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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
BIOQUÍMICA BÁSICA
MARCELINO GEVILBERGUE VIANA

ANA LUIZA ARAÚJO DE MELO


ANA PAULA DE SOUSA CORDEIRO
MATHEUS SANTOS SILVA
TIAGO OLIVEIRA PEREIRA

CARBOIDRATOS E METABOLISMO

CAMPINA GRANDE
2022
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema “Carboidratos e metabolismo”, mais


concretamente dando destaque a alguns pontos específicos como além dos carboidratos
propriamente ditos, seus tipos e classificações, sua relação com a atividade física, sua
estrutura química analisando desde os atamos que a compõe fixamente como C, H e O até os
que não são obrigatórios em sua estrutura, além disso, foi abordado sobre o funcionamento
do seu metabolismo e seus processos como o Ciclo de Krebs que é uma série de reações
anabólicas e catabólicas com objetivo de produzir energia para as células, e para finalizar
discorre um pouco sobre a fadiga muscular e a fermentação láctea.

CARBOIDRATOS

Os carboidratos ou glicídios são denominados hidratos de carbono, formados através


de ligações de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, forma-se uma molécula de
carboidrato com a fórmula geral (CH2O) n, em quem representa o número de átomos dessas
moléculas, e pode variar de três a sete átomos de carbono. (DEMONTE, 2008; McARDLE;
KATCH; KATCH, 2008).
Os carboidratos podem ser classificados de acordo com a sua complexidade em
simples (monossacarídeos e dissacarídeos) e complexos (polissacarídeos). Os hidratos de
carbono são classificados em três categorias principais: monossacarídeos, dissacarídeos e
polissacarídeos. Os monossacarídeos são representados pela glicose, frutose e galactose; os
dissacarídeos pela sacarose, maltose e lactose; e, por fim os polissacarídeos, pelos
carboidratos complexos, incluindo os polímeros de glicose, o amido, as fibras e o glicogênio
(ANGELIS, 2007; SARTORELLI; CARDOSO, 2006).
Os carboidratos simples são aqueles de maior índice glicêmico, de forma que são
mais facilmente digeridos e absorvidos pelo organismo, resultando em um pico de glicemia.
Devido à maior velocidade de absorção, a sensação de fome torna-se maior, de forma que
para alcançar a saciedade pode ser necessário consumir maior quantidade desse tipo de
carboidrato. No entanto, o excesso de carboidrato simples é armazenado na forma de
gordura, contribuindo para o ganho de peso. Alimentos com carboidratos simples: açúcar,
mel, refrigerantes, sorvetes, doces de uma forma geral, chocolates, farinha refinada.
Os carboidratos complexos são de baixo índice glicêmico, são alimentos ricos em
nutrientes e fibras, o que torna mais lentas a digestão e absorção da glicose, ou seja, não
transformam em excesso de gordura em nosso corpo. Alimentos com carboidratos
complexos: alimentos integrais, sementes, batata doce, inhame, macaxeira, aveia.

CARBOIDRATOS E ATIVIDADE FÍSICA

O carboidrato é o principal substrato energético utilizado para atividade física e para


o exercício físico. É encontrado disponível para o organismo através da alimentação,
reservado no fígado e nos músculos, em forma de glicogênio, e sua depleção parcial ou total
está diretamente ligada afadiga muscular. (AISSA; MOREIRA; NERY, 2014)
De acordo com DEMONTE (2008) e VIEBIG e NACIF (2007) os carboidratos tem
função principal de fornecer energia ao organismo, além dessa função primordial, a ingestão
adequada de carboidratos realiza outras funções especiais nos tecidos corporais como:
regular o metabolismo proteico, impedindo que as proteínas sejam utilizadas como fonte
energética. Servem também como detonador no metabolismo de gorduras, proporcionando o
efeito anticetogênico, e como combustível essencial no sistema nervoso central, uma falta
prolongada de glicose pode ser fatal ao cérebro, portanto, é um substrato indispensável para
realização do exercício físico e está ligado diretamente ao desempenho atlético.
O consumo de carboidratos antes de iniciar o exercício físico aumenta as reservas de
glicogênio hepático e muscular, necessários para a contração do músculo. É recomendado
que o consumo seja entre 3 e 1 hora antes do início do exercício. A ingestão durante essa
prática auxilia no controle da glicemia e previne a queda dos estoques de glicogênio,
retardando o início da fadiga. Após o esforço físico, o consumo de carboidratos garante
reposição dos estoques de glicogênio esgotados, em que o ideal é consumir carboidratos
imediatamente após o exercício, priorizando a ingesta nas próximas 4 horas. (AISSA;
MOREIRA; NERY, 2014).

ESTRUTURA QUÍMICA DOS CARBOIDRATOS

Quimicamente falando os açúcares -carboidratos- possuem formula molecular C(H 2


O)n , ou seja, como o próprio nome sugere contem carbono e água, podendo haver variações,
tendo a possibilidade de conter atomos diferentes como nitrogênio o enxofre. Logo, ainda
referida a formula molecular C(H2O)n , o “n” é o elemento variante de carbonos, que pode
variar de 3 a 7 átomos, com ligações simples ligando-os aos átomos de hidrogênio e
oxigênio. Quanto aos seus agrupamentos, os açúcares possuem vários agrupamentos de
hidroxilas (-OH) e um grupamento aldeído (-CHO) ou cetona (-CO) com base nisso eles
podem ser poli-hidroxialdeídos, ou aldoses, quando possuem aldeídos e poli-hidróxicetonas,
ou cetoses quando possuem cetona. As ligações entre as hidroxilas são altamente
energéticas, devido a isso esses compostos armazenam energia, pois possuem bastantes
ligações desse tipo.

METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS

Segundo o Lehninger, metabolismo é o “conjunto de reações orgânicas que os


organismos vivos realizam para obter energia e para sintetizar as substâncias de que
necessitam”, essas reações são catalisadas por diversas enzimas. O metabolismo pode ser
divido em duas vias metabólicas o catabolismo e o anabolismo. O catabolismo degrada a
molécula complexas para resultar em um produto mais simples e também na liberação de
energia, essa energia é utilizada para a realização de diversas atividades, já o anabolismo
sintetiza as moléculas complexas a partir de moléculas mais simples, gastando —
consumindo- energia. Os carboidratos possuem um monômero centralizador que é a glicose.
Da glicose os carboidratos podem ser estocados na forma de glicogênio nos animais, ou na
forma de amido, ou sacarose nas plantas. Quando o corpo necessita de energia é acionada a
via glicolítica, onde a glicose é convertida a piruvato.

FADIGA MUSCULAR E A FERMENTAÇÃO LÁTICA

Segundo Ernesto et al. (2003), por vários anos, através de pesquisas fundamentadas
realizadas por estudiosos de alto reconhecimento na área da Fisiologia, entendeu-se que o
ácido lático teria a mesma denominação que lactato, e que, por sua vez, seria o responsável
direto (vilão) pela acidose ocorrida nos músculos quando expostos a atividades de grande
intensidade. A fermentação lática nas células musculares é um processo que ocorre de forma
alternativa, frente a situações em que o organismo não realiza respiração aeróbia.
Considerado um artifício metabólico de curto prazo, ativado quando o organismo é
submetido a um intenso esforço físico em condições de baixa oxigenação muscular. Desde a
descoberta do ácido lático em 1780, um ácido carboxílico, quando o mesmo foi isolado do
soro do leite azedo, daí o nome lático do latim “lac” = leite, o associaram com a fadiga
muscular. Tal associação foi feita em virtude de sua presença estar supostamente aumentada
durante a realização de exercícios de alta intensidade ou exercícios anaeróbios, ou seja, em
condição de hipóxia ou isquemia. Muitos estudiosos, desde 1807, quando Berzelius
começou a estudar a contração muscular e observou a presença de “ácido lático”, relatam em
suas pesquisas que o mesmo estaria presente na glicólise como uma substância oriunda do
ácido pirúvico (Mcardle, 1997; Powers, 2001).
O processo de formação do ácido lático foi chamado de fermentação lática e, até
hoje, os livros de bioquímica se referem a esse processo desta forma, bem como
fermentação anaeróbia, associaram, então, a acidose muscular com a formação do ácido
lático.
A demanda energética é quem determina a necessidade de energia para a realização
da contração muscular. Em exercícios de alta intensidade, a necessidade de energia aumenta,
incrementando assim a velocidade da glicólise, logo, é formada grande quantidade de
piruvato como produto final. Dependendo da capacidade mitocondrial de sustentar a
demanda exigida, o piruvato segue para a mitocôndria, onde é oxidada. A outra alternativa
de destino do piruvato é a formação de lactato. Durante o exercício, o lactato é o
combustível predominante para o coração (Brooks, 2001).
Em continuidade ao processo catabólico, cada ácido pirúvico em reação com as
moléculas de NADH2, dão origem a duas moléculas de ácido lático, restituindo as enzimas e
liberando mais 06 moléculas de ATP para o funcionamento celular. Porém, a desvantagem
anaeróbia em relação à aeróbia, consiste não somente a quantidade de ATP, mas aos efeitos
fisiológicos causados. Em decorrência a extensos períodos de atividade fermentativa
(exercícios físicos prolongados), as células musculares passam a conter uma concentração
muito elevada de ácido lático, prejudicando o funcionamento da célula.
Entre os efeitos provocados em defesa do metabolismo, o organismo passa a sentir
dor e fadiga muscular, causada por uma contração arrítmica (gradativa ou repentina) atuando
com sinal de alerta, induzindo o fim da atividade para repouso e restabelecimento da
capacidade fisiológica do órgão. Isso ocorre à medida com que o excesso de ácido lático se
difunde para o fígado, onde é convertido em ácido pirúvico e posteriormente em glicose
armazenada na forma de glicogênio, sendo a conversão denominada de gliconeogênese.

O CICLO DE KREBS

O Ciclo de Krebs, também conhecido como Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos e Ciclo
do Ácido Cítrico, refere-se a uma série de reações anfibólica, ou seja, anabólica e catabólica,
com objetivo de produzir energia para as células. Essa é uma das três etapas do processo de
respiração celular.
Nos eucariontes, o Ciclo de Krebs ocorre em grande parte na matriz da mitocôndria,
já nos organismos procariontes essa etapa acontece no citoplasma. Essas reações são parte
do metabolismo dos organismos aeróbicos - que utilizam oxigênio na respiração celular. O
Ciclo de Krebs acontece em oito fases.
Na perspectiva da bioquímica, a respiração celular é momento em que acontecem
reações de quebra das ligações entre as moléculas gerando energia, a qual é aproveitada
pelas células para realização de atividades vitais ao organismo.
Na respiração aeróbica, utilizada pela maioria dos seres vivos, é realizada a quebra da
glicose, gerada na fotossíntese pelos organismos produtores e adquirida por meio da
alimentação pelos consumidores. Esse processo pode ser resumido na equação abaixo:

C6H12O6 + 6 O2 --> 6 CO2 + 6 H2O + Energia

Mas não se engane com essa pequena equação. O processo de respiração celular é
bastante complexo e há participação de várias enzimas e coenzimas, que realizam sucessivas
oxidações da glicose. Tudo isso é realizado em três etapas: a Glicólise, o Ciclo de Krebs e a
Fosforilação Oxidativa ou Cadeia Respiratória, que levam à produção de gás carbônico,
água e moléculas de adenosina trisfofato (ATP).
O ciclo de Krebs é um circuito fechado, isto é, a molécula formada na última fase
será utilizada na primeira.

CONCLUSÃO

Os carboidratos (ou açúcares, como também são conhecidos) são as biomoléculas


mais abundantes no planeta e não é à toa. Esse nutriente é o principal combustível utilizado
pelo nosso corpo como fonte de energia e uma alimentação deficiente em carboidratos pode
causar alguns sintomas como fraqueza, irritabilidade e até mesmo depressão. O metabolismo
dos carboidratos se mostra um tanto complexo e é essencialmente voltado para a produção
de energia. Diversos processos se mostram estritamente importantes para as funções do
nosso corpo como o ciclo de Krebs, o qual aumenta a chance de extração de energia da
molécula de glicose que é quebrada depois que nos alimentamos, processo tão importante
quanto a Fermentação Lática, o qual busca produzir energia em uma situação de carência de
oxigénio, fazendo assim um mecanismo de compensação.

REFERÊNCIAS

DEMONTE, A. Carboidratos. In: OLIVEIRA, J. E. D.; MARCHINI, J. S. Ciências


nutricionais: aprendendo a aprender. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2008. Cap. 4, p. 93-105

MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição


e desempenho humano. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

ANGELIS, R. C. Equilíbrio alimentar. In: ANGELIS, R. C.; TIRAPEGUI, J. Fisiologia da


nutrição humana: aspectos básicos, aplicados e funcionais. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
Cap. 1, p. 05-11.

SARTORELLI, D. S.; CARDOSO, M. A. Carboidratos. In: CARDOSO, M. A. Nutrição e


metabolismo: nutrição humana. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. Cap. 2,
p.19-35

AISSA, C. T.; MOREIRA, J. S.; NERY, S. S.; INGESTÃO DE CARBOIDRATOS


ANTES, DURANTE E APÓS O EXERCÍCIO FÍSICO. Revista Funec Científica –
Nutrição, Santa Fé do Sul (SP), v.1, n.2, jan./jun. 2014

CAIUSCA, Alana. Ciclo de Krebs. 21/07/2020. Acesso em: 21 de Março de 2022.


Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/ciclo-de-krebs

BRUICE, P. Y. Química Orgânica. 4. Ed. Pearson Prentice e Hall, São Paolo-SP, 2006. Vol.
2.

MCARDLE, William D. KATCK, Frank L. Katch, Victor L. Nutrição para o esporte e o


exercício. 4. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro-RJ, 2016.

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