores que aumentam os riscos da doença, visto
que vacas que estejam no estágio inicial de lactação têm um grande desafio no que se refere
ao metabolismo e imunidade.
Vacas que apresentam tetos com problemas de hiperqueratose, geralmente causados por mau
funcionamento da ordenha, têm maior risco de desenvolver mastite. A chance de ocorrência da
doença é aumentada de 20% a 30% quando comparamos à uma vaca com boa saúde do úbere.
Outro fator é a conformação de úberes e tetos, pois pode aumentar a dificuldade na ordenha.
É, inclusive, uma característica importante na seleção genética do gado leiteiro, ultimamente.
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Mastite clínica
A mastite clínica é caracterizada por apresentar alterações visíveis no leite, como
grumos, coágulos, alteração de cor, menor volume secretado e sangue. Estas
alterações podem estar associadas à sinais clínicos, como inflamação no úbere
e nos tetos, ocasionando inchaço, vermelhidão, endurecimento e dor. Em casos
mais graves as alterações podem ser sistêmicas e o animal apresenta febre,
desidratação e falta de apetite, podendo chegar até a morte. A mastite clínica é
classificada em 3 escores de acordo com a sua gravidade, podendo ser:
O teste da caneca de fundo preto ou teste da caneca telada deve ser realizado
antes de toda ordenha e com todas as vacas. Este teste consiste em retirar os 3
primeiros jatos de cada teto dentro de um recipiente e observar, cuidadosamente,
se há alguma alteração no leite, como grumos, pus, presença de sangue ou
coloração alterada.
Exame do úbere
Os exames visuais e palpação dos tetos são muito importantes para a identificação
de casos mais graves de mastite clínica. Antes, durante e depois da ordenha, deve-
se observar se há alterações nos tetos, como vermelhidão, inchaço, aumento de
tamanho, se a vaca sente dor quando é tocada e está relutante à ordenha ou se
existem áreas endurecidas ou mais quentes no úbere.
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Cultivo microbiológico
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Análise de mastite por quartos mamários
Mastite subclínica
A mastite subclínica é caracterizada por não apresentar alterações perceptíveis
no leite e na vaca. Porém, promove uma queda considerável na produção, há
alterações na composição do leite (aumento dos teores de cloro, sódio e proteínas
do soro e diminuição dos teores de caseína, lactose e gorduras) e aumento de
células somáticas. Devido à falta de sinais claros de inflamação, são necessários
testes auxiliares para o diagnóstico.
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A coleta deve ocorrer, preferencialmente, no período da manhã e deve excluir
vacas com mastite clínica ou recém paridas (aguardar de 5 a 7 dias).
Os valores de referência para o diagnóstico são:
O CMT é um teste que pode ser realizado na sala de ordenha ou a campo. Este
método se baseia na contagem de células somáticas de forma indireta.
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Impactos econômicos causados pela
mastite subclínica
Dentre as formas de manifestação da mastite, a subclínica ainda é considerada
a de maior prejuízo devido à dificuldade de detecção, período de manifestação
e grande redução da produção de leite. O grande problema é que há uma
prevalência deste tipo de mastite nas fazendas. Acredita-se que para cada 1 caso
de mastite clínica, há de 15 a 40 casos de mastite subclínica.
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Segundo estudos realizados, o tratamento preventivo, como o monitoramento
de células somáticas, medidas de higiene durante a ordenha, vacinação
e manutenção de equipamentos para ordenha nas propriedades teria o
impacto econômico de 6%.
O programa dos seis pontos para controle da mastite visa melhorar as práticas
de ordenha, a sanidade do úbere e a qualidade do leite. Para isso, será necessário
aplicar medidas de manejo específicas, de forma contínua e estar sempre atento
ao monitoramento dos índices de infecção e inflamação do rebanho.
Após este processo, todas as vacas devem passar pelo teste da caneca de fundo
preto para identificar a mastite clínica. Se for confirmada a presença da doença, o
animal deve ser identificado e segregado. Se não apresentar sintomas de mastite
clínica durante o teste, deve-se realizar o pré-dipping, ou seja, a desinfecção
dos tetos. Esta etapa elimina bactérias vindas do ambiente presentes no teto,
reduzindo em 50% as chances de novos casos de mastite por patógenos
ambientais.
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O tempo de ação do produto pode variar de acordo com a composição e com o
fabricante. Após esta etapa, é necessário secar os tetos com uma toalha de papel
descartável para evitar o deslizamento ao acoplar as teteiras.
Ao finalizar a ordenha do animal, deve ser feita a desinfecção dos tetos novamente,
utilizando o desinfetante pós-dipping imediatamente após a retirada das teteiras.
O líquido deve cobrir toda a extensão do teto. Em todos os processos citados é
extremamente importante que o ordenhador esteja utilizando luvas limpas e
desinfetadas.
Logo após esta primeira fase, realiza-se uma limpeza com detergente alcalino clorado,
com o objetivo de remover os resíduos orgânicos, seguido de um enxágue com água
em temperatura ambiente para a remoção dos restos desta solução.
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Para eliminar as bactérias que sobreviveram durante a limpeza e se desenvolveram
durante o intervalo entre ordenhas é realizada a sanitização.
Este processo deve ser feito pelo menos 30 minutos antes do início da ordenha,
fazendo uso de hipoclorito de sódio (200 ppm de cloro) circulando pelas tubulações
por 5 minutos.
Um outro ponto de atenção é o nível de vácuo, pois este deve ser regulado de forma
a garantir que a ordenha completa dos animais seja realizada e não haja lesões nos
tetos.
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Quanto às camas, os materiais usados devem ser secos e de boa qualidade. Elas
devem ser mantidas limpas e secas, sem acúmulo de esterco, urina ou barro.
É importante manter o menor número de animais por área, levando em conta que
quanto mais animais aglomerados, maior volume de fezes e urinas.
Em sistemas de criação a pasto, a área de pastagem deve ser em solo drenado e que
tenha uma boa cobertura da forragem, evitando lama.
O período seco da vaca é uma fase de preparação para a próxima lactação e normalmente
tem início nos 60 dias anteriores ao parto, no 7º mês de gestação.
Este período é importante para a regeneração das células da glândula mamária. Durante
o período seco a vaca requer condições nutricionais e status sanitário ainda melhores.
A terapia da vaca seca visa eliminar casos de mastite pré-existentes adquiridos durante
a lactação e prevenir novas infecções. Para isso, no dia da secagem deve-se tratar todos
os quartos mamários com antibióticos de longa duração específicos para vacas secas.
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Um outro cuidado é o uso de selantes internos, atuando como barreira física, impedindo a
entrada de microrganismos no canal do teto. Esta estratégia funciona como coadjuvante
à antibioterapia, sendo um cuidado adicional.
O uso apenas do selante não se justifica, visto que permitiria a manutenção de infecções
subclínicas.
Ao diagnosticar a mastite clínica no animal por meio do teste da caneca de fundo preto
e classificar o grau da doença (se é leve, moderada ou grave), o tratamento deve ser
imediato para uma maior chance de cura.
É importante estar atento e acompanhar de perto estes animais, pois são reservatórios
de agentes contagiosos.
Para evitar a transmissão dos microrganismos dos animais infectados para animais sadios,
é importante estabelecer uma sequência de ordenha em que as novilhas estejam na
primeira linha de entrada e as vacas com maior incidência de mastite sejam segregadas.
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Agora você já sabe o que é mastite, como identificá-la – diferenciando entre clínica
e subclínica, como tratá-la e como preveni-la. O acompanhamento sanitário do seu
rebanho leiteiro fica muito mais fácil quando você utiliza um bom software de gestão.
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