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As capacidades físicas são qualidades individuais correspondentes à componente física

do movimento corporal, que podem ser aprimoradas através de atividades físicas


específicas, algo que se encontra subconscientemente presente no nosso quotidiano.
Estas dividem-se em dois grupos: capacidades físicas condicionais e capacidades físicas
coordenativas.
Primeiramente, as capacidades físicas condicionais estão diretamente relacionadas ao
trabalho e ao movimento, ou seja, ao desempenho físico de um indivíduo - qualidades
funcionais e energéticas desenvolvidas - consequentes de uma ação motora
consciente, condicionando, assim, o desenvolvimento de ações, dado que, aquando da
realização de uma atividade física, uma capacidade é executada, com a possibilidade
de ser inata. Esta ação motora permite a libertação ou troca corporal de certas
substâncias, afetando, assim, as capacidades condicionais, visto que estas são internas
ao organismo e, parcialmente, determinadas pela genética, logo, todos os indivíduos
desenvolvem, naturalmente, uma certa capacidade de velocidade, flexibilidade,
resistência e força.
Seguidamente, as capacidades físicas coordenativas representam as condições do
organismo ligadas ao desenvolvimento de uma ação ou atividade. Estas capacidades
permitem a execução de movimentos com eficácia, precisão e poupança, requerendo,
precisão para alcançar a localização correta do corpo no momento certo. As mesmas
também são estabelecidas pelos genes, no entanto, podem ser aperfeiçoadas com
treino. Portanto, estas encontram-se relacionadas à orientação, equilíbrio, agilidade,
coordenação e reação dos movimentos dos sentidos.
Logo, enquanto que as capacidades físicas condicionais estão ligadas à possibilidade de
fazer um movimento no menor tempo possível (velocidade), para manter um esforço
prolongado (resistência), permitir o máximo percurso possível de uma articulação
(flexibilidade) e superar uma resistência através de tensão (força). As capacidades
coordenativas, por outro lado, estão ligadas à disposição ordenada de ações para
cumprir um objetivo.

A resistência é a capacidade do nosso corpo em resistir à fadiga numa atividade de


esforço prolongado mantendo a qualidade de execução da mesma. É possível
diferenciar dois tipos de resistência: aeróbia e anaeróbia. Enquanto que a primeira se
baseia no equilíbrio entre o oxigénio necessário para o trabalho muscular e o que é
transportado para os músculos dá-se por exemplo em corridas com baixa intensidade.
A segunda trata-se de um défice entre os dois, o oxigénio que se leva para os músculos
não é o suficiente, isto acontece com corridas de grande intensidade.

A respiração aeróbia ocorre com a participação do oxigénio e consiste no processo a


nível celular, no qual ocorre a síntese de ATP (energia). Esta divide-se em três etapas:
glicólise, ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa.
A glicólise consiste na adição de fosfatos (provenientes de 2 moléculas de ATP) à
molécula inicial da glicose. Seguidamente, ocorre a ativação, dada a instabilidade da
molécula, quebrando-se, formando duas moléculas de ácido pirúvico. Esta quebra
produz quatro moléculas de ATP, logo, o saldo final do processo é dois ATP, e 4
eletrões e 4 iões H+. Dois desses H+ e os restantes eletrões tornam-se NAD + (NADH no
estado reduzido).
O ciclo de Krebs acontece no interior da mitocôndria, devido à chegada do ácido
pirúvico, produzindo a molécula acetil-CoA, uma molécula de CO 2 e a transformação
de NAD+ em NADH. As moléculas de acetil-CoA sofrem oxidação, formando uma
coenzima A intacta e duas moléculas de CO2.
Por fim, a fosforilação consiste na reoxidação das moléculas de NADH e FADH 2, sendo
libertada uma quantidade de eletrões que formam H 2O, cujo energia é libertada e
utilizada na produção de ATP, sendo que esta fase tem uma formação exorbitante de
moléculas de ATP.
Por sua vez, a respiração anaeróbia existe aquando da ausência de O 2. O processo que
ocorre nos nossos músculos denomina-se fermentação, no qual as células musculares
são submetidas a um ritmo metabólico frenético e o fornecimento de O 2 não sustenta
o esforço requerido, causando, possivelmente, fadiga muscular. Este processo
assemelha-se à glicólise, sendo a única diferença o agente recetor, neste caso, o ácido
pirúvico, que se transformará em ácido lático ou álcool etílico, no momento em que
recebe eletrões e protões H+ da molécula de NADH. Dada a discrepância que a
presença ou ausência que o O2 causa, este processo trabalhará uma vertente diferente
da resistência, visto que é utilizado em células diferentes.

Semelhante às restantes capacidades físicas, a resistência pode ser trabalhada,


contudo, existem idades mais propícias ao desenvolvimento da mesma. Na resistência
aeróbia, para as raparigas, é entre faixa etária dos 8 e 16 anos e para os rapazes 11 a
18. Na resistência anaeróbica o período é mais curto, para o sexo feminino, 14 a 16
anos e para o sexo masculino, 17 e 18 anos.

Ora, a condição física consiste na capacidade de realizar esforços físicas com vigor e
eficácia, prevendo lesões e atrasando a aparição do cansaço. Então, ter uma boa
condição física não se reduz a ser um desportista de excelência, mas sim a desenvolver
determinadas qualidades físicas com êxito. Logo, embora estes fatores tenham uma
base genética, cada desportista pode exercitar-se a ponto de melhorar determinadas
capacidades. Sendo que o conceito de condição física se relaciona diretamente ao
conceito de desenvolvimento, ou seja, o esforço que é feito para melhorar ou manter
determinado exercício. É importante realçar que todos estes testes têm em conta a
saúde do indivíduo em questão, seja a sua altura, sexo, idade, etc. No caso da
resistência, nomeadamente a aeróbia, o intuito é estudar uma capacidade que suporta
uma atividade prolongada, ou seja, situações de esforço em condições minimamente
rigorosas e controladas, sendo assim, parâmetros relacionados com a capacidade
funcional do indivíduo.

Para avaliar esta capacidade motora são utilizados alguns testes como o do vaivém e o
da milha. Relativamente ao primeiro, este tem como objetivo fazer o máximo de
percursos numa distância de 20 metros obedecendo a um determinado ritmo. No que
diz respeito ao teste da milha, este passa pela realização de 1609 metros (1 milha) no
menor tempo possível.

Webgrafia
https://maestrovirtuale.com/o-que-sao-capacidades-fisicas-condicionais/ (consultado
a 9 de maio de 2022)
https://conceito.de/capacidades-coordenativas (consultado a 9 de maio de 2022)
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5972/
introducao_a_fisiologia_do_exercicio_principais_mecanismos.htm (consultado a 9 de
maio de 2022)
https://ipdj.gov.pt/documents/20123/123444/GrauII_06_Fisiologia.pdf/cef8e055-
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https://fitnessfactory.pt/blog/fitness/resistencia-fisica (consultado a 9 de maio de
2022)
https://www.vidaativa.pt/resistencia-fisica/ (consultado a 9 de maio de 2022)
https://www.stoodi.com.br/blog/biologia/respiracao-celular/ (consultado a 9 de maio
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https://www.divulgacaodinamica.pt/blog/como-avaliar-a-condicao-fisica/ (consultado
a 9 de maio de 2022)
https://fitescola.dge.mec.pt/hometestes.aspx (consultado a 9 de maio de 2022)

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