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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO E OS PRINCÍPIOS DO TREINO DESPORTIVO

Princípio da progressão ou da sobrecarga - A atividade biológica baseia-se na


adaptação geral se for aplicado ao treino desportivo.
Em suma, é realizado um determinado estímulo onde após a atuação do mesmo se dá
uma ligeira agitação e degradação no sistema biológico (nas estruturas), causando
posteriormente uma adaptação e suposta melhoria durante o processo de
recuperação.

A prática do exercício físico provoca uma resposta homeostática e adaptativa no corpo


humano, que atua em 3 fases distintas:
1ª Fase (Fase de Desgaste) – a aplicação da carga provoca o diminuir da capacidade
funcional, levando-a a um nível inferior ao inicial, sendo este o motivo da sensação de
fadiga por parte do atleta/sujeito no final o treino.
2º Fase (Fase de Recuperação) – após cada momento de treino (aplicação da carga),
dá-se o momento de recuperação. Este momento de recuperação carateriza-se pelo
aumento e/ou retorno da capacidade funcional das funções e das estruturas. A
alimentação e o descanso são fundamentais para que este processo aconteça da forma
mais correta e rápida possível.
3ª Fase (Fase de Super-compensação) – Após a dita recuperação, não são apenas os
níveis energéticos que são restabelecidos, mas também, se dá um aumento da
capacidade funcional, tornando-a superior à capacidade funcional inicial antes da
aplicação da carga e respetiva recuperação. Em suma, a próxima vez que o corpo for
sujeito a um estímulo do mesmo género a sua resposta será mais eficiente.

Princípio da Continuidade e da Especificidade – Todos os sistemas fisiológicos


respondem a estímulos específicos, sendo que por vezes esse “tal” estímulo é
designado de “stress”. “Stresses” repetitivos e contínuos nos sistemas fisiológicos
provocam adaptações funcionais que provocam o aumento das capacidades
funcionais. Apesar disso, nem todos os “stresses” são positivos e provocam
melhorias….
EX: O “stress” causado pelo tabagismo causa alterações funcionais, contudo essas
alterações não são positivas.

Relação entre o “stress” criado pelo treino e respetiva resposta adaptativa


O treino, seja de que modalidade for, tem como objetivo a criação desse “stress” nas
diferentes estruturas e funções para criar adaptações funcionais e assim melhorar a
resposta que essas mesmas estruturas podem dar ao estímulo. Contudo, se o treino
não for planeado da forma correta podem acontecer duas situações:
SUB-TREINO: acontece quando o stress que está a ser aplicado não é forte o suficiente
para causar as adaptações funcionais
SOBRE-TREINO: acontece quando o stress que está a ser aplicado é demasiado forte
provocando uma sobrecarga nessas estruturas podendo na grande maioria dos casos
contribuir para o aparecimento/desenvolvimento de lesões.

Princípio da Individualização – Os melhores resultados em termos das adaptações


funcionais acontecem quando o plano de treino/treino é criado, desenvolvido de uma
forma personalizada e individualizada consoante as necessidades e caraterísticas do
sujeito/atleta.
EX1: durante o treino para uma corrida, a primeira reação de alarme que o “nosso”
corpo nos dá é o do aumento do débito cardíaco com o propósito de transportar uma
maior quantidade de O2 ao coração e assim conseguir que mais energia seja produzida
de forma a manter ou melhorar a performance. Nesse momento de “alarme” o corpo
pretende avisar que está no seu limite, mas, com o treino o que acontece é o aumento
da capacidade do organismo em produzir mais energia através do O2 com maior
facilidade, diminuindo assim a rapidez que com que esse “alarme” aparece durante a
corrida. O corpo possui uma capacidade limitada em ajustar-se a vários agentes que
“stressam”, assim deve adaptar as suas capacidades de forma que o “stress” não
constitua ameaça em situações futuras à sua homeostasia.
EX2: Para um indivíduo sedentário, o desafio de realizar 1,6KM em apenas 10 minutos
poderia causar elevado desconforto ou até mesmo ser impossível de realizar devido à
fraca capacidade cardiovascular e cardiorrespiratória do mesmo. Por outro lado,
fazendo o mesmo desafio a um sujeito bastante ativo e que faça corrida regularmente,
a tarefa seria bem mais simples e o mais provável seria apresentar níveis baixíssimos
de fadiga ou até mesmo níveis inexistentes.
A INDIVIDUALIZAÇÃO É UM CONCEITO MUITO IMPORTANTE PARA A OBTENÇÃO DE
SUCESSO E MELHORIAS DURANTE O PROCESSO DE TREINO
Princípio da Reversibilidade – Apesar do treino provocar alterações, estas podem não
se manter no corpo se esse processo for interrompido. As alterações a nível local (ex:
tecidual e celular) demoram algumas semanas a ocorrer, acabando por desaparecer
passado algumas semanas. As alterações ao nível central (ex: nível músculo cardíaco,
estriado, pulmões, etc..) exigem bastante mais tempo para serem notadas (meses) e
consequentemente permanecem durante mais tempo após a interrupção do treino.
Em suma, a reversão das adaptações oriundas do treino não é momentânea, mas sim
gradual.

INTRODUÇÃO À BIOENERGÉTICA

O corpo humano possui uma fonte extremamente importante para assegurar a sua
sobrevivência, fonte essa que é a água. Sem ela o ser humano não consegue
sobreviver. A água alimenta todas as estruturas (músculos, órgãos, etc…)
Como é que o nosso corpo produz energia?

Anabolismo – é o processo que constrói moléculas complexas a partir de moléculas


mais simples, consumindo a respetiva energia para esse efeito (Ex: síntese proteica)
Catabolismo – é o conjunto de reações que acontecem quando moléculas mais
complexas dão origem a outras mais simples. Este processo geralmente ao invés de
“retirar” energia ao organismo, “fornece” energia. A energia que resulta do processo
do catabolismo é aproveitada pelo organismo que posteriormente a armazena em
formato de trifosfato (ATP).
DIFERENTES MÉTODOS DE TRANSPORTE PELA MEMBRANA CELULAR

Transporte Passivo (sem gasto de energia) – o transporte dessas substâncias pode ser
realizado através de transporte passivo, com ou sem gasto de energia. Quando a célula
não gasta energia para a realização deste transporte através da membrana podemos
dizer que foi feito um transporte passivo.
Tipos de transporte passivo - osmose, difusão e difusão facilitada
Difusão – capacidade que moléculas muito pequenas de gases e de solutos têm de
passar pela membrana plasmática e se espalharem uniformemente pelo espaço que
está disponível. Neste caso, as moléculas de soluto passam de um meio mais
concentrado para um meio menos concentrado.
Fatores que afetam a difusão através da membrana plasmática:

 Quanto maior for a solubilidade lipídica da partícula a difundir-se, maior será a


permeabilidade da membrana;
 Na mesma situação, as partículas mais pequenas difundem-se mais
rapidamente e com mais facilidade que as partículas de maior dimensão;
 Oxigénio, água e o dióxido de carbono rapidamente se difundem através das
camadas lipídicas;
 A membrana plasmática é semipermeável;

Osmose – é o transporte passivo de água através de uma membrana (passa de um


meio mais concentrado para outro menos concentrado) semipermeável.
A membrana plasmática é permeável à água, mas não ao soluto. O Soluto é a partícula
dissolvida, enquanto o solvente é o líquido onde as partículas do soluto estão
dissolvidas. Quando o soluto não consegue atravessar a membrana plasmática, então,
temos um caso de um soluto osmoticamente ativo. A água movimenta-se de uma
solução diluída para uma solução mais concentrada.

CONCENTRAÇÃO IÓNICA NO ENVOLVENTE DA CÉLULA

Se o meio é…

Hipertónico – uma solução concentrada que apresenta menor concentração de água


do que no interior da célula, então, a água vai sair da célula através da osmose
Isotónico – uma solução com a mesma concentração de água que o interior da célula,
então, não existirá um movimento visível da água a atravessar o interior da membrana
celular
Hipotónico – uma solução diluída que apresenta uma maior concentração de água do
que o interior da célula, então, a célula irá adquirir água através a osmose

Difusão Facilitada – Permite a difusão de grandes componentes não solúveis na


membrana, tais como os açúcares e os aminoácidos. Não necessita de energia, logo, é
classificado como transporte passivo, possuindo também uma elevada seletividade. É
completamente reversível uma vez que as moléculas podem entrar e/ou abandonar a
célula através do transportador de proteínas.

Transporte Ativo – Movimento através da membrana com custo energético,


habitualmente feito com uma maior concentração ou gradiente eletroquímica,
contudo nem sempre é assim. É o transporte utilizado para bombear para dentro e/ou
fora da célula componentes específicos.
TRANSPORTE DE MOLÉCULAS E PARTÍCULAS GRANDES

Moléculas orgânicas grandes, como os polissacarídeos, proteínas e outras moléculas


de grande dimensão não conseguem atravessar a membrana plasmática por isso não
podem ser absorvidas nem eliminadas pelos processos de difusão e/ou transporte
ativo. Desta forma, a entrada é feita por endocitose e a saída feita por exocitose.

Pinocitose - Relativamente à pinocitose o que acontece é a captura de líquidos ou


macromoléculas dissolvidas em água através de invaginações da membrana que foram
pequenas vesículas denominadas de pinossomas.
Fagocitose – A célula engloba partículas sólidas, relativamente grandes. O citoplasma
forma expansões denominadas de pseudópodes que envolvem o material e colocam-
no numa vesícula (cavidade) no interior celular, sendo aí que ocorre a absorção dos
produtos obtidos.

BOMBA SÓDIO E POTÁSSIO


 A concentração de sódio (Na+) é maior fora da célula do que no citoplasma e
ocorre o contrário com o potássio (K+).
 Para cada 3 iões de sódio que saem da célula, entram 2 iões de potássio, com
isto, a face externa da membrana plasmática torna-se positiva e a face interna
torna-se negativa. Esta diferença é fundamental para que os impulsos elétricos
possam ocorrer, passando pelas células nervosas e músculos.
 A bomba Na+/K+ também permite evitar a entrada de água em excesso pelo
processo de osmose na célula o que poderia causar a sua rutura.
 É também importante para a entrada de glicose e aminoácidos na célula, sendo
que isto acontece quando os iões de sódio voltam para o interior da célula e
“trazem” consigo moléculas de glicose e aminoácidos.
 Para o sucesso da bomba Na+/K+ é necessário ATP

GLUCOSE E A SUA IMPORTÂNCIA


A glucose é a molécula essencial como fonte de energia para todos os mamíferos,
sendo responsável por providenciar ATP tanto em situações de caráter aeróbio e/ou
anaeróbio. A glucose é uma molécula polar, insolúvel na membrana plasmática e o seu
transporte realizado a partir de difusão facilitada.
Molécula polar – é uma molécula que possui afinidade com água sendo, portanto
hidrofílica.
Molécula apolar – é uma molécula que não possui afinidade com a água, ou seja, não
se dilui na água e apenas em compostos oleosos.
Nas células epiteliais, o transporte da glicose do meio intracelular para o extracelular e
vice-versa ocorre através de difusão facilitada através das GLUT´S que se encontram na
membrana basolateral.

Enzima – é um catalisador que acelera nos dois sentidos o grau de reações químicas
dentro da célula, sem ser consumido ou desgastado na reação. As enzimas atuam de
uma forma extraordinariamente rápida, apesar disso, não atuam todas ao mesmo
ritmo e com a mesma velocidade. Uma caraterística muito específica que possuem é
que atuam apenas num único e específico substrato para realizar uma função
específica.
EX:

 Hidrólase – adiciona durante a reação de hidrólise;


 Protéase – interage com a proteína;
 Oxidase – adiciona oxigénio a uma substância;
O corpo humano necessita de ser constantemente fornecido com energia química para
assegurar para garantir a execução de variadas funções +/- complexas.

OS DIFERENTES LOCAIS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA NAS CÉLULAS

A estimulação simpática e as concentrações decrescentes de glicose aumentam a


secreção de glucagon que atua principalmente nos hepatócitos para aumentar a
degradação do glicogénio e a secreção de glicose por parte do fígado. Este aumento da
secreção da glicose por parte do fígado ajuda a manter/controlar a glicémia, que por
sua vez tem um efeito inibidor na produção de glucagon.
O glucagon diminui a síntese de colesterol no fígado, aumenta o débito cardíaco,
regula o apetite, diminui o nível de aminoácidos e promove a utilização de
combustíveis ao invés do seu armazenamento.
A insulina aumenta a permeabilidade celular à glicose. Induz o armazenamento da
glicose sobretudo nos músculos e no fígado sobre a forma de glicogénio, convertendo
esse glicose em ácidos gordos quando esta se encontra em excesso. Aumenta ainda o
consumo de aminoácidos e de potássio.
» concentração de glucagon » açúcar no sangue « produção de glucagon
« concentração de açúcar no sangue » produção de glucagon
» concentração de açúcar no sangue « inibe a produção de glucagon
« produção de insulina » açúcar no sangue « produção de glucagon
« concentração de insulina no sangue » concentração de glicose no sangue
» concentração de glicose no sangue « produção de insulina
Insulina e o glucagon atuam reciprocamente no controlo nos níveis de açúcar na
corrente sanguínea, sendo que cada elemento tem os seus próprios processos.
Insulina:

 Aumenta a absorção de glicose;


 Inibe a glicogenólise;
 Inibe a gluconeogenese;
 Aumenta a transformação de glicose em triglicerídeos nas células adiposas;

Glucagon:

 Estimula a glicogenólise;
 Estimula a gluconeogenese;
 Estimula a lipólise e a mobilização dos ácidos gordos a partir das células
adiposas;

GLICOGÉNIO E O TREINO
Quanto maior for a intensidade do treino mais importância o glicogénio adquire como
combustível. A capacidade de armazenamento de carbohidratos por parte do nosso
organismo é limitada, por isso, o treino é extremamente importante para melhorar a
capacidade de armazenamento e poupança de carbohidratos.
Contudo, sabe-se que quando o treino atinge o tempo de 60-90 min, inicia-se a
depleção total das reservas glicolíticas e aos 120 min ficam completamente esgotadas.
Já as reservas de glicogénio ficam esgotadas ao fim de 15-30 min de esforço
intervalado máximo ou próximo do máximo.
A fadiga e a exaustão estão associadas à depleção rápida das reservas de glicogénio
durante o esforço intenso e de longa duração. Assim para evitar a fadiga é necessário
fornecer ao músculo glicogénio e se for necessário repetir esse esforço intenso de
longa duração as reservas devem ser reabastecidas.
GLICÓLISE (RÁPIDA E LENTA)
A diferença entre a glicólise rápida (anaeróbia) e a glicólise lenta (aeróbia) reside na
quantidade de O2 que é fornecida. Na glicólise lenta não existe a acumulação de ácido
láctico, uma vez que a quantidade de O2 que é fornecido não permite essa acumulação
sem prejudicar a ressíntese do ATP. Isto acontece, pois, o ácido pirúvico (percursor do
ácido lático) é desviado para o sistema aeróbio após a ressíntese do ATP.
GLUCONEOGÉNESE
São todas as formas de obtenção de glicose que não através dos carbohidratos. As
principais fontes de energia na glucogénese são: glicerol, lactato, piruvato e alanina.

MET
O Equivalente Metabólico (MET) é um conceito fisiológico que permite expressar o
custo da atividade física como um múltiplo da taxa metabólica de repouso.
1 MET = 3,5 mL O2/ Kg-min
1 MET = 1 Kcal/ Kg-h

GASTO ENERGÉTICO
Gasto Energético Basal (GEB): Quantidade mínima de energia usada durante 24H em
repouso mental e físico (deitado) num ambiente térmico neutro e que iniba a iniciação
de processos de geração de calor.
Taxa Metabólica Basal (TMB): energia gasta por um indivíduo que repousa na cama,
pela manhã, 8 horas de sono e 12 horas de jejum sob condições ambientais favoráveis.
Nos sedentários, a TMB é responsável por 50-70% dos seus gastos totais energéticos
diários. A avaliação da TMB é uma excelente forma de realizar comparações entre
indivíduos sobre o metabolismo metabólico de cada um.

TAXA METABÓLICA BASAL VS TAXA METABÓLICA DE REPOUSO


Raramente se procede à avaliação da TMB, mas sim da TMR. Contudo, está provado
que a TMR pode ser 3-10% mais alta de que a TMB devido ao efeito térmico dos
alimentos e dos movimentos involuntários do sujeito.
Na avaliação da TMR o sujeito deve seguir as seguintes diretrizes: 30-60 min de
repouso recatado e 3-4h após uma refeição leve.
Cálculo da TMB (Fórmula de Harris & Benedict)
Feminino- 655 + (9,6 X peso corporal em kg) + (1,7 x altura em cm) - (4,7 x idades em
anos)
Masculino- 66 + (13,7 X peso corporal em kg) + (5 x altura em cm) - (6,8 x idades em
anos)

Cálculo da TMR (Fórmula de Rosa & Shizgal)


Feminino- 447,593 + (3,098 x Altura em cm) + (9,247 x Peso corporal em kg) – (4,330 x
Idade em anos)
Masculino- 88,362 + (4,799 x Altura em cm) +13,397 x Peso corporal em cm) – (5,677 x
Idade em anos)

ESTÁDIO I – GLICÓLISE
É uma das principais vias de produção de ATP nas células e está presente em todos os
tecidos. É o processo que quebra a glicose para capturar e armazenar energia na forma
de adenosina trifosfato (ATP).
A glicólise passa por vários processos, sendo eles os seguintes:

 Fosforilação do substrato
 Oxidação: existe o ganho de oxigénio, perda de hidrogénio;
 Redução: Perda de oxigénio, ganho de hidrogénio;
 Dinucleótido de Nicotinamida e Adenina (NAD)
 Dinucleótido de Flavina e Adenina (FAD)
No processo de glicólise são gastas 2 moléculas de ATP para a degradação da glicose,
sendo que no final deste processo se dá a síntese do ATP.

AVALIAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO


A avaliação do gasto energético pode ser feita através de calorimetria direta e/ou
calorimetria indireta. A forma direta pressupõe a utilização de um calorímetro que
mede a quantidade de calor produzida pelo corpo. A forma indireta realiza-se medindo
o consumo de O2 e a libertação de CO2, calculando-se o Quociente Respiratório.

À medida que a intensidade o exercício aumenta também o QR aumenta, implicando


um aumento percentual do contributo dos carbohidratos em detrimento das gorduras.

POTÊNCIA AERÓBICA MÁXIMA


Aquando da realização de uma AF, uma certa quantidade de oxigénio permite ao corpo
(mecanismo aeróbio) produzir uma certa quantidade de energia. Com o aumento da
intensidade da AF o corpo começa a realizar adaptações para manter a homeostasia,
sendo elas as seguintes:

 Subida da FC;
 Subida da ventilação e consequentemente aumento do O2 absorvido;
 Aumento de vários elementos responsáveis pela captação, transporte e
absorção do O2 no processo de produção de energia de caráter aeróbio.
Contudo quando o organismo chega ao ponto onde a sua capacidade de captação e
mobilização não pode ser mais ampliada/melhorada, então, diz-se que atingimos a
nossa Potência Aeróbica Máxima. Quanto maior for a PAM, maiores são as reservas
energéticas do corpo, logo, melhor é a capacidade de exercitar do indivíduo.

VARIAÇÃO DO CONTRIBUTO ANAERÓBIO E AERÓBICO DURANTE O EXERCÍCIO

SISTEMA LÁTICO
FREQUÊNCIA CARDÍACA TEÓRICA MÁXIMA
Fórmula de Karvonen, Kentala e Mustala (1957):

 220 – idade = FC Máx


Fórmula de Tanaka (2001):

 211 – (0,8 x idade em anos): se for sedentário;


 211 – (0,7 x idade em anos): se for fisicamente ativo;
 211 – (0,7 x idade em anos): se for atleta de endurance;

INTENSIDADE DE TREINO (IT%)


Para sujeitos entre os 12-69 anos:

 %IT = FCR (FC Máx – FCRepouso) + FCRepouso

FREQUÊNCIA CARDÍACA DE RESERVA (FCR)


Calcula-se a FCR da seguinte forma: FCR = FC Máx – FCRepouso. A FCR é utilizada
para exprimir a intensidade do esforço.
EX:

 Um atleta de 20 anos que pretende realizar um treino com uma intensidade de


80% deve calcular primeiro a sua FC Máx ( 220 – idade), ou seja, no caso dele a
sua FC Máx é de 200.
 Em seguida deve calcular quanto é 80% de 200 BPM, sendo esse valor 160
BPM.
 Depois calcula a sua FCRepouso que é de 75 BPM.
 Desta forma obtém o seu valor de referência que é de 175 BPM, ou seja, para
realizar o treino com 80% de intensidade a sua FC deve estar a “bater” nos 175
BPM.
FC Máx: 220 – 20 = 200 BPM
FCRepouso: 75 BPM
FCR: 200 – 75 = 125 BPM
(125 x 80%)/100 = 100 BPM
100 BPM + 75 BPM (FCRepouso) = 175 BPM
HORMONAS
Sistema Parassimpático = Sistema Vagal
Diálogo Simpático-Vagal (Relação entre o sistema simpático e parassimpático)
Quanto maior for o número de experiências, mais eficiente e eficaz é a relação
Simpático-Vagal.
A forma como os vasos sanguíneos e todas as estruturas de circulação sanguínea estão
distribuídas permite o contacto e entrega de diversos componentes em várias partes
do corpo.
Ramo Simpático do sistema autonómico: aumento das funções cardiorrespiratórias,
termorregulação, entre outros…
Em termos químicos existem 2 tipos de hormonas:

 Hormonas poplíteadas ou proteínas curtas (insulina, ACTH), derivam dos


aminoácidos e de glândulas endócrinas.
 Hormonas esteróides (cortisol, estradiol e progesterona).
A especificidade da ação de cada hormona está associada às zonas onde esta pode
acoplar com a célula. O treino/exercício físico permite aumentar as zonas passíveis de
acoplação.
A concentração das hormonas no plasma depende:
- ritmo de secreção das glândulas que as produzem… Sendo que a secreção pode
acontecer:

 Em regime ritmado;
 Em ritmo circadiano (dia/noite ou por período de 24H);
 Cíclico (mensalmente);
 Por solicitação.
EX: a libertação de cortisol acontece na sua grande maioria no primeiro período da
manhã
A atuação pode ser: instantânea, ao longo de minutos, horas ou até mesmo dias.
O nível de presença da hormona no sangue depende: sexo, idade, nível de treino,
doença, entre outros…
Ovários
Estrogénio (mulheres)
Progesterona
Testosterona Testículos (homens)
-

Insulina e Glucagon são produzidos no pâncreas e são importantes para o


metabolismo e regulação dos níveis de glucose no sangue;
- IGF que é produzido no fígado provoca a produção de GH (hormona de crescimento)
na Pituitária Anterior;

Este método era utilizado peara fugir ao controlo anti-doping. Ao invés de injetar de
forma direta GH, era introduzido IGF de forma estimular a produção de GH mais
rapidamente e em maior quantidade.
- Renina e Dopamina são produzidas nos rins;
- Epinefrina e Norepinefrina (ou catecolaminas) são produzidas na medula
suprarrenal;
- LH é produzida nos ovários e testículos (provoca a produção de testosterona,
estrogénio e progesterona);
- Calcitonina é produzida na tiróide.

- A contração muscular atua como ajuda no


transporte da glicose independentemente da
Transporte facilitado da Glicose ação da insulina no transporte da glicose.

- O treino estimula a produção de insulina, mas


esta independência ajuda a entender como um
sujeito diabético transporta glicose durante a AF
O exercício físico degrada consideravelmente a glicose do sangue mas assim que se
reduz a quantidade de glicogénio circulante obriga o fígado a produzir glicose a partir
da glicogénese.
O sistema endócrino hormonal autonómico, trabalha de forma a manter a
homeostasia da glicose no sangue. Isto acontece devido à libertação de mediadores
químicos por parte dos dois sistemas.
Os MS “entram” em excesso de lactato mais rapidamente que os MI.
No repouso são as hormonas que regulam o metabolismo humano.
Os transportadores de glicose são os “GLUT´S”.
O fígado é essencial na homeostasia da glicose.
A falta de insulina provoca a formação de cetonas (durante exercício prolongado),
contudo essa formação de cetonas é contrariada pela utilização das mesmas como
combustível.
O treino reduz a produção de glucagon e de catecolaminas, bem como, os níveis de
insulina.
As fibras musculares vermelhas (lentas) têm maior capacidade de utilização de glicose
do que as fibras brancas (rápidas).
Depois do treino o glucagon tende a aumentar.
O exercício moderado não provoca descida da quantidade da glicose sanguínea e
consequentemente não interfere com as catecolaminas.

GLICOSE FÍGADO GLICOGÉNIO


GLICOSE FÍGADO GLICOGÉNIO
Glucagon inibe a produção de piruvato.
Insulina estimula a formação de piruvato.

DOPING

É considerado doping se:


 Melhorar a performance;
 Constituir um risco para a saúde do atleta;
 Viola o espírito desportivo;

Agentes Anabolizantes – estimulam o crescimento muscular e da força muscular,


diminuindo o período de recuperação pós-esforço.
EX: testosterona, estradiol, clembuterol e nandrolona
Efeitos colaterais: calvice, acne, agressividade, insónia, esterilidade…

Beta-bloqueantes: efeitos combatem o stress, ansiedade, diminuem o batimento


cardíaco.
EX: Cannabis

Diuréticos: Substâncias cujos efeitos pretendem mascarar a ingestão de produtos


dopantes.
EX: Epitestosterona, probenecid

Estimulantes: Substâncias que atum sob o sistema nervoso central e aumentam o


estado de vigila, competitividade e agressividade.
EX: Cocaína, Cafeína
Algumas hormonas são produzidas em determinadas zonas do corpo com o intuito de
promoverem ações de função em determinados órgãos do corpo.

Agentes com atividade Anti-estrogénico: libertam testosterona sintética que promove


o aumento da massa muscular.
EX: Clomifeno

A TRILOGIA REPOUSO-RECUPERAÇÃO-ADAPTAÇÃO

O princípio da Individualização também se encontra presente na resposta do sistema


osteoesquelético do corpo humano, bem como na resposta de outros sistemas e
estruturas ao stress provocado pelo exercício físico. Ou seja, diferentes indivíduos
reagem de formas completamente diferentes ao mesmo estímulo.
Durante a adolescência o principal objetivo deve passar pelo estímulo da produção de
massa óssea e de atingir o pico máximo de crescimento ósseo determinado pela matriz
genética. Atividades com grande impacto (até 3x o peso corporal) como os saltos
devem ser incorporados com o intuito de estimular a formação e densificação óssea.
As ginastas como regularmente estão sujeitas a atividades de elevado impacto
registam valores de densidade óssea muito acima da população em geral. Outro ponto
é o facto da sua assimetria segmentar ser bastante mais equilibrada dada a maior
densidade e variabilidade de exercícios, obtendo desta forma uma maior simetria nos
membros inferiores.
Inúmeros estudos já comprovaram que a prática de exercício físico contribui imenso
para o aumento da densidade óssea, mas, se a prática não for regular esses “ganhos”
acabam por desaparecer ou até mesmo baixar para valores preocupantes.

A TRÍADE DA ATLETA FEMININA


Por norma todas as atletas femininas em algum momento da sua vida são
confrontadas com estes problemas: Distúrbios alimentares, desmineralização óssea e
disfunção menstrual.
São os distúrbios alimentares que são considerados a “chave” para o aparecimento da
tríade feminina, nomeadamente pela escolha de dietas empobrecidas que significam
num menor aporte calórico e consequentemente energético.
Para além dos distúrbios alimentares, a mulher pode ainda sofrer de amenorreia.
Amenorreia nada mais é do que a ausência da menstruação. Podemos distinguir a
Amenorreia em dois tipos:
Amenorreia Primária- Ausência de menstruação num jovem de 16 anos, com carateres
sexuais secundários.
Amenorreia Secundária- Ausência de três ou mais ciclos menstruais consecutivos após
a menarca.

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