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das alterações do
equilibrio ácido-base
- Regras práticas -
I - CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Glossário
H+ hidrogenião
[H+] concentração de hidrogeniões
HCO3- ou HCO3 ião bicarbonato
[HCO3-]p concentração plasmática de bicarbonato
PaCO2 pressão parcial de anidrido carbónico no sangue arterial
Cl- ou Cl ião cloro
Na+ ião sódio
a-b ácido-base
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
Em estado de equilíbrio, a relação entre estes compostos pode ser exprimida pela
equação de Henderson:
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
O processo inicial responsável por cada uma destas quatro alterações principais do
equilíbrio ácido-base (acidose e alcalose metabólicas e acidose e alcalose
respiratórias), provoca não só uma mudança da acidez plasmática, mas também o
início de uma série de processos fisiológicos secundários de resposta, que vão alterar
o valor do outro membro-par do sistema tampão bicarbonato; por outras palavras, as
alterações metabólicas induzem respostas secundárias ventilatórias que alteram a
PaCO2, enquanto que as alterações respiratórias induzem respostas secundárias
renais que vão alterar a [HCO3-]p (quadro II).
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
Baseados nestes quadros clínicos, a obtenção dos gases no sangue pode dar o
diagnóstico correcto na maior parte das situações. Raramente, os valores de pH,
PaCO2 e HCO3 podem estar dentro dos limites da normalidade e mesmo assim
haver alteração do equilíbrio ácido-base: é o caso das situações mistas (acidose
respiratória e alcalose metabólica no mesmo doente, por ex.).
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
base são as que se encontrariam em condições normais. Estas respostas são bem
previsíveis e estão definidas no quadro IV.
Ao aplicar este quadro (ou, em seu lugar, um nomograma baseado nas mesmas
relações) deverão ter-se em mente vários pontos cruciais:
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
ACIDOSE METABÓLICA
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
A administração de bicarbonato de sódio deve ser por via e.v. utilizando os dois tipos
de soluções ao nosso dispôr: uma solução isotónica a 1,4% (com uma concentração
de 167 mmol/L de HCO3- e Na+), ou, no caso de haver contraindicação para
administração de grandes volumes líquidos, uma solução hipertónica a 8,4% (com
uma concentração de 1000 mmol/L de HCO3- e Na+). Deve infundir-se cerca de
metade da dose calculada nas primeiras 3-4 horas (caso não haja insuficiência
cardíaca) e o resto durante as 12 horas seguintes, parando quando o pH sérico
atinge o valor de 7,20, e deixando os processos regulatórios do organismo
normalizar progressivamente a concentração de H+ do sangue.
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ALCALOSE METABÓLICA
A correcção de K+ obtém-se administrando este ião sob forma e.v. (10-60 mEq em
cada litro de soro) e/ou oral (comprimidos de 8 mEq) sendo a rapidez de
administração dependente da sua concentração sérica: se K+<2 mEq com alterações
do ECG, dar até 40 mEq/hora em soluções não glucosadas; nas outras situações,
dar 10 mEq/hora e.v. mais suplementos orais, num total que não deve ser superior a
200 mEq/dia.
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
No caso dos doentes em que a terapêutica com ClNa é contraindicada por excesso
de volume intravascular, pode corrigir-se a alcalose utilizando a acetazolamida
(LEDIAMOX ®), em doses de 250-500 mg per os ou e.v. de 8/8 horas. Perante uma
alcalose metabólica severa (pH>7.60) por exemplo em doentes com encefalopatia
hepática, arritmias, intoxicação digitálica, alterações do SNC e contraindicação à
terapêutica parentérica com ClNa, dever-se-á iniciar terapêutica com ácido,
utilizando uma infusão hipertónica de cloreto de amónio a 2% (contendo 374 mEq de
Cl- e de NH3 por litro). A quantidade teórica de ácido a infundir pode ser calculada
através da seguinte fórmula:
A [HCO3]p desejada situa-se à volta dos 26-28 mEq/L, e deve ser corrigida apenas
até se obter um valor mediano entre o medido e o desejado, deixando os
mecanismos fisiológicos corrigir o resto.
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
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ALCALOSE RESPIRATÓRIA
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Equilíbrio Ácido-base – A. Vaz Carneiro
Para isso, dever-se-á converter o pH em [H+], utilizando uma tabela própria ou, em
alternativa, pode-se obter esta conversão utilizando a seguinte mnemónica: a um pH
de 7,40 corresponde uma [H+] de 40 nEq/L; entre pH 7,20 e 7,50, cada mudança de
0,01 no pH corresponde uma mudança de [H+] de 1 nEq/L, na direcção oposta. Por
ex.: a um pH de 7,41 corresponde uma [H+] de 39, e a um pH de 7,39 corresponde
uma [H+] de 41 (e assim por diante).
4º. Calcular o grau de compensação que se espera encontrar, utilizando o quadro IV.
5º. Comparar a mudança da concentração sérica de Na+ com Cl, o "anion gap" com
a concentração sérica de bicarbonato e o Cl- com [HCO3-]p.
7º. Decidir do tratamento da situação de base ou dos valores séricos (se extremos)
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IV - BIBLIOGRAFIA
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