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FRATURAS: CONCEITO,

CLASSIFICAÇÃO E
TRATAMENTO CLÍNICO
PROF. Flávia Didier
FRATURAS
• CONCEITO: Perda da continuidade óssea → o
osso é dividido em dois ou mais fragmentos.

• ETIOLOGIA: Quando uma ação direta ou


indireta da força ultrapassa a resistência
mecânica do osso.
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS -
ETIOLOGIA
• DIRETO - GOLPE, CHOQUE
• INDIRETO – TORÇÃO, FLEXÃO

•TRAUMÁTICA
• ESPONTÂNEA
• PATOLÓGICA
• FADIGA, SOBRECARGA, STRESS
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS - ETIOLOGIA
FRATURA - Classificação

Incompleta Completa
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS –
QUANTO A LOCALIZAÇÃO

DIAFISÁRIA – METAFISÁRIA – EPISIÁRIA (INTRA OU EXTRA-


ARTICULAR)
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS – QUANTO AO
ALINHAMENTO DOS FRAGMENTOS
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS – QUANTO AO
ALINHAMENTO DOS FRAGMENTOS
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS – QUANTO A
DIREÇÃO DA LINHA DA FRATURA
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS – QUANTO AO
NUMERO DE FRAGMENTOS

•FRATURAS EM UM NIVEL (2 FRAGMENTOS)

•FRATURAS EM DOIS NÍVEIS (3 FRAGMENTOS)

•FRATURA COMINUTIVA (mais de 3 fragmentos)


CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS – QUANTO A
EXPOSIÇÃO ÓSSEA

• FECHADA

• ABERTA (EXPOSTA)
Grave pelo risco de infecção (osteomielite)
FRATURAS – AVALIAÇÃO CLÍNICA

• HISTÓRIA CLÍNICA: trauma

• SINTOMAS: dor, impotência funcional

• SINAIS CLÍNICOS: aumento de volume, dor a


palpação, equimose, deformidade, crepitação
óssea, mobilidade anormal, impotência
funcional.
FRATURAS – EXAMES COMPLEMENTARES

• Estudo radiológico

• Tomografia computadorizada
FRATURAS – EXAMES COMPLEMENTARES
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

MÉTODO INCRUENTO
- Repouso relativo
- Imobilização com faixa, tipóia, calha, gesso tubular
- Redução incruenta (sob anestesia) + gesso
- Tração Trans esquelética
- Tração Percutânea
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

MÉTODOS INCRUENTOS

TIPÓIA SIMPLES
CALHA

GESSO

FAIXA
NEOPRENE

COLETE PUTTI TIPÓIA BRAÇO


BRIM
MÉTODOS DE TRATAMENTOS
MÉTODOS
INCRUENTOS

TUTOR P/ ÚMERO

IMOBILIZADOR DE
TORNOZELO

IMOBILIZADOR
TUTOR P/ TÍBIA
JOELHO FIXO
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

MÉTODOS
INCRUENTOS

ESPIGA PELVIPODÁLICA
MÉTODOS DE TRATAMENTOS
MÉTODOS PINO DE
PRINCIPIO DA
INCRUENTOS STEINMANN
TRAÇÃO

FÉRULA DE BRAUN

TRAÇÃO
CONTÍNUA
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

MÉTODO CRUENTO (CIRÚRGICO)


OSTEOSSÍNTESES INTERNAS
TIPOS:
•Proteção contra estresse
•Compartilhamento de estresse (micromovimentos)
 Placas de compressões
 Placas de proteção
 Haste intramedular (Fresada ou Travada)
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

PLACA DE
PROTEÇÃO
CONTRA ESTRESSE

PLACAS DE
CONTRAFORTE
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

HASTE NÃO TRAVADA / TRAVADA / FRESADA


MÉTODOS DE TRATAMENTOS

FIOS – K
PARAFUSO DE
COMPRESSÃO

PLACA E PARAFUSO
DESLIZANTE

PARAFUSO DE COMPRESSÃO
CONDILAR de 95º
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

RAFI BANDA
DE TENSÃO

RAFI : redução aberta FRATURA


com fixação interna OLÉCRANO

FIOS DE KIRSCHENER
PARAFUSO DE
+ BANDA DE TENSÃO
COMPRESSÃO
Artroplastia

ENDOPRÓTESE ENDOPRÓTESE ENDOPRÓTESES


S UNIPOLAR
BIPOLAR
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

MÉTODO CRUENTO (CIRÚRGICO)


 OSTEOSSÍNTESES EXTERNAS
• Não transfixantes (Pinos de Schanz)
•Transfixantes (Fios de Kirschner)
• Monoplanar, Biplanar, Triplanar
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

OSTEOSSÍNTESE
EXTERNA
MONOPLANAR
DINÂMICA TIPO
CLYBURN

OSTEOSSÍNTESE
EXTERNA
MONOPLANAR
ESTÁTICA
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

OSTEOSSÍNTESE EXTERNA
BIPLANAR DINÂMICA
MÉTODOS DE TRATAMENTOS

TRANSPORTE ÓSSEO
 TIPO ILIZAROV
ENXERTOS ÓSSEOS

TIPOS:
•AUTÓGENO
•HOMÓGENO
•HETERÓGENO

REGIÕES DOADORAS:
•CRISTA ILÍACA
•Olécrano, rádio distal
•Tíbia, fíbula e costela
Consolidação de fraturas

Flavia didier
TIPOS DE CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA

• PRIMÁRIA
• SECUNDÁRIA

Consolidação secundária do úmero, calo


ósseo
Consolidação óssea primária
• Ocorre com o contato direto e íntimo entre os segmentos
fraturados.
• O osso novo cresce diretamente através das extremidades
ósseas comprimidas, a fim de unir a fratura.
• Esse é o único método de consolidação de fratura quando é
realizada uma fixação rígida da fratura por compressão.
• A fixação rígida exige contato cortical direto e uma
vascularização intramedular intacta.
• O processo de consolidação depende basicamente da
reabsorção osteoclástica do osso, seguida pela formação
osteoblástica de osso novo.
Consolidação óssea primária

O Calo Ósseo formado na Consolidação Primária é Chamado de


Calo Ósseo Medular ou de Fenda que apenas preenche os
espaços vazios deixados no foco de fratura pela Fixação
Rígida. Portando durante a Consolidação Primária da Fratura
não se Observa a Formação de Calo Ósseo ao Raio X.
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA PRIMÁRIA

OCORRE NO
TRATAMENTO CIRÚRGICO

CARACTERÍSTICAS
• Vascularização medular
intacta
• Contato cortical direto
• Sem formação de calo ósseo
ao RX
• Consolidação ± 2 semanas
• Reabsorção osteoclástica e
formação osteoblástica
Consolidação óssea Secundária
• Denota mineralização e substituição, por osso, de uma matriz
cartilaginosa com um aspecto radiográfico característico de
formação de calo.
• Quanto maior for a mobilidade no local da fratura, maior será
a quantidade de calo.
• Esse calo de união externa aumenta a estabilidade no local da
fratura, por aumentar a espessura do osso.
• Isso ocorre com a aplicação de um aparelho de gesso e
fixação eterna, bem como com a aplicação de hastes
intramedulares na fratura.
• Esse é o tipo mais comum de consolidação óssea.
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA SECUNDÁRIA

ESTÁGIOS
(2º Cruess e Dumond)

3 Fases
 Inflamatória Reparativa  Remodelagem
Processo de Consolidação da Fratura:

• O Tempo da Consolidação Clínica do Fratura vai Depender de Vários Fatores.


• Idade do Paciente
• Osso Fraturado
• Região do Osso Fraturada
• Tipo de Osso Fraturado
• Configuração da Fratura
• Desvio da Fratura
• Suprimento Sanguíneo no Foco de Fratura
• Mobilidade no Foco de Fratura
• Presença ou ausência de intercorrências tipo alterações sistêmicas
associadas
• Integridade endostal e periostal
• Lesões do invólucro de tecidos moles
Consolidação óssea secundária
Fase Inflamatória
• A fase inflamatória dura aproximadamente 1 a 2 semanas.

• O aumento da vascularização que envolve a fratura permite a


formação de um hematoma de fratura, que em breve será
invadido por células inflamatórias, como neutrófilos,
macrófagos, e fagócitos. Essas células, inclusive os
osteoclastos, funcionam de modo a eliminar o tecido
necrosado, preparando o terreno para a fase reparativa.

• Radiograficamente, a linha de fratura pode torna-se mais


visível à medida que vai sendo removido o tecido necrosado.
1ª Fase inflamatória – 10%
Fase Reparativa
• A fase reparativa habitualmente dura vários meses.
• O hematoma de fratura é invadido por condroblastos e fibroblastos, que
depositam a matriz para o calo.
• Inicialmente, forma-se um calo mole, composto principalmente de tecido
fibroso e cartilagem com pequena quantidade de osso.
• O Calo Ósseo Mole de consistência fluida progressivamente se torna mais
firme (como uma cola de endurecimento lento), viscoso e determina
menor mobilidade no Foco de Fratura.
• Este Calo Mole Não contem osso portanto é radiotransparente (Não
detectado no Raio X). Forma-se a partir do periósteo (Calo Externo) e a
partir do endóstio (Calo Interno).
• Neste calo ósseo podemos encontrar um Tecido com presença de
osteócito mas não existe Calcificação.
Fase Reparativa
• Os osteoblastos são responsáveis
pela mineralização desse calo
mole, convertendo-o num calo
duro de osso reticulado e
aumentando a estabilidade da
fratura.
• Esse tipo de osso é imaturo e
fraco em termos de torque;
portanto não pode ser
submetido a estresse.
• Radiograficamente linha de
fratura começa a desaparecer.
Fase Reparativa

• União retardada e pseudartrose são


decorrentes de erros nessa fase da
consolidação óssea. A conclusão da fase
reparativa fica indicada pela estabilidade da
fratura.
Processo de Consolidação da Fratura: Fase do
Calo Ósseo Mole
Processo de Consolidação da Fratura: Fase
do Calo Ósseo Duro
3ª Fase de remodelagem = 70%

CARACTERÍSTICAS
• Anos
• Substituição do osso reticulado por osso
lamelar
• Correções de deformidades angulares
• Ao RX, a fratura não é mais visualizada
Processo de Consolidação da Fratura
• Amadurecimento do Calo Ósseo Provisório (Calo Ósseo Duro) com a Substituição
Gradual do Osso Primitivo por Osso Lamelar Maduro (Osso Cortical) ou Osso
Esponjoso Maduro (Osso Trabecular).

• Em Alguns Meses esta substituição dará origem à um excesso de Osso Maduro


sendo observado no Raio X um Calo Ósseo Exuberante determinando uma União
Óssea Segura e formado por Osso Maduro com sua Resistência Original.

• Haverá o Surgimento da Canal Medular Através da Fratura Consolidada


caracterizando a Consolidação Radiológica da Fratura.
Processo de Consolidação da Fratura: Fase de
Remodelação Óssea
FORMAÇÃO ÓSSEA

PROF. Flávia Didier


CRESCIMENTO ÓSSEO

• FORMAÇÃO ÓSSEA INTRAMEMBRANOSA

•FORMAÇÃO ÓSSEA ENDOCONDRAL


Histogênese do osso
●Osteogênese: células derivadas do
mesênquima.
• Ossificação intramembranosa: Se desenvolve a partir de
uma membrana de tecido conjuntivo. Células mesenquimais
(osteoprogenitoras) se diferenciam em osteoblastos que
iniciam a produção de matriz orgânica óssea, formando
trabéculas de tecido ósseo. O tecido ósseo recém formado é
chamado de primário ou entrelaçado. As superfícies
trabeculares são povoadas de osteoblastos, podendo ser
verificados osteoclastos presentes.
• Ex: Clavícula, patela, ossos da face.
Histogênese do osso
Ossificação intramembranosa (ossos chatos)

Agrupamentos de células mesenquimais

Células osteoprogenitoras

Osteoblastos

Células
Ilhotas ósseas isoladas Hematopoiéticas

Remodelação Medula óssea

Placas externas Osso trabecular


Vasos sangüíneos
Esquema de ossificação intramembranosa
Histogênese do osso
●Osteogênese: células derivadas do
mesênquima.
• Ossificação endocondral: a partir de um modelo
cartilaginoso. Ossos curtos e longos. Basea-se num
modelo cartilaginoso hialino utilizado como um
molde sobre o qual o osso é formado. Um colar
ósseo subperióstico é formado (através da
ossificação intramembranosa) ao redor da região
mediana da diáfise do modelo cartilaginoso. Este
colar ósseo aumenta em espessura e comprimento.
Histogênese do osso
Ossificação endocondral
Células mesenquimais

Molde de cartilagem hialina Osteoblastos

Crescimento da cartilagem Depósito osteóide na diáfise

Depósito de cálcio na matriz Penetração de vasos sangüíneos

Centro de ossificação primária

Substituição da cartilagem mineralizada


Osso trabecular
• Ossificação endocondral:
Ocorre sobre um modelo de tecido cartilaginoso
(característica de ossos longos). A cartilagem
somente persiste na cartilagem articular e no disco
epifisiário.
Cartilagem articular: É do tipo hialina encontrada na
epífise dos ossos longos. Não apresenta pericôndrio,
tendo condrócitos e matriz cartilaginosa.
Disco epifisiário: constituído por um disco
cartilaginoso não penetrado pelo osso em expansão
e é responsável pelo crecimento longitudinal do
osso. Se localiza entre a epífise e a diáfise
desaparecendo entre os 18 e 20 anos.
Exercício para fixação
• 1) Descreva a função de • 6) cite duas vantagens do uso das
hematopoiese dos ossos e sua hastes intramedulares em fraturas de
importância para a doação de diáfise.
medula óssea. • 7) cite as diferenças entre a
• 2) Explique o que seria turnover consolidação óssea primária e
ósseo e sua correlação com a secundária.
osteoporose. • 8) Explique o motivo pelo qual após a
• 3) Cite cinco fatores endógenos e/ou fase inflamatória a linha radiográfica
exógenos relacionados à da fratura aumenta.
osteoporose. • 9) Diferencie ossificação
• 4) Porque o tipo de fratura em galho intramenbranosa e endocondral.
verde é frequente em crianças?
• 5) Diferencie o tratamento cruento
do incruento de fraturas.
FIM !

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