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Escola de Enfermagem
Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica
ENC0250 – ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO EM CUIDADOS CRÍTICOS
O equilíbrio entre ácidos e bases faz parte da homeostasia do meio interno, que
procura manter a [H+].
ALCALOSE
NORMAL
MORTE
ACIDOSE
MORTE
• Os pulmões são responsáveis pelo controle dos níveis séricos de CO2, produto do
metabolismo celular (ácido volátil) que, quando dissolvido em água, transforma-se em ácido
carbônico (H2CO3).
• Os rins excretam os ácidos não voláteis e regulam o nível sérico de bicarbonato (HCO3-) por
meio da reabsorção tubular do HCO3 filtrado e da excreção, pela secreção de íons H+.
O tampão MAIS importante do sangue utiliza o bicarbonato (um composto básico) que se
encontra em equilíbrio com o dióxido de carbono (um composto ácido).
À medida que MAIS ácido ingressa na corrente sangüínea, mais HCO3 e menos CO2 são
produzidos.
À medida que mais base entra na corrente sangüínea, mais dióxido de carbono e menos
bicarbonato são produzidos. Em ambos os casos, o efeito sobre o pH é minimizado.
Por isso, o HCO3 encontra-se em equilíbrio com o CO2 dissolvido no plasma e comporta-
se como sistema tampão
Mecanismo para manter nível de pH no sangue
O sistema tampão bicarbonato/ácido carbônico é o principal mecanismo de
controle do pH extracelular:
- Elimina ou reabsorve o HCO3- pelos rins
- Expele ou retém CO2 - pelos pulmões
↑FR → a concentração sérica de dióxido de carbono diminui → sangue torna-se mais básico.
↓FR → a concentração sérica de dióxido de carbono aumenta → sangue torna-se mais ácido.
ENQUANTO
O pH SERÁ
MANTIDO
Margotto, PR ESCS/ SES/DF
• A caracterização de qualquer distúrbio necessita basicamente de três variáveis: pH, pCO2
e HCO3
• De modo semelhante, uma alteração primária na pCO2 determina uma resposta renal
que altera a concentração de HCO3 no LEC.
• A compensação sempre ocorre na mesma direção do distúrbio primário, por exemplo, se a
concentração de HCO3 diminui por conta de uma acidose metabólica, a compensação
respiratória se manifesta por diminuição da pCO2 (hiperventilação)
Acidose metabólica
Déficit e excesso
da base
Alcalose metabólica bicarbonato
Alcalose respiratória
Déficit e excesso
de dióxido de
Acidose respiratória. carbono
Diagnóstico diferencial dos distúrbios
ácido - básicos
• pH – 7,35 a 7,45
• pO2 – 80 a 100mmHg
• pCO2 – 35 a 45 mmHg
• HCO3 – 22 a 26 mEq/L
• SatO2 – 95 a 98%
• Excesso de base (BE) –2,5 a + 2,5 mEq/L
pH – determinar se está presente acidose ou alcalose. pH normal não indica necessariamente a
ausência de um distúrbio ácido-básico, depende do grau de compensação.
PO2 – exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares , e
depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo (PaO2), da capacidade de
difusão pulmonar desse gás. Alterações desses fatores constituem causas de variações da PaO2.
• Em condições normais, 97% do O2 transportado dos pulmões para os tecidos são carreados pela
hemoglobina, no interior das hemácias, e o restante encontra-se dissolvido na água do plasma e
das células. A PaO2 refere-se ao O2 dissolvido no plasma e é medida em mmHg.
• A SatO2 normal que alcança o átrio esquerdo é de 98% → bom indicativo da disponibilidade
total de O2 para as células.
PCO2 – componente respiratório que é avaliado pela quantidade de ácido carbônico (H2CO3)
existente no sg arterial. O H2CO3 existe quase completamente na forma de gás carbônico (CO2) e
água (H2O). A sua qtde portanto pode ser determinada pela pressão parcial de dióxido de
carbono no sg arterial (PaCO2).
• PaCO2 – a pressão parcial de CO2 no sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar,
sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade desse gás:
• ↑ PCO2 - hipoventilação → retenção de CO2 no sangue → insuficiente eliminação de CO2 nos
alvéolos pulmonares.
• ↓ PCO2 – hiperventilação → excessiva eliminação de CO2 do sangue → hiperventilação
pulmonar.
• Se o BE for negativo e menor que -2,5mEq/l , significa que há uma diminuição de bases, ou
seja, o organismo perdeu bases, devido a um distúrbio metabólico primário ou
compensatório.
• O BE não se altera nos distúrbios respiratórios agudos, pois não há tempo hábil para resposta
compensatória renal.
Acidose Respiratória
Fisiopatologia Qualquer diminuição súbita de ventilação originando acúmulo de CO2 –
hipoventilação alveolar
Hipoventilação → hipercapnia (PCO2>45mmHg)
• pH < 7,35
• PCO² > 45 mm Hg
• PO² < 80 mm Hg
• Sat O² < 98%
• HCO³ > 26 mEq/l (se compensado)
Acidose Respiratória
• A acidose respiratória é a acidez excessiva do sangue causada por um acúmulo de dióxido de carbono
no sangue em decorrência de uma má função pulmonar ou de uma respiração lenta. A velocidade e a
profundidade da respiração controlam a concentração de dióxido de carbono no sangue.
Normalmente, quando o dióxido de carbono acumula-se, o pH sangüíneo cai e o sangue torna-se
ácido.
• pH > 7,45
• PCO² < 35 mmHg
• PO²normal
• Sat O² normal
• HCO³ < 22 mEq/l (se compensado)
Alcalose Respiratória
• pH < 7,35
• PCO² < 35 mmHg (se compensado)
• PO² normal ou aumentada (com respirações profundas e rápidas)
• SatO² normal
• HCO³ < 22 mEq/l
Acidose metabólica
• pH > 7,45
• PCO² > 45 mm Hg (se compensado)
• PO² normal
• Sat O² normal
• HCO³ > 26 mEq/l
ALCALOSE METABÓLICA
• A alcalose metabólica é uma condição na qual o sangue é alcalino devido a uma concentração
anormalmente ALTA de bicarbonato. A alcalose metabólica ocorre quando o corpo perde ácido em
excesso. Por exemplo, ocorre uma perda considerável de ácido gástrico durante os períodos de
vômito prolongado ou por cateter gástrico (COMO é algumas vezes realizado em hospitais,
sobretudo após cirurgias abdominais). Em raros casos, a alcalose metabólica ocorre em um
indivíduo que ingeriu uma quantidade excessiva de substâncias alcalinas (p.ex., bicarbonato de
sódio). Além disso, a alcalose metabólica pode ocorrer quando a perda excessiva de sódio ou de
potássio afeta a capacidade dos rins de controlar o equilíbrio ácido- básico do sangue.
Intervenções de Enfermagem
Promoção do equilíbrio ácido-básico e prevenção de complicações resultantes de níveis séricos de
HCO3 mais elevados do que o desejado
PASSO 1 – Verificar o pH
pH < 7,35 = o transtorno primário é uma acidose
pH > 7,45 = o transtorno primário é uma alcalose
1. Interpretação do pH
Quando o pH está aumentado Alcalose
Quando o pH está diminuído Acidose
pH normal equilíbrio ou distúrbio que já foi compensado
2. Interpretação do tipo de distúrbio
pCO2 distúrbio respiratório
HCO3 distúrbio metabólico
pCO2 e HCO3 alterados em sentidos opostos – distúrbio misto
• Explicar o objetivo do
procedimento e como ele é
efetuado aos pacientes e
acompanhantes. Dê-lhes tempo
para que coloquem questões e
expressem preocupações.
Procedimentos
Ângulo para puncionar a
arteria:
• Radial
• Braquial
• Femural
• Pediosa
Procedimentos
• Realizar antissepsia com álcool
70%
Comprima firmemente a
artéria no mínimo durante 5
minutos
Cuidados Subsequentes
• Registrar se o paciente está
em VM, e a quantidade de O2.
• Transportar a amostra
imediatamente (processa-la
dentro de 15 minutos)
Fatores que afetam os resultados
• A não imersão da amostra em • O armazenamento da amostra à
recipiente com gelo seco pode temperatura ambiente acelera a
resultar em REDUÇAO do pH e da queda do pH
PO2
• Período de tempo prolongado
• A não expulsão da HEPARINA da entre a coleta e o exame pode
seringa antes da coleta da resultar em redução do pH
amostra pode resultar em redução
do pH, PCO2 PO2
Fatores que afetam os resultados
Teste de Allen
https://www.youtube.com/watch?v=f77_W-ZDjmU
PAI – pressão arterial invasiva
Gasometria venosa x Gasometria arterial
• A principal diferença é a pressão parcial de oxigênio que no sangue venoso é menor
que a metade do sangue arterial. O sangue venoso, portanto, não deveria ser usado
na avaliação da oxigenação. A gasometria arterial avalia os parâmetros ventilatórios.
• A gasometria venosa é realizada como segunda opção quando a coleta na artéria não
é possível, sendo feita a coleta na veia.
Caso Clínico – COVID-19
• ID: DD, masculino, 25 anos, natural e procedente de São Paulo- SP.
• Queixa principal: “Falta de ar” há 3 dias.
• HDA: Paciente com queixa de cansaço e dispneia progressiva há 3 dias, agora aos
mínimos esforços. Relata tosse seca e febre não aferida no período. Nega outras
queixas associadas. Nega contato com pessoas apresentando sintomas similares.
• Exame físico:
• Dados vitais: PA: 120/70mmHg; FC: 120bpm; FR: 15mpm; SatO2: 93%; Temp: 38,2°C
• Geral: REG, corado, hidratado, acianótico e anictérico.
• AR: MV com sibilos expiratórios difusos e discretos.
• ACV: Taquicárdico, BRNF em 2T s/ sopros. ABD: sem alterações.
• EXT: bem perfundidas, sem edemas.
• Neurológico: sem déficits focais aparentes.
Caso Clínico – COVID-19
Exames complementares para suspeita de covid-19
Tomografia de tórax:
Múltiplas opacidades de aspecto consolidativo, com predomínio subpleural e
comprometimento multilobar, apresentando áreas com atenuação em vidro fosco no
parênquima circunjacente, sugestivas de processo inflamatório/infeccioso pulmonar,
não sendo possível descartar possibilidade de infeção por SARS-CoV-2 diante do
contexto clínico.
Miranda MPF. Distúrbios no equilíbrio ácido-base. In: Padilha et al (Orgs). Enfermagem em UTI: cuidando do
paciente crítico. São Paulo: Manole, 2010. Cap 32, p. 730-744.
Oliveira LB; Campanili TCGF. Exames laboratoriais em Unidade de Terapia Intensiva. In: Lopes JL e Gengo RCG.
Interpretação de Exames laboratoriais: guia prático para enfermeiros e estudantes de enfermagem. Rio de
Janeiro: Águia Dourada. 2015. Cap17, p. 333- 339.