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Resumo Sistemas Energéticos

Os alimentos nos fornecem nutrientes, que são elementos estruturais essenciais para
preservar a massa corporal, sintetizar novos tecidos, reparar células, regula todos os processos
metabólicos, entre outros. Portanto, a boa nutrição é muito importante para qualquer indivíduo,
inclusive atletas e praticantes de atividade física.
Para que se possa entender a necessidade e o fluxo de energia de um sistema vivo,
utilizamos a Bioenergética, ou seja, a capacidade de extrair energia dos nutrientes e transferi-la
para os elementos contráteis no músculo esquelético. Esta transferência de energia ocorre
através de milhares de reações químicas, que utilizam oxigênio, os macronutrientes
(carboidrato, lipídeo e proteína) e micronutrientes (vitaminas e minerais) como suprimento.
A energia derivada da oxidação do alimento não é liberada subitamente em alguma
temperatura de combustão, nosso corpo não consegue utilizar energia térmica. A extração de
energia aprisionada nas ligações dos macronutrientes é liberada em quantidades pequenas,
durantes as complexas reações enzimáticas no meio intracelular (meio aquoso). Isso conserva
parte da energia e proporciona maior eficiência nas transformações energéticas.
Tudo isso acontece através do trifosfato de adenosina ou adenosina fosfato ou
carinhosamente conhecido como molécula de ATP.
O corpo necessita de energia química continua, pois a reserva que temos de ATP na
musculatura é em media 3 segundos de contração muscular, utilizando ATP, mas temos o
mecanismo de ressintese de ATP.
A molécula de ATP (adenosina trifosfato) é a nossa única fonte de energia, e a obtemos
através do carboidrato, proteína, lipídeo e molécula de creatina fosfato, através da sua oxidação.
Este apresenta tem 3 ligações ricas em energia, e para que esta energia seja liberada
ocorre a remoção de um fosfato para liberar a energia contida entre um e outro. Para qualquer
finalidade, pois estamos sempre utilizando energia, seja para manter a nossa temperatura
constante e a nossa glicemia constante.
Durante a hidrolise, o ATP, catalisa a reação quando o ATP se une com a água. Na
degradação de 1 mol de ATP para difosfato de adenosina (ADP), liberando cerca de 7,3 kCal de
energia disponível, que será transferida para moléculas que estejam necessitando de energia. No
musculo, essa energia, ativa locais específicos dos elementos contrateis.
O tipo de nutriente necessário para as reações energéticas, irão ser dividos nos que
necessitam de oxigênio e são chamadas de aeróbias, e existem as reações químicas anaeróbias,
que não necessitam de oxigênio em suas reações, geram energia rápida e por curto período de
tempo.
Cada tipo de exercício tem um sistema energético predominante. Exercícios de alta e
curta duração, como levantamento de peso olímpico, tem como principal via energética o ATP-
CP. Já os exercícios de alta intensidade e média duração, como luta, tem como sistemas
energético predominante o metabolismo anaeróbico (glicogênio muscular – carboidrato como
substrato energético). Exercícios de alta intensidade e longa duração como o ciclismo ou
maratona, conhecidos como atividade de “endurance” (termo em inglês), e tem a
predominância do metabolismo aeróbio, utilizando como substrato o carboidrato e os ácidos
graxos.
O mecanismo de ressíntese é muito importante, e ocorre através dos 4 principais
substratos, creatina fosfato (CP), carboidratos (glicose, frutose e galactose), lipídeos (ácidos
graxos livres) e os aminoácidos. A oxidação de macronutrientes fornece a maior parte de
energia para fosforilação do ATP.

Sistema ATP-CP ou Via Alática (anaeróbia)


A divisão de uma molécula de ATP se processa imediatamente e sem oxigênio, quando
se requer energia rápida. A liberação de energia anaeróbia (não dependente de oxigênio) ocorre
quando o corpo necessita de uma quantidade de energia acima daquele que pode ser gerada
aerobicamente (dependente de O2). Esta energia vem da reserva de fosfocreatina (CP), que é
semelhante ao ATP também aprisiona energia através das ligações de fosfato (ribose), e são
liberadas através da fosforolição.

Fonte: Adaptado de Wilmore e Costill, 2001


Desta energia, 30% será utilizada como potencial energético e o restante eliminado na
forma de calor, através da transpiração por exemplo que é um mecanismo regulável e outros
mecanismos.
Encontramos o CP na musculatura esquelética em grande quantidade, lembrando que
esta molécula é metabolizada no citosol para ressíntese de ATP (como já citado anteriormente),
e assim temos a explicação do sistema ATP-CP como fonte de energia.

Via Lática ou Glicolítica (anaeróbia)


Outra via, não depende de oxigênio (anaeróbia) é a Via Lática (ou glicolítica), que
também acontece no citosol da célula. O substrato é a glicose armazenada no musculo
(glicogênio muscular), compreende basicamente 10 reações para extrair a energia da glicose
sem utilização de oxigênio, transformando para Piruvato. O que nos dá um saldo de 2 ATPs por
cada molécula de glicose metabolizada.
O Piruvato que não entrar na mitocôndria (por falta de O2), é convertido em lactato
(metabolito), e podemos reutiliza-lo como fonte de energia.

Via Oxidativa (aeróbia)


Existem alguns nutrientes que são ligados diretamente com melhora da performance
esportiva, o que é de grande interesse em atividades de endurance. Principalmente o
carboidrato, por ser a principal fonte de energia do corpo humano.
Os carboidratos e lipídios são utilizados como substratos energéticos durante o repouso
e atividade física. A contribuição relativa de cada substrato para a manutenção da demanda
energética durante o exercício é determinada pela intensidade e duração do esforço,
treinamento, dieta, ação hormonal e estado nutricional.
Segundo American College of Sports Medicine (2016), o carboidrato tem grande
importância na nutrição esportiva, por estar associado a performance e adaptação ao
treinamento. Todo indivíduo apresenta uma reserva hepática e muscular deste nutriente, que
pode ser manipulada com base na ingestão diária; além disso é o principal substrato energético
para o cérebro e sistema nervoso central, e para o músculo é um substrato versátil, pois pode ser
utilizado pela via anaeróbia e oxidativa; e por último, existem evidências de que a
disponibilidade de carboidratos, tanto na forma de glicose sérica como glicogênio hepático ou
muscular, melhoram a performance em atividade de alta resistência.
A glicose que é consumida pelas células do nosso organismo provém principalmente da
dieta ou do glicogênio hepático. A glicólise pode ser definida como a maneira pela qual a
glicose é degradada pelos organismos vivos, com o principal propósito de liberar a energia para
as funções biológicas. A degradação da glicose pode ser dividida em duas vias: glicólise
anaeróbica (que já comentados) e glicólise aeróbica.
Ainda na via anerobia, a ultima informação que ocorre na via glicolitica é a participação
do NAD+, que é necessário para que ocorra a geração de energia, por ser uma coenzima, ou
seja, auxilia uma enzima “pegando” os hidrogênios da glicose, para transportá-los até a
mitocôndria. O NAD se torna NADH e esta etapa é depende de
Se houver suficiência de O2 o NADH lança para dentro da mitocôndria o H+
contribuindo na glicólise aeróbica. Porém, se houver insuficiência de O2 o ácido pirúvico aceita
os H+ transformando-se em lactato (remoção continua, utilização de tamponantes).
Após ocorre a descarboxilação do piruvato em AcetilCOA (Piruvato + coenzima A =
Acetil COA + NADH + CO2), que entra na mitocôndria, no CK, onde ocorre total oxidação do
substrato que é depende da cadeia respiratória (Acetil-CoA + oxaloacetato = citrato). O receptor
final é o O2, que se liga a íons de hidrogênio e forma H2O. De forma resumida temos a
produção de 38 ATPs nesta via (glicolise + descarboxilação do piruvato + CK).

O principal objetivo da nutrição para competição, é direcionado a fatores relatados a


nutrição que podem limitar a performance por causar fadiga e deterioração da habilidade e
concentração durante o evento.
O estado nutricional do atleta é um dos parâmetros associados com a melhor resposta ao
esforço do exercício, como também por minimizar o viés dos excessos de treinamentos. No
entanto, quando não equilibrada poderá resultar em um fornecimento insuficiente de
importantes nutrientes relacionados ao metabolismo energético, à reparação tecidual, ao sistema
antioxidante e a resposta imunológica além de prejudicar a performance. Diante disso,
pesquisadores avaliam diferentes grupos de atletas e suas práticas alimentares e o que tem
interferido na performance e saúde.
Os atletas de esportes de endurance (resistência), com duração de uma hora ou mais,
estão constantemente buscando novas estratégias de nutrição para melhorar o desempenho.
É muito comum restrições alimentares em atletas, isso tem levado ao desenvolvimento
de transtornos alimentares e/ou alterações fisiológicas capazes de prejudicar o desempenho
posterior. A restrição energética brusca ou sem acompanhamento devido, podem acarretar em
inanição, desidratação, redução da força e vigor muscular, diminuição do poder aeróbico e/ou
anaeróbico, perda de coordenação motora, irregularidade menstrual, perda óssea, vasodilatação,
problemas gástricos, diminuição da atividade do sistema nervoso simpático e consequentemente
perda de desempenho e saúde.

Referências Bibliográficas
1- MCARDLE, W.D; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Sports and Exercise Nutrition. 3. ed.
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2008, 672p.
2- MOURA, L. P, et al. The influence on the aerobic and anaerobic capacity of
rats. Journal of the International Society of Sports Nutrition. v. 9, n. 1, p. 10, 2012.
3- SPRIET, L.L. New Insights into the Interaction of Carbohydrate and Fat Metabolism
During Exercise. Sports Med. v. 44, n. Suppl 1, p.87–96, 2014.
4- DAVIS, C. S, et al. Intermittent energy restriction and weight loss: a systematic
review. European Journal of Clinical Nutrition. v.70, p. 292–299, 2015.

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