SISTEMA TAMPÃO

SISTEMA TAMPÃO

BIOQUÍMICA 1
SISTEMA TAMPÃO

SISTEMA TAMPÃO

CONTEÚDO: YASMIN FRAGA DA SILVA ALVES

CURADORIA: PEDRO SULTANO

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SUMÁRIO
SUMÁRIO ......................................................................................................................... 3

SISTEMA TAMPÃO ........................................................................................................ 4

Curva de Titulação ................................................................................................................................... 5

Sistema Tampão........................................................................................................................................ 6

Homeostasia................................................................................................................... 7

Tampão bicarbonato ............................................................................................................................... 8

Referências .................................................................................................................. 10

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SISTEMA TAMPÃO
A água tem potencial hidrogeniônico (pH) do ácido). Ácidos mais fortes têm maior va-
neutro em torno de 7, funcionando como um lor de Ka comparados a ácidos mais fracos.
ácido ou base e, por isso, pode doar ou cap-
turar prótons do meio.

Ácidos são moléculas capazes de doar íons

H+, formando o íons H3O+. Já as bases são A partir da constante de equilíbrio do ácido
moléculas com capacidade para capturar podemos calcular a constante de dissocia-
(aceptoras) os íons H+. Ácidos em solução ção desse ácido(pKa):
aquosa tendem a perder o próton, tal como
descreve a reação a seguir. Essa tendência
depende da força do ácido.

O pKa expressa a tendência de um grupo for-

Essas reações entre ácidos e bases tendem
ao equilíbrio. Nesse sentido, a reação que
descreve essa constante de equilíbrio do
ácido (Ka) ou constante de ionização com-
para a concentração dos reagentes (ioniza-
ção do ácido) aos produtos (forma molecular
necer um próton (H+) ao meio. Por essas
duas fórmulas é possível analisar a relação
inversamente proporcional entre o Ka e o
pKa. Com isso, é possível determinar a força
do ácido analisado, já que quanto maior a
tendência de o próton ser doado ao meio,
maior o Ka e menor o pKa.

Imagem 1 – Constantes de dissociação de alguns ácidos e o valor de pKa e pH correspondente. Fonte: Nelson, D.V.
Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7ed, 2019.

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O ácido carbônico e aminoácidos possuem
pelo menos 2 prótons e podem doar ou rece-
ber prótons de acordo com o pH do meio.
Isso ocorre também com ácidos triprotona-
dos, podendo doar 3 prótons ao meio e, por
isso, três pKa definidos.
Curva de Titulação
Utilizamos a titulação para definir a quanti-
dade de ácido em solução. Nesse caso é
Imagem 2 – Curva de titulação do ácido acético. Está representada nessa imagem o ponto isoelétrico e a região de
tamponamento. Fonte: Nelson, D.V. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7ed, 2019.
O ponto isoelétrico é o ponto central da ti-
tulação, na qual as concentrações de doado-
res e aceptores de prótons são iguais, e o pH
é igual ao pKa. Nesse ponto a carga é neutra.
Nesse ponto, portanto, a força de tampona-
mento do sistema é máxima.
utilizado uma base forte de concentração e
volumes conhecidos a fim de reagir e neutra-
lizar o ácido, na sequência a quantidade
deste pode ser determinada por um indica-
dor ou pHmetro.
Na curva de titulação, valores de pH e a
quantidade de base forte adicionada formam
os eixos e fornecem o pKa do ácido.
Já a região de tamponamento, sombreada
no gráfico a seguir, representa a região em
que há poder tamponante, ou seja, região na
qual há poucas variações do pH. Nessa zona,
certas quantidades de prótons ou hidroxilas
adicionadas ao sistema têm poucos efeitos
no pH em comparação à mesma quantidade
sendo adicionada fora dessa zona.
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Sistema Tampão
Em um sistema “não tampão” quando adici-
onamos ácido a um meio neutro, há dissoci-
ação do ácido e a concentração de H+ excede
a concentração de OH- do meio, tornando
esse meio ácido. Contudo, essa ampla ten-
dência variação de pH no organismo hu-
mano interromperia diversas etapas do me-
tabolismo e comprometeria os constituintes
celulares. Por isso, existem soluções tampão
que, mesmo com a adição de espécies ácidas
ao meio, mantém o pH deste constante. Os
tampões são, portanto, sistemas que tendem
a resistir a variações no seu pH quando pe-
quenas quantidades de um ácido ou uma
base são adicionadas.
A solução tampão é formada por um ácido
fraco (o doador de prótons) e sua base con-
jugada (o aceptor de prótons) porque pos-
suem baixa tendência de se dissociar, man-
tendo o controle do próton na sua molécula.
Se for um ácido fraco ele dissocia o próton,
que fica associado à água (íon hidrônio,
H3O+) e libera sua base conjugada.
Já se a solução tampão for formada por uma
base fraca ela pode capturar um próton, for-
mando o ácido conjugado e mantendo a
quantidade de base no sistema.
Existem diversos sistemas tampões no
nosso organismo que mantém o pH cons-
tante. Há os mecanismos primários ou pri-
meira linha de defesa contra alterações
de pH, que são sistemas de tampões quími-
cos. Os principais exemplos são:
• Tampão bicarbonato
• Tampão fosfato
• Proteínas → aminoácidos
No entanto, caso esses mecanismos iniciais
não sejam efetivos, a segunda linha de de-
fesa contra alterações de pH formada por
tampões fisiológicos entra em ação. É o caso
do:
• Mecanismo respiratório, com excre-
ção de CO2;
• Mecanismo renal, com excreção de
H+.
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Imagem 3 – O par ácido acético/acetato é um exemplo de sistema tampão, pois sempre que H+ ou OH- são adicio-
nados em um tampão, há mudança na razão das concentrações relativas de produtos e reagentes, tendendo a ma-
nutenção do equilíbrio do pH. Fonte: Nelson, D.V. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7ed, 2019.

HOMEOSTASIA

Durante as atividades vitais, é comum ocor- • Oxidação incompleta de ácidos

rerem alterações no metabolismo que acar-
retam alterações nos metabólitos sanguí-
neos e, por conseguintes, variações no pH.
As principais fontes de prótons (H+) decor-
rentes dos processos metabólicos advém de
quatro processos:
• Metabolismo aeróbico da glicose:
com formação de ácido carbônico e
consequente liberação de H+.
• Metabolismo anaeróbico da gli-
cose (fermentação lática): com for-
mação de ácido lático e liberação de
H+.
graxos (beta-oxidação): com forma-
ção de corpos cetônicos ácidos e libe-
ração de H+.
• Oxidação de aminoácidos sulfura-
dos: com formação de ácido sulfúrico
e liberação de H+.
Nesse sentido, os compartimentos do orga-
nismo exibem diferentes valores de pH.
As linhas de defesa contra alterações de pH
são fundamentais para a manutenção de es-
truturas e biomoléculas, como as enzimas
que podem ser ativadas ou inativadas con-
forme o pH do meio.

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Imagem 4 – pH ótimo de algumas enzimas. Fonte: Nelson, D.V. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7ed, 2019.

Contudo, no sangue essas alterações são
mais sensíveis, visto que pequenas altera-
ções (0,2-0,4) no pH podem modificar o me-
tabolismo de células e componentes desse
compartimento. O sangue arterial costuma
estar em torno de 7,4, reduções nesse pH
representam Acidose, enquanto casos de au-
mento do pH culminam em Alcalose. Ambas
podem ser de origem metabólica ou respira-
tória, dependendo do tipo de tampão ou res-
posta envolvida.

Compartimento corporal Concentração de H+ em mEq/L pH

Líquido extracelular
Sangue arterial 4,0𝑥10−5 7,40
Sangue venoso 4,0𝑥10−5 7,35
Líquido Intersticial 4,0𝑥10−5 7,35

Líquido Intracelular 1,0𝑥103 a 4,0𝑥10−5 6,0 a 7,4

Urina 3,0𝑥10−2 a 1,0𝑥10−5 4,5 a 8,0

HCl gástrico 160 0,8

Tampão bicarbonato Quando há incremento de H+ no sangue, du-

O tampão ácido carbônico-bicarbonato é o
principal sistema tampão do organismo,
sendo a primeira linha de defesa contra alte-
rações fisiológicas e metabólicas. É um tam-
pão fisiológico efetivo em pH próximo de 7,4.
rante uma atividade física vigorosa, por
exemplo, o próton é capturado pelo bicarbo-
nato alterando a constante de equilíbrio da
água e favorecendo a produção de ácido car-
bônico. Nesse sentido, quanto maior a

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concentração de ácido no sangue, maior a

formação de ácido carbônico para tamponar
esse excesso. No pulmão o ácido carbônico é
dissociado em água e gás carbônico, que é
eliminado através da respiração.

A enzima responsável por esse processo é a

anidrase carbônica, presente nos eritróci-
tos e no pulmão, a qual captura o H+ locali-
zado no sangue, forma o ácido carbônico e é
ativada no pulmão a dissociar esse ácido em
Imagem 5 – Sistema tampão bicarbonato envol-
água e gás carbônico.
vendo três equilíbrios reversíveis. Fonte: Nelson,
D.V. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7ed,
2019.

A reação compensatória desse mecanismo é

resposta secundária à ação do tampão pro-
movida pelo mecanismo respiratório atra-
vés da hiperventilação, a qual favorece a ex-
pulsão de CO2 para o meio durante a expira-
ção.

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REFERÊNCIAS

Bioquímica – Água e suas propriedades – Sistema Tampão – pH e Sistema

tampão (Professor Rafael Simões). Jaleko Acadêmicos. Disponível em:
<https://www.jaleko.com.br>.

Bioquímica – Água e suas propriedades – Sistema Tampão – pH x Homeosta-

sia (Professor Rafael Simões). Jaleko Acadêmicos. Disponível em:
<https://www.jaleko.com.br>.

NELSON, David L. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6ed. Porto Alegre:

Artmed, 2019. 1328p.

RODWELL, Victor W.. Bioquímica Ilustrada de Harper. 31ed. Porto Alegre:

AMGH, 2021. 800p.

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