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FISIOTERAPIA EM UTI
Aula 05: Avaliação fisioterápica do
paciente crítico
2. OBJETIVOS:
a) Descrever a gasometria arterial;
b) Identificar as alterações e avaliar as possíveis causas.
No ambiente de terapia intensiva, a gasometria arterial é um exame de grande relevância para nortear
procedimentos da equipe multiprofissional no que tange a manutenção do equilíbrio acidobase.
Tendo a mecânica do sistema respiratório um papel peculiar na homeostase das pressões gasosas no
sangue, o fisioterapeuta intensivista precisa conhecer o processo da respiração associando às alterações
presentes nas estruturas pulmonares, a fim de que possa analisar, avaliar e concluir de forma segura, a
intervenção fisioterapêutica propícia para cada caso, onde a gasometria arterial é uma ferramenta
indispensável para direcionar as decisões deste profissional.
Oscilações nos Hᶧ causam alterações da permeabilidade nas membranas e nas funções enzimáticas
celulares. Os pacientes com disfunção de órgãos frequentemente apresentam alterações no
equilíbrio acidobase.
A regulação do hidrogênio nos sistemas enzimáticos do organismo são essenciais, pois qualquer
alteração que ocorra na sua concentração tem influência direta nas funções celulares corporais.
Uma pessoa entra em acidose quando o pH está abaixo de 7,35 e em alcalose quando está acima de
7,45. Os limites de pH compatíveis com a vida do ser humano situam-se entre 6,8 e 8,0.
Existem três sistemas primários que regulam a concentração de
hidrogênio nos líquidos corporais para evitar acidose ou alcalose:
• Os sistemas tampão químicos acidobase dos líquidos corporais,
que se combinam imediatamente com ácido ou base para evitar
alterações excessivas na concentração de hidrogênio;
• O centro respiratório, que regula a remoção de CO₂ e do líquido
extracelular;
• Os rins, que podem excretar tanto urina ácida como alcalina,
reajustando a concentração de Hᶧ no líquido extracelular para
níveis normais durante a acidose ou alcalose.
É importante ressaltar que o valor de bicarbonato expresso na gasometria não é medido diretamente e
sim calculado através da equação de Henderson-Hasselbach, usando os valores de pH e pressão parcial
de gás carbônico (PaCO₂).
O transporte de CO₂ exerce um profundo efeito sobre o equilíbrio acidobásico do sangue e do organismo
como um todo. O pulmão excreta mais de 10.000mEq de ácido carbônico por dia, comparados com
menos de 100mEq de ácidos fixos pelo rim.
Por essa razão, alterando a ventilação alveolar e assim a eliminação de CO₂. O pH resultante da solução do
CO₂ no sangue, e da consequente dissociação do ácido carbônico, é dado pela equação de Henderson-
Hasselbalch.
Mudanças na produção de CO₂ são acompanhadas por alterações correspondentes na ventilação alveolar.
A medida da Pressão Parcial de Gás Carbônico (PCO₂) reflete, então, a ventilação alveolar (troca gasosa).
A avaliação de um paciente com distúrbio acidobásico deve iniciar com uma gasometria.
A interpretação deve ser feita em 3 etapas:
• Na primeira etapa, realiza-se a leitura e a interpretação do pH, para efeitos de definição de distúrbio
primário, sua faixa de normalidade situa-se entre 7,35 a 7,45;
• Na segunda etapa, já sabendo qual a alteração primária, deve-se fazer a leitura e a interpretação do
PCO₂. A normalidade situa-se entre 35 e 45;
• Na terceira etapa, faz-se a leitura e a interpretação do HCO₃. A faixa encontra-se entre 22 e 26mEq/l.
ACIDOSE METABÓLICA
É um distúrbio do equilíbrio acidobase caracterizado por níveis plasmáticos reduzidos de pH e bicarbonato.
A PaCO₂ costuma estar diminuída como consequência da hiperventilação compensatória, que é uma
resposta dos pulmões para combater a acidose.
A acidose metabólica pode resultar de acúmulo de ácido (ingestão, aumento da produção endógena,
redução da excreção) ou perda de base (bicarbonato).
• Ingestão: salicilato, metanol;
• Aumento da produção endógena: acidose lática, cetoacidose diabética;
• Redução da excreção: insuficiência renal;
• Perda de base: perda gastrintestinal (fístula digestiva, diarreia), perda urinária (acidose tubular renal).
A acidose metabólica pode ser dividida em dois grupos, segundo o ânion gap (AG).
Cálculo do AG = Sódio – (Cloro + Bicarbonato)
• Valores normais: 8 – 16
• Acidose metabólica com AG aumentado é resultado de acúmulo de ácidos orgânicos – acidose lática,
cetoacidose diabética, uremia, intoxicação por salicilato e metanol.
• Acidose metabólica com AG normal é resultado da perda de base – diarreia, fístula digestiva, acidose
tubular renal.
• Os pacientes com acidose metabólica e AG normal ainda podem ser divididos em dois grupos,
dependendo do AG urinário.
• Acidose metabólica com AG urinário for negativo (número inferior a zero), a acidose metabólica
provavelmente é secundária a perdas gastrintestinais de bicarbonato. Se for positivo, deve estar
relacionado com a perda renal de bicarbonato.
Os sinais e sintomas de acidose metabólica são geralmente os da doença de base. Os pacientes podem
apresentar taquipneia para eliminar CO₂ na tentativa de compensar a acidose. A acidose severa diminui a
contractilidade do miocárdio, reduz a atividade de aminas vasoativas e provoca vasodilatação com
consequente hipotensão arterial.
ALCALOSE METABÓLICA
A alcalose metabólica pode causar confusão mental, parestesia, tetania e crises convulsivas.
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
pH sanguíneo:
Compensação do pH:
• Compensado: pH estará dentro dos valores fisiológicos. Porém, ainda podemos ter alterações nos níveis
fisiológicos da PaCO₂ e/ou bicarbonato;
• Descompensado sem via de compensação: pH estará com alterações em seu nível fisiológico e os níveis
de PaCO₂ e bicarbonato também estarão alterados;
• Descompensado em via de compensação: pH estará com alterações em seu nível fisiológico e os níveis
de PaCO₂ e bicarbonato também estarão alterados e, quando realizado os cálculos de PaCO2 ou
bicarbonato esperados, estes estarão dentro do esperado.
Origem do distúrbio:
• Respiratório: o início do distúrbio foi no aumento (causando a uma acidemia) ou diminuição (causando a
uma alcalemia) da PaCO₂;
• Metabólico: o início do distúrbio foi no aumento (causando a uma alcalemia) ou diminuição (causando a
uma acidemia) do bicarbonato HCO₃-;
• Misto: o início do distúrbio foi no aumento do HCO₃- e diminuição da PaCO₂ (causando a uma alcalemia)
ou diminuição do HCO₃- e aumento da PaCO₂ (causando a uma acidemia).
• Na hipocapnia de longa duração, a eliminação renal de bicarbonato está aumentada, levando a correção
do pH do sangue. A alcalose respiratória compensada apresentará um pH normal ou próximo do normal
com níveis de bicarbonato baixos.
Diferença alvéolo-arterial
de oxigênio:
• PaO₂;
• FiO₂;
• Shunt;
• Espaço morto alveolar;
Distúrbio eletrolíticos:
• Interpretação de
resultados
bioquímicos. AVANCE PARA FINALIZAR
A APRESENTAÇÃO.
AULA 05: AVALIAÇÃO FISIOTERÁPICA DO PACIENTE CRÍTICO