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Fisiologia do Exercício

Prof. Marcelo Zager

Introdução
Avaliação 1  18/03
Prova 1  22/04
Avaliação 2  27/05
Prova 2  17/06*
Todas de 25 pontos

Fisiologia do esforço
Esforço é qualquer gasto energético acima da minha TMB
Contratura = músculo não recebe energia adequada e contratura como forma de
espasmo de proteção
Tudo é fisiologia do esforço, inclusive a eletroestimulação

Fisiologia do exercício  é o estudo de como as estruturas e funções do nosso


corpo são alteradas quando somos expostos a episódios agudos e crônicos do exercício.
Saúde, funcionalidade.
Fisiologia do esporte  aplica os conceitos da fisiologia do exercício ao
treinamento de atletas à melhora do desempenho desportivo. Atleta de alto rendimento,
ultrapassar limites.

Conceitos de:
Atividade física  qualquer gesto que necessite energia, não necessariamente
esporte.
Exercício físico  Atividade repetitiva planejada e estruturada, que tem como
objetivo a manutenção ou melhorar algum componente da condição física. Dose,
volume, específico de acordo com a necessidade. Qual exercício, com qual objetivo,
para qual músculo, com quanto peso, quantas repetições, quanto descanso...
Esporte  É uma atividade física institucionalizada, competitiva; Os elementos
da institucionalização geralmente incluem: as regras da atividade são padronizadas; o
cumprimento das regras é feita por entidades oficiais; os aspectos técnicos e
organizacionais da atividade se tornam importantes; a aprendizagem das habilidades se
torna mais formalizada. Qualquer atividade com regra.
Aptidão física É a capacidade que um indivíduo possui para realizar
atividades físicas. Agilidade; equilíbrio; força e resistência muscular (Endurance);
flexibilidade; resistência aeróbica; composição corporal; velocidade; resistência
anaeróbica. Medir a capacidade.
Nossa performance é composta por um grupo de aptidões.
MANUAL DE PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO DO COLÉGIO
AMERICANO DE MEDICINA DO ESPORTE

Resposta aguda X Resposta “crônica”


Respostas agudas  acontecem imediatamente após o exercício para que seja
viável. Resultado para manter a atividade.
Frequência
Intensidade
Tipo
Tempo
Variabilidade de frequência cardíaca
Resposta crônica: mais estável, aparece a longo prazo. Se cessa o exercício a
resposta também some em determinado tempo. Resultado de performance atingido.

Exercício aeróbio X anaeróbio  de acordo com a via metabólica que está


sendo utilizada para a realização daquele exercício. Individual. Genética com aumento
de fibras com predileção anaeróbia. Mensuração de TMB. Em indivíduos, quando a
atividade faz aparecer mais de 4ml/g de lactato na corrente sanguínea. Tipo de
metabolismo, não de exercício. Atividade anaeróbia esgota reserva energética em cerca
de 3 minutos. Em 2% da população o limite de lactato é diferente, por conta da genética.
Exercício contínuo X intervalado  Maneira como eu executo a tarefa. Ex.:
caminhada de 60min e só para quando bate os 60min, não mudando a velocidade, é
contínuo. Porém essa mesma caminhada também pode ser intervalada, quando muda a
velocidade ou para durante. Musculação é classicamente intervalado. Assim como o
HITT (alta intensidade intervalada). Qualquer paciente em estado muito grave só faz
HITT, não faz exercício contínuo. Paciente de UTI sair do leito, dar alguns passos e
descansar é alta intensidade, é HITT, que é definido pelo que acontece com o paciente,
não o que vemos.
Exercício resistido X de resistência  resistido é um exercício em que o
membro sofreu uma resistência externa. Resistência = Endurance; resistência é o
objetivo.
Exercícios com pesos X carga livre  com resistência ou sem carga, só com o
peso da gravidade? Peso  massa X aceleração da gravidade, peso de verdade, elástico
não vale, e só quando movimento é contra a gravidade.
Exercício de baixa X alta intensidade  precisam ser definidos de alguma forma
e existem várias formas de fazer isso; um exemplo é cálculo de porcentagem de
utilização de O2; etc. predefinidos pela literatura. Utilizar menos de 30% da reserva de
O2 é exercício leve.

Bioenergética
Uma aptidão quando treinada ao extremo renega outras aptidões.
Toda energia da Terra vem do Sol. Ser humano utiliza de maneira indireta,
comendo as plantas – que realizam fotossíntese – por exemplo, ou mesmo comendo
algo de origem animal, já que o animal também se alimenta dessas plantas.
A energia do ser humano não criada, mas sim absorvida dos alimentos, que é
transformada em ATP (molécula energética do organismo).
O corpo pega qualquer alimento e quebra para produzir ATP, que usa para
movimentar, pensar, ventilar, fazer o coração bater, tudo. Tendo os músculos como
principais consumidores de ATP. Porém desperdiçamos grande parte dessa energia em
forma de calor (cerca de 70%), embora não seja de todo jogada no lixo, já que esse calor
é utilizado para manter a temperatura do corpo
Caloria é o potencial energético de algo. Quantidade de energia térmica
necessária para argumentar a temperatura de 1 quilo de água em 1ºC numa de 15°C.
Kcal é a unidade de medida da energia.
1kcal = 1°C
Energia do corpo é uma transição de energia entre quatro elementos químicos
(C+H+O+N). Ligações químicas só acontecem com energia, modificando-as. Toda vez
que o corpo precisa armazenar energia cria moléculas. Quando precisa de energia,
desfaz essa reação química, liberando a energia da molécula agora quebrada.
Armazenar gordura é a forma mais compacta de armazenar energia. Se o
armazenamento fosse feito em forma de Carb, armazenaria muita água junto.
Enzima acelera a reação por faz com que a reação aconteça de uma forma bem
mais lenta, muitas vezes nem chegando a ocorrer. Só no Ciclo de Krebs se utiliza 12
enzimas.
Toda enzima é específica.
Fontes: carboidratos  absorvidos pelo músculo e fígado. Cérebro tem
carboidrato como única fonte de energia, por produzirem menos metabólitos.
Sedentarismo metabólico
Fonte de energia; preservação das proteínas; ativador metabólico; combustível
C, H, O2
Aparecem em 3 formas: monossacarídeos (menor, carboidrato simples),
dissacarídeos e polissacarídeos (maior, mais difícil de quebrar); diferença entre
carboidratos simples e carboidratos complexos: dificuldade de quebra. Carboidrato
complexos: pico glicêmico e depois uma queda brusca; hipoglicemia reativa.
Açúcares simples (monossacarídeos):
Glicose  é encontrada nos alimentos ou no intestino após a clivagem do
carboidrato.
Frutose  é encontrada em frutas
Lise  quebra
Genese  construção
Glicogenólise  quebra do glicogênio em glicose
Glicólise  quebra da glicose
Gliconeogenese  fabricação de glicose utilizando outras fontes de energia
(lipídeos e proteínas)
Gorduras (lipídeos)
Glicerol + AGL  álcool + AGL  AGL = TGL (parte da gordura)
Glicerol é transformado em glicose pelo fígado através da glioneogenese antes
de ser fonte de ATP; O AGL é utilizado diretamente para fonte de energia na Beta-
oxidação
Fonte e reserva de energia; proteção dos órgãos vitais; isolamento térmico;
carregador de vitaminas e suspensor da fome

11/03/2024
Proteínas
Fonte eventual; para servirem de energia devem ser convertidas em glicose pelo
fígado na gliconeogenese; 1g = 4,1kcal
Não é considerada no cálculo energético, por ser utilizada raramente. O corpo
não gosta de usar as proteínas como fonte de energia por serem estruturais e gerarem
muitos metabólitos.
Vai usar proteína como fonte de energia quando não tiver outra opção,
principalmente quando falta carboidrato

Proteína em glicose Processo mais caro e mais lento, baixa disponibilização


de energia
Fornece aminoácidos para os vários processos anabólicos;
A proteína é catabolizada para obtenção de energia;
Os aminoácidos liberados durante a renovação contínua de proteína e que não
participam imediatamente na síntese proteica são catabolizadas para a obtenção de
energia;
A proteína dietética em excesso dos valores recomendados é convertida em
gordura corporal.
Seleção do substrato durante o exercício
Qual fonte vai ser predominante durante o exercício (usa tudo, porém sempre
tem um que se destaca)
Fatores: intensidade, duração e dieta
Predisposição; aprende a fazer gestão de energia

Em repouso a maior parte da energia vem da gordura (2/3) e o resto é


carboidrato
Quanto mais lento seu metabolismo, menor intensidade do exercício, maior a
porcentagem de gordura queimada (em relação a carboidratos e proteínas)
Quanto maior a intensidade do esforço, maior a porcentagem da energia vem da
oxidação da glicose
Razão das trocas gasosas  utiliza-se dois dados para saber qual a principal
fonte de energia; as variáveis são: consumo de O2 e liberação de CO2; esses dados são
realizados por teste cardiorrespiratório, teste de esteira
CO2 só é produzido no metabolismo aeróbio; a queima de gordura gera mais CO 2
que a de carboidrato.
Razão de trocas gasosas diferente de capacidade cardiopulmonar, é utilizada
exclusivamente para capacidade metabólica
Paciente precisa estar fazendo o exercício em um estado estável, ou seja, o corpo
já se adequou ao esforço e consegue entregar toda energia que está sendo exigida.
Estado confortável do exercício.
Razão de trocas não considera a proteína.
%VO2max  consumo máximo de oxigênio
Etapas do O2
Ventilação  troca gasosa nos alvéolos  cai na corrente sanguínea  coração
 tecidos  metabolismo muscular  VO2 max é a capacidade/quantidade de O2 que
passa por esse percurso por minuto
Perfusão muscular é a parte treinável e mais importante desse processo, podendo
“driblar” o processo de doença
Qualquer coisa que usa menos de 30% do VO2 max é aquecimento
Até 30%  leve
Até 50%  leve – moderado
Até 80%  moderado
Até 100%  intenso
O que diminui a reserva de tecido adiposo é volume total de exercício X volume
total ingerido
É o volume total que importa, inclusive o volume de esforço
Emagrecimento  g ou L
Metabolismo  %

O que faz o corpo escolher o carboidrato como fonte de energia na medida que a
intensidade aumenta? 1- o recrutamento das fibras rápidas (anaeróbias, enzimas
glicolíticas, maior capacidade de utilização de carbo); 2- O aumento do nível sanguíneo
de adrenalina (inibição da lipase)
Lipase  enzima que realiza a primeira quebra de lipídeo (em glicerol e AGL);
sem lipase não tem como utilizar lipídeo como fonte de energia, então quando há mais
adrenalina na corrente sanguínea, a melhor, em algumas situações a única, fonte de
energia é o carboidrato. Lembrando que a adrenalina favorece a gliconeogênese, assim
como o cortisol
Ingesta de CHO x Performance  melhor eficiência do treinamento, melhor
performance, quando há suplementação de glicose, ingesta de CHO; entretanto, essa
performance não se mantém por muito tempo se a suplementação não for mantida ao
longo do exercício.
Um dos principais motivos para fadiga é falência energética por conta de falta de
nutrição energética, porém ela também pode ser por outros motivos, como perda dos
neurotransmissores. Ainda assim, falência energética é a mais comum.
Ingesta de CHO antes do exercício  antes do exercício você prepara o seu
organismo hormonalmente para utilização desse CHO. Ou seja, insulina já sobe
(principalmente com CHO simples), tendo pico de glicemia e insulina, na hora que
começa o exercício a célula utiliza muito esse carb que está fácil de entrar na células,
fazendo com que a glicose seja utilizada rapidamente e você entre em hipoglicemia,
gerando uma fadiga energética. ISSO IMPEDE QUE HAJA EFEITO
COMPENSATÓRIO E QUE HAJA GERENCIAMENTO ENERGÉTICO.
Alimentação de CHO prévia  pelo menos 30 min antes, para que não aconteça
como acima.

Independente da fonte que gera isso, a única molécula energética é o ATP. Tudo
isso é para que haja ressíntese de ATP.
Basicamente: corpo cheio de ATP  corpo usa a energia  ADP  procura
voltar a ser ATP (quanto melhor sua ressíntese, mais condicionado, melhor sua
performance)
Ressíntese de ATP pode ser por falta de substrato, problema circulatório,
problema pulmonar

Origem do ATP
Três formas de síntese
Sistema ATP – CP  envolve creatina  anaeróbio
Sistema glicolítico  APENAS GLICOSE, extremamente rápido, eficiente em
potência, deficiente em longevidade  anaeróbio
Sistema oxidativo  consegue usar todos os substratos  aeróbio  sistema
predominante em qualquer exercício aeróbio

Sistema ATP-CP  ATP é quebrado em ADP+P, liberando energia quando isso


acontece  CP é fornecedor da energia de maneira rápida  ou seja: ADP+P=E e
C+P=E  esse sistema será utilizado para a ressíntese do ATP quando a energia 1 for
liberada  vantagens: rápido, não gera resíduos  desvantagem: disponível por
pouquíssimo tempo; pelo tempo de 1 série +- (cerca de 13 segundos), energeticamente
altamente limitado. A pessoa que faz suplementação de creatina tem mais CP
disponível, mantendo o esforço por um tempo a mais, porém é um tempo insignificante.
A alimentação atual torna os estoques de CP extremamente baixos, por isso a
suplementação funciona. Suplementação de creatina gera retenção de líquido e,
consequentemente, aumento de peso (diferente de massa muscular ou gordura)
Sistema glicolítico  só funciona com CHO  exercício intenso e rápido 
não tão eficiente e rápido como ATP-CP  curta duração  2 a 3 minutos  glicólise
parcial  usa apenas uma parte (inicial) da molécula de CHO como fonte de energia 
gera sobras  ácido lático é acumulado quando o exercício utiliza apenas parte da
glicose  não consegue consumir tudo pois precisa O2, ausente nesse sistema
Resto da glicólise  piruvato  ácido pirúvico  na ausência de O2, vira ácido
lático caso não continue a reação  o ácido pirúvico é sinal de que a reação irá
continuar  formação de Aetil-CoA  ciclo de Krebs
Quando pH da célula cai (ácido) as contrações musculas são inviabilizadas,
levando a fadiga
Ácido lático é sinalizador de quando devemos parar o exercício, evitando lesões
mais graves, ruim do ponto de vista de performance

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