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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL


ENFERMAGEM

Isla Petrachim Andrade, Laura Barbosa Nunes, Jaqueline Pereira da Silva,


Kethillin Julia Pascon Salles, Geovanna de Jesus Sbrissa, Isabelly Goulart Oliveira
da Silva

DISTURBIO ÁCIDOBÁSICO, SISTEMA DE TAMPÕES, REGULAÇÃO


RESPIRATÓRIA E REGULAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL

Trabalho apresentado como


requisito para a avaliação na
disciplina de Fisiologia Humana
Aplicada à Enfermagem do curso
de Enfermagem.
Professora: Ma. Tatiane Targino
Gomes Draghi.

ITU-SP
2023
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo definir como, e o que ocorre no distúrbio acidobásico, sistema de
tampões, regulação respiratória e na regulação da função renal, apresentando sua característica
patológica e fisiologia dentro do corpo humano.

Palavras chaves: Tampões. Acidobásico, Respiratória, Renal

1 DISTURBIOS ÁCIDOS-BÁSICO

Os distúrbios ácidos-básicos (DAB) ocorrem devido ao desequilíbrio do pH sanguíneo. Os


distúrbios dos quais serão abordados são: acidose metabólica, acidose respiratória, alcalose
metabólica, alcalose respiratória, acidose mista e alcalose.

• ACIDOSE METABÓLICA
A acidose metabólica se caracteriza como Hiato aniônico elevado ou normal, que é feito baseado
na presença ou a ausência de aníons que não são mostrados no soro. As causas podem se dar pelo
aumento da geração de ácido, perda de bicarbonato ou excreção de ácido renal diminuída. O
principal cátion mensurável (CM) no organismo é o Na+, que é constituindo por 90% das cargas
positivas. E desta forma, os cátions não-mensuráveis (CNM) são iguais a 10% dos íons séricos,
que são K+, Ca++ e Mg++. Os ânions mensuráveis (AM) constituem o HCO3- e o Cl-,
representando cerca de 85% das cargas negativas. E o PH do sangue é visto abaixo de 7,36. Elas
são divididas em ânion gap normal e ânion gap elevado .
Os sintomas variam de acordo com o paciente e suas condições, mas alguns sintomas são:
• Respiração rápida
• Confusão
• Cansaço
• Choque
• O hálito do paciente fica com um aroma frutado (cetoacidose diabética)
• Batimento cardíaco rápido
• Dor de cabeça
• Fraqueza
• Náusea

O Diagnostico pode ser feito através de uma Gasometria arterial, Exame de urina, Teste de
ácidos láctico e o Ânion gap

• ACIDOSE RESPIRATORIA
A acidose respiratória é resultante da ventilação reduzida dos alvéolos pulmonares Dificuldade
de ventilação do paciente, que pode levar no aumento de pCO2, redução do PH e retenção de
dióxido de carbono. E como resposta de compensação entra o sistema renal que apresentara o
HCO3 elevado na gasometria.
O Dióxido de carbono pode se acumular de forma rápida ou lenta assim sendo possível ter dois
tipos de acidose aguda e crônica
Aguda
pCO2 aumentado + acidemia (pH menor que 7,35) nessa patologia a retenção de CO2 vai ser
rápida que pode apresentar casos de insuficiência respiratória aguda.

• Crônica
• pCO2 aumentado + pH normal + Bicarbonato sérico elevado, e nesse caso o paciente vai
apresentar uma retenção lento de CO2. Paciente
• As causas desse distúrbio podem se dar por:
• Distúrbios do SNC (AVC/tumor/hipertensão intracraniana)
• Intoxicação por benzodiazepínicos ou opioides
• Síndrome Guillain Barre
• Miopatias inflamatórias
• Deformidades da parede torácica
• Fadiga respiratória
• Obesidade mórbida

• ALCALOSE METABOLICA E RESPIRATÓRIA

Sabe-se que o pH sanguíneo oscila entre os valores de 7,35 a 7,45. A alcalose é caracterizada
por uma modificação no pH sanguíneo, em específico, quando o valor fica acima de 7,45 por
conta da diminuição de íons H+ concentrados no sangue. Essa modificação pode ser
desencadeada pelo funcionamento em excesso dos pulmões, rins ou sistemas tampão. Também
se destaca como causadores dessa modificação, o âmbito respiratório ou metabólico.
A alcalose metabólica é caracterizada pela diminuição de ácidos não-voláteis, aumentando a
quantidade de HCO3 no plasma. Ou seja, ela é um distúrbio acidobásico que aumenta a
concentração do bicarbonato, ocasionando a diminuição do Hidrogênio no sangue arterial,
aumentando o pH sanguíneo.
Tal distúrbio possui bastante ocorrência em unidades de terapia intensiva (UTIs), possuindo
como causas mais comuns:
1. Perda de Hidrogênio: Normalmente ocasionado por vômitos e drenagem gástricas (perdas
gastrointestinais), uso de diuréticos de alça ou tiazídicos (perdas renais) e hiperaldosteronismo.
2. Adição de HCO3 ao LEC: Desencadeada pela ingestão crônica/excessiva de antiácidos
ou infusão de bicarbonatos.

A alcalose metabólica também pode ser manifestação de doenças primárias, portanto, se torna
essencial o tratamento de doença de base, quanto de seus efeitos.
O tratamento se baseia na causa, quando ela é resultado de perda gástrica, se trata a partir da
correção da hipovolemia e da hipocloremia, com solução de NaCl 0,9%. Quando a perda é pelos
rins ou estômago, é necessário o uso de inibidores de bomba de prótons ou a suspensão de
diurético, ou seja, a correção da causa subjacente reverterá a alcalose.
Por sua vez, a alcalose respiratória é um distúrbio acidobásico é desencadeada por uma
ventilação inadequada que ocasiona uma hiperventilação alveolar, resultando na perda excessiva
de pCO², essa diferença produz um aumento no pH e reduz a concentração de HCO³.
Dentre as causas da alcalose respiratória, podemos dividi-las em:
1. Agudas: Causada por febre, infecções sistêmicas, dor severa, ansiedade, encefalite e
intoxicação por salicilatos. A origem do distúrbio vem da hiper estimulação do centro
respiratório bulbar.
2. Crônicas: Relacionada a lesões no SNC ou ventilação assistida. A lesão do SNC refere-se
a danos permanentes às áreas bulbares de controle respiratório.
Como tratamento, nos dirigimos a regulação adequada da assistência por ventilação mecânica.
Também se sugere, aos pacientes com síndrome de hiperventilação, a respiração em sacos de
papel e atenção a episódios de estresse psicológico

• ACIDOSE MISTA E ALCALOSE

Distúrbio misto ocorre, quando o grau de compensação não é adequado ou quando a resposta é
maior que a esperada. Em alguns casos os distúrbios alteram o pH em diferentes sentidos, ou
seja, estão presentes uma alcalose e uma acidose. Nesses casos é importante notar que ambos são
causados por deficiências no mesmo sistema, seja respiratório ou renal.

Acidose Mista
Na Acidose metabólica o HCO3 vai ser baixo, enquanto o pCo2 vai ter aumento na ventilação
Fazemos uma conta para identificar se o pulmão está compensando essa acidose metabólica
pCo2: (1,5xHCO3 ) +8
Exemplo:
PH: 7,2
HCO3: 20
(1,5 x 20) + 8 =38
O resultado pode variar em 2 para mais ou para menos ou seja 36 ou 40
Se esse valor for maior que 40 teremos uma acidose respiratória, se esse valor for menor de 36
teremos uma alcalose respiratória
Acidose= excesso de CO2, nesse caso estaria retendo CO2 ocasionando problemas nos rins e nos
pulmões
Alcalose = hiperventilado, nesse caso jogando o CO2 para fora
O distúrbio nesse caso se dá pelo fato de termos uma acidose metabólica e alcalose respiratória

• Acidose respiratória nesse caso temos o quadro aguado e o quadro crônica, pCo2 estará
alto HCO3 deverá ser reabsorvido
Quadro agudo: se trata de uma enfermidade recente
Temos como base:
Para cada 10 mmHg de pCO2 que sobe – reabsorve 1 mEq/I HCO3

Quadro crônico: é de longa duração


Temos como base:
Para cada 10 mmHg de pCO2 que sobe – reabsorve 4 mEq/I HCO3

Exemplo:
pCO2: médio é 40 mmHG
HCO3: médio é 24mEq/L
Se o pCO2 está em 60 temos uma subida de: 20 e reabsorvido de 2 ou 8; 2 em casos agudos e 8
em casos crônicos.
Referente ao HCO3 no caso aguado fazemos (HCO3 médio+ valor reabsorvido) , ou seja, 24 + 2
= 26
O HCO3 é para estar 26 mEq/L podendo estar entre 24 ou 28
Menor que 24: acidose metabólica, devido o bicarbonato não estar reabsorvendo o suficiente
Maior de 28: alcalose metabólica, devido o rim estar reabsorvendo mais que o necessário
2 SISTEMA DE TAMPÕES

O mais importante sistema tampão do organismo é o sistema tampão ácido carbônico e pelo
sal desse ácido, o bicarbonato de sódio, pois atua diretamente na regulação do PH. Quando
um ácido é adicionado ao sangue, o bicarbonato do tampão reage a ele, a reação produz um
sal, formado com o sódio do bicarbonato e o ácido carbônico. O ácido carbônico produzido
pela reação do bicarbonato do tampão, se dissocia em CO2 e água.

Tampões biológicos e suas atuações contra variação do pH

Os mecanismos fisiológicos são representados pelos pulmões e pelos rins, que eliminam
substâncias indesejáveis ou em excesso, ácidas ou bases.

Mistura de ácido fraco com sua base conjugada

Para a formação de uma solução assim, mistura-se o ácido fraco com um sal do mesmo ânion
desse ácido. Por exemplo, considere uma solução-tampão constituída de ácido acético
H3CCOOH e acetato de sódio H3CCOONa. A concentração desses íons se deve
praticamente à dissociação do sal, que é grande. Já a ionização do ácido é pequena.

A adição de um ácido forte aumenta a concentração do íon hidrônio, H3O+1, e visto que o
ácido acético é um ácido fraco, o ânion acetato possui grande afinidade pelo próton
hidrônio. Dessa forma, eles reagem e mais ácido acético é formado. No entanto, se for
adicionado cada vez mais ácido forte chegará o momento em que todo o ânion acetato será
consumido e o efeito tampão cessará. A adição de uma base forte aumenta a concentração
dos íons OH-.

Mas esses íons são neutralizados pelos íons H3O+1 liberados na ionização do ácido
acético. A concentração dos íons H3O+1 irá diminuir e haverá um deslocamento do
equilíbrio no sentido de aumentar a ionização do ácido e, a variação de pH da solução será
muito pequena.
Mistura de base fraca com seu ácido conjugado

Os íons magnésio presentes no meio são praticamente todos provenientes da dissociação do


sal, pois a dissociação da base é fraca. Nesse caso, os íons H3O+1 vindos da adição do ácido
forte serão neutralizados pelos íons OH-, vindos da dissociação da base fraca. Assim, a
variação de pH será muito pequena, porque a concentração dos íons OH- permanece
constante. A base forte adicionada sofre dissociação liberando íons OH-.

Portanto, o aumento dos íons OH- é compensada pelo aumento proporcional de Mg2.

3 REGULAÇÃO RESPIRATORIA

Por toda alteração do equilíbrio ácido-base ocasiona mecanismos compensatórios automático na


qual fazem com que o pH volte ao estado habitual. No modo generalizado, o sistema respiratório
compensa os distúrbios metabólicos, enquanto os mecanismos metabólicos compensam os
distúrbios respiratórios.
O metabolismo normal produz ácidos, que são neutralizados, excluso do organismo ou
incorporados à outras substâncias. Em situações normais do metabolismo, é executado por dia,
por um indivíduo, cerca de 12.000 miliequivalentes de (H+), ou 12.000 miliequivalentes de
(CO2). Menos de 1% desse ácido é excretado pelos rins. O dióxido de carbono é movido no
sangue, perante a forma de um ácido volátil (H2CO3 H+ + HCO3 H2O + CO2), o ácido
carbônico, e eliminado pelos pulmões. Em solução aquosa, como no plasma, o CO2 é hidratado,
formando o H2CO3 (ácido carbônico), que se dissocia em H+ e HCO3- . O sangue venoso
circula, dessa forma, o dióxido de carbono produzido nos tecidos até os pulmões, onde se
difunde pela membrana alvéolo-capilar, para o ar dos alvéolos; durante a perfusão o sangue
venoso transporta o CO2;
O oxigenador faz a mesma função dos pulmões, na regulação do equilíbrio ácido-base durante a
perfusão. As oscilações e a transferência do CO2, dependem apenas da ventilação; a água é
reaproveitada pelos tecidos ou eliminada pelos rins. Quando o CO2 não é eliminado
adequadamente, acumula-se no sangue e reage com a água, aumentando o teor de ácido
carbônico. A regulação respiratória do equilíbrio ácido-base é feita exclusivamente pela
regulação do CO2.
O ácido é neutralizado pelo bicarbonato do sistema tampão, mas deixa livre um excesso de H+,
que tende a reduzir o pH. Caso contrário, quando o CO2 é eliminado em excesso, no oxigenador,
o bicarbonato (NaHCO3) se dissocia. O sódio (Na+) livre, forma sais diferentes do bicarbonato e
o íon HCO3- reage com a água (H2O), formando ácido carbônico e íons hidroxila (OH-). Os íons
hidroxila combinam-se aos íons hidrogênio (H+) para formar água. A produção de H2CO3 reduz
o teor de H+ no sangue, com consequente elevação do pH. A regulação respiratória do equilíbrio
ácido-base é feita exclusivamente através da regulação do CO2. Alterações da ventilação no
oxigenador, podem produzir quebra daquele balanço e interferir com o metabolismo celular.
Os sistemas tampões podem atuar em fração de segundo para impedir a alteração excessivas na
concentração de íons-hidrogênio. É preciso 1 a 12 minutos para que o sistema respiratório possa
fazer mudanças e um dia ou mais para realizar ajustes adicionais crônicos.

4 REGULAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL H+ e HCO3


Os rins controlam o pH do sangue ajustando a quantidade de HCO3 (Bicarbonato de sódio), que
é excretado ou reabsorvido. A reabsorção de HCO3 é equivalente a excreção de H+ (Hidrogênio)
livre, a manipulação do ácido base renal pode acontecer em horas e até dias.
Todo HCO3 é filtrado a medida que atravessa o glomérulo, e a reabsorção acontece no túbulo
proximal em menor quantidade no túbulo coletor. O H2O dentro da célula tubular distal se
separa em H e OH (Hidróxido), e na presença da anidrase carbônica (Enzima importante no
transporte de CO2 e controla o pH do sangue) o OH se combina ao CO2 para formar então o
HCO3 que retorna aos capilares Peri tubulares, quando o H é secretado no lúmen tubular e se une
ao HCO3, ele é filtrado livremente, para então se tornar CO2 e H2O, que também serão
reabsorvidos de modo que serão criados de novo e não serão os mesmos que já foram filtrados.
Quando se diminui o volume circulante (No caso de tratamento com diurético) se aumenta a
reabsorção de HCO3. A elevação do PTH (Hormônio produzido na paratireoide), em resposta da
carga ácida ocorre a diminuição de reabsorção do HCO3.
O aumento da PCO2, leva a maior reabsorção de HCO3, enquanto a perda do cloro leva ao
aumento da reabsorção de Na e da geração de HCO3 no túbulo proximal.
O ácido é excretado ativamente nos túbulos proximais e distais, onde se associa a tampões
urinários, primeiramente fosfato, creatina, ácido úrico e amônia, para serem excretados para fora
do corpo.
O pH do sangue arterial é o principal que determina a secreção ácida, mas a excreção também é
influenciada pelos níveis de potássio, cloro e aldosterona. A concentração do potássio dentro da
célula e a secreção de Hidrogênio estão igualmente relacionadas.
5 REFERÊNCIAS

BARBOSA ÉVORA, Paulo Roberto; VICENTE GARCIA, Luís. Alterações do Equilíbrio


Ácido-Base. REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA DO PH. USP, v. 1, p. 313, 2008. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4606179/mod_resource/content/1/Material%20comple
mentar.pdf

ALTERAÇÕES do Equilíbrio Ácido-base. REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA DO PH, UFSC, v.


17, p. 282-286, julho 2011. Disponível em: https://ppgbqa.ufsc.br/files/2011/07/material-para-
estudo-de-Equilibrio-acido-base.pdf. Acesso em: 5 mar. 2023.
Xavier, Ricardo, M. et al. Laboratório na Prática Clínica: consulta rápida. 3ª edição, Porto Alegre
: Artmed, 2016.
Brunner, Lillian, S. et al. Exames Complementares. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2011
Furoni, et al. Distúrbio do equilíbrio ácido-básico. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 12, n. 1,
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Piva, et al. Distúrbio do equilíbrio ácido-básico. Jornal de Pediatria - Vol. 75, Supl.2, 1999 •
Évora e Garcia. Equilíbrio ácido-base. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (3): 301-11
• Gomes e Pereira. Interpretação de gasometria arterial. Vittalle – Revista de Ciências da Saúde
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James L. Lewis II distúrbio Ácidobase, Manual MSD (online), julho 2021.


(https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-
metab%C3%B3licos/regula%C3%A7%C3%A3o-e-dist%C3%BArbios-%C3%A1cido-
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