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Equilíbrio Ácido - Base

Esse equilíbrio é uma das funções No sistema nervoso:


essenciais do corpo. A concentração Se o pH é muito baixo – uma condição
plasmática arterial normal de H é de denominada acidose –, os neurônios
0,00004 mEq/L, um valor muito tornam-se menos excitáveis,
pequeno. Devido ao fato de a resultando em depressão do SNC. A
concentração ser muito pequena, ela é partir disso, os pacientes se tornam
expressa em uma escala logarítmica confusos e desorientados e, então,
de pH de 0 a 14, onde 7 é neutro. Se entram em coma. Se a depressão do
o pH de uma solução é menor que 7, a SNC progride, os centros respiratórios
concentração de H é maior que 1 x deixam de funcionar, levando à morte.
10^-7 M, e a solução é considerada
ácida. Se o pH é maior que 7, a Se o pH é muito alto – uma condição
concentração de H é menor que denominada alcalose –, os neurônios
1x10^-7 M, e a solução é considerada tornam-se hiperexcitáveis, disparando
alcalina (básica). O pH normal do potenciais de ação mesmo frente a
corpo é de 7,4, ligeiramente alcalino. pequenos sinais. Os sintomas são
alterações sensoriais, como falta de
Alterações no pH podem causar sensibilidade ou formigamento, e
desnaturação das proteínas depois abalos musculares. Se a
A faixa de pH normal do plasma é de alcalose é grave, as contrações
7,38 a 7,42. O pH extracelular musculares tornam-se sustentadas
normalmente reflete o pH intracelular, (tetania) e paralisam os músculos
e vice-versa. respiratórios.
Obs: Os líquidos do corpo que são
“externos” ao meio interno do corpo, Além disso, muitos dos distúrbios do
como os localizados no lúmen do trato equilíbrio acidobásico estão
gastrintestinal ou nos túbulos renais, associados ao equilíbrio do K+. Isso
podem ter um pH que excede bastante ocorre parcialmente devido ao
a faixa normal. transporte renal que desloca os íons K
e H em um antiporte.
A concentração de H no corpo é bem 1) Na acidose: os rins excretam H e
regulada. Proteínas intracelulares, reabsorvem K utilizando uma
como enzimas e canais de membrana, H-K-ATPase.
são particularmente sensíveis ao pH, 2) Na alcalose, os rins reabsorvem H
uma vez que a função dessas e excretam K.
proteínas depende da sua forma
tridimensional. Mudanças na Origem dos ácidos e bases
concentração de H+ alteram a presentes no corpo
estrutura terciária de proteínas através O funcionamento diário, o corpo é
da interação com ligações de desafiado pela maior ingestão e
hidrogênio dessas moléculas, produção de ácidos do que de bases.
alterando a estrutura tridimensional Íons hidrogênio são oriundos da
das proteínas e suas atividades alimentação e do metabolismo interno.
1) Ganho de ácidos: Muitos produtos A produção de H a partir de CO2 e
do metabolismo e alimentos são H2O é a maior fonte de produção de
ácidos orgânicos que se ionizam e ácidos sob condições normais.
contribuem para a liberação de H nos Segundo algumas estimativas, o CO 2
fluidos corporais. do metabolismo em repouso produz
Ex: ácidos orgânicos incluem cerca de 12.500 mEq de H a cada dia.
aminoácidos, ácidos graxos,
intermediários do ciclo do ácido cítrico 2) Ganho de bases: A nossa dieta e
e o lactato produzido pelo nosso metabolismo têm poucas fontes
metabolismo anaeróbio. Essa significativas de bases. Algumas frutas
produção metabólica diária gera uma e vegetais contêm ânions que são
quantidade significativa de H+. metabolizados a HCO3, mas a
influência desses alimentos é
Obs: Algumas condições superada de longe pela contribuição
extraordinárias podem aumentar a de frutas ácidas, aminoácidos e ácidos
produção dos ácidos e gerar uma graxos.
crise. Por exemplo, diversas
condições anaeróbias graves, como Homeostasia do pH depende de
choque circulatório, produzem tanto tampões, dos pulmões e dos rins
lactato que os mecanismos Existem três mecanismos: (1)tampões,
homeostáticos não conseguem (2) ventilação e (3) regulação da
realizar a sua excreção, resultando em função renal de H e HCO 3. Os
um estado de acidose láctica. No tampões são a primeira linha de
diabetes melito, o metabolismo defesa, sempre presentes e
anormal de gorduras e aminoácidos esperando para impedir grandes
produz ácidos fortes, chamados de oscilações do pH. A ventilação, a
cetoácidos. Esses ácidos geram um segunda linha de defesa, é uma
estado de acidose metabólica, resposta rápida regulada reflexamente
chamado de cetoacidose. que pode controlar cerca de 75% dos
distúrbios do pH. A linha final de
Soma-se à isso, a maior fonte diária defesa fica com os rins. Eles são mais
de ácidos é a produção de CO2 lentos do que os tampões e os
durante a respiração aeróbica. Pois, o pulmões, mas são muito eficientes ao
CO2 oriundo da respiração enfrentar qualquer distúrbio de pH
combina-se com a água para restante, sob condições normais.
formar ácido carbônico (H2CO3), que
se dissocia em H e no íon bicarbonato, Sistemas tampões
HCO 3 Um tampão é uma molécula que
atenua, mas não previne, alterações
no pH através da sua combinação
Em algumas partes do corpo essa com H ou da liberação desse íon. Na
reação ocorre de forma lenta, pois há ausência de tampões, a adição de
presença de anidrase carbônica. ácido a uma solução causa uma
grande mudança no seu pH. Na
presença de um tampão, a mudança
de pH é moderada ou pode ser até
imperceptível.
A adição de uma molécula do lado
Os tampões são encontrados dentro direito do equilíbrio deslocará a
da célula e no plasma. Tampões equação para o lado esquerdo. Agora,
intracelulares incluem as proteínas o HCO3- plasmático pode atuar como
celulares, os íons fosfato (HPO4 2-) e um tampão e se ligar a alguns dos
a hemoglobina. A hemoglobina nos íons H adicionados. A reação é
eritrócitos tampona o H produzido pela deslocada à esquerda, convertendo
reação do CO 2 com a H 2 O. parte do H adicionado e do tampão
bicarbonato a CO2 e H2O.
Cada íon H tamponado pela
hemoglobina deixa um íon Obs: Primeiro, uma mudança na
bicarbonato no interior do eritrócito. concentração de HCO 3 pode não
Esse HCO 3 pode, então, deixar o aparecer clinicamente como uma
eritrócito em troca por um íon Cl concentração de HCO 3 anormal. Isso
plasmático, o desvio de cloreto. ocorre porque o HCO3 é 600 mil
Obs: As grandes quantidades vezes mais concentrado no plasma do
plasmáticas de bicarbonato produzido que o H. Se tanto o H quanto o HCO 3
a partir do metabolismo do CO 2 são adicionados ao plasma, pode-se
representam o sistema tampão mais observar mudanças no pH, mas não
importante do líquido extracelular. O na concentração de HCO 3, uma vez
HCO3 plasmático está, então, que ela já era muito alta inicialmente.
disponível para o tamponamento do H Tanto o H quanto o HCO 3 sofrem um
oriundo de fontes não respiratórias, aumento absoluto na sua
como o metabolismo. concentração, mas devido à
concentração de HCO 3 já ser
naturalmente elevada, o aumento
relativo nos níveis de HCO 3 passa
Situação 1: Aumento dos níveis de despercebido.
CO2
2) Ventilação
O aumento na ventilação
obs: Não importa que uma molécula recém-descrito é uma compensação
de bicarbonato também tenha sido respiratória para a acidose. De acordo
produzida. O HCO3 atua como um com a equação a seguir:
tampão apenas quando ele se liga ao
H e forma ácido carbônico. Quando a
reação está no equilíbrio, como Devido ao equilíbrio dinâmico entre o
mostrado aqui, o HCO3 não se CO2 e o H, qualquer mudança na
combina com o H. plasmática afeta tanto o conteúdo de
H quanto o de HCO 3 no sangue.
Situação 2: Adição de H+
Situação 1: Hipoventilação centrais. O controle dual da ventilação
por meio dos quimiorreceptores
a Pco2 aumenta, a equação centrais e periféricos ajuda o corpo a
desloca-se à direita, mais ácido responder rapidamente a mudanças
carbônico é formado e a concentração no pH ou no CO2 do plasma.
de H sobe, gerando um estado de
acidose.

Situação 2: Hiperventilação

A eliminação de CO 2 e,
consequentemente, reduzindo a
plasmática, a equação desloca-se à
esquerda, o que significa que o H se
combina com o HCO3, formando CO2
H2O, reduzindo a concentração de H.

Reflexos ventilatórios
Os rins usam tampões amônia e
O corpo utiliza a ventilação como um
fosfato
mecanismo homeostático para o
Os rins realizam aproximadamente
ajuste do pH apenas se um estímulo
25% da compensação que os pulmões
associado ao pH desencadeia a
não podem dar conta. Eles alteram o
resposta reflexa. Dois estímulos
pH de duas maneiras: (1) diretamente,
podem fazer: H e CO2.
através da excreção ou da reabsorção
de H e (2) indiretamente, através da
1) H+: é afetada diretamente pelos
alteração da taxa, na qual o tampão
níveis plasmáticos de H+,
HCO3 é reabsorvido ou excretado.
principalmente devido à ativação dos
quimiorreceptores no corpo carotídeo.
Na acidose, os rins secretam H+ no
Eles estão presentes nas artérias
lúmen tubular utilizando mecanismos
carótidas. Logo, um aumento na
de transporte ativo diretos e indiretos.
concentração plasmática de H
A amônia derivada dos aminoácidos e
estimula os quimiorreceptores, o que,
os íons fosfato (HPO4 2-) atuam como
por sua vez, sinaliza para os centros
tampões renais, convertendo grandes
bulbares de controle respiratório
quantidades de H em NH4 e H2PO4.
aumentarem a ventilação. O aumento
Permitem uma maior excreção de H+.
da ventilação alveolar permite aos
pulmões excretarem mais CO2 e
converterem H em CO2 H2O. Enquanto o H está sendo excretado,
os rins sintetizam novo HCO3 a partir
Entretanto, mudanças no pH alteram a de CO2 e H2O. O HCO3- é
Pco2, e o CO2 estimula os reabsorvido para o sangue para atuar
quimiorreceptores como um tampão e aumentar o pH.
Na alcalose, os rins revertem o vezes, acompanha os distúrbios
processo geral recém-descrito para a acidobásicos.
acidose, excretando HCO3 e
reabsorvendo H+, em uma tentativa 5. O trocador Na-NH4 transporta o
de trazer os valores de pH de volta NH4 da célula para o lúmen tubular
para o normal. A compensação renal é em troca de um íon Na.
mais lenta que a compensação
respiratória, e seu efeito no pH pode Além desses transportadores, o túbulo
não ser percebido antes de 24 a 48 renal também usa a Na-K-ATPase e o
horas. mesmo trocador HCO 3 -Cl que é
responsável pelo desvio de cloreto nos
Mecanismos que envolvem alguns eritrócitos.
transportadores de membrana:
1. O trocador apical Na-H (NHE) é um
transporte ativo indireto (secundário)
que leva o Na para a célula epitelial
em troca de um íon H que se desloca
para o lúmen, contra seu gradiente de
concentração. Esse transportador
também atua na reabsorção de Na no
túbulo proximal.

2. O simporte basolateral Na-HCO 3


movimenta o Na e o HCO 3 para fora
da célula epitelial e para dentro do
líquido intersticial. Esse transportador
ativo indireto usa a energia criada pela
difusão do HCO3 a favor do seu
gradiente de concentração para O túbulo proximal secreta H+ e
movimentar o Na contra seu gradiente, reabsorve HCO3-
da célula para o LEC. A quantidade de bicarbonato filtrada
pelos rins ao longo de cada dia é
3. A H-ATPase usa energia do ATP equivalente à quantidade de
para acidificar a urina, transportando o bicarbonato em aproximadamente
H contra seu gradiente de 0,45 kg de bicarbonato de sódio
concentração, para o lúmen do néfron (NaHCO 3 ).
distal. A H-ATPase também é
chamada de bomba de próton. A maior parte desse HCO 3
deve ser reabsorvida para a
4. A H-K-ATPase transfere o H para a manutenção da capacidade de
urina em troca da reabsorção de K. tamponamento do corpo. O túbulo
Essa troca contribui para o proximal reabsorve a maior parte do
desequilíbrio do potássio que, muitas HCO3 filtrado por mecanismos
indiretos, pois não há nenhum
transportador apical de membrana está relacionada com o metabolismo
para permitir a entrada de HCO 3 do aminoácido glutamina:
nas células tubulares. 7. A glutamina é metabolizada nas
células do túbulo proximal a
A primeira via converte o HCO3- alfa-cetoglutarato (CG) e dois grupos
filtrado em CO2 e depois de volta a amino (-NH 2 ). Os grupos amino
HCO3, que é reabsorvido: formam amônia (NH3 ), e a amônia
1. O H é secretado pela célula do tampona o H para formar o íon amônio
túbulo proximal para o lúmen tubular (NH 4). O NH4 é transportado para o
em troca de um Na filtrado, que se lúmen em troca de um íon Na. O
desloca do lúmen para a célula alfa-cetoglutarato é metabolizado
tubular. Essa troca ocorre pela ação posteriormente a HCO3-, que é
do NHE. transportado para o sangue em
2. O H secretado combina-se com o conjunto com o Na+.
HCO3- filtrado para formar CO2 no
lúmen tubular. Esta reação é O resultado da ação dessas duas vias,
catalisada pela anidrase carbônica é a secreção de ácido (H) e a
que está ligada à membrana luminal reabsorção de tampão na forma de
das células tubulares. bicarbonato de sódio, NaHCO3.
3. O CO2 recém-formado se difunde
do lúmen para a célula tubular.
4. No citoplasma, o CO2 reage com a
água para formar H2CO3, que se
dissocia em H e HCO3
.5. O H formado no passo 4 pode ser
secretado novamente no lúmen,
substituindo o H que se combinou com
o HCO3 filtrado no passo 2. Ele pode
reagir com outro bicarbonato filtrado
ou pode ser tamponado por um íon Néfron distal controla a excreção de
fosfato filtrado e ser excretado. ácido
6. O HCO3 formado no passo 3 é As células especializadas, chamadas
transportado para fora da célula de células intercaladas (células I),
através da superfície basolateral da presentes entre as células principais
célula do túbulo proximal pelo são as maiores responsáveis pela
simporte HCO3 -Na. regulação do equilíbrio acidobásico.

O resultado desse processo é a Ocorre uma alta concentração de


reabsorção do Na e do HCO3 anidrase carbônica no citoplasma
filtrados e a secreção de H. nessas células. Essa enzima permite
que elas convertam rapidamente CO2
Uma segunda via para a reabsorção e água em H e HCO3-. Os íons H são
de bicarbonato e para a excreção de H bombeados para fora das células
intercaladas tanto pela H-ATPase
quanto pela H-K-ATPase. O
bicarbonato deixa a célula através do
trocador HCO 3-Cl.

Existem dois tipos de células:


Durante períodos de acidose, as
células intercaladas do tipo A secre-
tam H e reabsorvem bicarbonato. O
processo é semelhante à secreção de
H no túbulo proximal, exceto pela
presença de transportadores de H
específicos. O néfron distal usa a
H-ATPase e a H-K-ATPase apicais,
em vez do trocador Na-H encontrado
no túbulo proximal.

Durante períodos de alcalose, as


células intercaladas do tipo B
secretam HCO3 e reabsorvem H. Os
íons hidrogênio são reabsorvidos para
o LEC através de um transporte pela
superfície basolateral da célula, e o
HCO3- é secretado no lúmen. A
polaridade dos dois tipos de célula I é
invertida, ocorrendo os mesmos
processos de transporte, mas em
lados opostos da célula. Os desequilíbrios acidobásicos
podem ser respiratórios ou
Obs: Na acidose, quando a metabólicos
concentração plasmática de H é alta, o Os desequilíbrios acidobásicos são
rim secreta H e reabsorve K. Dessa classificados pela direção da mudança
forma, a acidose muitas vezes é do pH (acidose ou alcalose) e por
acompanhada de hipercalemia. suas causas (metabólica ou
Na alcalose, quando os níveis respiratória).
sanguíneos de H são baixos. O
mecanismo que permite que o néfron Mudanças na Pco2 decorrentes da
distal reabsorva H faz ele secretar K hiper ou da hipoventilação causam
simultaneamente, fazendo a alcalose desvios no pH. Esses distúrbios são
normalmente estar associada à ditos de origem respiratória. Se o
hipocalemia desequilíbrio do pH é decorrente de
ácidos ou de bases não relacionados
com o CO2, o problema é classificado plasmáticos de CO2 aumentam (em
como metabólico. vermelho), levando a um aumento nos
níveis de H e HCO3.
A perda da capacidade de
tamponamento deixa o corpo com
A acidose respiratória é caracterizada
apenas duas opções: compensação
pela presença de um pH reduzido
respiratória ou compensação renal. E
associado com níveis elevados de
se o problema é de origem
bicarbonato.
respiratória, apenas uma
compensação homeostática está
Qualquer compensação para a
disponível – os rins.
acidose respiratória deve ocorrer
através de mecanismos renais que
Se o problema é de origem
excretem H e reabsorvam HCO3-. A
metabólica, ambos os mecanismos,
excreção de H aumenta o pH
respiratório e renal, podem
plasmático. A reabsorção de HCO3-
compensar. A compensação pode
fornece tampões adicionais que
levar os valores de pH próximos à
reagem com o H, reduzindo sua
normalidade, porém podem não
concentração e aumentando o pH.
corrigir o distúrbio completamente.

Acidose metabólica
é um distúrbio do balanço de massas
que ocorre quando o ganho de H pela
dieta e pelo metabolismo superam a
sua excreção. As causas metabólicas
da acidose incluem a acidose láctica,
que é decorrente do metabolismo
anaeróbio, e a cetoacidose, que
resulta de uma quebra excessiva de
gorduras ou de certos aminoácidos.
Ex: Diabetes mellitus tipo 1 e com
dietas pobres em carboidratos.
Acidose respiratória
Um estado de acidose respiratória
ocorre quando a hipoventilação A concentração de íons hidrogênio
alveolar resulta em acúmulo de aumenta devido à contribuição dos
CO2 e elevação da Pco2 plasmática. ácidos metabólicos. Esse aumento
A causa mais comum de acidose desloca o equilíbrio da equação para a
respiratória é a doença pulmonar esquerda, aumentando os níveis de
obstrutiva crônica (DPOC), que inclui o CO2 através do consumo do tampão
enfisema. HCO3-.

Independentemente da causa, na A acidose metabólica também pode


acidose respiratória os níveis ocorrer se o corpo perder HCO 3. A
causa mais comum da perda de
bicarbonato é a diarreia, quando o O bicarbonato filtrado não é
HCO 3 é perdido a partir do intestino. reabsorvido no túbulo proximal e é
Normalmente, o HCO3- é liberado no secretado no néfron distal. A
intestino delgado e, então, reabsorvido combinação da excreção de HCO3
para o sangue, tamponando o H. e reabsorção de H+ no néfron distal
Entretanto, se uma pessoa está com reduz a carga corporal do tampão
diarreia, o HCO3- não é reabsorvido, o HCO3- e aumenta a carga de H, o que
que pode gerar um estado de acidose. ajuda a corrigir a alcalose.

Você poderia pensar após observar a Alcalose metabólica


equação anterior que a acidose Causas: excesso de vômito do
metabólica estaria acompanhada de conteúdo ácido estomacal e ingestão
uma Pco2 elevada. Tanto a excessiva de bicarbonato contido em
concentração elevada de CO 2 quanto antiácidos. Em ambos os casos, a
a de H estimulam a ventilação através alcalose resultante reduz a
das vias descritas anteriormente. concentração de H+.
Como resultado, a Pco2 cai de volta a
níveis normais ou próximos à
A redução nos níveis de H desloca o
normalidade devido à hiperventilação.
equilíbrio para a direita, o que significa
uma redução nos níveis de dióxido de
Alcalose respiratória
carbono (Pco2 ) e um aumento nos
A alcalose respiratória ocorre como
níveis de HCO3-.
resultado da hiperventilação, quando a
ventilação alveolar aumenta sem um
Da mesma forma que ocorre na
aumento concomitante da produção
acidose metabólica, a compensação
metabólica de CO2 . Logo, a Pco2 cai:
respiratória para a alcalose metabólica
é rápida. O aumento do pH e a
A redução na concentração de CO2 redução da inibem a ventilação.
desloca o equilíbrio para a esquerda, e Durante a hipoventilação, o corpo
tanto a concentração plasmática de H conserva CO2, aumentando a Pco2 e
como a de HCO3- caem. Níveis produzindo mais H e HCO3. Essa
plasmáticos de HCO3- reduzidos compensação respiratória ajuda a
durante a alcalose indicam distúrbio corrigir o problema no pH, porém
respiratório. eleva ainda mais os níveis de HCO3-.
Todavia, a compensação respiratória é
A causa clínica primária da alcalose limitada, uma vez que a hipoventilação
respiratória é a ventilação artificial também causa hipóxia. Uma vez que a
excessiva. Felizmente, essa condição PO2 cai abaixo de 60 mmHg, a
é facilmente corrigida pelo ajuste no hipoventilação é interrompida.
ventilador. A causa fisiológica mais co-
mum de alcalose respiratória é a A resposta renal para a alcalose
hiperventilação histérica causada por metabólica é a mesma que para a
ansiedade.
alcalose respiratória: o HCO3- é
excretado e o H é reabsorvido.
.

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