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e Conceitos Gerais
do Metabolismo das
Proteínas
Juan Fernando Riasco Palacios
Sistema acidobásico
e conceitos gerais do
Metabolismo das Proteínas
Introdução
A bioquímica é uma ciência interdisciplinar, pois extrai seus tópicos de interesse
de muitos outros conteúdos, como química orgânica, biofísica, medicina, nutrição,
microbiologia, fisiologia, biologia celular e biologia genética.
Várias das áreas que a bioquímica estuda são proteínas, ácidos nucléicos, lipídios e
carboidratos, que são biomoléculas que constituem todos os seres vivos. Também
estuda suas reações, como o metabolismo; catabolismo, que é a obtenção de energia
a partir dessas reações; e anabolismo, que é a geração de moléculas de vida.
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Objetivos da Aprendizagem
• Os objetivos de aprendizagem deste conteúdo se organizam da seguinte
forma:
• Compreender a importância do sistema tampão no organismo e discutir sobre
as alcaloses e acidoses;
• Identificar as estruturas químicas dos macronutrientes (carboidratos, lipídios
e proteínas), além das funções e classificação;
• Relacionar o metabolismo dos macronutrientes (carboidratos, lipídios e
proteínas) com os processos de produção de energia;
• Compreender a desaminação oxidativa e o ciclo da ureia;
• Apresentar a importância das reações bioquímicas nas vias metabólicas,
proporcionando uma visão integrada do metabolismo.
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Equilíbrio ácido básico e Sistema- Tampão
Segundo Pinto (2017, p.4), soluções de ácidos ou bases fracas e seus conjugados
exibem um tamponamento, e os tampões são caracterizados pela capacidade de
resistir a uma alteração no pH após a adição de base ou ácido forte.
NH3(g)+HCl(g)→NH4Cl(s)
Nesta reação, o HCl doa seu próton ao NH3 Portanto, o HCl está agindo como um
ácido de Brønsted-Lowry. Como o NH3 tem um único par de elétrons que usa para
aceitar um próton, o NH3 é uma base de Brønsted-Lowry (MARZZOCO; TORRES, 2018).
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Saiba mais
O conceito de pH (potencial hidrogeniônico ou potencial de
hidrogênio) foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês
Søren Peter Lauritz Sørensen (1868-1939), que desejava facilitar
seus trabalhos no controle de qualidade de cervejas. (PINTO, 2017,
p.4).
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Uma solução aquosa neutra a 25°C é utilizada para que possamos entender a fórmula
apresentada anteriormente. Essa solução apresenta uma concentração de íons de 1,0
× 10-7 M.
log[H+] = –7
pH = –log[H+] = 7
Figura 2 - Métodos para medir o pH de uma solução: A. pHmetro de bancada. B. Indicador fenolftaleí-
na. C. Papel tornassol.
Fonte: Pinto (2017, p. 5).
#ParaCegoVer: imagem de pHmetro de bancada, de indicador fenolftaleína e de
papel tornassol.
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DefiniçãoepropriedadesdoSistema-Tampão
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Tampão fosfato
O tampão fosfato (H2PO4–/HPO42–) tem pKa
igual a 6,8, constituindo um tampão apropriado
para valores de pH entre 5,8 e 7,8. No plasma,
a concentração deste tampão é muito baixa,
tornando sua eficiência muito reduzida. Já no
interior das células (pH do citosol ≅ 7), sua
concentração é maior e sua eficácia é considerável
(MARZZOCO; TORRES, 2018).
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Mecanismos de compensação.
Saiba mais
Os distúrbios metabólicos levam a compensações respiratórias.
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Os íons bicarbonato filtrados são reabsorvidos pela interação com íons hidrogênio
nos túbulos. O efeito líquido é uma reabsorção de bicarbonato. Os íons de bicarbonato
que realmente passam para o fluido extracelular não são os mesmos que vazaram
para os túbulos. Os íons bicarbonato são “titulados” nos túbulos contra os íons H +.
Em condições normais, as quantidades desses dois íons que penetram nos túbulos
são quase iguais e se combinam para formar CO2 e H2O. Quando existe um excesso
de íons bicarbonato em comparação com os íons H+ na urina - alcalossimetabólicos
- o bicarbonato não é reabsorvido e é excretado na urina. Na acidose, por outro lado,
há um excesso de íons H + em relação aos íons bicarbonato, o que torna completa a
reabsorção do bicarbonato.
Compensação respiratória
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Compensação de rim
Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, consulte os artigos
Proteínas e aminoácidos
Embora exista uma grande variedade de proteínas, elas são formadas por um conjunto
de apenas vinte aminoácidos. De acordo com Marzzoco e Torres (2018), mesmo que
esse número de aminoácidos pareça pequeno, as possibilidades de formação de
diferentes proteínas são enormes. Os peptídeos são formações de 50 aminoácidos,
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por exemplo. Quando esses aminoácidos estão ligados entre si formando cadeias
ramificadas, são chamados de polipeptídios.
Aminoácidos:estruturaquímica,propriedadeseclassificação.
Os aminoácidos são compostos orgânicos que possuem a mesma estrutura geral, sua
molécula é formada por um grupo amino (-NH2) e grupo carboxila (-COOH), ligados ao
mesmo carbono, o carbono α, ou carbono quiral. A diferença entre eles está na cadeira
lateral, ou grupo R. (MARZZOCO e TORRES, 2018).
Essenciais
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Não essenciais
São aqueles que o organismo humano é capaz de sintetizar com base nos
alimentos ingeridos, sendo também importantes para as funções do organismo,
por exemplo; alanina, arginina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico,
cisteína, glutamina, entre outros.
Abreviação de uma
Nome Abreviação de três letras
letra
Ala A
Alanina
Arg R
Arginina
Asn N
Asparagina
Asp D
Á c i d o
aspártico
Cys C
Cisteína
Glu E
Á c i d o
glutâmico
Gln Q
Glutamina
Gly G
Glicina
His H
Histidina
Ile I
Isoleucina
Leu L
Leucina
Lys K
Lisina
Met M
Metionina
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Phe F
Fenilalanina
Pro P
Prolina
Ser S
Serina
Thr T
Treonina
Trp W
Triptofano
Tyr Y
Tirosina
Val V
Valina
Os aminoácidos polares têm, nas cadeias laterais, grupos com carga elétrica líquida ou
grupos com cargas residuais, tais cargas fazem com que interajam com a água, sendo
geralmente encontrados na superfície da molécula proteica (MARZZOCO; TORRES,
2018). Na figura abaixo são mostradas as formas de ionização predominantes em pH
7, e as áreas sombreadas representam o grupo R.
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Figura 4 - Estrutura e classificação dos aminoácidos.
Fonte: Nelson e Cox (2014).
#paracegover: detalhes de estrutura e clasificação dos aminoácidos
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Figura 5 - Reação de polimerização de aminoácidos.
Fonte: Wikimedia Commons (2016).
#paracegover: desenho químico da reação de polimerização de aminoácidos
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bases fortes, à temperatura elevada ou ainda na presença de enzimas digestivas, o
que resultará na liberação de peptídeos menores ou aminoácidos livres.
α-hélice
folha β-pregueada
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Figura 6 - Estruturas das proteínas.
Fonte: Nelson e Cox (2014).
#paracegover: descrição da estrutura das proteínas
Desnaturação proteica.
Enzimas
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Velocidades de reação elevadas
Capacidade de regulação
Estrutura e função
Quando uma reação é catalisada por uma enzima, esta liga-se ao substrato (um dos
reagentes) para formação de um complexo. A formação do complexo desse leva à
formação de espécies em estado de transição, para depois ocorrer a formação do
produto. Normalmente, essas ligações são feitas por interações não covalentes em
uma pequena parte da enzima chamada sítio ativo, com frequência está na superfície
da proteína e consiste de aminoácidos essenciais para a atividade enzimática. A
reação catalisada pela enzima acontece no sítio ativo em várias etapas. A primeira
etapa é a ligação do substrato à enzima, que ocorre devido às interações específicas
entre o substrato e as cadeias laterais e os aminoácidos que constituem o sítio ativo.
Existem dois modelos principais que descrevem esse processo de ligação. O primeiro
modelo chave-fechadura supõe um alto grau de semelhança entre o formato do
substrato e a geometria do sítio de ligação na enzima. O segundo, chamado de
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modelo do ajuste induzido, leva em conta o fato de que as proteínas têm alguma
flexibilidade tridimensional. De acordo com esse modelo, a ligação do substrato induz
a uma mudança conformacional na enzima que resulta em um encaixe complementar
depois que o substrato está ligado.
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Figura 8 - Representação da variação de energia de ativação em função do caminho da reação, na
presença e na ausência de catalisador.
Fonte: Bellé e Sandri (2014).
#paracegover: grafico de linhas da variação de energia de ativação em função
do caminho da reação, na presença e na ausência de catalisador
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Temperatura: o aumento da temperatura causa o aumento da velocidade de reação.
Esse aumento acontece devido ao aumento no número de moléculas com energia
suficiente para atravessar a barreira de energia e formar os produtos. “As enzimas
humanas possuem uma temperatura ótima entre 35 e 40°C. Em altas temperaturas,
a velocidade da reação tende a diminuir, devido à desnaturação da proteína”.
(MAGALHÃES et al., 2017, p.27). Um exemplo de inativação da enzima é a utilização
de baixas temperaturas para a preservação de alimentos por refrigeração.
pH: o pH geralmente tem influência na ionização do sítio ativo da enzima e, além disso,
pode desnaturá-la, especialmente se expostas a valores extremos de pH. Cada enzima
possui seu pH ótimo, no qual a atividade enzimática é máxima, mostrando em que [H+]
a enzima funciona no organismo. O pH ótimo de uma enzima não é necessariamente
idêntico ao pH do meio intracelular (MARZZOCO; TORRES, 2018; NELSON; COX, 2014).
Cofatores e coenzimas
Saiba mais
Uma enzima completa e cataliticamente ativa, junta com sua
coenzima e/ou íons metálicos, é chamada de holoenzima
(“holo” é um prefixo que significa “integral”, “completo”). A parte
proteica desta enzima é chamada de apoenzima ou apoproteína.
As coenzimas funcionam como transportadores transitórios
de grupos funcionais específicos. (MARZZOCO; TORRES, 2018;
NELSON; COX, 2014).
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Conclusão
Aminoácidos
Proteínas
Enzimas
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Referências
BELLÉ, L. P.; SANDRI, S. Bioquímica aplicada: reconhecimento e caracterização de
biomoléculas. São Paulo: Érica, 2014.
FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. Recurso
online ISBN978-85-8271-486-7.
LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica. 7.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
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VOET, J.; VOET, J. G. Bioquímica. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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