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Teorias da Administração: Resumo Completo!

Teorias da administração e suas variáveis

É sabido que a administração possui uma grande amplitude de matérias, o que


faz com que a disciplina receba diferentes contribuições, bem como possui
diferentes autores e os mais variados enfoques. Todas as teorias da
administração são válidas, apesar de que cada autor valoriza uma ou mais
variáveis de sua própria teoria. De fato, é correto afirmar que cada conceito
surgiu como uma resposta para os problemas industriais e corporativos de sua
época, mas também é certo dizer que todas foram muito bem-sucedidas ao
apresentarem soluções específicas para os problemas enfrentados.
É correto dizer que todas as teorias administrativas são aplicáveis ás situações
corporativas do mundo moderno e o administrador precisa conhecê-las bem,
para ter a sua disposição anos de conhecimento que irão lhe proporcionar
alternativas adequadas para a solução dos problemas. Na administração
existem seis variáveis fundamentais, que são: a tarefa, estrutura, pessoas,
tecnologia, ambiente e competitividade. O comportamento desses
componentes é sistêmico e bastante complexo, onde cada um influencia e é
influenciado pelos outros. As teorias da administração existem justamente
para ajudar no entendimento e integração dessas variáveis. Esse é o principal
desafio da administração de empresas.

As principais teorias da administração, escolas e


autores.
1. Administração Científica (1903): Também conhecida como Taylorismo,
a administração científica foi criada por Frederick Winslow Taylor e se baseia
na aplicação do método científico na administração. Ela faz parte da escola
clássica da administração e possui ênfase nas tarefas, buscando a
racionalização do trabalho no nível operacional, ou seja, visa garantir o
melhor custo/benefício aos sistemas produtivos. Taylor propôs a
racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos, o
qual possuía cinco princípios fundamentais, que são: planejamento, preparo,
execução, cargos e tarefas e padronização.

2. Teoria da Burocracia (1909): Seu autor foi Max Weber, um jurista e


economista alemão que também é considerado um dos fundadores da
sociologia. A teoria da burocracia de Weber possui fundamentos na
racionalidade, o qual visa a análise de maneira formal e impessoal. Essa teoria
possui grande ênfase na eficiência e eficácia, apresentando relações mais
autoritárias e normativas. Dentre suas principais características podemos
destacar: a autoridade, formalidade, impessoalidade, hierarquia e divisão do
trabalho.

3. Teoria Clássica (1916): Também conhecida por Fayolismo, a teoria clássica


da administração surgiu na Europa junto com o advento da Revolução
Industrial. Ela foi idealizada por Henri Fayol e se caracterizava pela ênfase na
estrutura organizacional, pela busca da máxima eficiência e pela visão do
homem econômico. Junto com sua teoria, Fayol também elencou 14 princípios
que para ele eram fundamentais. Foram eles: divisão do trabalho, autoridade
e responsabilidade, unidade de comando, unidade de direção, disciplina,
remuneração, interesses gerais, centralização, hierarquia, ordem, equidade,
estabilidade, iniciativa e espírito de equipe.

4. Teoria das Relações Humanas (1932): Trata-se de um conjunto de teorias


administrativas que ganharam força com a Grande Depressão. Teve origem
nos Estados Unidos, como resultado da Experiência de Hawthorne, liderada
por Elton Mayo. A teoria das relações humanas ganhou força a partir do
momento em que o "homo economicus" começou a sair de cena, passando a
ser visto como "homo social". Ela possui três características principais, que
são: o ser humano não possui comportamento mecânico, o homem é guiado
pelo sistema social e possui necessidades (segurança, afeto, aprovação, etc.).

5. Teoria Estruturalista (1947): Surgiu por volta da década de 1950, como


desdobramento das análises de autores que tentaram conciliar as teses da
teoria burocrática de Weber, com a teoria clássica e também das relações
humanas. O principal objetivo dessa teoria é o de inter-relacionar a
organização com seu ambiente e com outras organizações. Dessa maneira,
surgiu um novo foco, o Homem Organizacional, que possui características
modernas, como flexibilidade, tolerância, desejo de realização, entre outros.
Importante citar também que o estruturalismo trouxe consigo outro
importante conceito da administração - a reengenharia.

6. Teoria dos Sistemas (1951): Mais conhecida pela sigla TGS. A teoria dos
sistemas é uma abordagem multidisciplinar, que busca entender as
propriedades comuns em distintas organizações. Foi desenvolvida em meados
da década de 50, através dos trabalhos do biólogo austríaco Ludwig von
Bertalanffy. A TGS não busca solucionar problemas, mas sim produzir teorias
que criem condições aplicáveis na realidade empírica. Para ela, o sistema é
um conjunto de partes interdependentes que juntos formam um todo unitário,
com um mesmo objetivo e função.

7. Abordagem Sociotécnica (1953): Também conhecido como sistema


sociotécnico, ou pela sigla STS. É uma abordagem que reconhece a interação
entre as pessoas e a tecnologia existente nas organizações, como também
entre as estruturas da sociedade e o comportamento humano. O termo foi
elaborado durante a Segunda Guerra Mundial, pelos cientistas Eric Trist, Fred
Emery e Ken Bamforth. Essa abordagem possui quatro princípios centrais, que
são: a autonomia responsável, adaptabilidade, tarefas inteiras e o significado
da tarefa. Juntas visam otimizar a produtividade e o bem-estar dentro das
organizações.

8. Teoria Neoclássica (1954): É considerada como um conjunto de teorias


que surgiram durante a década de 1950. Curiosamente, essas teorias da
administração buscavam retomar alguns conceitos e abordagens clássicas,
possuindo como principal referência Peter Drucker, William Newman, Louis
Allen, Ernest Dale, entre outros autores. Dentre os principais conceitos da
teoria neoclássica, nós temos a reafirmação das teorias clássicas, a ênfase na
prática administrativa, na gestão, nos objetivos e também nos resultados.

9. Teoria Comportamental (1957): Teve início em 1947, com o surgimento do


livro "teoria comportamental na administração: o comportamento
administrativo", que se firmou apenas dez anos depois. A teoria
comportamental, ou behaviorista trouxe uma nova concepção dentro da
teoria administrativa. Ela veio como uma crítica aos princípios da teoria
clássica e à teoria das relações humanas. Dentre suas principais
características nós temos a ênfase nas pessoas, a preocupação com o
comportamento organizacional e os processos de trabalho e o estudo sobre a
motivação humana (teoria de Maslow).

10. Desenvolvimento Organizacional (1962): Essa teoria é um


desdobramento prático e operacional da abordagem comportamental,
partindo mais para o lado da abordagem sistêmica. O principal autor deste
movimento foi Leland Bradford, que indica a teoria como a fusão de duas
tendências nas organizações- o estudo da estrutura e o estudo do
comportamento. A teoria do desenvolvimento organizacional possui como
características: os processos grupais, orientação sistêmica abrangente,
orientação contingencial, retroação de dados, solução de problemas e a
interação.

11. Teoria da Contingência (1972): Também conhecida como teoria


contingencial. Dentre as teorias da administração é o ramo que enfatiza a
relatividade, ou seja, não existe nada de absoluto nas organizações ou na
própria teoria administrativa. Para ela tudo é relativo, tudo depende. A teoria
da contingência nasceu de uma série de pesquisas realizadas nas décadas de
1960-70. As pesquisas buscavam entender os modelos de estruturas
organizacionais e a eficácia em determinados tipos de indústrias. Alfred D.
Chandler, T. Burns e G. Stalker são alguns dos autores da teoria contingencial.

12. Novas Abordagens (1990): Como toda ciência, a administração também


passou por diversas mudanças e atualizações ao longo de sua existência. E
dois fatores contribuíram fortemente para isso, sendo eles: o avanço
tecnológico e a concorrência global (globalização). Com a evolução das
organizações, estas foram obrigadas a implementarem novos recursos, novos
modelos de produção, conceitos de qualidade total, sistemas de programação,
novas filosofias e também da própria cultura administrativa. Dentro desse
turbulento ambiente, podemos ter certeza que a teoria administrativa
continuará a ter grande mudanças à frente.

Conclusão - Teorias da Administração


Na medida em que a ciência da administração encara novos problemas e
situações, suas teorias precisam adaptar suas abordagens a fim de mantê-las
úteis e aplicáveis no mercado. As teorias da administração continuam se
ampliando e expandindo, levando o aluno a ter certa dificuldade em se
familiarizar com os assuntos tratados pela administração. Pode-se afirmar que
a administração é um fenômeno global do mundo moderno, onde cada
organização requer o alcance de objetivos dentro de um cenário de alta
concorrência. A partir disso, as teorias da disciplina que antes possuíam
ênfase apenas nas tarefas, ampliaram seu escopo, englobando diversos outros
aspectos do mundo corporativo.

Após a ênfase nas tarefas, as teorias administrativas passaram a ter destaque


na estrutura, seguindo posteriormente para uma reação mais humanística,
com fundamentos e estudos sobre o comportamento humano inserido no meio
corporativo. A partir disso, as teorias da administração passaram a visualizar
de maneira mais ampla o ambiente, buscando entendê-lo e aprimorá-lo em
prol das organizações. E somente após o passar dos anos e o desenvolvimento
de sistemas e equipamentos mais complexos, é que as teorias da
administração começaram a ter ênfase na tecnologia, uma vez que o mundo
globalizado mostrou a emergente necessidade das corporações de se
transformarem.

Até a próxima pessoal!

Autor: Filipe Bezerra


Referências Bibliográficas:
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier,
2004.

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