Você está na página 1de 55

TÉCNICO AUXILIA DE REABILITAÇÃO E

FISIOTERAPIA
Módulo II “Fisiopatologia”

Leiria, 11 de Janeiro de 2023


FORMADORA: ALEXANDRA LOPES
(FISIOTERAPEUTA)
Email: alexandralopes_90@hotmail.com
Contacto: 964257169
ÍNDICE

Capítulo 1 - Patologia ortopédica

Capítulo 2 - Patologia neurológica

Capítulo 3 - Patologia respiratória

Capítulo 4 - Patologia pediátrica


Patologia ortopédica
• Patologia com maior expressão nos serviços de MFR – 80% a 90%
• Maior prevalência no sexo masculino em idades mais jovens

Fratura
• Incapacidade total ou parcial de movimentos;
• Dor nos movimentos;
• Edema na área afetada;
• Posição anormal do membro afetado.
Patologia ortopédica

As Fraturas podem ser classificadas segundo:

• Causa

• Lesão das partes moles

• Traço de fratura
Patologia ortopédica

Segundo a causa, as fraturas podem classificar-se em:

• Traumáticas

• Fadiga, stress ou sobrecarga

• Patológicas
Patologia ortopédica
Segundo a causa, as fraturas podem classificar-se em:

• Traumáticas
Relaciona-se com a magnitude da força e pela origem da violência que as origina:
direta, indireta e muscular.

• Fadiga, stress ou sobrecarga


Resultado de uma solicitação mecânica contínua.

• Patológicas
Ocorrem em zonas já fragilizadas por patologia prévia Exp.: tumor, osteoporose, infeções.
Patologia ortopédica
Segundo lesão das partes moles, as fraturas podem classificar-se em:

• Fratura fechada – a pele continua intacta, não se visualizam os


topos ósseos Fratura.

• Aberta/exposta – observam-se os topos ósseos, com rutura da


pele, com risco de infeção e hemorragia.

• Fratura complicada – ocorre lesão das estruturas fundamentais:


artérias, nervos, articulações ou vísceras.
Patologia ortopédica
Segundo o traço de fratura, as fraturas podem classificar-se em:

• Fratura completa – rutura do osso em 2 ou mais fragmentos.


• Fatura incompleta - perda parcial da continuidade do osso ou a existência
de uma fenda que atravessa todo o osso.

• Fratura cominutiva – rutura do osso em vários fragmentos.


• Fratura por compressão ou esmagamento – ocorrem nos ossos
formados por tecidos trabecular ou esponjoso, como por exemplo, corpos
vertebrais, calcâneo, ou epífises dos ossos longos.
Patologia ortopédica
Estágios de Consolidação das Fraturas

1º Estágio 2º Estágio 3º Estágio


(Hematoma) (Inflamação) (Calo Mole)

Ocorre grande sangramento Caracterizada pela proliferação Ocorre a formação de um calo


local, e no foco da fratura ocorre de células inflamatórias. Nesta provisório formado de tecido
acúmulo de células, sangue e fase haverá angiogênese cartilaginoso e fibrocartilaginoso,
líquido. Este estágio é (neoformação capilar) e isto que serve como uma espécie de
caracterizado por forte dor e facilitará a chegada de cola biológica que estabiliza o
grande edema no local da fibroblastos, condroblastos, segmento fraturado,
fratura. fatores de crescimento tecidual, preparando-o para o processo
interleucinas, prostaglandinas e de consolidação da fratura.
células mesenquimais.
4º Estágio 5º Estágio
(Calo Duro) (Remodelação Óssea)

Depois do osso estar “colado” e bem O processo de remodelação óssea perdura por

estabilizado, aquele tecido fibrocartilaginoso toda a vida da pessoa, onde o excesso de

formado no estágio anterior é substituído tecido ósseo será reabsorvido, e em áreas com

gradualmente por tecido de matriz calcificada menos tecido ósseo teremos maior formação

formando um calo de tecido ósseo no foco óssea. Desta forma, calos ósseos exuberantes

fraturado. Este calo ósseo é facilmente podem diminuir de volume, porém é muito

visualizado numa radiografia simples e marca a difícil de desaparecerem servindo como um

consolidação óssea. tipo de “cicatriz” do osso fraturado.


Estágios de Consolidação das Fraturas
Patologia ortopédica
Sinais e sintomas
• Dor localizada na zona do foco da fratura, normalmente
intensa, alivia após a imobilização;
• Perda de mobilidade e alteração da sensibilidade;
• Edema que normalmente aumenta de volume com o tempo;
• Alteração da coloração do membro.
Patologia ortopédica

Cuidados a ter:
• Não efetuar pressão sobre o foco de fratura;
• Imobilizar a fratura, mantendo o alinhamento do membro, não
forçando no caso de fratura no ombro, cotovelo, mão, joelho e pés .
• No caso das fraturas abertas, lavar a zona com soro fisiológico, antes
de imobilizar;
• Aplicação de gelo após imobilização.
PATOLOGIA
ORTOPÉDICA
- Patologias mais comuns -
Patologia ortopédica
Luxação
Lesão intra-articular
▪ Um dos topos ósseos desloca-se
▪ Deslocamento repentino e duradouro
▪ Ocorre quando uma força atua direta ou indiretamente
sobre a articulação:
- Deslocamento total – Luxação
- Deslocamento parcial - Subluxação
Causas
• Traumatismo direto ou indireto
• Queda
• Fratura
• Lesão congénita
• Frouxidão ligamentar, capsular ou muscular
gerada por doenças crónicas, como artrite,
artrose e outras
Sinais e sintomas
• Dor local;
• Deformidade na articulação;
• Proeminência óssea;
• Pode haver fratura óssea exposta;
• Sinais inflatórios locais;
• Incapacidade de realizar movimentos.
Lesões musculares

Sem lesão anatómica:


• Cãibra
• Contratura

Com lesão anatómica:


• Roturas
• Contusões
• Hérnias
• Hematomas
Cãibra
• Contrações musculares dolorosas e involuntárias que resultam de uma irritação
dos músculo que provoca uma contração reflexa.
• A inflamação local que resulta de um depósito de ácido láctico, leva a uma
contração reflexa das fibras musculares daquela região.

As cãibras têm 4 razões principais:


• nível baixo de potássio (hipopotassemia),
• oxigenação deficiente,
• nível baixo de magnésio,
• baixos níveis de cálcio (hipocalcemia).
Contraturas musculares

A contratura não gera lesão na fibra muscular,


provoca um desalinhamento das fibras, formando
os popularmente chamados “nós” ou “nódulos”.
Tecnicamente chamados de pontos-gatilho ou
“trigger points” – pontos que desencadeiam a dor
muscular.
Rotura muscular
Resulta do estiramento das fibras musculares além do limite normal.

Classificam-se em 3 graus de rotura:

• Grau I: microrrotura das miofibrilas

• Grau II: rotura parcial das fibras musculares

• Grau III: rotura total das fibras musculares.


Entorse

• Lesão provocada pela excessiva distensão dos ligamentos e restantes


estruturas de estabilização da articulação;
• Provocada por movimentos bruscos, incorrectos ou traumatismos;
• Pode causar rompimento ligamentoso, lesão da cápsula articular,
perda momentânea do alinhamento ósseo;
• As articulações mais afetadas: cotovelo, dedos, joelho e tibio-társica.
• Grau I: rotura de algumas fibras de um ligamento. Edema e dor ao movimento
• Grau II: rotura parcial do ligamento. Edema, dor ao movimento, instabilidade articular, perda parcial
da função da articulação
• Grau III: rotura completa do ligamento. Pode causar avulsão do osso, edema, dor ao movimento,
instabilidade articular, perda total da função da articulação
Tendinopatias

Tendinopatia é a descrição genérica das condições clínicas associadas ao uso


excessivo do tendão e dos tecidos envolventes com ele relacionados, provocado
por sobrecarga ou esforço repetitivo .

• O sintoma mais comuns é a dor (crónica + de 3 semanas)


• Perda de força
• Diminuição da mobilidade
• Edema e rubor
• Aumento da espessura do tendão
Artroses
• Patologia degenerativa + comum
população idosa e mulheres;
• + nas articulações de carga: anca,
joelho ou coluna
Artrite
• + comum nas pequenas articulações
• Geralmente bilateral
• Produz liquido que se acumula nas articulação ↑
pressão e provoca a dor
• Evolução: erosão e destruição da cartilagem
Bursite

Pode ser: inflamatória ou hemorrágica Inflamatória


Friccional: tendão move-se repetidamente sobre a
bolsa combinado com pressão externa. (ex. tenistas
e corredores.
Rotura da coifa dos rotadores

• Lesão comum da articulação do ombro,


geralmente causada por uma tendinopatia
• • As causas de lesão são diversas. Pode tratar-se
de uma tendinopatia simples, na qual alguns
movimentos repetitivos podem estar na origem
de uma inflamação dos tendões (tendinite).
• Pode ocorrer uma tendinopatia calcificante,
com formação de depósitos de cálcio ao nível
dos tendões, provocando dor, diminuição da
força e da mobilidade.
Ombro congelado

também conhecido como capsulite


adesiva e causa dor e rigidez na
articulação do ombro. No ombro
congelado, a cápsula da articulação
fica mais espessa e apertada,
desenvolvendo-se bandas fibrosas
que causam adesões.
Epicondilite lateral

• Também designada como, cotovelo de tenista,


corresponde à inflamação do tendão que se insere na
parte lateral.
• Dor (agrava com o movimento, diminui com o
repouso), pode surgir dor irradiada ao longo do
antebraço Edema, acompanhado de sensação de
queimadura na região externa do cotovelo Perda de
força muscular no punho. do cotovelo
• Esta tendinite está relacionada com os exercícios
repetidos do antebraço
Síndrome do túnel cárpico (STC):

• causado pela compressão do nervo mediano que passa por um canal


estreito no punho chamado de Túnel do Carpo.
• A compressão é causada pelo aumento das estruturas que passam pelo
túnel ou pelo seu espessamento.
• A doença é comum em pessoas que realizam trabalho manual com
movimentos repetidos, mas também tem associação com alterações
hormonais como menopausa e gravidez, o que explica a maior
frequência em mulheres na faixa de 35 a 60 anos.
• Parestesias
• Perda de destreza e alterações da sensibilidade
Dedo em gatilho

• Dedo em gatilho, dedo em mola ou tenossinovite estenosante é


uma doença que afeta os tendões flexores dos dedos e a sua
bainha.
• O doente fica com o “dedo engatilhado” porque ocorre um
impedimento ao normal deslizamento do tendão flexor à
medida que se flete ou estende o dedo envolvido.
• Numa fase inicial, apenas é possível sentir dor ou ressalto com o
movimento do dedo mas, com o avançar da doença, o dedo
pode mesmo ficar bloqueado em flexão, não sendo possível a
sua extensão.
Tenossinovite de Quervain

Trata-se de uma forma de tendinite crónica. Acomete com maior


frequência mulheres entre os 30 aos 50 anos de idade e
caracteriza-se por afetar os tendões abdutor longo e extensor curto
do polegar, na área onde atravessam uma bainha fibrosa espessa.
• Dor
• Edema
• Rigidez
• Crepitação durante o movimento
• Parestesias e alteração da sensibilidade
• Fraqueza muscular (pinça fina)
Hérnia discal
• É uma patologia que ocorre quando todo ou parte do
núcleo pulposo do disco intervertebral é forçado
projetar-se para o exterior. Isso gera pressão nos nervos
vizinhos.
Hérnia discal
• Dores pescoço e braço (hérnia cervical)
• Dores zona lombar e perna (hérnia lombar)
• Parestesia
• Falta de força
• Alteração da sensibilidade
Espondilite anquilosante
É uma doença reumática inflamatória crónica
que afeta principalmente as articulações da
coluna vertebral;
• Surge entre os 20 e 30 anos de idade
• Sintoma + comum: dor lombar que piora com
o repouso e melhora com a atividade física
• Causa é desconhecida- genética?
Ciatalgia
Trata-se de uma dor na perna por lesão ou pressão no nervo ciático
As causas comuns da ciática são:
• Síndrome piriforme Lesão ou fratura pélvica;
• Dor variável: parestesias suaves, sensação de queimadura, pode ser uma
dor incapacitante;
• Pode provocar alterações da sensibilidade e debilidade muscular.
Artrose da anca ou coxartrose

• É uma doença degenerativa crónica e progressiva,


caracterizada pela degeneração e perda da cartilagem
articular e por deformidade óssea.
• A incidência da coxartrose aumenta com a idade, sendo uma
das causas mais frequentes de incapacidade.
• Atinge 10 a 20% da população após os 60 anos, tendo maior
incidência nos homens até aos 45 anos e nas mulheres após
esta idade.
• 50% dos casos acabam por ter de ser submetidos a cirurgia –
geralmente a uma prótese total da anca (PTA)
Artrose da anca
• Dor na anca, acentuada por carga e movimento, pode irradiar para a virilha, coxa ou joelho
• Diminuição das amplitudes de movimento
• Diminuição da força muscular
• Rigidez articular (pior após repouso prolongado)
• Crepitação
• Claudicação
• Limitações progressivas das AVD´s e perda acentuada de qualidade de vida
Pubalgia
• É considerada uma doença progressiva, crónica,
causando inflamação óssea, cartilagem,
ligamentos, tendões ao redor da Sínfise Púbica.

• Associado a sobrecarga de exercícios,


desequilíbrios musculares, encurtamento muscular,
redução de mobilidade das articulações coxo-
femoral e sacro-ilíaca, micro-lesão no adutor,
enfraquecimento da parede abdominal entre
outros.
• Muito comum em jogadores de futebol, pelos pontapés
repetidos e também nos deportos com troca de direção
constante e contato físico;

• Em 80% dos casos os pacientes referem dor na região


adutora e em 40% ao redor da sínfise púbica. Podem
também referir dor na região baixa do abdómen (30%), na
anca e 12% e na bolsa escrotal em 8%.
Lesão do menisco
• Os meniscos são estruturas cartilaginosas com forma de
meia-lua existentes no interior da articulação do joelho.
• Existem dois: um interno e outro externo, que ficam
entre o fémur e a tíbia.

Existem três funções principais dos meniscos e são:


• Distribuir a força de acordo com o peso do corpo;
• Absorver impacto exercido na articulação;
• Contribuir para uma integridade da articulação
PATOLOGIA
NEUROLÓGICA
- Patologias mais comuns -
Acidente vascular cerebral (AVC)

Patologia com início abrupto que provoca danos neurológicos.


Podem ser de dois tipos:
• Isquémico (84 %) - OCLUSÃO
• Hemorrágico (16%) - RUPTURA
Acidente vascular cerebral (AVC)

Fatores de risco

• Hipertensão: Principal fator de risco.


A alimentação com uma quantidade elevada de sal faz com
que a HA seja um fator de risco diferenciado.
• 85% dos pacientes com AVC são hipertensos.

• Diabetes
Associado principalmente com o AVC isquémico. Parece ser o
segundo fator de risco mais importante. Potencialização de
risco pela combinação: diabetes, hipertensão e dislipidemias.
AVALIAÇÃO DO MÓDULO II:
Trabalho de grupo
Trabalho de grupo

Temas dos trabalhos

- Ciatalgia Estrutura da apresentação


- Cervicalgia /cervicobraquialgia
• Definição da patologia
- Espondilartrose ou espondilose
• Etiologia/causas
- Hérnia discal
• Sinais e sintomas
• Tratamento

Apresentação deve ter no máximo 12 slides.

Você também pode gostar