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MASTOLOGIA
DR. ANASTÁSIO BERRETTINI
Gabriella Lacourt – T68 (20212)
SUMÁRIO
ALTERAÇÃO FUNCIONAL BENIGNA DAS MAMAS ....................................................................................................................................................................... 4
FISIOLOGIA E ANATOMIA .................................................................................................................................................................................................................................................... 4
ANORMALIDADES ANATÔMICAS ........................................................................................................................................................................................................................................ 7
PATOLOGIAS BENIGNAS ...................................................................................................................................................................................................................................................... 7
ALTERAÇOES FUNCIONAIS BENIGNAS ................................................................................................................................................................................................................................ 9
MASTALGIA ...................................................................................................................................................................................................................................................................... 9
MASTITES ........................................................................................................................................................................................................................... 14
MASTITE AGUDA ................................................................................................................................................................................................................................................................ 14
MASTITE LACTACIONAL ................................................................................................................................................................................................................................................ 14
MASTITES CRÔNICAS ........................................................................................................................................................................................................................................................ 16
1. MASTITE GRANULOMATOSA IDIOPÁTICA ............................................................................................................................................................................................................ 16
2. MASTITE DIABÉTICA ............................................................................................................................................................................................................................................. 18
3. MASTITE PERIDUCTAL .......................................................................................................................................................................................................................................... 18
4. MASTITE CRÔNICA POR MYCOBACTERIUM ......................................................................................................................................................................................................... 19
5. SARCOIDOSE ........................................................................................................................................................................................................................................................ 20
6. SÍFILIS .................................................................................................................................................................................................................................................................... 21
7. ACTINOMICOSE .................................................................................................................................................................................................................................................... 21
8. MASTITES FÚNGICAS ............................................................................................................................................................................................................................................ 22
9. CRIPTOCICOSE ..................................................................................................................................................................................................................................................... 22
10. MISCELÂNEA......................................................................................................................................................................................................................................................... 22
NÓDULOS MAMÁRIOS .......................................................................................................................................................................................................... 24
LESÕES NÃO PROLIFERATIVAS ...................................................................................................................................................................................................................................... 24
LESÕES PROLIFERATIVAS SEM ATIPIA ........................................................................................................................................................................................................................... 24
LESÕES PROLIFERATIVAS COM ATIPIAS ........................................................................................................................................................................................................................ 27
MISCELÂNEA ..................................................................................................................................................................................................................................................................... 28
TUMOR FILÓIDE (PHYLLODES)........................................................................................................................................................................................................................................ 28
FIBROADENOMA JUVENIL .............................................................................................................................................................................................................................................. 29
HAMARTOMA ................................................................................................................................................................................................................................................................. 29
ESTEATONECROSE ........................................................................................................................................................................................................................................................ 29
GLÂNDULA MAMÁRIA
AXILA
Média de 20 linfonodos (pode haver muito mais, não aparece em exames de
imagem)
3 níveis (Berg)
Divide a cadeia axilar em 3 partes, com base no mm. Peitoral menor.
(!) linfonodo sentinela: corante azul + material radioativo são inseridos para
identificar qual o primeiro linfonodo acometido.
Exame físico
• Inspeção estática (Sentada)
o Sem blusa e sem sutiã
• Inspeção dinâmica (Sentada)
o Mão na cintura fazendo força
o Levantar o braço
o Procurar abaulamentos e retrações
• Mamografia: exame de rastreamento, não preventivo. Mesmo a retirada • Palpação (grosseira e dedilhada) - deitada
da mama não é uma prevenção, mas uma redução de risco. o Importante que toda a mama seja palpada
• Expressão
CONSULTA o Região externa da mama para a papila
• HD
Queixas mais comuns • Conduta
• Rastreamento para CA de mama;
• Nódulo de mama
• Mastalgia
• Fluxo papilar
Anamnese:
o QD: dor, nódulo, secreção mamária, seguimento pós câncer, avaliação
de alteração radiológica.
o HMA
o Antecedentes pessoais: Valorizar antecedentes ginecológicos como
paridade, 1ª gravidez (Maior impacto na Mastologia), tempo total
de amamentação, uso de ACO, uso de TH
o Antecedentes familiares: valorizar casos de câncer (mesmo não
ginecológicos e/ou masculinos)
o Se tratada por câncer:
▪ Data cirurgia (tipo, anatomopatológico)
▪ Quimioterapia
▪ Radioterapia
▪ Seguimento
▪ Como ela descobriu, o que ela sentia
MASTALGIA
• Sinonímia: dor mamária, mastodinia, alteração funcional benigna das
mamas
• Diferenciar: cíclica de acíclica (Praticamente diminui diagnóstico)
• Não utilizar termo: displasia mamária
• Melhora ou piora com a menstruação? (acíclica x cíclica)
• Não há necessidade de exames de imagem
• Pode ser uni ou bilateral • Fator desencadeante: estímulo estroprogestativo cíclico (ciclos ovulatórios) – dor no início ou fim do ciclo menstrual
• Pode irradiar para membro superior homolateral, ombro, escápula • Fatores etiológicos
ou pescoço
• Normalmente não relacionada com o ciclo menstrual, mas mastites e FISIOPATOLOGIA:
abscessos podem dar, porém, o quadro clínico tem outros sinais e • Stress
sintomas • Aumento de retenção hídrica
• Relacionar uso de medicamentos (dor não é dose dependente) • Ciclos ovulatórios
o Inibidores de recaptação de serotonina; • Alteração nos níveis de prolactina
o Metildopa • Excesso de xantinas
o Digoxina • Excesso de Ácidos graxos
o Diuréticos (espironolactona)
o Inibidores de bomba de prótons (Omeprazol, pantoprazol) EXAMES RADIOLÓGICOS: NÃO DEVE SER PEDIDO - Alto poder terapêutico, porém, não devem ser solicitados se não há dúvida
• Associação com atividade física ou de repetição clínica
• Associada a ansiedade (aumento na pandemia)
CONDUTA
• Tratamento a depender da etiologia:
• Orientação verbal melhora de até 85% dos casos
o Antidepressivos
• Não existe correlação entre dor e câncer
o Miorelaxantes
o AINE em forma de gel Medidas benéficas:
• Soutien apertado
• Exercício físico
• Dieta pobre em gorduras
• Compressas de gelo ou água fria
• Analgésicos em geral
• Placebos (vitaminas, ácido gamalinoleico, diuréticos, dieta pobre em xantina etc): Não recomendados
Tratamento para mastalgia de origem hormonal – se não há melhora com medidas gerais
Menopausa (natural ou induzida)
• Melhor tratamento: Menopausa (A redução do estrogênio que causa a dor, faz reduzir sinais e sintomas - Medicamentos
que induzam à menopausa química ou modulam os receptores estrogênicos no tecido mamário)
Terapia hormonal:
• Problema: Os receptores de estrogênio (etinilestradiol) estão presentes em todos os órgãos da mulher
• Uso de AC: melhora a cascata, mas piora a proliferação exógena gerando dor. Logo, vai de uma mastalgia cíclica para uma
acíclica.
SERMS (moduladores seletivos dos receptores de estrógeno) - Tamoxifeno 10mg de 3 a 6 meses – terapia de exceção
• O uso de SERMS deve ser o último a ser considerado, por conta da gravidade dos efeitos adversos
Efeitos:
• Cérebro: inativa o receptor de estrogênio - Inibe efeito da dor, mas gera fogacho, irritabilidade, insônia, falta de
concentração
• Mama: inativa o receptor - inibe a proliferação do tecido mamário com redução da mastalgia (quimioprevenção)
• Útero/ ovários/ genital: Hipersensibilização dos receptores - aumento do volume uterino (hipertrofia uterina), cistos
ovarianos, espessamento endometrial (raro relacionado a CA de útero, discutível), aumento da secreção vaginal
• Osso: hiperestimulação – protetor, aumenta osteoblasto e reduz osteoclasto.
• Vasos: Aumento efeito tromboembólicos
Inibidores de prolactina - Bromoergocriptina 2,5mg VO 2x por dia
• Pouco eficiente
• Não altera níveis séricos
CISTOS MAMÁRIOS
• Definição: formação redonda, anecoica, composta por líquido. Lesão regular, conteúdo anecoico (preto, possui
líquido dentro dele, anecoico pois não gera eco,
• Não é patologia (60 a 70% das mulheres tem cisto) uma vez que o líquido conduz bem o som) e
Cistos simples
• Alteração do desenvolvimento mamário reforço posterior/ reforço acústico (Branco)
• Microcistos (Menores de 2cm) não merecem
• Relacionado a produção estrogênica, que costuma regredir na menopausa
atenção
• Em necrópsias, cistos presentes em 60% das mulheres e em 48% destas, • Macrocistos (>2cm) são puncionados PAAF
são bilaterais • Citologia não recomendada
• Maior incidência a partir dos 40 anos (!) Birads II no USG: Achado radiológico benigno,
chance de câncer 0%
• Não é possível diagnosticar cistos pela mamografia, somente pelo USG Conteúdo anecoico (preto) com ecos internos:
• Baixa taxa de malignidade (0,1%) • Pus
Cistos complicados
• Sangue
• Objetivos do USG: • Proteína
o Diferenciar macro de microcistos Não deve causar preocupação
o Diferenciar simples de complexos A diferença de um cisto simples para complicado é
a presença de uma trave (Bandeira do Brasil)
o Classificar: Simples, Complicados, Microcistos agrupados, Complexos
A trave é um septo que é pode ser feito de
proteína, sangue, pus. Se for pus há sinais
(!) Citologia não é recomendada inflamatórios locais
(!) Birads 2, não indica câncer
EPIDEMIOLOGIA Apresentam-se à ecografia como tumoração
microlobulada, com conteúdo anecoico, separados
• Incidência: 19% das mulheres por traves
Microcistos
agrupados
• Fluxo espontâneo: 3 a 8% das mulheres Vários cistos, imagem em favo de mel
• Fluxo e câncer: 5 a 8% dos espontâneos (!) Achado radiológico: não merece conduta
adicional (Birads II)
• Tipos: Galactorréias, fisiológicos, patológicos
Cistos complexos
Risco de neoplasia de 17 a 68% dos casos
SEMIOLOGIA
• Anamnese (mais de 50%)
o Investigar: Espontâneo ou provocado, unilateral, persistente, cristalino
ou hemorrágico
• Exame das mamas:
o Sensibilidade: 54% Fluxo papilar de causa orgânica
o Especificidade: 94%
o Importante encontrar o ponto de
gatilho: localização quando pressionada
gera o fluxo papilar (descreve-se a
mama e as horas em que se encontra)
• Fluxo de leite bilateral na não gesta/ lactacional, • Não é espontâneo, é provocado (deve Possui as seguintes características:
idiopática (Secundária a medicação/ droga) apertar para sair)
o Drogas: AC, reposição hormonal, IRSS, • Relacionada a manipulação do mamilo o Unilateral
opioides, antieméticos, anti-hipertensivos. o Uniductal
• Bilateral
• Traumas torácicos o Espontâneo
• Multiductal
o Persistente
• Anormalidade endócrinas • Normalmente “colorido” – quem fuma é
o Intermitente
• Até 2 anos pós-parto ainda é normal escuro (ação da nicotina)
o Cristalino (água de rocha) ou hemorrágico
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
• Microductectomia - Ressecção seletiva dos
ductos, da área de gatilho: No caso de
identificação de ducto
• Ressecção dos ductos retroareolares: Se não for
identificado o ducto, a área de gatilho. ressecar
tudo
• Inconveniente: Retração papilar, não vai
conseguir amamentar
MASTITES
CAUSAS
INTRODUÇÃO
• Estase Lática (produção de muito leite, levando a estase e infecção)
Definição: São processos inflamatórios associados ou não com processos • Infecção: (Adentra por alguma fissura, rachadura ou pelo próprio poro
infecciosos que se instalam nos tecidos mamários; lactifero)
o Staphylococcus Aureus (60-80%)
Normalmente são quadros arrastados, tem começo, mas muitas vezes não tem
o Streptococcus beta-hemolítico
fim.
o Haemophylus
CLASSIFICAÇÃO o E. coli
o Bacteróides
• Classificadas de acordo com a natureza do agente etiológico:
o Pseudomonas
o Específicas
o Proteus
o Inespecíficas
• Classificadas de acordo com a Clínicas (Mais utilizada): FATORES PREDISPONENTES
o Agudas
• Fissura mamilar (47%) – sempre deve ser tratada
o Crônicas
• Ingurgitamento mamário (46%)
• Baixa escolaridade (51%)
MASTITE AGUDA
• Baixa renda (63%)
MASTITE LACTACIONAL • Primiparidade (57%)
• Principal causa de mastite aguda: Incidência de 2,6% a 33% das gestações; • Atividade domiciliar sem apoio (66%)
• Início geralmente na segunda semana pós-parto, sendo frequentes • Não amamentaram anteriormente (67%)
entre a terceira e sexta semanas pós-parto • Falta de orientação sobre aleitamento e ordenha (50 e 56%)
• Terceira causa apontada pelas mães para o desmame • História anterior de mastite na gestação.
QUADRO CLÍNICO
Epidêmica Endêmica
Infecção hospitalar (rara) Mais comum • Sinais indicativos de inflamação local:
dor, edema, calor e rubor
Principal agente: s. Aureus Entre 2ª e 5ª semana pós-parto e no
• Sintomas sistêmicos como anorexia,
penicilinase negativo resistentes período de desmame
mal-estar, febre, calafrios, mialgia,
Contaminação em berçários e
cefaléia, algumas vezes náuseas e
bancos de leite, com acometimento
da orofaringe dos neonatos vômitos. Pode gerar sepse!
TRATAMENTO
Cirurgia: deve ser abolida, pois existe uma taxa de recidiva e deformidade • Corticoide tópico:
altíssima. o Extremamente eficiente
o Prednisolona 0,125% duas vezes ao dia
Medicamentoso (hipótese autoimune) o Baixa taxa de recidivas
o Novo tratamento com mesmo medicamento e dose com remissão
• Corticoides
completa
o Efetivos em casos recorrentes ou resistentes
o Muitos efeitos colaterais
o Prednisolona 5-60mg (1 semana – 22 meses) (Alto período, deve ser
evitado).
▪ 42-93% e chance de sucesso
▪ Desaparecimento total.
Presença de lesões cutâneas eritematosas, superfícies lisas e macias, indolores Ocorria contaminação durante a testagem de moldes em cirurgias plásticas.
e anidróticas
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO Varia de acordo com o comprometimento imunológico: febre persistente,
emagrecimento, anemia, Sd. de má-absorção e leucopenia
• Mesmos critérios para hanseníase em outros locais
• Lesão de pele com alterações de sensibilidade, acometimento de nervos, DIAGNÓSTICO
com espessamento neural, baciloscopia positiva Hemocultura e/ou culturas de material de tecidos e secreções
TRATAMENTO
O tratamento é clínico dirigido aos sintomas sistêmicos da doença. A ressecção
da lesão não é necessária, exceto para diagnóstico diferencial.
DIAGNÓSTICO
• Clínica: histórico de contato
• Laboratorial
o Pesquisa de Treponema pallidum na presença de cancro ou lesões
secundárias em microscopia
o Sorologia (VDRL + RSS)
TRATAMENTO
• Penicilina benzatina 2,4 milhões em duas doses
DIAGNÓSTICO
• Coloração direta da secreção com tinta nanquim (fungos contrastados pelo
fungo escuro, com sua cápsula característica evidenciada).
TRATAMENTO
• Ressecção da área associada à tratamento clínico: Anfotericina B e/ou
Fluconazol de 6 a 8 semanas
CONDUTA
• Rastreamento intensivo: mamografia anual e exame clínico semestral –
não evita o câncer, mas faz diagnóstico precoce.
o Mamografia anual + exame clínico semestral
• Suspender ACO
• Contraindicações absolutas para terapia hormonal menopausal
• Mudanças no estilo de vida: perda de peso, alimentação e atividade física
• Quimioprevenção: realizado quando existem fatores de risco genético -
Modulador seletivo no receptor de estrogênio, impedindo que o estrogênio
promova proliferação.
o Tamoxifeno 5mg/dia (Menor dose que para outros usos, reduzindo os
efeitos colaterais também).
o Iniciar em qualquer idade, assim que feito o diagnostico.
o Por 5 anos
DEFINIÇÃO
CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS
É uma neoplasia de comportamento histopatológico variável constituída por
elementos epiteliais e mesenquimais. • Elementos epiteliais e conjuntivos
• Policlonal no componente epitelial
EPIDEMIOLOGIA • Monoclonal na porção conjuntiva conjuntivo
• Menos de 1% de todos os tumores mamários
• 2 a 3% de tumores fibroepiteliais
• Frequente associação com a raça negra
• Mais comum na quarta e quintas décadas de vida
CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS
• Associação com fibroadenoma em 30% dos casos
• Massa única, volumosa, indolor de superfície encapsulada
• Crescimento rápido e progressivo
• Unilateral
• Superfície bocelada (!) a malignidade em questão trata-se de maiores chances de recidiva local
• Pele com temperatura aumentada (Cresce rápido, com infarto ganglionar). num curto espaço de tempo. Nenhum tumor filoide recebe quimioterapia.
• Adenopatia axilar
• A classificação nos ajuda para chances de recidiva a transformações em
Sarcoma.
• Implicações:
TRATAMENTO
Tipos de tratamento HAMARTOMA
• Cirúrgico • Breast in a Breast (área de tecido mamário normal encapsulado)
• Radioterápico • Denominado fibroadenolipoma ou adenolipoma.
• Quimioterápico
• Encontrado em exames de imagem
• Hormonioterápico
• Imunoterápico • Contém tecido glandular, gordura e fibrose
• Quando palpáveis, tumores bem delimitados e fibroelástico
Cirurgia • USG para diagnostico, mamografia vem normal
Tratamento de eleição para o tumor filoide maligno: Cirúrgico • Conduta: cirurgia se houver desconforto.
• Margem de segurança de 1cm pelo menos
o Risco de recidiva torna-se menor que 20%
• Relação: Tumor x Mama: Se o resultado estético for desfavorável, retirar a
mama como um todo
o A relação indica a chance de recidivância: Tumores maiores que 10cm
já começam a ter recidiva 2 meses após.
• Opção cirúrgica: Resseção com margens x mastectomia
• Axila: Não é necessário esvaziamento glandular axilar
Biópsia
• Benigno, composto por células gordurosas maduras
• À palpação: amolecidos e bem delimitados
• Indicação cirúrgica baseada na dimensão e dor
Exame clínico
• Detectada à partir de 0,5cm
GINECOMASTIA • Retro areolar
• Único que afeta homens • Unilateral: Assimetria
• Ocorre por proliferação benigna de tecido glandular em homens por • Aparência radiológica e diagnóstico diferencial: Mamografia exame padrão
aumento de ação o estrogênica e androgênica ouro, pois diferencia glândula de gordura
• Pode ser uni ou bilateral
Diagnóstico diferencial
• Maioria descoberta incidentalmente
• Adolescentes queixam-se de dor • Pseudoginecomastia – Lipomastia
• Em adultos, a maioria é assintomática • Ginecomastia verdadeira x falsa:
• Problema estético o Verdadeira: mamilar, retroaereolar
o Falsa: Acúmulo de gordura
o
• Múltiplos nódulos independentemente da idade
o Desencorajar resseção
• Programação para cirurgia plástica aditiva:
o Retirar os maiores
2 Achados benignos Não merecem investigação. Repetir o exame de acordo com a faixa 0
etária.
Cistos simples, linfonodos intramamários, lipomas, fibroadenolipomas,
fibroadenomas estáveis, Calcificações vasculares, calcificações cutâneas,
calcificações com centro lucente, fibroadenoma calcificado, cisto oleoso
(esteatonecrose), calcificações de doença secretória (“plasma
cell mastitis”), calcificações redondas (acima de 1 mm), calcificações tipo
“milk of calcium”, fios de sutura calcificados.
4 Achados provavelmente malignos Preconiza-se o controle mamográfico semestral por três anos para 2 a 90%
confirmar a estabilidade da lesão e, por conseguinte, o caráter
4a: baixa suspeita (2-20%)
benigno
4b: moderada suspeita (20-50%)
4a: conduta Birads 3
4c: alta suspeita (50-90%)
4b e 4c: Biopsia
Definição: Método padrão para diagnóstico e tratamento • Palpáveis pelo médico: à partir de 1 a 2 cm.
• Palpáveis pelo paciente: paciente a partir de 3.5cm
(!) Deve ser laudado por 2 radiologistas.
*História familiar de pelo menos um parente de primeiro grau com CA de mama abaixo dos 50
anos de idade; história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau com CA de mama
bilateral ou CA de ovário em qualquer faixa etária; história de CA de mama masculino; diagnóstico
histopatológico da lesão proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.
DIVISÃO:
• Léxico
• Relatórios
• Seguimento e monitoramento de resultados
• Orientação
• Coleta de dados
• Apêndice
Importância: Detecção de lesões não palpáveis, ou seja, na fase pré-clínica.
INCIDÊNCIAS
Duas incidências: Importante que seja feita desta forma para captar todo o
tecido da mama
1. Simetria mamária
2. Final do musculo peitoral deve estar
paralelo ao mamilo (traçar uma linha)
3. Visualização da gordura infra-mamária
Visualização: Esta incidência mamografica está adequada pois atende aos 3
critérios técnicos estabelecidos
• Preto: tecido adiposo
Craniocaudal: mama em 180º
• Esbranquiçado: trama fibroglandular e linfonodos (Aspecto riniforme - rim)
Vê-se a mama como um todo, desde a região axilar até o
esterno
Características técnicas a se avaliar:
1. Sombra do músculo peitoral maior
2. Simetria da mama
Gordura inframamária
Incidências:
• Crânio caudal exagerada: para mamas maiores. Nódulo está disposto de
forma mais lateralizada, por isso a mamografia é feita também de forma
mais lateralizada
Posicionamento deve ser adequado • Clivagem: Quando o nódulo se localiza na transição entre as mamas, no
seio intramamário
Uma mama muito glandular (Jovem) é mais difícil do que numa mama menos
glandular (Mais velha), pois tem uma menor quantidade de anteparos para os
raios x detectarem
Técnicas:
• Compressão mamográfico:
o A compressão mamografica normal é de 12kg, aqui é de 18kg.
o Uma das principais causas para a não aderência ao tratamento
O QUE PROCURAR?
MODIFICAÇÕES NODULARES
• Neodensidade ou calcificações novas
• Tumor
• Calcificações agrupadas
• Assimetrias
• Distorção de arquitetura
• Alterações cutâneas
• Alterações mamilares
• Anormalidades dos linfonodos
(!) O tipo de conteúdo (Sólido ou cístico) quem fala é o USG, a mamografia não
é capaz de identificar. Nódulos redondos sempre necessitam de USG.
• Mal definida
CALCIFICAÇÃO
• Geram mais duvidas diagnosticas que os nódulos.
• Grandes > 0,5mm > Puntiformes
• Analisar:
o Tipo
o Forma
o Distribuição
• Podem ocorrer por:
o Oxalato de cálcio associado à outros metais
o Secreção ativa dos ductos e lóbulos
o Detritos celulares necróticos (diversas causas)
o Resposta à inflamação, trauma, radiação e corpo estranho
c) Distribuição
• Redondas
• Difusas
• Lâmina: ácino preenchido por calcificação Cistos de parede calcificada
Injeção de silicone
• Calcificações heterogêneas
CASOS ESPECIAIS
Linfonodos intramamário: formato riniforme normalmente no quadrante
• Amorfas/ Indistintas superolateral da mama (ve-se córtex e hilo gorduroso)
QUANDO SILICONE:
Pele:
• Procurar:
o Retrações
o Espessamento
de pele
(trabecular):
inflamação ou
câncer
• Adenopatia axilar
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA
INTERPRETAÇÃO
• Glândula = branca
• Gordura = cinza
• Tecido fibroso = linha
(M) ARGEM
Hipoecóico: Densidade menor do que a do tecido que o circunda
Podem ser:
Acústica externa
Posterior
VANTAGENS DESVATAGENS
• Sensibilidade >90% para • Alto custo
detecção de carcinoma invasivo • Não existe protocolo de
• Melhora avaliação do tamanho assistência entre diversos
tumoral aparelhos
• Capacidade de avaliação de todo • Necessidade de injeção de
o volume mamário e parede contraste
torácica • Grande número de imagens
• Diagnóstico de carcinoma oculto, • Falso positivo em várias imagens
multifocalidade e tumor residual benignas
• Dificuldade para realizar
biópsias
INDICAÇÕES ATUAIS
• Detecção de tumor oculto, em pacientes com diagnóstico de
linfoadenomegalia axilar metastática
• Avaliação de multifocalidade ou bilateralidade
• Avaliação de carcinoma lobular
• Caracterização de lesões indeterminadas pelos exames convencionais
• Detecção de recidiva
• Monitorização de resposta à quimioterapia neo-adjuvante
TOMOSSÍNTESE
FATORES DE RISCO
• Sexo feminino
• Idade (Quanto mais velha, maior a chance)
• Desfavorecimento socioeconômico: Acesso a saúde
• Lei dos 60 dias: toda mulher que está com nódulo tem 60 dias para
início do tratamento
• Tempo para dobrar de tamanho: dobra de tamanho a cada 4 meses
• Tempo para atingir 1 cm: 8 anos
• Tempo para atingir 1mm: 6 a 7 anos - tamanho que já é possível
identificação por exame de imagem
• Retira-se:
o Mama
o Músculo peitoral maior e menor
o Linfadenectomia níveis I, II e III
• Ainda hoje, existem situações que deve
ser feito com cirurgia ampla.
EFETIVIDADE DAS TÉCNICAS - MILANO • Apesar de conservadora, podem ter resultados insatisfatórios e medianos
o A radioterapia pode gerar a longo prazo atrofia da mama
I- HAUSTED x QUART: Estudos comprovaram que a realização
o Após a cirurgia, muitas pacientes tendem a ganhar peso, que gera
da QUART (quadrantectomia + ressecção axilar +
aumento do tamanho da mama que não sofreu radioterapia em maior
radioterapia) era igualmente eficazes quanto a sobrevida
intensidade
quando comparado a cirurgia radical, ainda que as recidivas
fossem maiores. AVALIAÇÃO INTRAOPERATÓRIA DAS MARGENS
II- TART (tumorectomia) X QUART: sobrevida igual • Deve ser feita avaliação intraoperatória das margens, por isso, um
III- QUART (com radioterapia) X QUARD (sem radioterapia): patologista é necessário
Recidiva local maior na sem radioterapia. Ademais, provou-se o Conceito atual: Tumor não deve encostar no nanquim da peça
que a radioterapia não melhora a sobrevida, e sim as cirúrgica
recidivas.
Relativas:
• Mamas extremamente volumosas e pendulares por não possibilitarem
que o parênquima mamário seja irradiado de forma homogênea.
Localização central do tumor.
Margem satisfatória/ margem
insatisfatória (Tem tumor encostando na • Componente intraductal extenso peritumoral.
margem). • Tumores com invasão linfática ou vascular extensa
Linfonodo sentinela
O linfonodo sentinela
(LNS) corresponde ao
primeiro linfonodo a
receber a drenagem RESSECÇÃO AXILAR - INDICAÇÕES
linfática da mama. Sua • Toda paciente sem comprovação da metástase axilar (Comprovadamente)
avaliação corresponde ao • Independe do tratamento mamário
estado de toda a axila,
podendo evitar a (!) exceção: Em situações em que a paciente será submetida a quimioterapia
ou radioterapia agressiva, mesmo com linfonodo sentinela positivo, não há
linfadenectomia axilar,
quando este é negativo. necessidade de retiradas das cadeias, uma vez que a radioterapia é similar a
retirada cirúrgica
Após identificação e
ressecção do LNS, este é • Efeitos da dissecção axilar:
o Linfedema: pessoa se torna invalida.
encaminhado para análise
histológica
transoperatória de congelação. Uma vez constatada a ausência de metástases
para o LNS, não é necessária a realização da linfadenectomia axilar total,
reduzindo a morbidade associada ao procedimento.
CONCLUSÕES
• Cirurgia conservadora sempre que possível
• Reconstrução imediata sempre, salvo contraindicações
• A vontade do médico não deve sobrepujar a da paciente
• Não subestimar a capacidade de interpretação da paciente
• Futuro da mastologia:
o Maior índice de cura
▪ Sem mutilação
▪ Com maior informação
PRÓTESES ▪ Reintegração à sociedade
• Reconstrução imediata (Preferência)
• Reconstrução tardia (Pele flácida)
• Contraindicação relativa: Radioterapia prévia ou futura
• Inserção atrás do músculo peitoral (retropeitoral)
• Dois tipos:
o Próteses redondas
o Próteses anatômicas (Formato em gota – aspecto mais natural).
O que se trata na cirurgia é somente o que está sendo vivo, os tratamentos CARCINOMA CARCINOMA CARCINOMA CARCINOMAS
LOBULAR INVASIVO INFLAMATÓRIO TUBULAR COM ACHADOS
adjuvantes são importantes pois estudos mostram que tem células circulantes MEDULARES
concomitantes.
5 a 15% dos carcinomas 1% dos tumores 2% dos carcinomas 1% dos carcinomas
mamários mamários
Em ordem de importância na metástase: Células tumorais não O pior – sobrevida de 10%
coesivas entre si, Bom prognóstico Idade média 45-55
Confunde-se com mastite
1. Osso dispostas anos
individualmente “fila Pele com eritema, Geralmente lesões
2. Pulmão indiana” edema, calor, peau espiculadas Imagem
3. Pleura (patognomônico) d’orange (Aspecto de Mulheres idosas:
radiológica: Bem
4. Fígado Maior chance de
casca de laranja) Nem todo o
circunscrito,
5. Cérebro confundido com
multicentricidade e Casca de laranja: Chance carcinoma em
tumores benignos
bilateralidade de estar viva em 3 anos: idosas tem melhor
A metástase, por ser hematogênica, pode ocorrer em qualquer local do corpo. 3% prognóstico como Tumor de bom
Sempre se utiliza um RM
das mamas este. prognóstico
Disseminação neoplásica
CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DOS CARCINOMAS MAMÁRIOS: Menor índice de pelos linfáticos dérmicos Raro
metástase alinfonodal comprometimento
• Carcinoma in situ: Proliferação de células epiteliais malignas confinadas Prognóstico ruim: o mais
axilar
ao sistema ducto-acinar, sem invasão estromal. Logo, não causam Resistência a letal
metástase a distância. quimioterapia
Inicia-se tratamento
neoadjuvante (antes da
• Carcinoma invasivo: Células tumorais invadem a membrana basal, os cirurgia) sistêmico, nunca direto
tecidos adjacentes e podem metastizar na cirurgia.
Quimioterapia
AVALIAÇÃO IMUNO HISTOQUÍMICA HER-2-NEU
• A avaliação imunohistoquímica permitiu estudar as características de • Proto-oncogenes que quando ativados tornam-se iniciadores ou
agressividade dos tumores promotores de carcinogênese
• Relação entre antígenos e anticorpos tumorais: • Induzem à refratariedade à hormonioterapia e quimioterapia
o Receptor de estrogênio • O Her-2-neu estimula a proliferação tumoral, a angiogênese e a capacidade
o Receptor de progesterona de metastização
o Ki 67 • A super-expressão do Her-2-neu representa prognóstico ruim, mesmo em
o Her 2neu tumores pequenos com axila negativa
• A partir da década de 90 foram desenvolvidos anticorpos monoclonais que
RECEPTOR DE ESTROGÊNIO alteram o fenótipo celular, modificam a expressão dos receptores e
associadas à quimioterapia, aumentam a sensibilidade tumoral aos agentes
• Os estrogênios são estimuladores da proliferação celular mamária citotóxicos
• As mulheres têm receptores de estrogênio (RE) em todo o organismo.
• Fração mais potente → estradiol MÉTODOS DE DETECÇÃO HER-2
• O estradiol liga-se ao RE, estimulando a divisão celular • Imunohistoquímica: Mais econômico, quantitativo (0 a 3+), menor
• Tumores com maior quantidade de RE são menos agressivos. Quanto maior especificidade. Utiliza-se antígeno e anticorpo
a presença de RE, melhor o prognóstico e maior a chance de responder a o 3+: + de 70%
hormonioterapia o 2+: Indeterminado
• Mulheres com alta porcentagem de RE+, apresentam 10% menos chance o 0 e 1+: Negativo
de recorrência, mesmo sem tratamento • FISH: Hibridização in situ, mais caro. Padrão ouro. Encontra-se o DNA.
Teste de exclusão pelo seu elevado valor.
RECEPTOR DE PROGESTERONA o Normalmente faz-se quando resultado do IH da 2+
• Pouco se sabe sobre a ação isolada da progesterona sobre a mama CLASSIFICAÇÃO MOLECULAR DOS CARCINOMAS MAMÁRIOS
• Acredita-se que a ação proliferativa do estrogênio sobre a mama é maior
quando associada ao estímulo progesterônico Mama normal possui duas camadas celulares:
• 80% dos tumores que apresentam RE+ e RP+ obtém benefício com
hormonioterapia • Camadas luminais (Internas)
• A taxa de resposta cai quando um se torna negativo • Camadas mioepiteliais (Externas)
COMO FUNCIONA?
A quimioterapia age na fase de mitose do
câncer celular.
RADIOTERAPIA INTRAOPERATÓRIA
Opção que permite realizar radioterapia de forma intracirurgica. Apesar as
chances de reincidência serem um pouco mais elevadas, pela menor
frequência que deve ser realizado e o menor custo tem um risco-benefício
aceitável.
TERAPIA ALVO
TRASTUZUMAB
• Indicada para pacientes com altos índices de her-2
• Liga-se ao her-2 (Estimula a proliferação) e ativa a destruição da célula
tumoral pelo sistema imune
• O medicamento ainda bloqueia o estímulo do HeR-2 e a neoangiogênese.
• Deve ser associado a quimioterapia
• Tratamento padrão ouro por 1 ano para pacientes com superexpressão de
her-2
o 6 meses antes da quimio e 6 meses após a quimio
• Efeito colateral: cardiotoxicidade