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e Metabolismo dos
Carboidratos
Juan Fernando Riasco Palacios
Conceitos Gerais
e Metabolismo dos
Carboidratos
Introdução
Nesse conteúdo, abordaremos o estudo do metabolismo dos carboidratos.
Começaremos, então, estudando estrutura, classificação e nomenclatura desses
carboidratos, assim como a visão geral sobre anabolismo e catabolismo. Quanto
ao metabolismo de carboidratos, será abordado o estudo do metabolismo tanto
anaeróbico como aeróbico, contemplando todas as vias necessárias e os produtos
gerados por elas.
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Carboidratos
Segundo Nelson e Cox (2014), os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes
na Terra. A cada ano, a fotossíntese converte mais de 100 bilhões de toneladas de
CO2 e H2O em celulose e outros produtos vegetais. Alguns carboidratos, como a
sacarose e o amido, são os principais elementos da dieta em muitas partes do mundo,
e sua oxidação é a principal via de produção de energia na maioria das células não
fotossintéticas.
As cetoses mais comuns são aquelas com função cetona no carbono 2. A posição do
grupo carbonila faz com que as cetoses apresentem um centro assimétrico a menos
do que as aldoses isoméricas (PINTO, 2017).
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Figura 1 - Representação dos açúcares mais simples encontrados na natureza.
Fonte: Bellé e Sandri (2014, p. 69).
#paracegover: A imagem corresponde à representação química dos açúcares
mais simples encontrados na natureza: gliceraldeído (aldotriose) e dihidroxiace-
tona (cetrotise).
Monossacarídeos
Também chamados de açúcares simples, são açúcares que não podem ser
clivados em conteúdos menores, sob condições químicas brandas ou mesmo
por meio de reações enzimáticas. Os monossacarídeos podem ser classificados
de três maneiras principais, de acordo com o número de átomos de carbono -
monossacarídeos contendo três átomos de carbono são chamados de trioses,
enquanto aqueles com quatro carbonos são chamados de tetroses e aqueles
com cinco são chamados de pentoses etc.
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Dissacarídeos e trissacarídeos
Oligossacarídeos
Polissacarídeos
Os polissacarídeos, tal qual seu nome sugere (poli = muitos) são homopolímeros
de açúcares simples e seus derivados unidos entre si por ligações glicosídicas,
podendo ser lineares (por exemplo, celulose) ou ramificados (por exemplo,
glicogênio).
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Figura 2 - Carboidratos que representam os monossacarídeos, dissacarídeos, trissacarídeos e polissa-
carídeos.
Fonte: Modificado pelo conteudista. Imagem original em Pinto (2017, p. 77).
#paracegover: desenho tridimensional de carboidratos que representam os
monossacarídeos, dissacarídeos, trissacarídeos e polissacarídeos
Função energética
Função estrutural
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Função de armazenamento de energia
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Catabolismo é a parte do processo metabólico pelo qual diferentes nutrientes
orgânicos são degradados, reduzidos ou oxidados às suas formas mais simples, para
que o corpo os assimile e os transforme em energia. Essa energia é essencial para
o funcionamento do anabolismo. A energia liberada é armazenada em moléculas de
adenosina trifosfato (ATP), e assim a célula pode realizar ações vitais como a contração
muscular e a síntese de moléculas. É uma fase destrutiva de redução onde, de uma
molécula orgânica complexa, como carboidratos e lipídios, outras mais simples como
H2O, CO2, ácido lático ou amônia são obtidas (PINTO, 2017).
Armazenar energia;
Armazenar energia;
A glicólise (do grego, glykus, doce + lysis, quebra) compreende um conjunto de reações
bioquímicas que degradam a glicose em piruvato em células animais. A via glicolítica
é utilizada em todos os tecidos para a quebra da glicose, com o objetivo de fornecer
intermediários
energia (na forma de ATP) e intermediárias para outras vias metabólicas. A glicólise
é o centro do metabolismo dos carboidratos, pois, praticamente todos os glicídios
- provenientes tanto da dieta como de reações catabólicas ocorrendo no organismo -
podem ser convertidos em glicose (FERRIER, 2019).
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Glicólise aeróbica
Glicólise anaeróbica
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Fase II (produção de ATP)
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Figura 3 - Visão geral da glicólise. Os nomes das enzimas que catalisam as etapas da via estão em
itálico.
Fonte: BROWN (2018, p. 156).
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transportadores de elétrons reduzidos (NADH e FADH2) e os elétrons são transferidos
posteriormente ao O2. Na terceira etapa da respiração, estas coenzimas reduzidas são
oxidadas, doando prótons (H1) em uma série de moléculas carreadoras de elétrons,
conhecida como cadeia respiratória, resultando na formação de água (H2O).
Para cada acetil-CoA oxidada pelo ciclo do ciclo de Krebs, o ganho de energia
consiste em três moléculas de NADH, uma de FADH2 (ATP ou GTP) e um nucleosídeo
trifosfatado.
Quando os intermediários são desviados do ciclo de Krebs o para outras vias, eles
são repostos por algumas reações anapleróticas, que produzem intermediários de
Curiosidade
quatro carbonos por meio da carboxilação de compostos de três carbonos. Essas
As enzimaspor
reações são catalisadas que catalisam carboxilações
piruvato-carboxilase, utilizam comumente
PEP-carboxicinase, a
PEP-carboxilase
biotina para ativar o CO2 e transportá-lo a aceptores, como piruvato
e enzima málica.
ou fosfoenolpiruvato (NELSON; COX, 2014).
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Aspectos gerais do glicogênio: estrutura, locais de
armazenamento, importância
Saiba mais
Os conteúdos de glicose podem ser separadas do glicogênio por
digestão ou hidrólise e por mobilização ou fosforólise. Os dois
principais locais de armazenamento de glicogênio são o fígado
(10% em peso) e o músculo esquelético (2% em peso), embora
muito mais glicogênio se acumule no músculo, uma vez que tem
uma massa muito maior no total do que o fígado (FERRIER, 2019).
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Deficiência Nome Estrutura do
Tipo Tecido
enzimática comum glicogênio
Glicose - 6 Doença de
I -fosfatase
Fígado
von Gierke
Normal
Todos os Doença de
II A-1,4-glicosidade
lisossomos Pompe
Normal
Amilo-1,6-
glicosidase Cadeias externas
Doença de
III (enzima Todos os orgãos
Cori
faltando ou
desramificadora de muito curtas
glicogênio)
Amilo-(1,4 à 1,6)-
Transglicosilase Fígado, Cadeias muito
Doença de
IV (enzima provavelmente
Andersen
longas não
ramificadora de todos os órgãos ramificadas
glicogênio)
Glicogênio - Doença de
V fosforilase
Músculo
McArdle
Normal
Glicogênio - Doenças de
VI fosforilase
Fígado
Hers
Normal
Fosfofruto- Doença de
VII cinase
Músculo
Tarui
Normal
Deficiência
de
Fosforilase-
VIII cinase
Fígado fosforilase- Normal
cinase
ligada ao X
Fosforilase-
IX cinase
Todos os tecidos Normal
Normal,
Glicogênio -
0 sintase
Fígado deficiente em
qualidade
Glicogênese e glicogenólise.
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esqueléticos e no fígado, embora a maioria das demais células armazene pequenas
quantidades para uso próprio. A função do glicogênio muscular é servir como reserva
de combustível para a síntese de trifosfato de adenosina (ATP) durante a contração
muscular.
1. Lactato
2. Aminoácidos
obtidos a partir da dieta ou, nos casos mais extremos, a partir de proteínas, em
grande parte, as do músculo. A maioria dos 20 aminoácidos básicos pode ser
convertida em oxaloacetato e, assim, entrar na via da gliconeogênese.
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3. Triacilgliceróis
Gliconeogênese
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Conclusão
Finalizamos o estudo desse conteúdo. Pudemos compreender que a glicose
desempenha um papel central em todos os metabolismos, pois ela é o substrato
energético universal para células humanas e a fonte de carbono para a síntese de
muitos outros compostos. Todos os tipos de células humanas a utilizam para obter
energia.
Vimos também que a excreção de insulina e glucagon pelo pâncreas auxilia o uso
e o armazenamento da glicose pelo organismo. Além disso, temos ainda os outros
carboidratos da dieta (principalmente frutose e galactose), que são convertidos em
glicose ou em intermediários do metabolismo da glicose. (Smith, Colleen, 2007).
Carboidratos.
Metabolismo.
Insulina.
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Referências
BELLÉ, L. P.; SANDRI, S.. Bioquímica aplicada: reconhecimento e caracterização de
biomoléculas. São Paulo: Érica, 2014.
FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. Recurso
online ISBN978-85-8271-486-7.
LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica. 7.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
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