Você está na página 1de 5

Gasometria

Michelle Caillaux Magalhaes

O nosso sistema tenta manter a homeostase em tudo. O PH normal varia de 7,35 a 7,45. Temos
esse valor porque as reações metabólicas acontecem melhor nesse PH.

Sistema tampão: corrige o ph para manter dentro do valor. Se o sangue estiver ácido a
hemoglobina e o osso capta H+ e corrigi o valor, mas não é eficiente e sim, o mais rápido. Porém
quem mantem o equilíbrio são os pulmões e os rins.

Se o organismo está produzindo muito ácido, o rim sadio, lança o excesso de acido para fora e
compensa reabsorvendo bicarbonato, o mesmo ocorre se o organismo estiver em alcalose, o
rim manda bicarbonato para fora e retem H+.

Os pulmões quando o organismo tem excesso de acidose, ele corrige jogando excesso de ácido
para fora, passa a respirar mais vezes por minuto (taquipneia) para aumentar o volume minuto,
quanto mais respira, mais troca se faz e “lava” o CO2.

*Se tem uma acidose metabólica o rim começa a reter bicarbonato e o pulmão fazer mais trocas
gasosas ficando taquipneico.

Diante de um paciente com taquipneia e queixando dispneia acidose pode ser um diagnóstico
diferencial, colocando a gasometria como um dos exames laboratoriais para verificar se tem
distúrbio ácido básico e verificar o PO2.

Gasometria = é um exame que mede o PH \ PO2\ PCO2 e outros parâmetros que ajuda a
entender se o sistema tampão está funcionando corretamente.

O sangue da gasometria pode ser colhido diretamente da artéria ou de alguma veia. O mais
utilizado é da artéria radial.

Gasometria venosa muda somente o valor de PO2 que é menor

BE= Base Excess (excesso de base) – são bases que não consegue dosar individualmente, são
todas as bases somadas exceto o bicarbonato. Normal varia de -2 a +2

Quando tem uma acidose metabólica, consumimos base para compensar a acidose, logo, o BE
está negativo.

Quando se tem uma alcalose metabólica o BE vem com valor mais positivo.
INTERPRETAÇÃO DA GASOMETRIA

Qual o pH?
Acidose: pH < 7,35
Alcalose: pH > 7,45

Qual o distúrbio primário?

Acidose com pCO2 alta – Acidose Respiratória


Acidose com HCO3 baixo – Acidose Metabólica PCO2 = 35-45
Alcalose com pCO2 baixa – Alcalose Respiratória
HCO3 = 22- 26
Alcalose com HCO3 alto – Alcalose Metabólica
BE = -2 +2
5

PH 7,11 \ HCO3 15 \ PCO2 22 \ PO2 80 \ BE -4

Se é Acidose só pode ter PCO2 alto ou HCO3 baixo, nesse caso o HCO3 está baixo, logo Acidose
metabólica.

• Se o PCO2 está alto quem gerou a confusão foi o respiratório


• Se o bicarbonato está baixo quem gerou a confusão foi o metabólico

PH 7,11 \ HCO3 35 \ PCO2 80 \ PO2 80 \ BE -5

Se é Acidose só pode ter PCO2 alto ou HCO3 baixo, nesse caso o PCO2 está alto, logo Acidose
respiratória.

PH 7,56 \ HCO3 10 \ PCO2 20 \

Se o PH é básico logo é alcalose só pode ter PCO2 baixo e HCO3 alto aqui o PCO2 está baixo,
logo, alcalose respiratória

PH 7,56 \ HCO3 40 \ PCO2 35 \

Alcalose metabólica pois o bicarbonato está alto e para ser alcalose só pode ter bicarbonato alto
ou PCO2 baixo.

Raciocinar

➢ Se tem um paciente com acidose metabólica a tendência é ficar mais taquipneico para
jogar PCO2 para fora. Quem vai tentar compensar é o respiratório, ou seja, você tenta
hiperventilar para compensar.

➢ Um paciente com cetoacidose diabética ele terá a gasometria PH 7,11 \ HCO3 15 \ PCO2
mantendo um PH acido e um HCO3 baixo \Acidose metabólica

➢ Um paciente com cetoacidose diabética ele tende a “lavar” mais vezes o CO2, ou seja,
colocar para fora.
Acidose metabólica

Na Acidose metabólica a tendencia é cair o PCO2 e tem como saber a quantidade que deve cair
para compensar e para saber precisamos usar a fórmula do PCO2 esperado.

ACIDOSE METABÓLICA ⇒ pCO2 esperado: (1,5 x HCO3 + 8 ) +-2

O Bicarbonato que usa para o cálculo é da gasometria Ex:

PH 7,05 \ HCO3 16 \ PCO2 22

1,5 X 16+8 =

24 + 8 = 32

Esperado será entre 30 e 34 (lembrando do mais ou menos 2) ou seja minha faixa de PCO2 é
entre 30 e 34.

Se o PCO2 que achei na gasometria foi 22 e o esperado era entre 30 e 34 isso significa que ele
“lavou”, hiperventilou e baixou o PCO2 mais do que deveria.

Distúrbio Único ou simples

Quando o PCO2 encontrado está na faixa é considerado distúrbio único e acidose é metabólica,
ou seja, ele hiperventilou o que deveria e normaliza o PH

Distúrbio misto

PCO2 fora do esperado. Usei a fórmula e encontrei um valor, quando olho o valor da gasometria
está fora daquilo que encontrei aí é considerado misto.

Exemplos

PH 7,04 \ PCO2 30 \ HCO3 18

1,5 X HCO3 +8 =

1,5 x18 + 8 =

27+ 8 = 35 PCO2 esperado é entre (33 até 37). Como o PCO2 da gasometria é 30 está fora do
esperado logo é misto

➢ Essa gasometria é mista sendo acidose metabólica e uma alcalose respiratória pois o
PCO2 está abaixo do valor esperado

Se o PCO2 está abaixo do esperado é chamado de distúrbio misto acidose metabólico e alcalose
respiratória

Se o PCO2 está acima do esperado é chamado de distúrbio misto acidose metabólico e acidose
respiratória

PH 7,05 \ PCO2 22 \ HCO3 8

Acidose metabólica pois o HCO3 está baixo


1,5 x 8 + 8 = (metade de 8 é 4 \ 4+ 8 =12)

12 + 8 = 20 o PCO2 esperado é (18 a 22) o da gasometria deu 22 logo é uma acidose metabólica
único não mista e não é compensada e sim parcialmente compensada pois o PCO2 compensou,
mas o PH ainda está acido

Se o problema é metabólico o distúrbio primário está no bicarbonato, quem vai compensar é o


PCO2 logo todo problema metabólico precisa calcular o PCO2 esperado (usar a fórmula)

ACIDOSE METABÓLICA COM ÂNION GAP (Valor normal: entre 8 e 12)

Principal acido que existe no organismo é o ácido carbônico. Ânion Gap dosa os excessos de
acido que não consegue dosar separadamente., direciona a causa da acidose.

Causas de acidose acorre em duas situações:

• Causas Acidose metabólica com ânion-gap normal, ou seja, está consumindo e


excretando bicarbonato
✔Perda gastrointestinal de bicarbonato.
✔ Perda renal de bicarbonato.
✔ Substâncias acidificantes.
✔ Hiperalimentação.
• Causas Acidose metabólica com ânion-gap aumentado, ou seja, está só consumindo
bicarbonato
✔ Acidose lática.
✔ CAD.
✔ Uremia.
✔ Toxinas.
✔ Jejum prolongado.

Exemplos

1-PH 7,01 \PCO2 70\ HCO3 50 \BE +7 Sat 80%

Acidose respiratória – pose ser uma gasometria de um DPOC avançado retentor crônico

DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica, paciente tem dificuldade de expirar tem
dificuldade de exalar o co2, logo retem. Para sobreviver, ele compensa retendo bicarbonato. O
HCO3 do paciente DPOC é muito mais alto que de uma pessoa normal.

Paciente DPOC exacerbado aumenta o PCO2 até o rim compensar o paciente faz acidose
respiratória

Quem define se é retentor crônico ou não é o BE, pois o retentor crônico tem muita base logo é
muito positivo

O sistema respiratório é controlado pela área do cérebro chamado bulbo, que no DPOC passa a
acostumar com o paciente saturando 88% a 92%, se eleva a saturação acima desse valor o bulbo
para de funcionar pois entende que tem muito O2 e segura o diafragma. O paciente passa a
reter muito CO2 e faz acidose no paciente e leva a morte.

Causa do óbito: acidose respiratória

Motivo: Excesso de O2

Se o paciente é retentor crônico, NUNCA de muito oxigênio para ele e para confirmar se é
crônico ou não, olhar BE que estará aumentado e o PCO2 aumentado ou o paciente contar
quanto satura
2-PH7,11 \ PCO2 70 \HCO3 20 \BE+2, (ACIDOSE RESPIRATORIA AGUDA NÃO RETENTOR
CRONICO)

Acidose respiratória – pose ser uma gasometria de um DPOC avançado não retentor crônico

O retentor crônico tem muita base (BE) logo é muito positivo, nesse caso o BE está normal então
não é retentor crônico

Aqui é uma gasometria de um paciente agudo pois ainda não teve tempo de reter o HCO3. Aqui
precisa tratar com VNI que exala o CO2 e tira da acidose. Nesse caso não dá o bicarbonato pois
ele junta com a água no sangue e o resultado da mais CO2 e é o que ele não precisa, trata-se a
causa base e nesse caso é a retenção de CO2 e coloca na VNI.

Você também pode gostar