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Fisiologia do exercício

Licenciatura em Desporto 2º Ano


Escola Superior de Educação do Porto

Teste de Avaliação da Flexibilidade do Ombro

Professor Doutor Armando Oliveira

Carolina Silva; Érica Machado; José Pedro Silva; Tatiana Moreira

Porto, 29 de outubro de 2020


Fisiologia do Exercício
Licenciatura em Desporto 2º Ano - Escola Superior de Educação do Porto

Índice
1. Contextualização .......................................................................................................... 3
2. Introdução...................................................................................................................... 3
3. Enquadramento do Problema .................................................................................... 3
3.1. A Fisiologia do Exercício .................................................................................... 3
3.2. A Flexibilidade ....................................................................................................... 4
3.3. O Alongamento ..................................................................................................... 5
4. Planificação do Treino................................................................................................. 5
5. Tipos de Avaliação ....................................................................................................... 6
5.1. Avaliação Inicial/ Diagnóstica ................................................................................ 6
5.1.1. Avaliação pré treino .............................................................................. 7
5.1.2. Análise inicial......................................................................................... 7
5.2. Avaliação Final/ Sumativa ................................................................................... 8
5.2.1. Avaliação pós treino .............................................................................. 8
5.2.2. Análise Final .......................................................................................... 8
5.3. Considerações Finais .......................................................................................... 9
6. Conclusão .................................................................................................................... 10
Referências ......................................................................................................................... 11

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1. Contextualização
No âmbito da Unidade Curricular Fisiologia do Exercício foi-nos proposto, pelo
professor Armando Oliveira, o estudo de uma capacidade física. A realização do
trabalho teve por base três momentos distintos, a pesquisa, o processo de treino
(4-6 semanas) e por fim o tratamento e análise dos dados. Para a escolha do
tema foi elaborada uma pequena discussão entre todos os membros do grupo
na qual ficou decidido realizarmos um estudo dirigido à flexibilidade do ombro.

2. Introdução

Abordando agora as três etapas do nosso estudo, a pesquisa permitiu-nos


perceber e reconhecer as envolventes da capacidade física escolhida e como é
que, através da fisiologia do exercício, poderíamos melhorar a flexibilidade do
ombro. O momento do processo de treino espelhou-se na realização de um plano
de treino, traçado pelos elementos do grupo, de modo a que o aluno melhorasse
a sua flexibilidade. A última fase permitiu confirmar ou contradizer as
informações recolhidas no primeiro momento do trabalho.

Para a concretização deste estudo tivemos como referências alguns objetivos,


que nos ajudaram a definir um fio condutor ao longo da experiência. De outro
modo, pretendemos detetar todas as componentes exteriores e interiores que
podem estar envolvidas na modificação apresentada pela flexibilidade dos
indivíduos em estudo, como por exemplo a roupa usada no momento de
medição, a temperatura ambiente, se foi ou não realizado um aquecimento
prévio, a genética, e muitos outros fatores.

Contudo, tentamos perceber de que forma é que o treino intervém na


realização de um certo exercício/ movimento.

3. Enquadramento do Problema

3.1. A Fisiologia do Exercício


A Fisiologia do Exercício é um fragmento da Fisiologia que se concentra no
estudo do funcionamento do corpo durante o exercício, tendo como uma das

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principais bases as capacidades físicas. Estas denotam uma resposta fisiológica,


quer qualitativa, quer quantitativa.

3.2. A Flexibilidade
Uma das mais importantes componentes da aptidão funcional é a flexibilidade
(Ruberti, Christofoletti, Gonçalves, & Gobbi, 2008), apresentando-se assim,
segundo CHARRO (2010), como uma capacidade motora que caracteriza a
amplitude do movimento (ADM) que uma certa articulação pode realizar
(CHARRO et al., 2010). Todos os dias necessitamos da flexibilidade para exercer
e realizar as tarefas, tal como, lavar os dentes, pentear o cabelo, tomar banho,
etc. Por mais que não a consigamos ver, é importante saber que ela está lá para
apoiar todos os movimentos que realizamos, manifestando-se uma capacidade
motora de extrema importância para a vida do ser humano.

A ausência da flexibilidade direciona a pessoa para uma elevada possibilidade


de lesões e problemas a níveis funcionais, especialmente em indivíduos que
apresentem sobrepeso e em indivíduos com elevado nível de musculatura
(mesomorfo) (Abdalla, 2013). É possível que o trabalho da força muscular limite
os níveis de flexibilidade se e só se o indivíduo apenas se focar na hipertrofia,
ignorando, deste modo, o alongamento no final de cada sessão de treino
(Dantas, 2005). O lado positivo é que há estudos que afirmam uma boa influência
entre ambas as capacidades, se estas forem aprimoradas de forma exata (Trash
& Kelly, 1987).

Ao longo dos anos, têm sido várias as opiniões para especificar a


flexibilidade.

Segundo Heyard (2004), a flexibilidade é referida como a capacidade de uma


ou várias articulações se movem com uma íntegra amplitude de movimento.

Stone e Kroll (1991), definiram a flexibilidade como uma amplitude de


movimento disponível numa articulação ou num conjunto de articulações.

Neste trabalho foi empregue o tipo de flexibilidade ativa. A flexibilidade ativa


é a maior amplitude conseguida numa articulação, sem ajuda, através do
trabalho muscular ativo (Costa, 2014).

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3.3. O Alongamento
A flexibilidade é muitas das vezes confundida com o alongamento, no entanto
são dois princípios distintos, mas que patenteiam um fio condutor entre eles. O
alongamento tem como objetivo aumentar a amplitude do movimento (ADM)
(KISNER & COLBY, 2002), ou seja, serve como uma ferramenta de treino para
a flexibilidade, direcionada para o crescimento global dos atletas.

“Alongar os músculos, restaura a flexibilidade do movimento e previne lesões”

Segundo QUEIROGA (2005), os exercícios de alongamento evitam que haja


um encurtamento nos músculos e lesões por esforços excessivos.

4. Planificação do Treino

O processo de treino foi criado e adaptado para uma duração de 6 semanas


consecutivas. Sendo que foram escolhidos 3 dias da semana (segunda, quarta
e sexta), em específico, para a realização dos treinos. Os exercícios escolhidos
são os que irão ser aplicados durante as 6 semanas de treino, sendo que, a cada
semana que passar irá haver uma alteração na execução dos exercícios. É de
salientar, que todos os exercícios são aplicados tanto para o lado esquerdo como
para o lado direito. O quadro abaixo apresenta todas as alterações envolvidas:

Semana Modificação
2ª semana Aumento do tempo dos exercícios para
15``
3ª semana Acrescentar aos exercícios 1 e 3 a
inclinação do tronco
4ª semana Redução do tempo de descanso entre
as séries para 10``
5ªsemana Aumento do tempo dos exercícios para
20``
6ª semana -
Tabela 1: Alterações dos treinos a cada semana

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Exercícios Séries Tempo de Repetições Descanso


exercício entre séries

Exercício 1 2x 10`` 12 a 15 15``


Exercício 2 2x 10`` 12 a 15 15``
Exercício 3 2x 10`` 12 a 15 15``
Exercício 4 2x 10`` 12 a 15 15``
Tabela 2: Plano de treino

Exercícios Imagens Explicações e Aspetos Importantes

Elevação de um dos braços na


Exercício 1 lateral da cabeça e segurar na
região do cotovelo

Cruzar o braço em frente ao tórax


Exercício 2 e pressionar o cotovelo junto ao
peito

Com os dedos interlaçados atrás


Exercício 3 das costas, estender os braços e
elevá-los de forma suave

Com o braço esticado ao longo de


uma superfície plana, realizar a
Exercício 4 rotação do tronco

Tabela 3: Exercícios de Flexibilidade

5. Tipos de Avaliação

5.1. Avaliação Inicial/ Diagnóstica


A avaliação diagnóstica expressa uma elevada importância, pois serve para
verificar os níveis em que os atletas/ alunos se deparam, de maneira a elaborar
uma planificação íntegra (Pinhal, 2000). Os treinos começaram a partir do dia
9/11/2020.

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5.1.1. Avaliação pré treino

Média 8,5 cm Média 7,5 cm


cm cm cm cm cm cm
cm cm
cm

cm
cm

cm cm
cm cm

cm Média -5,2 cm
cm
cm
cm
Média -18cm

Gráficos 1 e 2: Medidas Iniciais

5.1.2. Análise inicial


• OMBRO ESQUERDO

Relativamente ao indivíduo X, é visível que os valores que foram obtidos são


muito próximos uns dos outros e positivos (7,5 cm; 9 cm; 9 cm) obtendo uma
média de 8,5 cm.

O indivíduo Y também obteve valores próximos uns dos outros e ao contrário


do indivíduo X, verificou-se que os valores obtidos foram todos negativos (-18
cm; -20 cm; -16 cm) tendo uma média de -18 cm.

• OMBRO DIREITO

Em relação ao indivíduo X, é notório que os valores obtidos foram muito


próximos entre si e positivos (7 cm; 7,5 cm; 8 cm) e a média obtida foi de: 7,5
cm.

No que diz respeito ao indivíduo Y, este obteve na primeira medição o valor


de 0 cm havendo uma diferença significativa em relação às restantes medições
(-8 cm; -7,5 cm) ficando com uma média de: -5,2 cm.

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5.2. Avaliação Final/ Sumativa


Segundo a DGE, avaliação sumativa consiste numa avaliação absoluta que
leva à tomada de decisão. Este tipo de avaliação quantifica todas as
competências que foram adquiridas no final de uma unidade de formação, sendo
assim, uma fonte de informação sobre o sucesso ou insucesso de certas
metodologias.

5.2.1. Avaliação pós treino

cm
cm cm cm cm cm Média
cm 14,8
cm
cm cm cm cm
cm cm
Média 14,1 cm
cm
cm cm cm
cm cm cm

cm cm Média 1,4 cm
cm cm cm
cm
cm
Média -6,1 cm
cm

Gráficos 3 e 4: Medidas Finais

5.2.2. Análise Final

• OMBRO ESQUERDO

Relativamente ao indivíduo X, é visível que os valores que foram obtidos são


muito próximos uns dos outros e positivos (15 cm; 14,5 cm; 13 cm) obtendo uma
média de 14,1 cm.

Por sua vez, o indivíduo Y também obteve valores próximos uns dos outros e
ao contrário do indivíduo X, verificou-se que os valores obtidos foram negativos
(-6 cm; -7,2 cm; -5 cm) tendo uma média de -6,1 cm.

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• OMBRO DIREITO

Em relação ao indivíduo X, é notório que os dois primeiros valores foram muito


próximos e só o terceiro valor é que dispersou dos outros dois e foram todos
positivos (13 cm; 14 cm; 17,5 cm) e a média foi de 14,8 cm.

O indivíduo Y obteve valores próximos uns dos outros e todos positivos (1,5
cm; 1,7 cm; 1 cm) ficando com uma média de 1,4 cm.

• GENERALIZANDO

Depois de analisar a flexibilidade de ambos os ombros, percebemos que o


lado dominante e o desporto praticado poderão ter influência nos resultados
obtidos.

Na flexibilidade do ombro esquerdo, o indivíduo X obteve resultados


superiores ao indivíduo Y, uma vez que o seu lado dominante é o esquerdo e
que praticou ginástica durante 7 anos. Como o lado dominante do indivíduo Y é
o direito, os seus resultados foram menores.

Na flexibilidade do ombro direito, o indivíduo X obteve também resultados


superiores aos resultados do indivíduo Y apesar de não se tratar do seu lado
dominante. Isto leva à conclusão de que o desporto praticado poderá ter
influência nos resultados.

5.3. Considerações Finais

É importante referir que a recolha dos dados foi realizada tendo em atenção
fatores como a roupa utilizada no momento da realização da flexibilidade do
ombro, utilizando assim roupa desportiva que não interferisse com o exercício.
Perante todas as informações tratadas e analisadas, é notório uma grande
melhoria em relação à avaliação inicial realizada no dia 29/10/2020 e a avaliação
final realizada no dia 10/12/2020 passando assim 6 semanas.
Na flexibilidade do ombro esquerdo, o indivíduo X passou de uma média de
8,5 cm para uma média de 14,1 cm com uma diferença de 5,6 cm e o indivíduo

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Y passou de uma média de -18 cm para uma média de -6,1 cm com uma
diferença de -11,9 cm.

Na flexibilidade do ombro direito, o indivíduo X obteve uma média inicial de


7,5 cm e uma média final de 14,8 cm tendo uma diferença de 7,3 cm e o indivíduo
Y obteve uma média inicial de -5,2 cm e uma média final de 1,4 cm com uma
diferença de -6,6 cm.

Posto isto, é bastante visível uma subida acentuada das médias de ambos os
alunos e verificamos que o indivíduo X teve melhores resultados que o indivíduo
Y.

6. Conclusão

Concluindo, através do treino a flexibilidade pode-se alterar melhorando assim


a predisposição para a atividade física com menor possibilidade de lesão. O
passado referente a atividades físicas pode interferir inicialmente na flexibilidade
do atleta, como é notório nos resultados obtidos na avaliação diagnóstica em
que o aluno X (praticou ginástica) já apresenta uma flexibilidade superior à do
aluno Y (praticou futebol). No entanto, com os resultados obtidos neste trabalho
conseguimos afirmar que a repetição e o treino dirigido para esta componente
da aptidão física permitem a sua melhoria independentemente do indivíduo,
como representam os resultados alcançados na avaliação sumativa e nos
gráficos abaixo.

cm cm
cm
cm cm

cm cm
cm
cm
cm
cm cm
cm cm

cm
cm

Gráficos 5 e 6: Comparações Finais

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Referências
Abdalla, P. P. (2013). Aplicabilidade de Instrumentos e Testes de Flexibilidade na Educação
Física e Esporte. Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Brasil: São Paulo.

CHARRO, M. A. (2010). Manual de Avaliação Física.

Correa, R. N. (27 de agosto de 2010). Desenvolvimento da Flexibilidade da articulação dos


ombros. Obtido de https://www.brasilmergulho.com/desenvolvimento-da-
flexibilidade-da-articulacao-dos-ombros/

Costa, K. S. (2014). Análise de diferentes programas de exercício físico sobre a amplitude de


movimento articular de idosos de ambos os sexos. Estudo transversal. Dissertação de
Mestrado, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, U.Porto, Porto. Obtido de
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/77873/2/33906.pdf

Dantas. (2005). Alongamento e Flexionamento (5ª ed.). Rio de Janeiro: Shape, Brasil.

Educação, D.-G. d. (s.d.). Modalidades de Avaliação. Portugal. Obtido de


https://www.dge.mec.pt/modalidades-de-avaliacao

HEYARD, V. H. (2004). Avaliação Física e Prescrição de Exercício: Técnicas Avançadas. Porto


Alegre: Artmed.

KISNER, C., & COLBY, L. (2002). Therapeutic Exercises Foundations and Techniques.
Philadelphia: F.A. Davis.

Mendes, G., Algarra, J., & Vigário, P. (2020). Exercícios para Flexibilidade. Flexibilidade Estática.
Portugal. Obtido de
https://www.fpciclismo.pt/ficheiros/2020/exercicios_para_trabalho_de_flexibilidade.
pdf

Pinhal, M. d. (2000). Avaliação em Língua Portuguesa. Obtido de


https://area.dge.mec.pt/gramatica/lourdespinhal.htm

QUEIROGA, M. R. (2005). Testes e Medidas para Avaliação da Aptidão Física Relacionada à


Saúde em Adultos. Rio de Janeiro.

Ruberti, L., Christofoletti, G., Gonçalves, R., & Gobbi, S. (setembro de 2008). Mudança da
flexibilidade do ombro com o destreinamento: um estudo de caso.

STONE, W., & KROLL, W. (1991). Sports Conditioning and Weight Training: Programs for
Athletic Competition. Dubuque.

Trash , K., & Kelly, B. (1987). Strength Trainining. Journal of Applied Sport Science Research, 4,
5-74.

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