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Mapa mental da matéria de Fisioterapia Traumatológica Funcional

Introdução

• O conhecimento do sistema musculoesquelético é indispensável para o fisioterapeuta.


• A anatomia humana, a fisiologia, a cinesiologia e a patologia clínica são fundamentais para
entender todo o grupo de lesões que esse sistema pode sofrer.
• O aprendizado das lesões e de como reabilitá-las envolve trabalho árduo.

Traumatologia

• É a especialidade da medicina que cuida dos traumas.


• O trauma se refere a todo choque sofrido pelo corpo humano por causas mecânicas atingindo
o esqueleto (ossos, articulações, músculos, tendões, ligamentos) e a lesões que afetam a
locomoção do indivíduo.

História da Ortopedia

• Os primeiros registros começam no Egito Antigo (a.C.).


• Hipócrates (400 a.C.), na Grécia Antiga, realizou e descreveu várias manobras para redução
de luxações e tratamento de fraturas.
• Com o detalhamento da anatomia do corpo humano, do esqueleto, dos músculos e suas
funções no período do Império Romano pelo grego Galeno, foi possível começar a entender
os processos de tratamento.
• Fisioterapia no Brasil
• Teve início no fim da década de 1920, após a sua implantação como solução dos altos
índices de acidentes de trabalho que existiam.

Fisioterapia Traumato-Ortopédica

• Atua na investigação, prevenção e no tratamento das doenças de ossos, músculos,


articulações e ligamentos.
• O profissional da área é responsável pelo processo de reabilitação de fraturas, entorses
ligamentares, amputações, lesões musculares, LER/Dort, distúrbios mecânicos da coluna
vertebral, pós-cirurgias, entre outras.
• Utiliza recursos, objetivando alívio de quadro álgico, eliminação de processo inflamatório,
melhora na circulação sanguínea, fortalecimento muscular, recuperação de movimentos,
equilíbrio, propriocepção e reeducação postural.
• Atua na prevenção desses processos e na redução de suas repercussões funcionais, além de
evitar a necessidade de uma intervenção cirúrgica.

Fraturas
• Definida como uma condição em que há perda da continuidade óssea, resultado de uma força
superior a sua elasticidade aplicada sobre ele.
• Geralmente ocorre a separação de um osso em dois ou mais fragmentos após um
traumatismo.

Diferença entre:

• Luxação: consiste na perda da contiguidade das superfícies ósseas articulares, necessitando


normalmente de um forte trauma ou instabilidade prévia.
• Fratura-luxação: quando há fratura do osso em região articular associada ou próxima a uma
luxação.

Etiologia

• A principal causa da ocorrência das fraturas é a sobrecarga.


• Sua ocorrência é resultado da imposição ao osso de uma carga superior a sua capacidade de
absorção.

Etiologia das Fraturas


• Causa Principal: Sobrecarga
o Ocorre quando o osso recebe uma carga superior à sua capacidade de absorção.
• Capacidade de Absorção do Osso: Geralmente 10 a 20 vezes o peso do corpo.
• Protetores: Capacete, coxins, cintos:
o Usados para absorver o impacto, mas nem sempre são suficientes.
• Forças Atuantes no Momento da Lesão:
o Forças Internas: Posição do corpo, músculos.
o Forças Externas: Choque direto, escorregão, atropelamento, batida.

Mecanismo de Lesão

• Diretos: quando o osso é atingido por um objeto ou atinge uma superfície dura; a fratura
ocorre no mesmo lugar onde o traumatismo foi recebido.
• Indiretos: o osso é submetido a uma força de torção ou angulação, resultando fratura no lugar
onde se acumularam mais tensões ou onde o osso apresentava maior debilidade.
Aqui está um mapa mental do texto que você forneceu:

Classificação das Fraturas


• Critérios de Classificação:
o Etiologia;
o Localização;
o Morfologia;
o Condição da pele;
o Estabilidade;
o Disposição dos fragmentos.
• Determinação da Classificação:
o História do paciente;
o Radiografias;
o Condição da pele.
• Importância para Fisioterapeutas:
o Objetivos de reabilitação podem ser específicos com mais detalhes sobre a lesão.
o Avaliação e relato do paciente sobre como a lesão ocorreu são importantes.
Objetivos da Reabilitação
• Para os fisioterapeutas, os objetivos da reabilitação podem ser específicos quando se
conhece mais detalhes sobre a lesão instalada.
• A avaliação e o relato do paciente sobre como a lesão ocorreu trazem informações
importantes.

Fraturas

• Definidas como uma condição em que há perda da continuidade óssea, resultado de uma
força superior a sua elasticidade aplicada sobre ele.
Classificação de Fraturas:
• Fraturas Segundo a Etiologia (Causa):
o Fraturas Traumáticas:
▪ Resultam de uma força sobre o osso maior que sua resistência.
▪ Pode ser:
➢ Direta: Ocorre no local de um impacto.
➢ Indireta: Ocorre em um local afastado da zona de impacto (ex: fratura de
cotovelo após levantamento de peso).
➢ Por Tração Muscular: Ocorre por contração muscular violenta (avulsão de
fragmento ósseo).
▪ São as fraturas mais frequentes.
o Fraturas por Estresse (ou Sobrecarga):
▪ Ocorrem pela aplicação repetida e frequente de pequenas forças sobre um osso.
▪ Leva a fadiga e afundamento das trabéculas do osso, caracterizando a fratura.
▪ Comum em corredores.
o Fraturas Patológicas:
▪ Ocorrem em um osso previamente fragilizado por uma doença (osteoporose ou
tumor ósseo).
▪ Normalmente não há história de trauma anterior à fratura.

• Segundo o estado da pele:


o Fraturas fechadas: não há perfuração da pele, ela está íntegra e sem lesões.
o Fraturas expostas ou abertas: a pele está lesionada e os tecidos estão expostos,
pode ocorrer uma infecção bacteriana.
• Segundo o traço de fratura:
o Transversa: o osso fratura transversalmente em relação ao eixo.

o Oblíqua: a fratura cresce na diagonal, pode ser classificada como exposta e desviada.

o Espiralada: uma fratura em que um dos segmentos do osso roda.


o Cominutiva: caracterizada pela quebra do osso em mais de dois fragmentos.

o Compressão: ocorre normalmente nas vértebras.

o Galho verde: é uma fratura em um osso jovem e suave que dobra e parcialmente
quebra.

Aspectos Clínicos das Fraturas

• Importância para Fisioterapeutas:


o Quadro clínico de todas as lesões é fundamental para traçar objetivos e condutas
específicas e adequadas para cada lesão.
• Apresentação das Fraturas:
o Paciente queixa-se de dor e perda funcional.
• Exame Físico:
o Revela deformidade do membro.
o Frequentemente, há uma atitude anormal dessa extremidade e uma postura antálgica.
o A região traumatizada mostra uma mobilidade anormal.
o À movimentação do foco da fratura, pode-se perceber crepitação provocada pelo atrito
das extremidades ósseas.
o Esses sinais e sintomas não estão sempre presentes, principalmente se a fratura estiver
minimamente deslocada e a deformidade não for evidente.

Aspectos Radiológicos das Fraturas


• Importância do Estudo de Imagens:
o Diminui a probabilidade de erro diagnóstico.
• Incidências Radiográficas:
o Devem ser realizadas em pelo menos dois planos.
o Sempre incluir as articulações proximal e distal.
• Papel do Fisioterapeuta:
o Deve saber interpretar um exame de imagem.
o Isso auxilia na ampliação do conhecimento e entendimento da fratura.
o O paciente só chegará na reabilitação após diagnóstico e tratamento médico.

Reparo de Fraturas

• A cicatrização óssea e o reparo das fraturas são fundamentais no decorrer do processo de


reabilitação das fraturas.
Cicatrização Óssea e Reparo de Fraturas
• Fase Inflamatória:
o Formação de hematoma e proliferação celular.
o Iniciação da indução logo após a fratura, com ruptura de vasos sanguíneos do osso
causando hemorragia.
o Liberação de fatores químicos que desencadeiam o processo inflamatório e de reparo.
o Formação do hematoma e do coágulo seguidos do início da formação do tecido de
granulação com a presença de fibroblastos.
• Fase de Reparo:
o Formação de calo ósseo que une a fenda e a ossificação.
o Alta atividade fibroblástica e diferenciação em osteoblastos e condroblastos iniciam o
processo de formação do calo ósseo mole.
o Invasão celular e formação de um tecido fibrocartilaginoso.
o Processo de calcificação progressiva até a formação do calo duro.
o Alta atividade osteoblástica, mineralização do tecido de reparo e consolidação clínica e
radiográfica da fratura.
• Fase de Remodelamento:
o Atividade osteoclástica com consequente remoção e remodelação óssea.

Tempo de Consolidação
• Sem Regras Rígidas:
o Não há regras rígidas que determinam o período de consolidação.
o A duração das fases de reconstrução óssea não é igual para todos os ossos.
o Importante conhecer os prazos esperados para cada osso antes do estabelecimento de um
critério de consolidação nula ou lenta.
• Tempo Médio de Consolidação:
o Em média, o osso está com o calo ósseo duro formado em 3 meses.
o O processo de remodelação final pode durar até 2 anos.
o Muitos fatores e variáveis influenciam direta ou indiretamente o processo de consolidação
da fratura.
• Tempo de Consolidação por Idade:
o Crianças: O osso cortical cicatriza em 4 a 6 semanas.
o Adolescentes: Cicatrização ocorre em 6 a 8 semanas.
o Adultos: Cicatrização ocorre em 10 a 18 semanas.
Fatores que Influenciam a Consolidação da Fratura
• Aspecto Mecânico:
o Estabilidade do osso no local da fratura.
o A mobilidade da fratura (força de cisalhamento) dificulta a irrigação do hematoma e,
portanto, a consolidação.
• Aspecto Biológico:
o Condição da vascularização no local da fratura.
o É necessária para a função osteogênica.
Variáveis que Influenciam a Consolidação da Fratura
• Variáveis Locais
o Intensidade do trauma.
o Grau de perda óssea.
o Tipo de osso comprometido:
▪ Consolidação do osso esponjoso é mais rápida que no osso cortical.
▪ Ossos planos consolidam-se antes dos longos.
o Separação dos fragmentos:
▪ Se for excessiva não permite a organização do hematoma.
o Interposição de partes moles:
▪ No foco de fratura podem interpor-se diferentes tecidos, como o muscular.

o Infecção por corpos estranhos:


▪ Placas, fios, parafusos, mesmo que sejam os causadores da infecção e atrasem as
fases de consolidação, não são retirados até que aconteça o amadurecimento do calo
ósseo.
o Tipo de imobilização utilizado.
o Se a fratura é intra-articular.
o Possível presença de malignidade local.
• Variáveis Sistêmicas:
o Idade (nas crianças a consolidação é mais rápida);
o Sexo;
o Prática de exercícios físicos e a solicitação mecânica;
o Influência hormonal.

Fraturas e Placa Epifisária:

• Se uma fratura envolve a placa epifisária, podem ocorrer distúrbios no crescimento e


deformidade óssea durante o amadurecimento do esqueleto.

Sequelas e Complicações em Fisioterapia


• Desafios:
o Enfrentados pelos fisioterapeutas em processos de reabilitação.
• Fraturas:
o Cicatrização do tecido ósseo sem sequelas.
o Desaparecimento do calo ósseo após alguns meses.
o Situações onde a reparação óssea não restabelece a forma ou função original.
Complicações Após a Fratura
• Cicatrização do Tecido Ósseo:
o O tecido ósseo cicatriza sem ficar sequelas, podendo desaparecer qualquer vestígio da
fratura (calo ósseo) após alguns meses.
o Existem situações nas quais o processo de reparação óssea não é capaz de restabelecer
por completo a forma ou função original do osso fraturado.
• Infecção (Osteomielite):
o A infecção óssea pode ocorrer em fraturas expostas e procedimentos cirúrgicos que
atinjam o osso.
o É especialmente grave devido à baixa irrigação sanguínea e escassez de células vivas.
• Necrose Avascular:
o Morte de parte do osso algum tempo após a fratura.
o Acontece quando há lesão dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do
osso.
• Pseudoartrose:
o É o atraso da consolidação da fratura ou a ausência total de consolidação.
o Ocorre a formação de uma articulação no foco da fratura.
o O diagnóstico de pseudartrose é quando não há mais esperança de consolidação natural.
• Consolidação Viciosa:
o O osso se consolida fora da sua posição anatômica.
o Pode acontecer devido à má redução da fratura ou de uma imobilização em posição
inadequada.
• Desvios Angulares do Membro e Deformidades:
o Podem aparecer em decorrência de consolidações viciosas ou alterações articulares
ocasionadas por falhas no processo de recuperação e reabilitação.

Tratamento Ortopédico das fraruras


o Baseado em múltiplos fatores
o Gravidade determinada pelo médico
▪ Se a fratura é aberta ou fechada
▪ Com desvio ou sem desvio
▪ Se é estável ou instável
• Fisioterapeuta
o Precisa conhecer a abordagem de tratamento médico para a fratura
o Intervenção depende diretamente do tratamento médico
• Reabilitação
o Muitos recursos utilizados possuem contraindicações
o
• Princípios Básicos do Tratamento:
o Redução anatômica da fratura.
o Maior grau de estabilização possível do osso fraturado.
o Preservação do suprimento sanguíneo.
o Mobilização precoce ativa com carga no membro indolor.
• Tratamento Conservador:
o Indicado quando são previsíveis bons resultados, em pacientes em mau estado geral, em
crianças (exceto em algumas fraturas articulares ou periarticulares), e se houver
dificuldade para o emprego de anestesia.
o Envolve a redução da fratura e a imobilização do membro.
• Procedimento Cirúrgico:
o Reservado para fraturas mais complicadas.
o Tem por objetivo restabelecer o alinhamento normal do osso e manter esse alinhamento
até a reparação da fratura.
o Podem ser utilizadas várias técnicas para o restabelecimento da continuidade óssea por
meio cirúrgico, como placas e parafusos, hastes intramedulares ou fios de Kirschner.
• Osteossínteses:
o Materiais utilizados para a fixação, normalmente metálicos.
o Podem ser classificadas em internas e externas.
o

Tratamento Fisioterapêutico das Fraturas


• Papel do Fisioterapeuta:
o Vital para a recuperação funcional completa do paciente pós-fratura.
• Processo de Reabilitação
o Considera variáveis da fratura, tipo de tratamento ortopédico, fase da consolidação da
fratura e condições gerais do paciente.
• Objetivos da Reabilitação:
• Consolidação da fratura.
• Diminuição das consequências da síndrome do imobilismo.
• Conceitos Importantes:
o Lei de Wolf (1892): o crescimento ósseo se adapta às forças colocadas sobre ele.
o Efeito piezoelétrico: energia mecânica aplicada sobre o osso é transformada em
atividade elétrica.
• Auxílio no Processo de Consolidação:
o Sobrecargas gravitacionais, sustentação de peso, compressões articulares,
movimentação do membro e contração muscular isométrica.
o Utilização de ultrassom terapêutico de baixa intensidade, eletroestimulação e radiação
laser AsGa.
• Efeitos da Imobilização:
o Enfraquecimento do tecido conjuntivo, degeneração articular, atrofia muscular,
desenvolvimento de contraturas, perda de massa óssea, rigidez articular, diminuição da
circulação, inflamação, lesão dos tecidos moles com sangramento e formação de
cicatriz.
• Plano de Tratamento:
o Orientação ao paciente.
o Diminuição dos efeitos da inflamação.
o Diminuição dos efeitos da imobilização.
o Proteção até que esteja radiologicamente cicatrizado.
o Início de exercícios ativos.
o Aumento da mobilidade das articulações e dos tecidos moles.
o Aumento da força e resistência muscular à fadiga.
o Melhora da função cardiorrespiratória.
• Resultados Esperados:
o Boa cicatrização e remodelação óssea;
o Ausência de sintomas clínicos;
o Funcionalidade adequada.

Fraturas por Estresse


• Definição:
o Falhas ósseas causadas pela repetida aplicação de carga mecânica além do limite de
tolerância de determinado osso.
• Etiologia:
o Ocorrem após uma mudança no esquema de treinamento ou desempenho que aumenta a
carga mecânica sobre determinado osso.
o Aumento no estresse mecânico resulta em microlesões que disparam a cascata normal de
respostas à lesão óssea.
• Incidência:
o Mais comum em ossos dos membros inferiores, principalmente os ossos do pé, tíbia,
fíbula, fêmur, ossos da pelve e vértebras na coluna.
o Mais comum em mulheres devido à “tríade da atleta feminina”: distúrbio alimentar,
amenorreia e osteoporose.
• Exame Físico:
o Aspectos clínicos similares às fraturas agudas, pode haver deformidade, edema,
tumefação óssea, sensibilidade óssea localizada, dor com o movimento do segmento
afetado.
• Diagnóstico:
o Alterações radiológicas são sutis ou inexistentes, frequentemente o diagnóstico depende
da suspeita do médico.
o Exames de cintilografia óssea e ressonância magnética são necessários para a
confirmação do diagnóstico nas fases iniciais.
• Prevenção:
o Identificação dos pacientes de risco.
o Orientação clara de atletas, treinadores, técnicos e pais.
o Aumento gradual da intensidade e duração do treino.
o Aumento da ingestão de cálcio e vitamina D.
o Monitoramento da alimentação.
o Uso de equipamentos adequados.
o Interrupção imediata da atividade em caso de dor ou edema.
• Tratamento:
o Benefícios mais efetivos quando a fratura é diagnosticada precocemente.
o Identificação e correção de erros de treinamento.
o Repouso relativo necessário.
o Realização de atividades na água e exercícios de fortalecimento e alongamento.
o Orientações do fisioterapeuta: repouso, uso de calçado adequado, substituição da
atividade física.
o Após a recuperação, realização de atividade suave sem dor e progressão gradual dos
exercícios.
o Reabilitação com objetivo principal de ganhar força muscular.
o Possível necessidade de fixação interna em fraturas por estresse com elevada incidência
de pseudoartrose.
o Cirurgia pode ser necessária para adequada readaptação e redução anatômica
apropriada.

Fixadores Externos
• Definição:
o Método de fixação óssea ou de fragmentos ósseos, utilizando pinos ou fios transfixantes
que penetram perpendicularmente no esqueleto.
• História:
o Usados para o tratamento de patologias osteoarticulares desde 1853.
o Lambotte é creditado por ter utilizado pela primeira vez a fixação externa com pinos.
o Hoffmann popularizou uma técnica de fixação esquelética externa em 1938.
o Ilizarov apresentou um revolucionário sistema de fixação externa em 1951.
• Uso:
o Controla fraturas abertas com danos de tecidos moles, artroses e artrodeses.
o Proporciona um apoio estável ao mesmo tempo que permite o tratamento das lesões dos
tecidos moles.
• Fixador Externo de Ilizarov:
o Permite que se realize compressão, distração, transporte ósseo, remodelamento e o
alongamento ósseo.
o Possibilita a correção de fraturas e deformidades ósseas, tratamento de infecções e até
mesmo a substituição do emprego de próteses ou enxerto ósseo nas ressecções
tumorais.
• Prevenção:
o A prevenção das fraturas por estresse depende da identificação dos pacientes de risco.
o Orientação clara de atletas, treinadores, técnicos e pais com relação aos possíveis riscos
de um programa de treinamento inadequado.
o Aumento gradual da intensidade e duração do treino.
o Uso de equipamentos adequados.
o Interrupção imediata da atividade em caso de dor ou edema.
• Tratamento:
o Benefícios mais efetivos quando a fratura é diagnosticada precocemente.
o Identificação e correção de erros de treinamento.
o Repouso relativo necessário.
o Realização de atividades na água e exercícios de fortalecimento e alongamento.
o Orientações do fisioterapeuta: repouso, uso de calçado adequado, substituição da
atividade física.
o Após a recuperação, realização de atividade suave sem dor e progressão gradual dos
exercícios.
o Reabilitação com objetivo principal de ganhar força muscular.
o Possível necessidade de fixação interna em fraturas por estresse com elevada incidência
de pseudoartrose.
o Cirurgia pode ser necessária para adequada readaptação e redução anatômica
apropriada.

Método de Ilizarov
• Definição:
o Método de fixação óssea ou de fragmentos ósseos, utilizando pinos ou fios transfixantes
que penetram perpendicularmente no esqueleto.
• Componentes:
o Elementos principais: fios transósseos com ou sem oliva de apoio, anéis, semianéis,
arcos, parafusos fixa-fio e tendifio, morsetos.
o Elementos secundários: hastes rosqueadas, hastes elescópicas, placas de conexão
retas, curvas e tortas, bandeirinhas, arruelas, bússolas, parafusos e porcas, diversas
tipos de chaves anguladas e retas e tensor de fios.
• Procedimento:
o Colocação dos fios e pinos é percutânea, pouco invasiva e sem dissecção cirúrgica.
o Técnica de osteossíntese transóssea é a mais empregada atualmente.
• Princípios:
o Fundamenta-se na plasticidade dos tecidos e na lei de tensão-estresse (tension stress).
• Objetivo:
o Promover a manutenção das funções de sustentação e locomoção do membro
acometido, promovendo a mobilização precoce do paciente.

• Indicações
o Lesões/fraturas ocasionadas de traumas de grande intensidade em que há uma grande
perda de substância de pele e de osso.
o Alongamento do membro,
o tratamento imediato das fraturas complexas dos membros, abertas ou fechadas,
o fraturas severas associadas à perda óssea, à lesão de partes moles, à lesão neurovascular
ou a queimaduras,
o fraturas cominutivas graves,
o fraturas múltiplas, pélvicas, expostas,
o estabilização de osteotomias,
o pseudoartrose congênita ou adquirida,
o séptica ou não,
o desvios axiais ou rotacionais e
o deformidades dos ossos longos.

• Vantagens:
➢ Segurança na aplicação na região metafisária dos ossos;
➢ Útil para tratamento de fraturas, transposição de ossos e alongamento dos membros;
➢ Acesso às partes moles;
➢ Versatilidade de montagens com a utilização dos círculos e semicírculos;
➢ Menor trauma no foco de fratura e da corticotomia;
➢ Manutenção da vascularização óssea e dos elementos vásculo-nervosos;
➢ Permite colocação de carga imediata e manutenção das funções articulares;
Período de internação do paciente tende a ser menor.
• Desvantagens:
o Tamanho, Peso e Material:
➢ O fixador de Ilizarov é grande e pesado, e o material pode ser problemático.
➢ A colaboração ativa do paciente é necessária para o sucesso do tratamento.
o Aceitação Psicológica:
➢ pode ser um obstáculo devido ao tamanho e peso do dispositivo.
o Limitações Sociais e Profissionais:
➢ O paciente pode ter limitações na vida social e profissional devido ao
tamanho e peso do dispositivo.
➢ As roupas precisarão ser adaptadas e os cuidados higiênicos devem ser
redobrados na região dos pinos.
➢ Inicialmente, pode ser necessária a utilização de dispositivos auxiliares para
deambulação.

o Dores e Infecções:
➢ Os fios que passam pelos ossos e tecidos podem causar dores cutâneas e
musculares, edema e infecção superficial nos pinos e fios.
➢ Pode haver dificuldade na contração muscular.
o Experiência e Prática Médica:
➢ O médico ortopedista que realiza a colocação do fixador deve ter muita
experiência e prática.
➢ Podem surgir problemas ligados à técnica cirúrgica ou ao material, como
insuficiência de distração ou compressão, desalinhamento do eixo,
corticotomia insuficiente e ruptura dos fios.
➢ Estes problemas podem levar à necessidade de um novo procedimento
cirúrgico.
• Possíveis Complicações:
o Duração do Tratamento:
➢ O paciente pode precisar ficar com o aparelho por meses ou até mais de um ano
até que a fratura se consolide ou os objetivos de alongamento ósseo sejam
atingidos.
o Complicações Possíveis:
➢ Edema do membro em tratamento.
➢ Inflamação dos orifícios do fio, reconhecida por eritema, desconforto local e
infiltração ao redor do pino ou do fio.
➢ Complicações vasculares e nervosas, como flebite e fístulas arteriovenosas.
➢ Complicações infecciosas, como fístulas e osteítes, e tróficas, como amiotrofia e
algodistrofia.
➢ Fratura secundária ou desnivelamento do eixo secundário.
➢ Pseudoartrose.
➢ Prejuízo neurológico periférico.
➢ Rigidez articular temporária, quase inevitável pela passagem dos fios através da
musculatura.
➢ Limitação de movimentos.
➢ Déficit de força muscular.
➢ Subluxação articular.
• Orientações do Fisioterapeuta:
➢ O fisioterapeuta orienta o paciente sobre autocuidado e higiene do aparelho.
➢ O paciente deve observar a área próxima aos pinos ou fios em busca de sinais de
infecção ou soltura.
➢ Se houver infecção no trajeto dos pinos ou fios, o médico prescreverá antibióticos.
➢ O paciente deve realizar a limpeza semanal de todos os pontos de inserção e saída
dos pinos e fios.
➢ O fisioterapeuta ensina o procedimento de ajuste para o alongamento ósseo, se
necessário.
• Objetivos da Fisioterapia:
➢ Aliviar a dor e controlar o processo inflamatório.
➢ Auxiliar na aceitação da imagem psicossocial-sensorial e motora do paciente; se
necessário, um psicólogo deve ser procurado.
➢ Promover a recuperação de força e flexibilidade muscular.
➢ Promover a integridade dos tecidos tendinosos.
➢ Manter a mobilidade articular.
➢ Auxiliar na manutenção da circulação arteriovenosa e linfática.
➢ Promover o relaxamento muscular com movimentos rítmicos e dinâmicos.
➢ Melhorar a coordenação motora.
➢ Orientar o treino de marcha e adaptações a serem realizadas pelo tamanho e
volume do fixador.
A reabilitação do paciente pode ser dividida em quatro fases
• Período do Pós-Operatório Imediato (2º dia após a cirurgia):
o Orientações do Fisioterapeuta:
➢ O fisioterapeuta orienta o paciente sobre mudanças de decúbito e a posição
correta do membro.
➢ Pode ser feito uso de talas para a correção da posição.

o Movimentação e Mobilização Ativa:


➢ A movimentação ou mobilização ativa das articulações adjacentes deve ser
realizada.
➢ Exercícios respiratórios são realizados logo após o procedimento, em média,
em torno de 24 a 48 horas da cirurgia.
o Benefícios:
➢ Este procedimento diminui a rigidez articular pós-operatória e facilita a nutrição
da cartilagem articular.
o
• Fase de Distração (5º dia após a cirurgia):
o O objetivo é manter a mobilidade articular para evitar contraturas.
o É essencial manter o movimento articular e prevenir a atrofia muscular com exercícios de
força.
• Fase de Consolidação (tempo variável):
o É o período de formação do calo ósseo.
o O objetivo é evitar a perda de mobilidade articular, fraqueza muscular e dor.
o Esta é a fase de reeducação muscular.
• Última Fase (retirada do fixador – tempo variável):
o Após a remoção do fixador externo, o paciente pode ser imobilizado por um mês.
o A reabilitação mais direcionada começa com a liberação do médico.
o O tratamento inclui:
➢ Cinesioterapia,
➢ Massoterapia,
➢ Eletroestimulação,
➢ Termoterapia e
➢ Hidroterapia.
o Os benefícios dos exercícios terapêuticos incluem:
➢ prevenção de disfunções,
➢ desenvolvimento,
➢ melhora, restauração ou manutenção da normalidade de força,
➢ resistência à fadiga,
➢ mobilidade e flexibilidade,
➢ relaxamento, coordenação e habilidades funcionais.

TRAUMATOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL


• Complexidade da Coluna Vertebral:
o A coluna vertebral é uma estrutura complexa que requer cuidado durante a reabilitação.
o As lesões devem ser tratadas com atenção e especificidade para evitar lesões
neurológicas complexas.
• Anatomia da Coluna Vertebral
o A coluna vertebral é vital para o corpo humano, apoiando o tronco e possibilitando
movimentos.
o Sua anatomia serve para várias funções, incluindo movimento, equilíbrio, postura ereta,
proteção da medula espinal e absorção de choque.
o A coluna vertebral é composta por 33 vértebras separadas ao nascer, que se fundem
para formar 24 vértebras na idade adulta.
o A coluna vertebral é dividida em coluna cervical (C1-C7), coluna torácica (T1-T12),
coluna lombar (L1-L5), sacro (S1) e cóccix.
o A coluna vertebral tem três curvas progressivas: lordótica no pescoço, cifose na coluna
torácica e lordótica na coluna lombar.
• Funções da Coluna Vertebral:
o A coluna vertebral serve para proteger a medula espinal, apoiar o corpo e facilitar o
movimento.
o A perda de equilíbrio da coluna vertebral pode resultar em tensão para os músculos da
coluna e deformidades.
o A curvatura excessiva pode resultar em desequilíbrio vertebral.

ELEMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL:


• Vértebras:
o As vértebras suportam a maior parte do peso aplicado à coluna.
o Cada vértebra é ligada a um anel ósseo constituído por várias partes, incluindo o
pedículo, as lâminas, o processo transversal e o processo espinhoso.
• Disco Intervertebral:
o Os discos intervertebrais funcionam como amortecedores entre as vértebras.
o Cada disco é composto por um anel externo de fibras (fibrose do anel) e um centro mole
(núcleo pulposo).

• Conjunto das Articulações Facetárias:


o As articulações facetárias conectam as arcadas ósseas de cada um dos corpos
vertebrais.
o Elas permitem que os corpos vertebrais possam rodar um em relação ao outro.
• Forame Neural:
o O forame neural é uma abertura através da qual as raízes nervosas saem da coluna e
viajam para o resto do corpo.
• Medula Espinal:
o A medula espinal se estende da base do cérebro até a região entre a primeira e segunda
vértebras lombares.
o Termina divergindo em nervos individuais que viajam para a porção inferior do corpo e
das pernas, formando a cauda equina.
o A medula espinal é coberta por uma membrana protetora chamada dura-máter, que
forma uma bolsa estanque em torno da medula espinal e nervos.
• Nervos:
o Os nervos em cada área da medula espinal estão ligados a partes específicas do corpo.
o Os nervos carregam sinais elétricos de volta para o cérebro, possibilitando as
sensações.
o Danos aos nervos, raízes nervosas ou da medula espinal podem resultar em sintomas
como dor, formigamento, dormência e fraqueza.
• Músculos:
o Muitos grupos musculares que movem o tronco e os membros também são anexados à
coluna vertebral.
o O fortalecimento desses músculos pode ser uma parte importante da fisioterapia e da
reabilitação.
• Objetivo dos Elementos da Coluna Vertebral:
o Todos os elementos da coluna vertebral têm como objetivo proteger a medula espinal, a
qual proporciona uma comunicação com o cérebro, bem como garante a mobilidade e a
sensação no corpo.

ESPONDILÓLISE E ESPONDILOLISTESE
• Espondilólise:
➢ Defeito estrutural no osso dos elementos posteriores da coluna vertebral, mais
frequentemente na região da pars interarticularis da vértebra L5.
➢ Associada a atividades executadas em hiperextensão da coluna como dança, ginástica
e patinação artística.
➢ Manifesta-se como lombalgia sem irradiação para membros inferiores, mas é
exacerbada pelas atividades em hiperextensão.
• Espondilolistese:
➢ Translação ou deslizamento anterior de uma vértebra sobre a próxima vértebra inferior.
➢ A incidência de espondilólise/espondilolistese na população assintomática é de 3% a
5%.
➢ A causa mais comum em crianças é uma espondilolistese ístmica, na qual a lesão ou
defeito na pars interarticularis permite o deslizamento para diante da vértebra superior.

• Classificação da Espondilolistese:
➢ Congênita: deficiência congênita das facetas.
➢ Ístmica: defeito típico na pars interarticularis, permitindo o deslizamento anterior das
vértebras.
➢ Traumática: fratura aguda do pedículo, da lâmina ou da faceta, mais comum no
segmento L5/S1.
➢ Patológica: é o enfraquecimento do pedículo causado por fraqueza óssea.
➢ Degenerativa: é o tipo mais comum, principalmente no segmento L4/L5.
➢ Pós-cirúrgica: falha de procedimento cirúrgico prévio.
• Biomecânica da Coluna Vertebral:
➢ A base do sacro se apresenta inclinada anterior e inferiormente, formando um ângulo
de 40°, chamado ângulo sacro-horizontal.
➢ Quanto maior for o ângulo sacro-horizontal, maior será a força resultante de
cisalhamento anterior em L5-S1.
➢ Na avaliação, devemos nos preocupar com alterações que poderiam aumentar esse
ângulo na junção L5-S1, como a inclinação anterior da pelve com consequente
aumento da lordose lombar.
• Sistema de Graduação de Meyerding:
o Usado para indicar a porcentagem de deslocamento do corpo vertebral superior sobre o
corpo vertebral inferior:
➢ Grau I: 0% a 25%
➢ Grau II: 25% a 50%
➢ Grau III: 50% a 75%
➢ Grau IV: 75% a 100%
➢ Grau V: mais de 100% ou espondiloptose.

• Sintomas:
➢ Lombalgia, com piora na hiperextensão,
➢ dificuldade para flexão do tronco,
➢ compressão nervosa e retração dos músculos isquiotibiais
➢ e dos paravertebrais lombares.
• Diagnóstico:
o Realizado por radiografias anteroposteriores e laterais.
o A tomografia computadorizada parassagital e a ressonância magnética parassagital são os
melhores exames para diagnóstico do grau de escorregamento.
• Tratamento:
o Tratamento Conservador:
➢ O objetivo principal é promover a estabilização do tronco com exercícios de
fortalecimento de músculos abdominais e glúteos.
o Intervenção Cirúrgica:
➢ Pacientes com dor não controlável, sintomas neurológicos ou retesamento severo do
grupo isquiotibial são candidatos para a intervenção cirúrgica.
o Tratamento Fisioterapêutico Pós-Cirúrgico:
▪ Os objetivos são:
➢ estabilizar o segmento lombar,
➢ fortalecer a musculatura estabilizadora da pelve,
➢ manter a mobilidade e o tônus muscular das extremidades
➢ e prevenir as complicações respiratórias e vasculares.
o Após a Alta Hospitalar
➢ O paciente deve utilizar um colete lombar até a consolidação total dos segmentos
abordados.
➢ O paciente deve continuar o processo de reabilitação para ganho de força e estabilidade
da coluna lombar.

FRATURAS E LESÕES TRAUMÁTICAS NA COLUNA VERTEBRAL


• Fraturas Vertebrais:
o Podem ocorrer por traumatismos de grandes magnitudes ou por traumatismos mínimos
em pacientes com patologias ósseas.
o O fator mais importante a saber nessas fraturas é a existência ou ausência de
comprometimento neurológico.
• Fratura da Vértebra C1 (Fratura de Jefferson):
o Ocorre quando uma força compressiva vertical empurra para baixo as facetas
articulares dos côndilos occipitais do crânio.
o Os sintomas e sinais clínicos variam de queixas mínimas até dor intensa e limitação
grosseira do movimento.
o O tratamento é realizado por imobilização em uma órtese cervicotorácica ou halo-vest.
• Fratura do Processo Odontoide:
o O mecanismo de trauma mais comum é a queda de altura.
o Os sintomas podem ser mínimos, mas o paciente pode apresentar dor intensa atrás das
orelhas e uma sensação de instabilidade na base do crânio.
o O tratamento médico é realizado inicialmente com a imobilização com uma órtese
cervical, ou nos casos mais graves com tração e halo-vest.
• Fratura da Vértebra C2 (Fratura do Enforcado):
o Corresponde de 7% a 20% das fraturas da coluna cervical e quase 1/4 das fraturas de
C2.
o Resulta da sequência dos movimentos de hiperextensão seguida de compressão e
flexão de rebote, movimento visto em acidentes automobilísticos.
o O tratamento consiste na redução da fratura com o pescoço na posição neutra, sendo
associado à imobilização com halo-vest.

• Fraturas e Luxações da Coluna Cervical Inferior:


o Podem ocorrer por traumatismos de grandes magnitudes ou por traumatismos
mínimos.
o Com frequência a medula espinal e as raízes nervosas são afetadas, promovendo
déficits motores e neurológicos.
o O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, seguido de um período de
imobilização.
• Lesão por Chicotada por Hiperextensão:
o Origina-se quando um automóvel bate na parte traseira de outro provocando em seus
ocupantes uma hiperextensão da coluna cervical seguida de um momento de
desaceleração.
o O paciente mostra ao exame físico hipersensibilidade ao longo dos músculos
escalenos, rigidez articular e contratura muscular.
o O tratamento recomendado durante os primeiros quatorze dias é a colocação de um
colar cervical para alívio da dor e repouso.
• Reabilitação Pós-Fratura de Coluna Cervical:
o Fase de Pós-Traumatismo Imediato:
➢ O paciente será colocado em uma tração craniana (halo-vest) ou será imobilizado
com uma órtese (colar) cervical.
o Objetivos:
➢ Alívio de dor
➢ Diminuição de contraturas musculares
➢ Relaxamento
o Após Alguns Dias do Trauma:
➢ O quadro de tensão muscular e dor começa a diminuir.
➢ O fortalecimento muscular pode ser iniciado de forma lenta e suave nos membros
superiores.
➢ Exercícios isométricos de toda a musculatura da região cervical podem ser
iniciados.
o Após a Retirada da Imobilização:
➢ Normalmente ocorre após a consolidação completa entre 2 e 3 meses.
➢ O trabalho de fortalecimento muscular será enfatizado.
➢ A mobilidade articular deve ser recuperada aos poucos.
• Fraturas e Fraturas-Luxações da Coluna Torácica, Toracolombar e Lombar:
o Causas das Fraturas:
➢ Normalmente ocorrem mais frequentemente por uma flexão exagerada da coluna
vertebral associada ou não com uma rotação.
o Classificação das Fraturas:
➢ Fratura por compressão;
➢ Fratura explosiva estável;
➢ Lesão por flexão-distração;
➢ Fratura de Chance;
➢ Lesões translacionais.
o Diagnóstico:
➢ É clínico e radiológico.
➢ Suspeita-se do tipo de lesão pela história do seu mecanismo, ou no paciente idoso
após um solavanco inesperado ou queda.
o Exames:
➢ As radiografias em incidência anteroposterior e laterais associadas à tomografia
computadorizada evidenciarão os traços de fratura e o tipo correto da lesão.

• Orientações Iniciais:
o O fisioterapeuta deve orientar os familiares e cuidadores para auxiliar nas mudanças de
posição no leito e da forma correta de realizar o deslocamento.
o Deve ser evitada a posição em decúbito ventral por forçar a coluna lombar.
• Fortalecimento Muscular:
o Após o Trauma:
➢ Alguns dias após o trauma, a tensão muscular e a dor começam a diminuir.
➢ O fortalecimento muscular pode ser iniciado de forma lenta e suave nos membros
superiores.
➢ Exercícios isométricos de toda a musculatura da região cervical podem ser iniciados.
o Após a Retirada da Imobilização:
➢ Normalmente ocorre após a consolidação completa entre 2 e 3 meses.
➢ O trabalho de fortalecimento muscular será enfatizado.
➢ A mobilidade articular deve ser recuperada aos poucos.
• Reabilitação Pós-Fratura:
o Após o Período de Imobilização:
➢ Quando a fratura já estiver totalmente consolidada, o objetivo principal é
conseguir uma coluna equilibrada, estável e sem dor.
o Exercícios:
➢ Os exercícios isométricos podem ser substituídos gradativamente pelos
isotônicos para garantir ganho de força muscular e estabilização de tronco.
➢ Devem ser inseridos exercícios posturais e de realização de atividades da vida
diária (AVDs), atividades laborais e de lazer.

LESÕES NOS ESPORTES


• Esportes que promovem sobrecarga na coluna vertebral:
o Esportes com componente rotacional em alta velocidade
o Podem ser extremamente lesivos ao atleta
o Podem causar danos irreversíveis
• Papel do fisioterapeuta:
o Deve ficar atento a essas possíveis lesões
o Deve conhecer a biomecânica normal
o Deve entender o gestual esportivo
o Deve conhecer formas de prevenir ou minimizar possíveis lesões

LACERAÇÃO ANULAR EM DISCO INTERVERTEBRAL

• Lesão rotacional aguda:


o Causa um “pop” na coluna com dor e espasmo reflexo súbito e intenso;
o Pode causar queda e necessidade de transporte por ambulância;
o Pode haver sintomas bilaterais nos membros inferiores e espasmos agudos
persistentes na coluna;
o Pode haver dor intensa referida na articulação sacroilíaca e queimação nas áreas
pélvicas e trocantéricas laterais.
• Sintomas:
o Dor ao elevar a perna reta;
o Movimento do tronco ou estiramento dural causa dor intensa;
o Alterações inflamatórias intensas no canal vertebral podem gerar sintomas
neurológicos;
o Predominância de dor intensa na coluna e espasmo muscular palpável.
• Diagnóstico
o Radiografia tem aspecto normal e não mostra lesão
o Ressonância nuclear magnética pode mostrar degeneração de disco ou laceração
anular aguda.

• Tratamento
o Espasmos musculares tratados como sintoma, não como causa;
o Crioterapia pode aliviar temporariamente os sintomas;
o Médico ortopedista pode receitar anti-inflamatórios e relaxantes musculares;
o Fisioterapia iniciada logo no início dos sintomas:
➢ Utilização de medidas analgésicas e anti-inflamatórias;
➢ Técnicas de estabilização;
➢ Fortalecimento dos músculos do tronco;
➢ Reeducação de movimento.
o Reabilitação adequada:
➢ Condicionamento físico aeróbio;
➢ Programa de estabilização de tronco;
➢ Retorno à função esportiva.

SÍNDROME FACETÁRIA
• Causas:
o Tensão causada pela repetida rotação em uma direção;
o Pode ocorrer devido a laceração anular e repetidos estresses, como no movimento de
swing do golfista;
o Pode causar alterações articulares, deformidade do arco da lâmina, deformidade das
superfícies articulares da articulação das facetas e protuberância anular.
• Sintomas:
o Dor predominante nos movimentos de rotação e extensão do tronco;
o Dor referida da articulação das facetas ao longo da articulação sacroilíaca e na região
lateral da pelve e do trocânter maior do fêmur.
• Diagnóstico:
o Diagnóstico diferencial envolve defeito espondilítico, fratura da articulação das facetas
(comum em arremessadores de beisebol) e lesão anular;
o No exame físico, o paciente relata dor na coluna e/ou na área referida; dor durante a
extensão e rotação do tronco.
• Tratamento
o Tratamento clínico conservador consiste no bloqueio da articulação das facetas com
aplicação de injeções na cápsula articular e bloqueio do ramo primário posterior sensitivo
na cápsula da articulação das facetas
o No processo de reabilitação, o objetivo principal é um programa de estabilização de
tronco para restauração da força muscular, além de utilização de métodos analgésicos
caso necessário.

Necrose avascular da cabeça femoral


• Vascularização da cabeça do fêmur:
o Realizada através da artéria circunflexa anterior e da artéria circunflexa posterior
o Estas artérias são procedentes da artéria femoral profunda
o Os vasos penetram na cabeça femoral na região da borda cartilaginosa.
• Fratura na região da borda cartilaginosa
o Pode alterar ou suprimir o suprimento sanguíneo para a cabeça do fêmur
• Ramos arteriais retinaculares
o Nutrem a cabeça femoral
o Podem ser lesados no momento da fratura
• Artéria circunflexa femoral medial
o Uma das principais artérias que fornecem sangue à cabeça do fêmur
• Artéria femoral profunda
o Origina as artérias circunflexas que vascularizam a cabeça do fêmur
• Necrose avascular da cabeça femoral
o Necrose parcial ou total da cabeça do fêmur devido à diminuição do suprimento
sanguíneo
o Pode ser causada por um traumatismo que interrompe a irrigação sanguínea no foco
de fratura
o Pode ser provocada pelo uso de fixações internas (placas e parafusos) que alterem o
sistema vascular
o É a complicação tardia mais temida da luxação posterior simples do quadril e da
fratura do colo do fêmur
o Pode estar associada a outras doenças e ser de caráter idiopático
• Fisiopatologia
o Suprimento sanguíneo → necrose → achatamento da cabeça → alteração da
distribuição de cargas → artrose de quadril
• Sintomas
o Dor que aumenta na mobilização, rigidez articular devida à diminuição da mobilidade,
incongruência articular, atrofia muscular periarticular, limitação de ADM nos
movimentos de extensão, abdução e rotação interna do quadril e postura antálgica
com deformidade em flexão, adução e rotação externa do quadril
• Tratamento
o Ortopédico conservador: diminuir a sobrecarga articular inserindo utilização de
dispositivo auxiliar de marcha e a indicação de fisioterapia
o Fisioterapia: aliviar a dor, prevenir os encurtamentos musculares, manter o arco de
movimento articular e a funcionalidade
o Cirúrgico: descompressão, enxerto ósseo, osteotomia, artroplastia ou artrodese

SÍNDROME DO PIRIFORME:
• Características:
o Compressão/irritação do nervo isquiático (ciático) no seu trajeto por entre as fibras ou
por baixo do músculo piriforme.
o Na maioria dos casos, o nervo ciático passa abaixo do músculo piriforme, mas em 15%
da população o nervo passa pelo meio separando o músculo em duas partes.
• Causas:
o Anormalidade anatômica do músculo ou do nervo;
o Aumento da tensão do músculo piriforme (por encurtamento ou hipertrofia).
• Sintomas:
o Dor localizada e sintomas na distribuição do nervo ciático, analogamente aos sintomas
de uma radiculopatia;
o Dor exacerbada pela atividade esportiva ou pela posição sentada;
o Ocorre mais frequentemente em homens do que em mulheres, em uma proporção de 6-
1, e pode causar dor crônica.
• Exame físico:
o Revela sensibilidade nas nádegas, dor sobre a fossa do piriforme e dor durante a
contínua flexão, adução e rotação interna do quadril.
• Diagnóstico:
o Diferenciação de lombociatalgia;
o Sinal de Freiberg (dor com a rotação interna passiva de quadril) como positivo;
o Sinal de Pace (dor e debilidade durante a abdução e rotação externa do quadril contra a
resistência) também positivo;
o Teste de elevação da perna retificada será negativo;
o Exames de ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada e os estudos
eletroneuromiográficos poderão auxiliar no diagnóstico.
• Tratamento:
o Tratamento inicial é conservador e tem como objetivo principal o alívio de tensão e
relaxamento do músculo piriforme;
o Técnicas de alongamento, pompage e liberação miofascial;
o Médico poderá prescrever utilização de infiltrações com corticoide e uso de medicação
anti-inflamatória;
o Retorno à atividade esportiva será permitido assim que tiverem desaparecido os
sintomas, em 2 a 6 semanas;
o Exploração cirúrgica e a descompressão do nervo ciático pela transecção do tendão do
piriforme se o tratamento conservador não resultar na resolução do problema.

PUBALGIA
Definição
o Conjunto de disfunções que causam dor crônica na região da pelve (virilha ou sínfise
púbica).
o Relacionada a desequilíbrios musculares na região e inflamação da articulação sínfise
púbica ou nos músculos adutores.
Sintomas
o Dor progressiva na região da virilha.
o Dor piora com esforço e melhora com repouso.
o Diminuição dos movimentos do quadril.
o Dor na caminhada e corrida.
População Afetada
o Comum em atletas de futebol, atletismo e judô.
o Geralmente, a dor só aparece num dos lados (direito ou esquerdo).
o Pubalgia bilateral é menos comum.
o Mais frequente em homens do que em mulheres.
Causas
o Multifatorial no atleta.
o Alteração do equilíbrio do antagonismo entre os músculos reto abdominal e adutor
longo.
o Lesões ósseas de estresse, como fraturas, especialmente nos ramos púbicos, acetábulo
e colo do fêmur.
Tratamento
o Maioria dos casos é tratada com um programa de reabilitação específico.
o Cirurgia não é comum.

FRATURAS E LESÕES TRAUMÁTICAS DO QUADRIL E DA PELVE

Fratura da pelve
• Características:
o Causa comum de morte associada a traumatismos;
o Cerca de 2/3 das fraturas pélvicas são complicadas por outras fraturas e lesões de
tecidos moles;
o Resultam de traumatismo direto ou da transmissão de forças pelo membro inferior;
o Importância reside na lesão associada de tecidos moles e na hemorragia que na fratura
em si.
• Sintomas:
o Dor,
o Crepitação,
o ou hipersensibilidade sobre a sínfise púbica, as espinhas ilíacas anteriores, a crista
ilíaca ou o sacro.
• Diagnóstico:
o Radiografia é essencial para o diagnóstico.
o Pode haver algum dano neurológico associado, portanto uma avaliação neurológica
detalhada deve ser realizada.
• Tratamento:
o Fraturas estáveis:
➢ Tratamento conservador e de acordo com os sintomas apresentados pelo
paciente;
➢ Paciente ficará restrito ao leito de 3 a 6 semanas, quando poderá iniciar o treino
de deambulação com andador ou muletas;
➢ Consolidação completa deve ser observada radiograficamente em 2 meses.
o Fraturas com instabilidade rotacional e deslocamento do foco de fratura:
➢ Devem ser reduzidas e estabilizadas por placa e parafuso;
➢ Seguido de imobilização no leito por 6 a 8 semanas e posterior sustentação de
peso e deambulação com andador ou muletas.

Fratura da cabeça femoral


• Características:
o Mais frequentes em idosos;
o Até os 60 anos afeta mais os homens (acidentes de trabalho e de trânsito), mas a partir
dessa idade, o número de mulheres afetadas é três vezes maior por causa de
osteoporose;
o Ocorrem normalmente com a luxação associada do quadril;
o As fraturas cominutivas da cabeça femoral ocorrem ocasionalmente com trauma de
grande intensidade, podendo estar envolvidas fraturas do colo do fêmur ou acetábulo.
• Mecanismo de trauma:
o Direto é uma queda que origina um traumatismo sobre o trocânter maior.
o Indireto é decorrente de uma queda na qual é produzida uma força indireta de rotação.
• Diagnóstico:
o Estabelecido pelas radiografias e por tomografia computadorizada.
• Classificação:
o Fraturas podem ser classificadas em intracapsulares e extracapsulares;
o Pelo sistema AO, são classificadas como 31-C;
o Utilizada a classificação de Pipkin (1957), que engloba quatro tipos:
➢ Tipo 1: fratura caudal à fossa.
➢ Tipo 2: fratura acima da fossa.
➢ Tipo 3: tipos 1 ou 2 com fratura do colo femoral.
➢ Tipo 4: tipos 1 ou 2 com fratura do acetábulo.
• Complicações:
o Fraturas intracapsulares podem apresentar dois tipos de complicação, devido às
características anatômicas vasculares da cabeça do fêmur: necrose avascular e
problemas de consolidação
o Fraturas extracapsulares não há comprometimento na vascularização e o fragmento
proximal é mais longo, o que favorece a reconstrução óssea e os meios de fixação
são mais efetivos
• Tratamento:
o Tratamento precoce deve concentrar-se em reduzir a luxação do quadril e
diagnosticar o padrão da fratura;
o Tratamento cirúrgico pode ser a solução nos casos mais graves e pode envolver
técnicas com utilização de material de osteossíntese, artroplastias parciais ou totais
ou hastes intramedulares;
o No pós-operatório o atleta normalmente fica dois dias com dreno, e a deambulação
com muletas é permitida.

Fratura do acetábulo
• Causas:
o Resultam de um golpe aplicado ao trocânter maior ou com cargas axiais da coxa com
o membro em posição abduzida;
o Normalmente os pacientes sofreram múltiplas lesões.
• Diagnóstico:
o Exame minucioso da função do nervo ciático ao toque leve e graduação motora de
todos os grupos musculares distais;
o Realizado por radiografias em incidência anteroposterior e pélvica oblíqua de 45 graus
associadas à tomografia computadorizada.
• Tratamento:
o Antigamente realizado com tração, porém, com as técnicas modernas, quase todas
as fraturas acetabulares com desvio podem ser fixadas de maneira segura e efetiva;
o No pós-operatório, o aparelho de movimentação passiva contínua (CPM) é utilizado
ocasionalmente;
o Pacientes são mobilizados com 12 semanas de sustentação do peso corporal: utiliza-
se a marcha do tipo tocar o solo com auxílio de muletas;
o Movimento de flexão de quadril deve ser limitado a 60° durante as primeiras 6
semanas.

• Complicações:
o Incluem infecção, ossificação heterotópica, necrose avascular, trombose venosa
profunda, embolia pulmonar, artrite degenerativa e lesão do nervo ciático;
o Geralmente, a substituição aguda do quadril (artroplastia) está indicada em pacientes
mais idosos com fraturas complexas.

Fratura subtrocantérica
• Características:
o Ocorre como prolongamento das fraturas intertrocanterianas ou de forma isolada;
o Mecanismo é um trauma direto de grande intensidade;
o Mais comum em pessoas mais jovens.
• Classificação:
o Realizada pelo sistema de Russell (1992), que divide essas lesões em altas e baixas;
o Fraturas altas ocorrem acima do trocânter menor e podem ou não acometer o trocânter
maior e a fossa piriforme do fêmur proximal;
o Fraturas baixas ocorrem abaixo do trocânter menor, podem ou não ser cominutivas e
possuem graus variáveis de extensão para a diáfise femoral.
• Diagnóstico:
o A força necessária para causar a fratura é de alta magnitude, o que gera com frequência
outras lesões no mesmo membro e em outros locais do corpo;
o No pronto atendimento, é necessária a imobilização de emergência;
o Pode haver hemorragia significativa;
o As radiografias anteroposterior e lateral fazem o diagnóstico da fratura e mostram a sua
extensão.
• Tratamento:
o Tratamento é cirúrgico para permitir a reabilitação precoce.

Fratura intertrocantérica
• Características:
o Ocorre em uma linha entre os trocânteres maior e menor;
o É uma fratura extracapsular;
o Ocasionalmente, é observado um prolongamento subtrocantérico da fratura.
• Causas:
o Resulta de uma queda na qual haverá forças tanto diretas quanto indiretas;
o A força direta atua ao longo do eixo longitudinal do fêmur ou diretamente sobre o
trocânter;
o A força indireta inclui a tração exercida pelo músculo iliopsoas sobre o trocânter menor
e pelos abdutores sobre o trocânter maior.
• Classificação:
o Classificadas como estável e instável.
• Diagnóstico:
o Ocorre principalmente em idosos, com idade entre 66 e 76 anos, sendo mais comum em
mulheres;
o O membro fica encurtado e coloca-se em acentuada rotação externa, qualquer
movimento provoca dor;
o As radiografias de quadril confirmam o diagnóstico.
• Tratamento:
o Tratamento é cirúrgico, com a utilização de fixação interna de maneira estável para
permitir a deambulação precoce;
o No pós-operatório, o paciente utilizará um meio de dispositivo auxiliar como andador ou
muletas;
o A fisioterapia deve utilizar recursos para fortalecimento de membros superiores e do
membro inferior contralateral, auxiliar nos cuidados de prevenção de escaras, evitar
deformidades em pé equino e orientar exercícios respiratórios;
o Após 8 semanas pode se iniciar a mobilização passiva do quadril; o quadril deve ser
protegido até haver um calo ósseo maduro e uma ponte óssea – após outras 4-6
semanas, quando o apoio de peso será permitido.

Fratura de colo do fêmur:


• Características:
o Correspondem pouco mais de metade de todas as fraturas femorais proximais;
o Mais comuns nos pacientes com mais de 50 anos de idade;
o Ocorrem geralmente por trauma de forte intensidade;
o Além das lesões traumáticas, as fraturas de estresse do colo femoral podem acontecer
em pacientes ativos e corredores.
• Classificação:
o Fraturas podem ser classificadas em quatro tipos: fratura com desvio, sem desvio,
impactada e por estresse;
o Cerca de 2/3 das fraturas do colo femoral apresentam desvios.
• Diagnóstico:
o Realizado pelas radiografias do quadril e ressonância nuclear magnética.
• Sintomas:
o Pacientes com fraturas por estresse, fraturas sem desvio ou fraturas impactadas podem
queixar-se apenas de dor na virilha ou no joelho homolateral;
o Pacientes com fraturas do colo femoral desviadas queixam-se de dor em toda a região
do quadril e ficam deitados com o membro acometido mais curto e rodado externamente.
• Tratamento:
o Fraturas por estresse: normalmente consolidam sem qualquer tipo de intercorrência.
o Fraturas impactadas: podem ser tratadas com ou sem cirurgia.
o Fraturas com desvio: devem ser reduzidas e fixadas internamente.

LESÕES NOS ESPORTES:


• Lesões no quadril:
o Comuns em adolescentes e adultos;
o Variedade de distúrbios;
o Dependem da idade fisiológica, estado físico geral e quantidade de força aplicada.
• Articulação do quadril:
o Transmite forças de sustentação de peso do esqueleto apendicular para o esqueleto
axial;
o Pode transmitir até 6,4 vezes o peso corporal durante a deambulação;
o Força pode aumentar consideravelmente em atividades de alto impacto, como corridas e
esportes de contato.

Lesões da epífise
• Causa
o Traumatismos de alta intensidade
o Outros processos patológicos
• Tipos de Lesões
o Fraturas agudas da epífise da cabeça do fêmur
▪ Associadas à elevada incidência de necrose avascular
o Deslizamento da epífise da cabeça do fêmur
▪ Distúrbio mais comum do quadril do adolescente
▪ Raramente ocorre como lesão aguda durante a prática esportiva
▪ Normalmente é secundário ao microtraumatismo crônico à fise em condições
normais durante o pico de crescimento da adolescência
• Sintomas
o Dor intensa
o Piora a movimentação do quadril
o Membro fica em posição de flexão e rotação externa
• Diagnóstico
o Realizado por radiografias do quadril nas incidências anteroposterior e lateral
• Tratamento
o Objetivo: estabilização da cabeça do fêmur
o Riscos: necrose avascular e consolidação viciosa aumentam à medida que piora a
luxação
o Método: cirúrgico com a utilização de pinos e parafusos
o Recuperação:
▪ Sem descarga de peso no membro durante 4 a 6 semanas
▪ Fisioterapia com exercícios para ganho de amplitude de movimento e ganho de
força muscular
▪ Descarga de peso parcial por mais 6 semanas com a utilização de dispositivo
auxiliar
▪ Apoio total do peso após esse período

Bursite
• Causas:
o Traumatismos de alta intensidade;
o Lesões repetidas ou evento traumático isolado.
• Sintomas:
o Dor que piora pela atividade esportiva;
o Surgem de forma aguda ou gradualmente;
o Sensibilidade, edema, eritema e calor sobre as bursas acometidas;
o Amplitude de movimento ativo e grau de força muscular podem estar limitados.
• Diagnóstico:
o Clínico, auxiliado pelos exames de ultrassonografia e ressonância nuclear magnética
o Radiografia pode demonstrar a presença de osteófitos ou patologia óssea
• Tratamento:
o Diminuição do processo inflamatório e dor;
o Reabilitação e prevenção da recorrência;
o Proteção, repouso relativo, gelo, compressão, elevação e utilização de recursos
terapêuticos;
o Exercícios de alongamento e fortalecimento simétrico de músculos adjacentes.

Síndrome da faixa iliotibial:


• Causas:
o Irritação da bursa do trocânter maior pela faixa iliotibial.
• Sintomas:
o Sensação de estalo com desconforto lateral sobre o trocânter maior;
o Sensação de que o quadril sofre luxação;
o Região do trocânter maior pode estar sensível à palpação.
• Diagnóstico:
o Sintomas do estalo são reproduzidos com flexão do quadril, adução e rotação interna;
o Teste de Ober é frequentemente positivo;
• Tratamento:
o Conservador na maioria dos casos;
o Repouso, utilização de medicação anti-inflamatória e alongamento da faixa iliotibial;
o Retorno à prática esportiva quando estiver assintomático, em 2 a 6 semanas;
o Em casos de fracasso do tratamento conservador, pode ser considerada a liberação
cirúrgica da faixa iliotibial.

Síndrome do impacto femoroacetabular:


• Causas:
o Maior causa de dor e de osteoartrite precoce do quadril no adulto jovem;
o Conflito ou contato anormal entre cabeça-colo femoral e o rebordo acetabular.
• Sintomas:
o Dor intermitente na virilha ou na região trocantérica;
o Dor anterior na virilha, intensa, especialmente após estar sentado por longos períodos ou
durante a atividade física;
o Sintomas mecânicos, tais como bloqueio articular, ressaltos e estalidos, além de dor
noturna.
• Classificação:
o Tipo CAM: alterações na junção cabeça-colo femoral
o Tipo pinça (pincer): lesão no acetábulo
o Tipo misto: alteração tanto da junção cabeça-colo femoral quanto do rebordo acetabular
• Etiologia:
o Idiopática (influência genética)
o Adquirida (quando houver possível causa específica ou fatores predisponentes)
• Tratamento:
Depende do tipo de lesão e dos sintomas apresentados pelo paciente
• Exame físico:
o Exame neurológico normal;
o Sem deficiência na força muscular;
o Mobilização passiva da articulação é limitada e dolorosa;
o Sinal de Tredelenburg pode ser positivo.
• Testes específicos:
o Teste do impacto anterior;
o Teste de impacto posteroinferior.
• Diagnóstico:
o Realizado com o auxílio de exames de imagem como radiografias, ressonância nuclear;
magnética, artrorressonância com gadolíneo e tomografia computadorizada.
• Tratamento:
o Conservador: restrição de atividades que provoquem os sintomas, prescrição de anti-
inflamatórios, analgésicos ou de injeções de corticoides para alívio da dor;
o Fisioterapia: ganho de força, melhora da mobilização articular ativa e passiva, educação
do paciente para evitar movimentos e situações com grande amplitude articular e
correção da biomecânica do movimento;
o Cirúrgico: aliviar a dor e prevenir o desenvolvimento de osteoartrite.
• Técnicas cirúrgicas:
o Artroscopia do quadril;
o Osteoplastia femoroacetabular;
o Osteotomias corretivas femorais e acetabulares;
o Artroplastia total do quadril.
• Reabilitação pós-operatória:
o Baseada nas propriedades curativas dos tecidos ósseos e de outros tecidos afetados e
do tipo de procedimento cirúrgico realizado;
o Orientações para colocação de carga sobre o membro afetado e as restrições na
amplitude de movimento.
• Fisioterapia:
o Controle da dor e a inflamação pós-operatória com a utilização de compressa de gelo
em intervalos regulares;
o Utilização de um dispositivo auxiliar, como as muletas, durante um período de 4 a 6
semanas;
o Mobilização passiva do quadril pode ser iniciada dentro da amplitude permitida;
o Exercícios metabólicos do tornozelo e mobilização ativa do joelho e de contração
muscular isométrica do quadril;
o Restrição de movimento durante 2 a 4 semanas, seguida de uma progressão para uma
amplitude total de flexão, rotação interna e abdução;
o Alongamento dos músculos flexores da coxa pode ser iniciado de 2 a 3 semanas após
cirurgia;
o Progressão dos exercícios de fortalecimento muscular começa 2 semanas após
cirurgia;
o Programas de reabilitação pós-operatória devem progredir para o treino de atividades
funcionais;
o Retorno ao trabalho pode ser realizado em 12 a 24 semanas e os atletas só devem voltar
ao ambiente competitivo em 12 a 32 semanas.

TRAUMATOLOGIA DO JOELHO
• Anatomia do Joelho:
o Envolvem três ossos:
➢ fêmur,
➢ tíbia e
➢ patela.
o Formam duas articulações:
➢ femoropatelar
➢ e tibiofemoral.
o Delimitada pela:
➢ extremidade distal do fêmur,
➢ extremidade proximal da tíbia com meniscos interpostos.
o Rodeada por:
➢ músculos,
➢ ligamentos,
➢ meniscos e
➢ cápsula articular.
• Movimentos:
o Flexão e extensão, com pouca rotação quando flexionado.
• Função:
o Relacionada à atividade muscular integrada e às estruturas ligamentosas restritivas e
precisas.
• Lesões:
o Comuns em indivíduos ativos;
o Ocorrem lesões tanto agudas quanto por uso excessivo (overuse).
• Consequências dos Traumas:
o Podem levar a muitas consequências, principalmente na marcha;
o Podem requerer um tempo longo do processo de reabilitação.
• Tratamento:
o A experiência e a habilidade do fisioterapeuta são fundamentais para o sucesso do
tratamento.

Lesões Meniscais
Anatomia do Menisco:
• Meniscos
o Duas cunhas de fibrocartilagem em formato de meia-lua (crescente).
o Situados entre os côndilos femorais e o platô tibial.
o Borda externa fixada à cápsula e à tíbia, adjacentes (ligamento coronário).
o Mais espesso perifericamente, afilando-se centralmente.
o Firmes fixações ósseas anterior e posterior.
o 10% a 30% periféricos do menisco geralmente constituem sua zona vascularizada.
• Funções dos Meniscos
o Aumentam congruência e estabilidade da articulação.
o Têm papel importante como meios de união elástica transmissores das forças de
compressão entre a tíbia e o fêmur.
o Distribuem pressões, fazendo com que o peso corporal não seja transmitido diretamente
ao ponto de contato entre o fêmur e a tíbia.
o Amenizam as pressões quando o joelho é submetido a forças excessivas.
o Facilitam a nutrição da cartilagem, promovendo melhor distribuição do líquido sinovial.
• Lesões
o O menisco medial é menos móvel que o menisco lateral, sendo, portanto, mais suscetível
a lesões.

• Funções dos Meniscos:


o Aumentam congruência e estabilidade da articulação;
o Transmitem as forças de compressão entre a tíbia e o fêmur;
o Distribuem pressões, amenizando as pressões quando o joelho é submetido a forças
excessivas;
o Facilitam a nutrição da cartilagem, promovendo melhor distribuição do líquido sinovial.
• Lesões:
o Lesões do menisco medial são 20 vezes mais frequentes que as lesões do menisco
lateral.
o Lacerações são classificadas com base em sua localização com relação à irrigação
sanguínea situada perifericamente.
o Lacerações também podem ser classificadas com base em sua orientação:
➢ longitudinais,
➢ oblíquas,
➢ radiais,
➢ horizontais
➢ ou de caráter degenerativo.
• Tratamento:
o Depende do tipo de lesão e dos sintomas apresentados pelo paciente.
o Técnicas consideradas pelos ortopedistas incluem:
➢ artroscopia do quadril,
➢ osteoplastia femoroacetabular,
➢ osteotomias corretivas femorais e acetabulares,
➢ e artroplastia total do quadril
• Desigualdades morfológicas e funcionais
o Proporcionam diferenças nos aspectos das lesões
• Menisco Medial:
o Preso à borda superior do platô por pequenos ligamentos coronários.
o Quando o menisco se solta (por causa da ruptura dos ligamentos coronários), a área
da linha articular pode se achar sensível.
o A margem anterior do menisco medial é palpada com dificuldade, profundamente no
interior do espaço articular.
o Possui alguma mobilidade e, quando a tíbia é rodada internamente, seu bordo medial
se torna mais saliente e acessível à palpação.
o Quando o menisco se rompe, a área medial da linha articular se mostra sensível à
palpação.
• Menisco Lateral:
o É palpado mais facilmente quando o joelho está levemente fletido, desaparecendo
completamente quando o membro se estende ao máximo.
o Preso à borda do platô tibial pelos ligamentos coronários, que, quando rompidos,
levam o menisco a se desprender.
o Ligado ao músculo poplíteo, e não ao ligamento colateral lateral, sendo, portanto, mais
móvel do que o menisco medial.
• Lesões:
o Lesões do menisco medial são 20 vezes mais frequentes que as lesões do menisco
lateral;
o O menisco medial adere firmemente à cápsula articular e ao ligamento colateral
medial, de modo a ficar mais exposto aos traumatismos.
• Lacerações:
o Classificadas com base em sua localização com relação à irrigação sanguínea
situada perifericamente (e seu potencial de cicatrização);
o O menisco é dividido em terços circunferenciais;
o Lacerações ocorrentes no terço periférico são consideradas lesões na zona
vascularizada ou zona vermelha-vermelha;
o Lacerações na zona central avascularizada, ou zona branca-branca, têm limitado
potencial de cura;
o Lacerações na zona média, ou zona vermelha-branca, têm potencial de cura
intermediário.

Lesões do menisco medial

• Menisco Medial:
o Parte do complexo ligamentar medial.
o Menisco da estabilidade.
o Lesões podem ser de três tipos:
➢ traumáticas,
➢ degenerativas e
➢ congênitas.
• Lesões Traumáticas:
o Causadas por traumas rotacionais ou axiais.
o Podem estar associadas com a presença ou não de instabilidade articular.
o Sintomas:
➢ dor,
➢ derrame articular,
➢ falseios e
➢ bloqueios.
• Lesão Longitudinal em Alça de Balde
o Causada por uma força de torção sobre o joelho fletido ou em semiflexão.
o Consequência principal:
➢ limitação ou
➢ bloqueio para extensão.
• Lesões Degenerativas:
o Ocorrem devido aos processos degenerativos articulares decorrentes do
envelhecimento ou de sequelas traumáticas ou inflamatórias
o Sintomas:
➢ basicamente noturnos,
➢ atitude em flexão,
➢ presença de derrame articular.
• Lesões Congênitas (Menisco Discoide):
o Ocorrem em meniscos congenitamente malformados.
o Sintomas semelhantes aos das lesões de causa traumática, porém, sem história
de trauma proporcional.

Lesões do menisco lateral

• Menisco Lateral:
o Lesões podem ser de três tipos:
➢ traumáticas,
➢ degenerativas e
➢ Congênitas.
• Lesões Traumáticas:
o Causadas por traumas rotacionais
o Lesão tipo “bico de papagaio” (parrot-beak): associação de uma lesão horizontal
com uma transversal
o Lesões transversas ou radiais: mais encontradas na borda livre do menisco
lateral
o Lesões longitudinais: normalmente estão relacionadas com instabilidade
anterior do joelho
• Lesões Degenerativas:
o Representadas pelos cistos de menisco externo.
o Lesões intersticiais: lesões intrínsecas dos meniscos, causadas por constantes
pressões de deslizamento entre suas superfícies.
• Lesões Congênitas (Menisco Discoide):
o Ocorrem com frequência no menisco lateral e têm prevalência em alguns
grupos étnicos
o Dois tipos principais de lesões:
➢ Lesões na parte central (horizontais e/ou degenerativas) ou na
periferia (lesões longitudinais).
➢ Lesão no menisco discoide, na parte central ou na periferia; o
menisco é uniformemente espesso e apresenta um processo de
degeneração mucoide na sua parte central.
Lesões degenerativas do menisco lateral:
• Menisco Lateral:
o Lesões podem ser de três tipos:
➢ traumáticas,
➢ degenerativas e
➢ Congênitas.
• Lesões Degenerativas:
o Lesão cística do menisco lateral: lesão complexa, de características horizontal e
radial, com componente degenerativo:
▪ Sintomas:
➢ dor ao longo da face lateral do joelho,
➢ massa tipo cística ao nível da interlinha lateral,
➢ dor à palpação,
➢ melhora com repouso,
➢ “sinal de desaparecimento”.
• Alterações Congênitas:
o Menisco lateral discoide: condição rara, ocorrendo com mais frequência no
compartimento lateral do joelho:
➢ Síndrome de snapping knee: manifestação típica do menisco
discoide lateral.
➢ Tratamento: meniscectomia total.
• Exame Físico:
o Atrofia do quadríceps, derrame articular, dor na palpação na interlinha articular.
o Testes diagnósticos específicos:
➢ teste de McMurray,
➢ teste do estalido redutor,
➢ teste de compressão de Apley, teste do “final de
extensão” abrupto.
• Tratamento cirúrgico:
o Meniscectomia parcial: apenas os fragmentos soltos e instáveis são removidos,
preservando o anel periférico e a irrigação do menisco.
o Meniscectomia total: todo o menisco é retirado, sendo só utilizada em raros
casos, como em alguns tipos de menisco discoide.
• Reabilitação fisioterapêutica:
o Primeiras duas semanas: diminuir a dor e o processo inflamatório, manter a
amplitude de movimento (ADM) e força muscular.
o Terceira e quarta semanas: recuperação funcional do indivíduo, exercícios de
propriocepção, exercícios em cadeia cinética aberta e fechada e exercícios
proprioceptivos.
• Indicações para sutura meniscal:
o Lesões isoladas do menisco maiores que 1 centímetro, lesões na periferia do
menisco (área vascularizada) e em pacientes com menos de 45 anos sem lesão
ligamentar do joelho ou após reconstrução ligamentar.
• Pós-operatório:
o 1 semana: joelho fica imobilizado, após esse período se inicia a mobilização
ativa do joelho.
o Até 6 semanas: marcha deve ser sem carga, com auxílio de muletas.
o 4 a 6 semanas: carga total é permitida.
o Após 4 meses: retorno ao esporte.
• Quadro comparativo entre o período de reabilitação pós-cirurgia de lesões meniscais
o Meniscectomia:
➢ Carga (proteção): 1 semana
➢ Alongamento/trabalho dinâmico: 2 semanas
➢ Fortalecimento: 3 semanas
➢ Propriocepção: 4 semanas
➢ Retorno ao esporte: 5 semanas
o Reparo/sutura:
➢ Carga (proteção): 3 a 6 semanas
➢ Alongamento/trabalho dinâmico: 4 a 8 semanas
➢ Fortalecimento: 9 a 12 semanas
➢ Propriocepção: 10 a 12 semanas
➢ Retorno ao esporte: 13 semanas

Lesões ligamentares
• Tipos de lesões: cruzado anterior, cruzado posterior, colaterais e combinadas
• Ocorrência: comum em jogadores de futebol profissional e amador
• Biomecânica da estabilização estática da articulação do joelho: essencial para o tratamento
adequado
• Ligamentos
o Composição: tecido conjuntivo do tipo fibroso
o Função: impedir movimentação excessiva ou anormal da articulação do joelho
o Sensibilidade proprioceptiva: percebem a velocidade, o movimento, a posição da
articulação e eventuais estiramentos e dores
o Grupos principais de ligamentos
o Pivô central: constituído pelos ligamentos LCP (ligamento cruzado posterior) e LCA
(ligamento cruzado anterior)
o Estruturas capsuloligamentares periféricas: constituídas pelos ligamentos capsulares
LCM (ligamento colateral medial) e LCL (ligamento colateral lateral)
• Ligamentos cruzados
o Inserções: o LCA se fixa na área intercondilar anterior e na face medial do côndilo femoral
lateral; o LCP se fixa na área intercondilar posterior e na face lateral do côndilo femural
medial
o Função: evitar que os dois ossos façam movimentos anteroposteriores chamados gavetas.
O LCA impede que a tíbia deslize para frente (gaveta anterior), e o LCP impede que a tíbia
deslize para trás (gaveta posterior)
o

• Lesões ligamentares: distorções e rupturas:


o Tipos de lesões:
➢ Distorção: distensão com ruptura de poucas fibras.
➢ Ruptura: pode ser parcial ou completa.
• Causas de lesões:
o Prática de esportes sem preparo físico adequado:
➢ Mudanças de direção,
➢ arrancadas ou freadas rápidas durante corridas e
➢ saltos.
• Ligamentos mais afetados:
o A maioria das lesões ocorre no ligamento cruzado anterior.
o Pode ser uma lesão isolada ou associada a outras estruturas, como os meniscos e
os ligamentos colaterais.
• Tratamento:
o Em caso de atletas, é praticamente obrigatória a reconstrução do ligamento através
de uma cirurgia que utiliza uma parte do tendão da patela.

Rupturas do ligamento colateral medial


• Localização e frequência de lesões:
o O lado externo do joelho é o mais exposto e o mais frequentemente lesado.
o O ligamento colateral medial é o mais rompido que qualquer outro ligamento do
joelho.
• Consequências das lesões:
o Lesões do LCM raramente causam qualquer problema a longo prazo, desde que
consiga ser restaurada a completa amplitude de movimento.
o Essas lesões podem ocorrer em qualquer parte do ligamento.
• Causas das lesões:
o Uma violenta batida sobre o lado lateral, forçando o joelho em valgo, pode levar à
ruptura ou distensão desse ligamento, particularmente durante a sustentação do
peso e quando o pé está fixo no chão.
o Os mecanismos não envolvendo contato são provenientes de lesões dos tipos de
rotação valga ou vara.
• Sintomas:
o O paciente se queixará de dor na parte medial do joelho, particularmente com
estresse em valgo, e ocasionalmente com a sustentação de peso.
o O paciente pode relatar que o “joelho dobrou para a parte interna”.
o Pode ocorrer edema no local da lesão e uma equimose surgirá em 1 a 3 dias depois
da lesão.
• Exame físico:
o O exame físico revelará dor localizada ao longo do LCM.
o O paciente pode caminhar claudicando e o joelho fica parcialmente flexionado.
o Haverá sensibilidade sobre o ligamento e pode ocorrer afrouxamento no teste do
estresse em valgo, quando o ligamento é testado com 20° a 30° de flexão do joelho.
• Diagnóstico:
o Para o diagnóstico, há a necessidade de radiografias convencionais para que seja
descartada alguma lesão ou fratura associada.
o A ressonância nuclear magnética confirma a extensão completa da lesão.
• Tratamento:
o Geralmente as lesões isoladas do LCM se curam, independentemente do grau de
lesão.
o Atletas com lesões envolvendo a origem femoral tendem a ter maior incidência de
enrijecimento do joelho.
o Além disso, lesões proximais no LCM tendem a cicatrizar promovendo um
afrouxamento residual, em comparação com lesões envolvendo a inserção tibial.
o Nas rupturas parciais, o único tratamento necessário é a aspiração da hemartrose, se
houver, e a imobilização do joelho com órtese articulada por 6 semanas.
o Nas rupturas completas do ligamento colateral medial (em especial às ligadas ao
ligamento cruzado anterior), certamente a articulação do joelho está instável, sendo
necessária em jovens e atletas a exploração cirúrgica imediata da articulação,
fazendo o reparo cirúrgico do ligamento rompido e da cápsula (caso esteja rompida).
• Recuperação:
o Após cirurgia, será necessária imobilização do joelho por 6 semanas e tratamento
fisioterapêutico intensivo para recuperação funcional completa.
o O paciente poderá retornar à atividade esportiva integral quando o ligamento não
estiver mais sensível, não houver dor durante um estresse em valgo, o afrouxamento
durante o teste de estresse em valgo for mínimo ou não residual, a amplitude de
movimentos for completa, o atleta tiver força e resistência muscular normal e uso
funcional completo.
o
Rupturas do ligamento colateral lateral
• Frequência e natureza das lesões:
o Esse é o ligamento do joelho que com menor frequência sofre lesão.
o A lesão do LCL ocorre normalmente em conjunto com outras lesões ligamentares.
o A lesão isolada desse ligamento em atletas é incomum, porque um golpe direto ao
lado medial do joelho é uma ocorrência rara em esportes.
• Complicações das rupturas:
o Uma complicação única das rupturas do ligamento lateral é a lesão por tração do
nervo fibular comum, que pode ser irrecuperável.
• Causas das lesões:
o Lesões do LCL são resultantes de um estresse em varo direto ao joelho, geralmente
com o pé fixo no solo e o joelho em extensão.
o Um estresse em varo aplicado ao joelho também pode ocorrer durante a fase de
apoio da marcha, com um súbito desequilíbrio do centro de gravidade, que se afasta
do lado da lesão – isso resulta em uma tensão incidente nas estruturas laterais do
joelho.
• Sintomas:
o O paciente pode relatar o mecanismo de lesão mencionado ou relatar que ouviu ou
sentiu um “pop” no joelho associado de dor na região lateral da articulação.
• Exame físico:
o Na fase aguda, há dor localizada à palpação ao longo do LCL no joelho.
o O indivíduo pode caminhar claudicando ou, nos casos crônicos, pode haver um
impulso lateral na fase de apoio da marcha.
o Pode ocorrer edema intra-articular, significando lesão capsular, lesão meniscal ou
condral associada.
o Como o LCL é extra-articular, lesões isoladas não resultam comumente em edema do
joelho.
o Um exame neurovascular deve ser realizado, pois muitas vezes está associada a uma
lesão do nervo fibular.
o O teste de estresse em varo apresentará abertura do espaço articular.
• Diagnóstico:
o As radiografias convencionais são necessárias para a pesquisa de fraturas por
avulsão da cabeça da fíbula e para descartar qualquer lesão ou fratura associada.
o A ressonância nuclear magnética evidencia a lesão em sua extensão completa.

• Tratamento:
o As lacerações parciais do LCL cicatrizam satisfatoriamente sem necessidade de
cirurgia seguindo os mesmos padrões de tratamento do LCM.
o As rupturas completas não ocorrem de forma isolada, então serão tratadas
cirurgicamente com as demais estruturas lesionadas.
o As avulsões ósseas com desvio serão tratadas com redução e fixação cirúrgicas.
o O tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico é fundamental para recuperação
funcional completa.
• Recuperação:
o O retorno à prática esportiva ocorrerá quando a dor ligamentar durante a palpação
tiver desaparecido, quando o paciente não referir dor e não apresentar abertura do
espaço articular no teste de estresse em varo, quando houver ADM completa, força e
resistência muscular satisfatória e utilização funcional articular completa.
o Para os pacientes que foram submetidos à fixação óssea, esse período poderá ser de
3 meses ou mais.
o No caso de reparo para instabilidade em varo (agudo ou crônico), esse tempo pode
ser de até 6 meses de reabilitação pós-operatória.

Ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA)


• Funções do LCA:
o Principal estabilizador na resistência à translação anterior da tíbia em relação ao
fêmur.
o Estabilizador secundário para resistência à rotação interna da tíbia em relação ao
fêmur e para o estresse em varo e valgo do joelho.
• Lesões do LCA:
o Um dos ligamentos mais lesionados do joelho.
o Pode ocorrer de forma isolada ou em associação às lesões dos ligamentos medial e
lateral.
• Anatomia do LCA:
o Feixe ântero-interno;
o Feixe póstero-externo;
o Feixe intermediário.
• Mecanismos de lesão:
o Força valga aplicada a um joelho em flexão e rotação externa com o pé fixo no chão.
o Hiperextensão frequentemente associada com rotação interna.
o Hiperflexão ou uma força valga direta.
• Causas comuns de lesões:
o Prática de esportes como basquete, futebol e futebol americano.
• Sintomas:
o O paciente relata ter ouvido ou percebido um “pop” no joelho na hora da lesão.
o Edema intra-articular nas 2 a 6 horas subsequentes ao momento da lesão.
o O paciente pode se queixar de instabilidade ou falseio do joelho.
• Exame físico:
o Varia dependendo do tempo desde a lesão.
o No quadro agudo, o joelho está muito edemaciado.
o Em uma laceração crônica do LCA, pode ou não haver derrame.
o O paciente pode caminhar claudicando.
o Teste de Lachman e teste da gaveta anterior são indicativos de um LCA rompido.
o A amplitude de movimentos pode estar limitada pelo derrame articular ou pela lesão
associada do LCM e a lesão meniscal.
• Radiografias simples:
o Eliminam a possibilidade de lesão ou fratura associada.
o A ressonância nuclear magnética é fundamental para determinar a lesão em sua total
extensão. Espero que isso ajude a organizar as informações!
• Consequências da ruptura
o O LCA rompido não cicatriza.
o Sua deficiência leva à instabilidade anterior e rotatória combinada, resultando em
incapacitação funcional.
o Episódios repetidos de um joelho que falseia podem resultar em lacerações
meniscais, lesão da cartilagem articular e posterior artrose pós-traumática.
• Tratamento para rupturas parciais:
o Pode ser tratado conservadoramente, desde que, durante o exame, seja percebida
uma articulação estável.
o O tratamento fisioterapêutico será o de, na fase aguda, diminuir a dor e o processo
inflamatório, manter a ADM e retirar a carga por 2 semanas.
o Na fase crônica, será reforçar o ganho de força muscular dos agonistas (grupo dos
isquiotibiais), para que os músculos auxiliem na estabilidade articular e treinar a
propriocepção.
• Tratamento para rupturas totais:
o As rupturas totais devem ser reconstruídas principalmente nos atletas, indivíduos
jovens, com grande instabilidade e quando houver lesões meniscais associadas.
o A reconstrução do LCA é realizada com enxerto coletado de outra região (terço
central do tendão patelar, ou tendão do grupo dos isquiotibiais) ou de um doador
cadáver (aloenxerto de tendão patelar ou do tendão calcâneo).
o O tratamento conservador nas rupturas totais pode ser uma opção quando o paciente
for um atleta ocasional, tiver mais do que 50 anos e com pouca instabilidade.
• Cicatrização do enxerto:
o 2 semanas: início da resposta vascular.
o 4 semanas: sinovialização em volta do enxerto.
o 6 semanas: necrose central do “tendão” para formação de um novo ligamento.
o 8/10 semanas: crescimento de vasos intrínsecos.
o 18/20 semanas: revascularização total do enxerto com modificação do tecido.
• Reabilitação pós-reconstrução de LCA
o Pós-operatório imediato:
➢ Posicionamento no leito em extensão de joelho e elevação do membro;
➢ Crioterapia;
➢ Exercícios isométricos e metabólicos.
o Após a retirada do dreno:
➢ Exercícios ativo-assistidos de quadril e joelho.
➢ Treino de marcha com descarga parcial de peso e com brace.
o Após a alta hospitalar (1ª e 2ª semanas):
➢ Mobilização da patela e massagem cicatricial.
➢ Exercícios ativo-assistidos e ativos de quadril e joelho.
➢ Fortalecimento de isquiotibiais (caso tenha sido enxerto de tendão patelar
ou de banco de tecidos).
➢ Alongamentos musculares (ísquiotibiais, gastrocnêmios e flexores de
quadril).
➢ Treino de marcha com descarga total de peso e sem brace.
➢ Hidroterapia (caso os pontos já tenham sido retirados).
• Entre a 3ª a 6ª semana:
➢ ADM de 0 a 110 graus (bicicleta estacionária);
➢ Evolução do fortalecimento de isquiotibiais;
➢ Início do fortalecimento de quadríceps (CCF).
• De 2 a 4 meses (após a 8ª semana):
➢ Exercícios em CCF e em CCA.
➢ Marcha progressiva: caminhada, trote, corrida, esteira (linha reta).
➢ Treino de propriocepção progressivo (evitando rotações).

• De 5 a 7 meses:
➢ Evoluir com ganho de resistência, força e potência muscular
(principalmente do quadríceps);
➢ Iniciar corridas em diferentes planos;
➢ Evoluir com treino de propriocepção;
➢ Treino do gestual desportivo;
➢ Para atletas de alto nível: retorno ao esporte.
• De 8 a 10 meses:
➢ Para atletas amadores ou não atletas: retorno às atividades específicas
e/ou normais.

Ruptura do Ligamento Cruzado Posterior


• Informações Gerais:
➢ O LCP é o maior e mais forte ligamento do joelho.
➢ Resiste à translação posterior da tíbia em relação ao fêmur.
➢ Controla a hiperextensão do joelho.
• Mecanismo de Lesão:
➢ Necessidade de muita força para ruptura;
➢ Lesões esportivas geralmente ocorrem por queda sobre o joelho flexionado, com
o pé em flexão plantar;
➢ Outro mecanismo é uma força aplicada à coxa em uma direção inferior, enquanto
o joelho está hiperflexionado.
• Sintomas:
➢ Edema intra-articular após 2 a 6 horas da lesão;
➢ Dor patelofemoral e instabilidade podem surgir vários meses depois.
• Exame Físico:
➢ Varia dependendo do tempo desde a lesão;
➢ Pode haver derrame articular;
➢ Teste da gaveta posterior é indicador de um LCP rompido.
• Diagnóstico:
➢ Radiografias simples para eliminar possibilidade de lesão ou fratura associada.
➢ Ressonância nuclear magnética para identificar a extensão da lesão.
• Tratamento:
➢ Rupturas isoladas do LCP podem ser tratadas conservadoramente.
➢ Rupturas completas podem ser tratadas com modificação da atividade
esportiva, reabilitação e reconstrução.
➢ Reconstrução do LCP é realizada com enxerto coletado de outra região ou de um
doador cadáver.
• Pós-operatório:
➢ Tratamento pós-operatório segue os mesmos padrões da reabilitação do LCA,
porém de forma mais conservadora.
➢ O atleta retornará à prática esportiva quando não estiver mais sentindo dor,
quando tiver recuperado a amplitude completa de movimento, bom nível de força
e resistência muscular (dentro de 90% do quadríceps contralateral) e o uso
funcional integral.
➢ Habitualmente terão que transcorrer 9 a 12 meses depois da reconstrução do
LCP e de 1 a 2 meses para joelhos tratados de maneira conservadora.

Lesões Combinadas
• Causa: Força valga de grande intensidade diretamente aplicada ao joelho
• Descrição: Lesões combinadas no LCM e LCA e do menisco medial
• Ocorrência:
➢ Esportes de contato,
➢ de carro,
➢ rotação do joelho com pé fixo no solo
• Sintomas:
➢ Dor severa,
➢ edema instantâneo e agudo,
➢ dificuldade nos movimentos,
➢ rigidez,
➢ instabilidade ou falseio e
➢ bloqueio do joelho.
• Diagnóstico:
➢ Radiografias simples,
➢ ressonância nuclear magnética.
• Tratamento Conservador:
➢ Aplicação de compressas de gelo,
➢ protocolo Price,
➢ utilização de órteses de estabilização,
➢ fortalecimento da musculatura estabilizadora.
• Cirurgia:
➢ Dependendo do nível de atividade do paciente,
➢ reconstrução do LCA,
➢ tratamento para o menisco rompido,
➢ LCM geralmente cicatriza sozinho.
• Pós-cirurgia:
➢ Imobilização com uma órtese,
➢ programa de reabilitação,
➢ recuperação da força completa e
➢ movimento do joelho.
• Retorno à prática esportiva:
➢ Quando não estiver mais sentindo dor,
➢ recuperado a amplitude completa de movimento,
➢ bom nível de força e resistência muscular,
➢ uso funcional integral.

Plica Sinovial Patológica


• Definição: Uma dobra na bainha sinovial do joelho, uma prega da membrana fibrosa que se
projeta para a cavidade articular.
• Origem: Remanescente de pregas formadas durante o estágio embriológico do
desenvolvimento.
• Prevalência: Presente no joelho de mais de 70% da população.
• Sintomas:
➢ Dor (pior pela manhã),
➢ crepitação,
➢ derrame articular e
➢ desequilíbrio muscular.
• Diagnóstico: Clínico, baseado na história e no exame físico do paciente. Diagnóstico por
imagem pode ser realizado através da radiografia simples e ressonância magnética.
• Tipos de Plicas Sinoviais: Suprapatelar (a mais frequente), medial, inferior e lateral (raríssima).
• Associações: Plica quase sempre está associada à ruptura do menisco, ao desalinhamento
patelar ou à osteoartrite.
• Testes de Diagnóstico:
➢ Teste para a síndrome da plica medial.
➢ Teste da interrupção do movimento.
➢ Teste de palpação da plica medial e lateral.
• Tratamento:
➢ Inicialmente conservador: afastamento de atividades, tratamento médico à base de
anti-inflamatórios e fisioterapêutico.
➢ Se persistir, é indicada a artroscopia da plica sinovial.

• Objetivos do Tratamento Conservador:


➢ Diminuir a dor e a inflamação local;
➢ Diminuir forças compressivas anterior ao joelho;
➢ Aumentar flexibilidade geral;
➢ Normalizar a mobilidade patelar;
➢ Crioterapia como tratamento anti-inflamatório e analgésico;
➢ Fortalecer o vasto medial oblíquo e a musculatura do quadríceps;
➢ Exercícios de propriocepção para restabelecer o controle
neuromuscular.
• Tratamento Cirúrgico:
➢ Indicado se os sintomas persistirem após 2 meses de tratamento
conservador.
➢ Tempo de reabilitação mais curto com via artroscópica.
• Objetivos do Tratamento Pós-Operatório:
➢ Diminuir dor, edema e inflamação;
➢ Promover regeneração da cartilagem;
➢ Diminuir forças compressivas na articulação
patelofemoral;
➢ Promover nutrição das superfícies articulares;
➢ Restaurar ADM completa e força muscular.
Síndromes Femoropatelares
➢ Importância da biomecânica da articulação patelofemoral.
➢ Auxílio na prescrição de exercícios para reabilitação e orientação esportiva.
• Articulação Femoropatelar:
o Funções:
➢ Atua como “pastilha de freio” em movimentos de desaceleração;
➢ Fulcro para o movimento de extensão do joelho;
➢ Suporta muita carga, propensa a degeneração, lesões e sobrecarga.
o Cargas durante movimentos comuns:
➢ 0,5 × peso corpóreo a 9° de flexão do joelho ao caminhar.
➢ 3,3 × peso corpóreo a 60° ao subir escadas.
➢ 7,8 × peso corpóreo a 130° ao fazer flexões em leg press.
• Estabilizadores da Articulação Patelofemoral;
o Dinâmicos (estruturas contráteis):
▪ Músculo quadríceps femoral;
➢ Vasto lateral, vasto intermédio, vasto medial e reto
femoral;
➢ Produzem um torque de extensão da articulação do
joelho.
➢ Vasto medial estabiliza a patela contra deslocamentos
laterais:
o Músculos da pata de ganso e o bíceps femoral:
➢ Auxiliam na estabilidade dinâmica controlando a rotação interna e
externa da tíbia.
o Estáticos (estruturas não contráteis):
➢ Parte lateral projetada mais anteriormente do sulco
femoral;
➢ Retináculo extensor;
➢ Trato iliotibial;
➢ Tendão quadricipital;
➢ Tendão patelar.
• Vetores de Força:
➢ Vetor Q = força muscular do quadríceps.
➢ Vetor L = força do tendão patelar.
➢ Vetor RR = força resultante.
➢ Vetor RC = força resultante.
• Força de compressão (RAPF):
o Influência da gravidade nas forças do quadríceps.
• Atividades de reabilitação:
o Cadeia cinética aberta:
➢ Força da gravidade age através do centro de gravidade;
➢ Estresse de contato máximo atinge um pico com aproximadamente
35° a 40°.
o Cadeia cinética fechada:
➢ Centro de gravidade passa a localizar-se pela femoral do joelho;
➢ Maior momento de flexão criado pela força da gravidade ocorrerá
quando esta ficar mais afastada do eixo da articulação do joelho.
• Causas dos problemas femoropatelares:
o Patela alta, sulco femoral raso,
o côndilo lateral pequeno,
o aumento do ângulo Q,
o geno valgo,
o insuficiência do músculo vasto medial oblíquo,
o aumento da tensão dos restritores laterais e
o encurtamento dos músculos posteriores de coxa.
• Classificação:
o Síndromes dolorosas:
➢ Hiperpressão patelar lateral;
➢ Condromalácia da patela.
o Displasias luxantes:
➢ Subluxação;
➢ Luxação recidivante de patela.
• Diagnóstico:
o Exame radiográfico;
o Ressonância magnética.
• Quadro clínico:
o Síndromes dolorosas:
➢ dor,
➢ crepitação,
➢ derrame e
➢ Bloqueio.
o Displasias luxantes:
➢ falseio e
➢ sensação de instabilidade.
• Síndrome de dor patelofemoral:
o Sensação dolorosa com origem nas estruturas anteriores do joelho, na ausência de uma
lesão aguda identificável.
• Depende de:
o Idade;
o Sintomatologia do paciente;
o Presença de alterações físicas e radiográficas;
o Existência de instabilidade ou não.
• Luxações:
o Redução e imobilização do paciente;
o Posterior início do processo de reabilitação.
• Tratamento conservador:
o Processo de reabilitação específico;
o Alongamento dos músculos posteriores de coxa, gastrocnêmios, trato iliotibial e
retináculo lateral da patela e flexores de quadril;
o Fortalecimento muscular com ênfase no vasto medial oblíquo (pode ser associado
com os adutores de quadril);
o Isometria do quadríceps (elevação da perna estendida) e eletroestimulação;
o Uso de taping patelar ou joelheiras para estabilização.
• Tratamento cirúrgico das Síndromes femoropatelares:
o Opção para:
➢ Luxações recidivantes;
➢ Correção dos fatores ósseos predisponentes.
o Procedimentos mais realizados:
➢ Release lateral;
➢ Realinhamento proximal;
➢ Realinhamento distal;
➢ Abaixamento da patela;
➢ Osteotomia em casos de valgo excessiva.

Condromalácia patelar
• Desafio na reabilitação:
o Promover boa qualidade de vida.
• Descrição:
o Amolecimento da cartilagem na parte inferior (posterior) da patela;
o Diagnóstico por observação cirúrgica ou ressonância magnética.
• Causas:
➢ Origem traumática,
➢ esforço repetitivo,
➢ alterações biomecânicas,
➢ caráter idiopático.
• Fases:
➢ I – amolecimento.
➢ II – frangeamento.
➢ III – fragmentação.
➢ IV – erosão.
• Queixas dos pacientes:
➢ Dor patelar,
➢ crepitação,
➢ sensação de areia/crocante/estalos e
➢ atrito em cartilagem irregular.
• Causas multifatoriais:
o Sobrecarga na patela.
o Fator predisponente: alteração de congruência (encaixe) patelar.
• Déficits encontrados:
➢ Fraqueza no quadril, quadríceps, core;
➢ Falha na ativação;
➢ Encurtamento;
➢ Tratamento da Condromalácia patelar.

• Passos necessários:
o 1º passo:
➢ Avaliação médica;
➢ Identificar causas e fatores predisponentes;
➢ Definir plano de tratamento.
o 2º passo:
➢ Entender o problema;
➢ Aceitar restrições e modificações na rotina.
o 3º passo (auxílio do fisioterapeuta, preparador físico e nutricionista):
➢ Corrigir problemas
➢ Perder peso
➢ Fortalecer
➢ Alongar
➢ Fazer treinamentos
funcionais
• Fases I/II:
o Tratamento conservador:
➢ Recursos fisioterapêuticos;
➢ Suplementação com glucosamina, condroitina e colágeno;
➢ Infiltrações com corticoides e ácido hialurônico;
➢ Órteses de estabilização;
➢ Tratamento com pulsed signal therapy (PST).
• Fases III/IV:
o Tratamento cirúrgico (artroscopia):
➢ Corrigir a altura patelar;
➢ Realizar realinhamento do mecanismo extensor;
➢ Trocleoplastias;
➢ Correção das lesões condrais;
➢ Reabilitação fisioterapêutica pós-operatória.

OSTEOCONDRITES E LESÕES CONDRAIS


Osteocondrite dissecante (OCD)
• Definição: Lesão do osso e da cartilagem articular que resulta na separação de quantidades
variáveis de osso subcondral e da cartilagem articular suprajacente.
• Localização comum da lesão: Região lateral (que não sustenta peso) do côndilo femoral
medial.
• Classificação das lesões: Baseia-se na localização do fragmento, seu tamanho, extensão do
envolvimento e grau de separação.
• Divisões: in situ, separação precoce e deslocamento incompleto.
• Forma juvenil de OCD (OCDJ): Acredita-se que exista e tem melhor prognóstico que a forma
adulta. Diferenciada por sua presença em pacientes com placas de crescimento ainda
abertas.
• Causa: Resultante de estresse cumulativo sobre o osso subcondral, resultando em fraturas.
• Ocorrência: A OCDJ tem um pico de ocorrência no início da adolescência, a predominância do
sexo masculino é de 4/1. É rara em crianças com menos de 10 anos de idade. A bilateralidade
varia entre 20% e 30% dos casos.
• Sintomas: Dor, rigidez articular e edema. Sensações de travamento, “articulação presa” e de
um joelho que “falseia”.
• Diagnóstico: Realizado inicialmente por uma radiografia com uma área bem circunscrita de
osso subcondral separado do côndilo femoral restante por uma linha radiolucente em forma
de lua crescente.
• Tratamento:
o Conservador: Uso de muletas durante 4 a 6 semanas associadas à fisioterapia, para
alívio de dor e edema, com recursos de eletrotermoterapia associados a exercícios de
alongamento e fortalecimento muscular para manutenção do trofismo.
o Cirúrgico: Realizado quando as medidas conservadoras fracassam ou quando a lesão
está descolada ou solta.
o Prognóstico: Pacientes com OCDJ evoluem e não apresentam complicações a longo
prazo associadas à lesão original, enquanto pacientes adultos com OCD exibem
progressão para artropatia degenerativa precoce.
Reabilitação pós-operatória da Osteocondrite dissecante (OCD):
o Conhecimento necessário para a reabilitação: O fisioterapeuta deve ter conhecimento
específico do método cirúrgico realizado e do local da lesão.
o Objetivos do tratamento:
➢ Diminuição da dor e do processo inflamatório.
➢ Ganho de amplitude de movimento (ADM) e força muscular.
o Restrição de carga: Será pelo período entre 3 e 6 semanas, dependendo do tipo de
cirurgia.
o Uso do aparelho de movimentação passiva contínua (CPM): É de fundamental
importância na reabilitação.

Lesões condrais e fratura osteocondral


• Definição: Lesões complicadas devido ao limitado potencial de cura dos defeitos. A ausência
de vascularização da cartilagem articular impede esse tipo de resposta.
• Localização comum das lesões: Quase todas as lesões condrais estão situadas na área de
sustentação do peso da cartilagem articular, normalmente no compartimento medial.
• Lesões osteocondrais: Podem ocorrer em qualquer parte do joelho, e se localizam
principalmente na faceta medial da patela ou no côndilo femoral lateral.
• Causas das lesões: Resultantes de luxação de patela, impactação, avulsão, cisalhamento e
força rotacionais em traumatismo direto.
• Ocorrência: As fraturas osteocondrais tendem a ocorrer principalmente em adolescentes.
• Sintomas: Dor e edema, podendo ocorrer bloqueio articular e crepitação.
• Diagnóstico: Realizado por meio de exame de ressonância nuclear magnética para casos
isolados de lesão condral. No caso de lesões osteocondrais, o componente ósseo fica visível
na radiografia.
• Tratamento:
o Conservador: Redução da sustentação de peso, medicamentos anti-inflamatórios e
exercícios contínuos de amplitude de movimento (ADM), por 4 a 6 semanas.
o Cirúrgico: Fragmentos soltos de cartilagem articular devem ser removidos. Parafusos,
pinos e materiais adesivos de fibrina têm sido utilizados para promover fixação e cura em
casos de grandes fragmentos que necessitem de reparo.

Lesão do tendão patelar


• Definição: Lesões que fazem parte de um grupo maior de doenças que causam a dor anterior
do joelho. A função do tendão é ligar a patela à tíbia, fazendo parte do mecanismo extensor.
• Tendinite patelar: Ocorre por uma sobrecarga com estresse crônico, que resulta em lesões
microscópicas do tendão com cicatrização incompleta.
• Ocorrência: A tendinite patelar é uma lesão por uso excessivo comum que afeta mais
tipicamente a inserção proximal do ligamento patelar no polo inferior da patela. Ocorre em até
20% dos atletas que praticam salto.
• Consequências se não tratada: Pode se tornar crônica e diminuir consideravelmente o
rendimento do atleta. Em casos extremos, o joelho pode até ser completamente rompido.
• Fatores predisponentes: Maior peso corporal, geno varo e geno valgo, um ângulo Q aumentado
do joelho, patela alta, diferença no comprimento do membro, encurtamento das cadeias
musculares, principalmente da posterior (isquiotibiais), desequilíbrio muscular e alteração do
tipo de pisada.
• Sintomas: Os pacientes referem dor na região anterior do joelho, que muitas vezes piora após
as atividades físicas que provocam a patologia.
• Classificação da tendinite patelar: Dependendo da duração dos sintomas, a tendinite patelar
pode ser classificada em quatro fases.
• Diagnóstico:
o Realizado por meio de exame físico que pode revelar ponto de dor no polo inferior da
patela, polo superior da patela ou tuberosidade tibial; encurtamento dos isquiotibiais
e quadríceps; estabilidade ligamentar normal do joelho; derrame intra-articular do
joelho (raro).
o A ultrassonografia e a ressonância magnética são altamente sensíveis para a
detecção de anomalias do tendão. As radiografias também são de extrema
importância, já que podem fornecer com clareza se houve ossificação do polo inferior
da patela ou se existem anormalidades ósseas na patela.
• Tratamento conservador: O tratamento primário enfatiza o aprimoramento da força do
quadríceps e a flexibilidade da articulação do joelho, reduzindo os exercícios excêntricos
repetitivos de contração do quadríceps e voltando a introduzi-los de maneira ritmada.
• Reabilitação na fase aguda: Deve incluir modificação ou adaptação de atividade, crioterapia,
melhoria do alongamento, reforço muscular, avaliação isocinética, treinamento proprioceptivo
específico.
• Tratamentos para casos crônicos: Podem ser utilizados a terapia por ondas de choque e a
aplicação de plasma rico em plaquetas (PRP).
• Cirurgia: Será necessária para o paciente com doença recorrente. Os dois principais
procedimentos cirúrgicos incluem a retirada de parte da ossificação por cirurgia de artroscopia
e tratamento cirúrgico artroscópico da lesão tendínea.
• Complicações: A complicação mais comum é a dor persistente durante o esporte. A mais
temida é a ruptura espontânea do tendão, que leva à necessidade imediata de reparo
cirúrgico.

Doença de Hoffa
• Definição: Também conhecida como síndrome do coxim adiposo infrapatelar, síndrome do
coxim adiposo e lipomatose sinovial. Caracteriza-se por hipertrofia e inflamação do local que
dá o seu nome.
• Causas: Traumatismo direto ou repetidas lesões do coxim adiposo infrapatelar durante
atividades que exijam máxima e repetida extensão/hiperextensão do joelho.
• Ocorrência: Observado com maior frequência em esportes que envolvam saltos ou chutes e
associado à tendinite patelar.
• Sintomas: Em sua maioria, os atletas sentirão dor abaixo do polo inferior da patela, que é
exacerbada pela atividade física ou extensão do joelho.
• Diagnóstico: Realizado por radiografia simples, ultrassonografia e ressonância nuclear
magnética, que evidenciará sinais de processo inflamatório.
• Prevenção: Palmilhas aplicadas no sapato para elevação do calcanhar reduzem ou impedem
a hiperextensão do joelho, e assim evitam lesões repetidas ao coxim adiposo.

• Tratamento:
o Conservador: Um intenso programa de reabilitação. Na fisioterapia devem ser utilizados
recursos para analgesia e diminuição do processo inflamatório associado a exercícios
de alongamento dos músculos dos grupos isquitobial e quadríceps.
o Cirúrgico: A ressecção cirúrgica do coxim adiposo fica reservada para os casos que não
respondem a medidas conservadoras dentro de 6 meses.
• Retorno à prática esportiva: Depende dos sintomas do atleta. O uso de uma palmilha de
elevação do calcanhar pode permitir que ele retorne à atividade física, ao mesmo tempo que
evita novas lesões ao coxim adiposo.

Fratura supra/intercondiliana de fêmur


• Definição: O termo supracondiliana agrupa todas as fraturas que se produzem no terço distal
do fêmur. Geralmente se originam por um traumatismo e afetam principalmente indivíduos
jovens.
• Características: Devido à ação dos gastrocnêmios, o fragmento distal tem a tendência a
deslocar-se em sentido posterior.
• Classificação:
o Pode ser realizada por sua:
➢ localização, intra-articulares e extra-articulares,
➢ e afetar um só côndilo (unicondilianas) ou os dois
(bicondilianas).
o Por sua morfologia, podem ser:
➢ transversas,
➢ longitudinais, com traço em Y,
➢ ou cominutivas, e,
➢ dependendo da disposição dos fragmentos, teremos fraturas
com ou sem desvio.
• Tratamento conservador: Consiste em tração esquelética para manter a redução da fratura
seguida de um gesso articulado até a evidência de consolidação. O objetivo do fisioterapeuta
nessa fase vai se concentrar na prevenção de deformidades e das sequelas devido à
imobilização.
• Reabilitação após a retirada da tração: Os objetivos serão o aumento da amplitude articular e
o início do treino de marcha. Após consolidação radiográfica, o dispositivo será retirado e os
objetivos serão a prevenção do edema pós-imobilização, ganho de toda a amplitude de
movimento, ganho de força muscular e equilíbrio.
• Tratamento após cirurgia: O processo de reabilitação pode ser iniciado imediatamente após a
cirurgia para a prevenção de problemas vasculares, redução do edema e prevenção da rigidez
articular.
• Recuperação funcional: Deve acontecer de forma gradual, evoluindo de acordo com o tempo
de consolidação. A carga parcial no membro normalmente é liberada após 6 semanas,
evoluindo para carga total após 12 semanas.
• Complicações: A complicação mais frequente é a rigidez articular, que pode ser originada por
aderências entre as fibras do quadríceps e o foco de fratura. Ela também aparece na região
articular e periarticular, sendo possível observá-la associada aos tratamentos conservadores
com imobilização prolongada.

Fratura de platô/planalto tibial


• Definição: As fraturas do platô tibial são mais frequentes nos indivíduos entre os 50 e 60
anos. Nos idosos podem ocorrer por traumatismos mínimos devidos à presença frequente de
osteoporose, já nos jovens é necessário traumatismo de grande intensidade.
• Causas: O mecanismo indireto de trauma é o mais frequente e ocorre quando uma força
intensa em valgo leva o côndilo femoral externo a chocar-se contra o platô tibial.
• Classificação: Pode ocorrer de acordo com a sua morfologia, podem ser fraturas por
separação, por achatamento e por separação mais achatamento. Segundo sua localização,
temos fraturas do côndilo lateral, do côndilo medial ou bicondilianas.
• Fraturas mais frequentes: As que comprometem o côndilo lateral, por estar mais exposto aos
traumatismos e pelo valgo fisiológico, que apresenta o membro inferior.
• Tratamento: Essas fraturas comprometem a articulação do joelho e suas estruturas
periarticulares, portanto o tratamento é similar às fraturas supracondilianas do fêmur, o que
muda somente é o tipo de fixação interna.
• Sequelas: Podem ocorrer algumas sequelas após esse tipo de fratura, como problemas de
alinhamento, levando à deformidade em varo; artrose secundária pela incongruência articular
e rigidez articular em pacientes imobilizados por longo período.

Fratura de patela
• Definição: A patela é um osso sesamoide e fica localizado em região subcutânea na região
anterior do joelho, sendo um local frequente de traumatismos.
• Características: As fraturas são do tipo articular, razão pela qual a redução deverá ser muito
precisa para garantir uma boa congruência articular e prevenir lesões secundárias a essa
lesão.
• Causas: O mecanismo de trauma direto se produz por queda ou golpe da patela contra um
objeto, estando em flexão, e como consequência da queda de um objeto pesado sobre o
joelho. Já o indireto é pouco habitual e seria devido a uma contração muscular violenta.
• Classificação: Do ponto de vista da fisioterapia, a classificação que mais interessa divide tais
fraturas em dois tipos: fraturas sem interrupção do aparelho extensor (longitudinais ou
parciais) e fraturas com interrupção do aparelho extensor (transversais totais ou
cominutivas).
• Tratamento:
o Fase de imobilização absoluta: Compreende de 6 a 8 semanas, tanto se tratada de
forma conservadora como se tenha sofrido intervenção cirúrgica. Os objetivos da
reabilitação serão prevenir as sequelas da imobilização com técnicas para diminuir o
edema.
o Reabilitação após a retirada da imobilização: É importante realizar um tratamento
fisioterapêutico intensivo para recuperação da mobilidade articular, início do
fortalecimento muscular e treino de marcha com carga parcial.
• Tratamento após cirurgia: O processo de reabilitação pode ser iniciado imediatamente após a
cirurgia para a prevenção de problemas vasculares, redução do edema e prevenção da rigidez
articular.
• Recuperação funcional: Deve acontecer de forma gradual até a recuperação funcional
completa do paciente. É importante o ganho total da amplitude de movimento, de força
muscular do quadríceps e treino proprioceptivo.
• Complicações: A complicação mais frequente é a rigidez articular, que pode ser originada por
aderências entre as fibras do quadríceps e o foco de fratura. Ela também aparece na região
articular e periarticular, sendo possível observá-la associada aos tratamentos conservadores
com imobilização prolongada.
LESÕES NOS ESPORTES
Luxação traumática de patela
• Definição: A patela sofre luxação lateral sobre o lado lateral do joelho. Pode ocorrer luxação
temporária da patela, com a sensação do “joelho que está saindo do lugar”.
• Causas: Pode acontecer após uma alteração repentina de direção ao correr, de uma lesão
direta ou se o joelho estiver sob estresse.
• Diagnóstico: É clínico e evidente ao realizar o teste de apreensão para deslocamento. A
radiografia convencional nas incidências patelares auxiliará na avaliação da morfologia da
tróclea e com relação à rotação da patela para fora de seu plano normal.
• Tratamento:
o Conservador: Caso tenha sido um episódio único e a patela apresente bom
posicionamento, o ortopedista pode realizar uma punção da hemartrose (se houver)
e imobilizar a articulação em extensão por 10 a 14 dias para cicatrização dos
tecidos moles.
o Cirúrgico: Se o paciente apresentar lesão osteocondral associada. Nos casos de
luxações recorrentes, quase todos os atletas precisarão de realinhamento do
mecanismo extensor para que seja adquirida estabilidade patelofemoral duradoura.
• Reabilitação: A fisioterapia inicia após o período de imobilização com recursos para alívio de
dor e processo inflamatório, e assim que os sintomas diminuírem, iniciam-se os exercícios
para ganho de ADM e fortalecimento muscular para proporcionar estabilidade articular.
• Retorno à prática esportiva: Poderá ocorrer em 4 a 6 meses com a utilização de uma
joelheira com recorte e estabilização para a patela.

Síndrome da Banda Iliotibial


• Definição e Anatomia:
o Origem do trato iliotibial: tensor, glúteo máximo e glúteo médio.
o Localização e movimento do trato iliotibial.
o Síndrome da banda iliotibial: lesão por excesso de uso causada pela fricção excessiva
entre a banda iliotibial e a eminência epicondilar femoral lateral.
• Causas e Fatores de Risco:
o Ocorrência em corredores de longas distâncias, ciclistas e outros atletas.
o Erros de treinamento e mudanças abruptas de intensidade, duração e/ou frequência
de treinamento.
o Fatores anatômicos que podem predispor o atleta à ocorrência desse problema.
• Sintomas:
o Dor inicialmente após uma corrida longa, que pode melhorar depois que o corredor
tiver se aquecido.
o Dor na região lateral do joelho durante a atividade; essa dor pode irradiar-se proximal
ou distalmente.
o Em casos mais graves ou crônicos, a dor ocorre quando está correndo.
o A dor é iniciada ou exacerbada pela corrida em superfícies irregulares ou em colinas.
• Diagnóstico:
o Dor localizada sobre o epicôndilo lateral em um ponto de 2 cm a 3 cm proximal à linha
da articulação lateral.
o Tumefação do tecido mole ou crepitação.
o Diagnóstico confirmado pelos exames de ultrassonografia e ressonância nucelar
magnética.
• Tratamento:
o Tratamento conservador, com um intenso programa de reabilitação.
o Fisioterapia: recursos para analgesia e diminuição do processo inflamatório
associado a exercícios de alongamento da faixa iliotibial.
o Alterações no treinamento.
o Uso de cunha ortopédica ou órtese rígida.
o Restrição total das atividades durante 4 a 6 semanas e infiltração de corticoesteroide.
o Raramente haverá indicação de cirurgia para esse problema.
o Quase todos os atletas respondem ao tratamento conservador, podendo retornar à
prática esportiva quando não mais estiverem sentindo dor.
Síndrome de Pes Anserinus (Pata de Ganso)
• Definição e Anatomia:
o Pes anserinus: inserção tendinosa dos músculos sartório, grácil e semitendinoso na
região anteromedial da tíbia proximal.
o Existência de uma bolsa entre esses tendões e o ligamento colateral medial.
• Causas e Fatores de Risco:
o Ocorrência em :
➢ corredores fundistas e praticantes de esportes que envolvem
movimentos de pivô,
➢ mudanças bruscas de direção,
➢ saltos e
➢ desaceleração.
o Causada pela:
➢ fricção decorrente do uso excessivo ou
➢ por uma contusão direta.
o Fatores exacerbantes:
➢ técnicas de treinamento incorretas,
➢ ausência de alongamento ou alongamento praticado de forma errada,
➢ aumentos significativos e recentes da quilometragem e tempo
inadequado para repouso entre as práticas,
➢ encurtamentos dos músculos do grupo isquiotibial,
➢ joelhos valgos e
➢ excessiva rotação externa da parte inferior da perna.
o Comum em associação à osteoartrite em pessoas idosas.
• Sintomas:
o Dor que surge insidiosamente e que aumenta gradativamente de intensidade à
medida que a atividade tem continuidade.
o Dor situada sobre a metáfise tibial proximal, embora possa irradiar-se ao longo da
linha da articulação, posteromedialmente, e a dor estender-se ao longo do curso dos
tendões do grupo isquiotibial.
• Diagnóstico:
o Sensibilidade localizada na tíbia medial proximal, que frequentemente se estende
posteromedialmente até a inserção do tendão do semimembranoso.
o Radiografias são normais nos casos não associados à artrose.
o Ultrassonografia e ressonância nuclear magnética apresentarão sinais de tendinite e
bursite na região acometida.
• Tratamento:
o Tratamento conservador, com um intenso programa de reabilitação.
o Fisioterapia: recursos para analgesia e diminuição do processo inflamatório
associado ao condicionamento dos músculos dos grupos isquiotibial e quadríceps,
com exercícios de alongamento e de fortalecimento isométrico.
o Órteses com cunhas na parte interna do calcanhar podem beneficiar os atletas com
excessivo joelho ou calcanhar valgo.
o Restrição total das atividades durante 4 a 6 semanas, e uma infiltração de
corticoesteroide.
o Raramente há indicação para cirurgia na população geral.
o O retorno à prática esportiva poderá ocorrer quando o atleta estiver assintomático.
TRAUMATOLOGIA DO TORNOZELO E DO PÉ
• Tendinopatias e Lesões do Tendão Calcâneo Tendão Calcâneo (Tendão de Aquiles)
o Formado pela fusão dos tendões dos músculos:
▪ Gastrocnêmio:
➢ Origem: Côndilos femorais.
▪ Sóleo:
➢ Origem: Parte posterior da tíbia e da fíbula.
o Inserção: Calcâneo.
o Envoltório: Bainha paratendínea.
o Vascularização: Relativamente hipovascularizado, 4 cm a 5 cm proximalmente à
inserção no calcâneo.
o Inflamação do tendão ou do paratendão.
o Causas comuns:
➢ Excesso de uso;
➢ Aumento de intensidade da atividade;
➢ Atividade repetitiva
➢ Mudança da superfície de jogo;
➢ Mudança do calçado esportivo.
o Fatores de risco:
➢ Atividades recém-iniciadas;
➢ Aumento do nível das atividades já praticadas;
➢ Mudanças de superfície de treinamento/prática;
➢ Alteração do calçado esportivo;
➢ Hiperpronação.
o Mais afetados: Corredores, ginastas, ciclistas e jogadores de vôlei.
• Lacerações Completas (Rupturas) do Tendão Calcâneo
o Ocorrem normalmente em um ponto 4 cm a 5 cm proximal ao calcâneo (região
hipovascularizada).
o Causas:
➢ Processos tendinosos crônicos;
➢ Calcificações;
➢ Processo degenerativo do tendão.
➢ Mais comum em: “Guerreiros de fim de semana”, praticantes de esporte
recreativo com 30 a 50 anos de idade
➢ Mecanismo de lesão traumática: Dorsiflexão forçada contra a flexão plantar
ativa do tornozelo
➢ Esportes comuns: Basquete, mergulho e tênis

o Sintomas:
➢ Dor no tendão;
➢ Dor pior no início da atividade;
➢ Dor desaparece com a continuação da atividade;
➢ Dor acentuada após o exercício;
➢ Dor ao acordar.
o Exame físico:
➢ Inchaço ou eritema ao longo da área do tendão;
➢ Sensibilidade à palpação na área 2 cm a 5 cm proximal ao calcâneo;
➢ Crepitação ao longo do tendão durante a flexão plantar e dorsiflexão ativas;
➢ Espessamento do tendão palpável;
➢ Limitação da amplitude de movimento da dorsiflexão passiva do tornozelo;
➢ Aumento da dor durante a flexão plantar ativa contra resistência.
• Ruptura do Tendão Calcâneo
o Sintomas:
➢ Dor súbita causada pelo esforço;
➢ Sensação de “pop” na parte posterior da perna durante o esforço;
➢ Sensação de ter sido chutado por trás ou de ter sofrido um corte no
calcanhar.
o Exame físico:
➢ Região edemaciada e com um defeito gap palpável;
➢ Aumento da dorsiflexão passiva;
➢ Diminuição da força de dorsiflexão;
➢ Menor capacidade de elevar os dedos do pé;
➢ Teste de Thompson positivo nos casos de ruptura completa do tendão.
o Estudos diagnósticos:
➢ Radiografia convencional pode demonstrar calcificação do tendão nos casos
crônicos.
➢ Ultrassonografia e ressonância nuclear magnética demonstram lacerações
incompletas do tendão calcâneo.

• Prevenção da Tendinite do Tendão Calcâneo:


o Corrigir a hiperpronação
o Evitar corridas em colinas
o Usar calçados de salto baixo
o Aumentar gradualmente a intensidade das práticas esportivas
o Programa regular e orientado de alongamento do músculo tríceps sural
• Tratamento da Tendinite:
o Principalmente conservador.
o Correção de qualquer variação anatômica predisponente.
o Período de repouso relativo.
o Evitar corridas em subidas excessivas e em superfícies irregulares.
o Aplicação de gelo e uso de anti-inflamatórios.
o Uso de palmilha para elevação do calcanhar com até 15 mm.
o Enfaixamento, aplicação de órtese ou talas de uso noturno.
o Repouso e imobilização por 4 a 6 semanas em casos severos.
o Evitar infiltrações com corticoide.
o Desbridamento cirúrgico do paratendão em casos crônicos.
• Reabilitação:
o Alongamento muscular do tríceps sural;
o Ganho de força e resistência da musculatura do tornozelo;
o Uso de recursos de eletroestimulação e de termofototerapia com iontoforese e
fonoforese;
o Correção do gestual esportivo e da pisada.
• Tratamento de Rupturas Tendíneas Parciais:
o Tratamento conservador com aplicação de gesso longo;
o Uso de aparelho curto (gesso ou órtese) que permita a deambulação do paciente;
o Uso de palmilha no calcanhar;
o Tratamento fisioterapêutico com alongamento e fortalecimento muscular progressivo.
• Tratamento de Rupturas Acima de 50% das Fibras ou Total:
o Tratamento cirúrgico com reaproximação ou reinserção do tendão e sutura;
o Terapia pós-operatória consiste em um período de imobilização por 6 a 8 semanas;
o Fisioterapia com o objetivo principal de prevenir a formação de aderências e
recuperação funcional do paciente;
• Retorno à Prática Esportiva:
o Deve ser gradual para evitar recidivas;
o Atividade integral depende da restauração completa da amplitude de movimento,
acompanhada de força muscular satisfatória;
o Uso de palmilhas para elevação do calcanhar, aplicação de bota de esparadrapo (ou
enfaixamento) ou uso de órtese podem ajudar a resistir à dorsiflexão e facilitar a
reabilitação.

Fascite Plantar
• Fáscia Plantar:
o Faixa fibrosa de tecido conectivo;
o Origem: Tubérculo medial na superfície do calcâneo;
o Segue até: Placa plantar da articulação metatarsofalangeana;
o Função: Formar o arco medial longitudinal do pé e servir como um amortecedor
dinâmico do choque do pé para a perna.
• Caminhar:
o O calcanhar faz contato com o chão;
o A tíbia roda medialmente e o pé prona;
o Alonga a fáscia plantar e aplaina o arco;
o Permite que o pé se acomode de irregularidades da superfície e absorva o choque.
• Fascite Plantar:
o Causada por: Microtraumas na fáscia plantar devido ao movimento repetitivo do
caminhar ou correr, tipo de pé, distúrbios posturais, obesidade.
o Processo inflamatório da fáscia plantar.
o Zona afetada: Frequentemente próxima da origem da fáscia plantar, na tuberosidade
do calcâneo.

• Etiologia:
o Pouco compreendida e desconhecida em aproximadamente 85% dos casos;
o Pode ocorrer em associação com a artrite;
o Em atletas, associada a sobrecarga, erro de treinamento, treinamento em superfícies;
irregulares ou tênis inapropriado, ou excessivamente desgastado;
o Aumento repentino de atividade com descarga de peso;
o Em idosos, atribuído à fraqueza dos músculos intrínsecos e à atenuação da força
secundária à aquisição de pé plano (pronação excessiva do pé);
o Indivíduos com diabetes melito podem sofrer de fascite plantar, como resultado da
neuropatia periférica motora que conduz a uma atrofia muscular, mudanças na
estrutura anatômica do pé.
• Quadro clínico:
o Dor na sola do pé na região inferior do calcanhar;
o Dor é particularmente ruim nos primeiros passos no despertar de manhã ou depois de
um tempo prolongado de atividades de descarga de peso;
o Dor no calcanhar diminui durante o curso do dia, mas retorna com atividade intensa ou
prolongada de descarga de peso;
o Dor pode ser difusa ou migratória; com o tempo costuma focar ao redor da área da
tuberosidade medial do calcâneo;
o Dor é mais significativa quando são envolvidas atividades de descarga de peso.
• Exame Físico:
o Ponto doloroso anteromedial ao calcâneo;
o Dor exacerbada pela dorsiflexão passiva dos dedos ou estando o paciente de pé sobre
as pontas dos dedos;
o Tensão do tendão calcâneo (com a dorsiflexão do tornozelo limitada em 5° ou mais)
encontrada em mais de 80% dos pacientes.
• Diagnóstico:
o Clínico, baseado na história e no exame físico;
o Dor no despertar da manhã é típico da fascite plantar;
o Associação à parestesia não é característica comum;
o Dor noturna pode aumentar a suspeita de outras causas de dor no calcanhar, como em
tumores, infecções e neuralgias (incluindo a síndrome do túnel do tarso);
o Normalmente é unilateral, mas acima de 30% dos casos pode ter apresentação
bilateral;
o Distúrbio bilateral no jovem paciente pode indicar síndrome de Reiter.
• Diagnóstico por Imagem:
o Raramente é indicado para avaliação inicial e tratamento;
o Pode ser útil para excluir outras causas de dor no calcanhar;
o O raio X simples pode excluir a fratura de calcâneo por estresse e pode detectar uma
subjacente espondiloartropatia;
o Escanometria óssea e ressonância magnética podem ser úteis, mas não são rotineiras
o A ultrassonografia pode demonstrar a presença do processo inflamatório e
espessamento da fáscia plantar.
• Complicação:
o A presença de esporão de calcâneo, que se trata de uma ossificação/calcificação do
ponto de fixação da fáscia plantar no calcâneo
• Fascite Plantar:
o Condição autolimitante.
o Resolução típica se dá em 6 a 18 meses.
• Reconhecimento e Tratamento Precoce:
o Provocam diminuição do curso do tratamento.
o Maior probabilidade de sucesso com terapia conservadora.
• Opções de Tratamento:
o Descanso e evitar atividades;
o Calçado apropriado: deve ter adequado suporte do arco e calcanhar acolchoado.
o Suporte do arco e órteses;
o Alongamento e fortalecimento;
o Órteses e imobilizador para andar;
o Agentes anti-inflamatórios: crioterapia (gelo), drogas não esteroides (NSAIDs) e
injeções corticoides;
o Terapia por onda de choque extracorporal (ESWT);
• Cirurgia para Fascite Plantar:
o Considerada somente após a falha de todas as outras formas de tratamento.
o Procedimento: Fasciotomia plantar parcial.
➢ Pode ser aberta ou fechada.
➢ Pode incluir descompressão nervosa e/ou ressecção de esporão de
calcâneo.
o Sucesso da cirurgia de liberação: 70% a 90%.
o Recuperação: Varia de algumas semanas para alguns meses.
o Complicações potenciais:
➢ Inchaço do calcanhar;
➢ Fratura de calcâneo;
➢ Desabamento do arco longitudinal;
➢ Dano do nervo tibial posterior;
➢ Hipoestesia do calcanhar;
➢ Ruptura da fáscia plantar.

Entorses de tornozelo e lesões ligamentares:


• Entorse: Movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação.
• Entorse de Tornozelo: Uma das lesões musculoesqueléticas mais frequentes na população
ativa:
o Geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais;
o Ocorre mais em atletas de futebol, basquete, vôlei, corrida e salto;
o Ocorrem em 1 de cada 10 mil pessoas por dia;
o Representam 25% a 50% das lesões nos esportes que envolvem corrida;
o De 10% a 30% resultam em sintomas crônicos;
o Pode evoluir com complicações, com vários graus de limitação funcional.
• Estabilidade Lateral do Tornozelo: Realizada pelos ligamentos talofibular anterior, posterior e
talocalcâneo, associados ao terço distal da fíbula.
• Entorses Laterais ou por Inversão do Tornozelo: Ocorrem quando o tornozelo está em flexão
plantar e inversão do pé, durante a aplicação ou supressão de carga, numa intensidade além
do normal:
o Lesão inicial do ligamento talofibular anterior e pode progredir para uma lesão do
ligamento calcâneo-fibular, com o aumento da energia do trauma.
o Lesão do ligamento talofibular posterior é rara, ocorrendo apenas em luxação e fratura
do tornozelo.
• Cerca de 90% das entorses do tornozelo são laterais, enquanto 10% são mediais.
• Fatores que predispõem a entorses por inversão do pé: maléolo medial mais alto; complexo
ligamentar medial mais forte e músculos mediais mais fortes.
• Fatores da flexão plantar: inclinação do tálus maior em flexão plantar e músculos flexores
plantares mais fortes.
• Classificação:
o Graus de lesão:
o I- Estiramento
o II- Esgarçamento
o III- Ruptura parcial
o IV- Ruptura total
• Tratamento
o Graus I e II: conservador:
➢ Imobilização (1 semana/10 dias) com tala gessada ou órtese.
➢ Fisioterapia para inflamação e dor, FM, propriocepção.
• Graus III e IV: cirúrgico:
➢ Reparação ligamentar.
➢ Pós-operatório:
➢ Carga parcial 4/6 semanas (hidroterapia).
➢ Imobilização 6/8 semanas.
➢ Fisioterapia para inflamação e dor, ADM, FM, propriocepção.
• Quadro Clínico:
o Dor, edema localizado na região anterolateral do tornozelo, sensibilidade em torno do
maléolo lateral;
o Equimose mais evidente após 48 horas;
o Dificuldade para deambular;
o Teste da gaveta anterior positivo permite caracterizar uma lesão grau 3 em 96% dos
casos.
• Diagnóstico por Imagem:
o Radiografias para descartar a suspeita de fraturas associadas.
o Ressonância magnética para investigar lesões osteocondrais, do impacto anterolateral
e identificar lesões ligamentares crônicas.
• Tratamento:
o Objetivo: Retorno às atividades diárias (esporte/trabalho), com remissão da dor, edema
e inexistência de instabilidade articular.
o Técnica Price: Elevação do membro afetado, repouso por três dias, aplicação local de
gelo, compressão e proteção articular com imobilizador ou tala gessada.
o Uso de anti-inflamatórios não hormonais auxilia na diminuição de dor e edema, com
melhora precoce da função articular.
o Proteção articular com imobilizadores ou órteses semirrígidas possibilita retorno mais
rápido às atividades físicas e laborativas.
o Pode ser necessária a utilização de bengala ou muletas.
• Complicações:
o Alguns pacientes podem permanecer com dor ou instabilidade após 6 meses do
tratamento da lesão ligamentar aguda.
o Possíveis lesões associadas: Instabilidade crônica, lesão osteocondral, impacto com
processo inflamatório tibiofibular distal e impacto anterior com exostose (crescimento
ósseo benigno).
• Cerca de 20% das entorses de tornozelo podem evoluir com algum tipo de instabilidade após
6 meses da lesão inicial:
o Causa: Falha na propriocepção.
o Tratamento: Métodos fisioterapêuticos, principalmente um programa intensivo de
fortalecimento muscular dos músculos eversores e dorsiflexores.
o Pacientes com instabilidade sintomática persistente podem ser submetidos à correção
cirúrgica.
• Entorses por Eversão ou Mediais do Tornozelo:
o Menos frequentes (5% a 10%)
o Lesão do ligamento deltoide é rara
o Pode estar associada à fratura do maléolo lateral, lesão do ligamento tibiofibular inferior
e lesão da sindesmose tibiofibular
• Diagnóstico:
o Realizado com base no exame físico;
o Exame de radiografia elimina a possibilidade de fraturas associadas;
o Se houver suspeita de ruptura, pode ser obtida uma radiografia com estresse de
inclinação invertida do tálus.
• Sintomas:
o Lesão em valgo e pronação do pé;
o Sensibilidade e equimose em torno do maléolo medial.
• Tratamento
o Similar ao de entorses laterais;
o Lesões de graus I e II precisam de imobilização e o paciente deve iniciar logo o
processo de reabilitação.
o Lesão de grau III implica imobilização durante 6 a 8 semanas ou reparo cirúrgico do
ligamento ou fratura associada, se houver.

Fraturas e lesões traumáticas de tornozelo e pé


• Fraturas do Tornozelo:
o Lesões intra-articulares.
o Redução precisa e sua manutenção são necessárias para um resultado em longo prazo
satisfatório.
o Geralmente apresentam rupturas ligamentares associadas significativas.
• Radiografias:
o Nas incidências anteroposterior, lateral e oblíqua são essenciais para avaliar qualquer
lesão do tornozelo.
• Classificação
o Lesões Estáveis:
➢ Fratura estável é definida como aquela que não apresenta alargamento do
espaço articular;
➢ Fratura se localiza distalm;ente à sindesmose sem qualquer lesão nos
estabilizadores mediais
➢ Tratamento imediato consiste na elevação, redução da fratura e imobilização
logo que possível para reduzir o edema dos tecidos moles.
o Lesões Instáveis
➢ Fraturas devem ser reduzidas e fixadas internamente como um
procedimento urgente se o paciente for atendido antes de se evidenciar um
edema significativo
➢ Pacientes com fratura exposta devem ser tratados com desbridamento da
ferida e fixação interna.

Fratura da extremidade distal de tíbia e fíbula


• Fraturas dos maléolos
➢ Ocorrem geralmente de forma indireta após uma entorse grave do tornozelo.
➢ Movimentos de supinação e rotação externa, abdução, pronação e rotação
externa.
o Classificação:
➢ Fraturas de somente um maléolo.
➢ Fraturas dos dois maléolos (bimaleolar).
➢ Fraturas dos dois maléolos mais a região posteroinferior da tíbia (trimaleolar).
o Tratamento:
➢ Cirúrgico com fixação com placas e parafusos para fraturas desalinhadas.
o Reabilitação Pós-Cirúrgica:
➢ Cuidados com a cicatriz para evitar aderência;
➢ Diminuição do edema;
➢ Recuperação de amplitude de movimento (ADM);
➢ Recuperação de força e resistência muscular;
➢ Treino de marcha e equilíbrio;
➢ Respeitar o período de cicatrização tecidual e formação do calo
ósseo.
o
Fratura do tálus
• Superfícies Articulares do Tálus:
o Tornozelo;
o Subtalar;
o Taloescafóidea.
• Necessidade de uma redução da fratura e sua manutenção cuidadosa para equilíbrio das
articulações.
• Grande parte da superfície do tálus é cartilaginosa (em torno de 60%) e as regiões do osso
com irrigação são escassas.
• Causas de Fratura:
o Acidentes de trânsito;
o Quedas casuais;
o Amortecimentos de saltos.
• Mecanismo de Lesão Mais Frequente: Dorsiflexão extrema, na qual o tálus se choca contra a
tíbia.
• Classificação das Fraturas:
o Periféricas: Comprometem a cabeça, a apófise externa ou a apófise posterior do tálus
e podem não apresentar problemas de necrose.
o Centrais: Cominutivas, do colo, do corpo do tálus e é frequente o aparecimento de
problemas vasculares.
• Tratamento de Fratura do Tálus:
o Pode ser conservador ou cirúrgico dependendo do tipo de fratura.
o Paciente precisará ficar em torno de 4 a 6 semanas imobilizado por uma bota de gesso
ou robofoot.
➢ Fase de Imobilização Absoluta:
o Objetivos:
➢ Diminuição do edema;
➢ Prevenção das possíveis sequelas da imobilização.
o Indicações:
➢ Elevação do membro para favorecer o retorno venoso.
➢ Exercícios isométricos de quadríceps, tríceps sural e tibial anterior na
extremidade afetada.
• Período de Imobilização Relativa:
o Permissão para início da descarga de peso, mas ainda com a utilização de tala ou
órtese.
o Início da aplicação de crioterapia, massagem leve para drenagem de edema e os
exercícios para mobilização articular de forma ativa-assistida.
o Uso de recursos de eletroterapia se o paciente apresentar dor.
• Após 4 Semanas do Tratamento Cirúrgico e 8 Semanas do Tratamento Conservador:
o Imobilização é retirada.
o Objetivos da Reabilitação: Aliviar o edema, ganhar amplitude de movimento e iniciar o
fortalecimento muscular
o Todos os músculos estabilizadores do tornozelo devem ser reforçados para melhorar
a estabilidade articular.
o Treino de marcha deve ser realizado com carga total, e na sequência deve ser
incentivado o treino de subir e descer escadas.
o Tratamento deve evoluir de forma gradual, até a recuperação funcional completa da
articulação, promovendo melhora da coordenação e a independência da marcha.
Fratura do calcâneo
• Frequência:
o Comum em profissões que envolvem trabalho em alturas (escadas, estantes);
o Às vezes associada a uma fratura vertebral na coluna dorsolombar.
• Mecanismos de Lesão:
o Direto:
➢ Queda de um plano elevado sobre os calcanhares;
➢ Causa fratura por compressão.
o Indireto:
➢ Ação brusca e forçada dos tendões e ligamentos
➢ Pode causar o arrancamento de um fragmento do osso
• Tratamento:
o Fisioterapia:
➢ Importante saber se a fratura afetou a superfície articular.
o Médico:
➢ Semelhante ao tratamento da fratura de tálus;
➢ Processo de reabilitação similar.

Fratura de médio e antepé


• Fraturas dos metatarsos:
o Acompanhadas de uma lesão de partes moles, especialmente da pele;
o Presença de edema pós-traumático de grande volume;
o Mecanismos de lesão: achatamento (o mais frequente), fadiga, movimento de inversão e
eversão bruscos.
o Classificação: alinhadas e desalinhadas.
• Fratura da base do quinto metatarso:
o Mais frequente do antepé.
o Mecanismo de lesão: arrancamento após uma inversão forçada do pé.
o Traço de fratura é horizontal e normalmente alinhado.
o Pode afetar a articulação metatársica com o cuboide e a articulação com o quarto
metatarso.
• Fratura das falanges:
o Mecanismo de lesão: achatamento por queda de um objeto pesado
o Falange distal é a mais afetada
o Pode haver lesão de partes moles e edema de grande volume
• Chegada ao serviço de fisioterapia:
o Paciente chega com bandagem elástica ou órtese para imobilização.
• Período de imobilização relativa:
o Objetivos: diminuição do edema, alívio do incômodo, minimizar a atrofia muscular.
o Recomendações iniciais: elevação do membro, drenagem linfática manual.
o Se houver dor: uso de recursos de eletroterapia.
o Início de movimentos ativos conforme a tolerância do paciente.
o Início da marcha: carga parcial se houver dor.
• Recuperação funcional completa
o Objetivos: fortalecimento da musculatura da perna, obtenção de uma marcha correta.
o Após a consolidação completa da fratura: inserção da corrida em terrenos irregulares.
Lesões nos esportes
Neuroma de Morton

• Definição:
o Neuroma interdigital que afeta o espaço entre o terceiro e o quarto dedo.
• Sintomas:
o Aprisionamento do nervo pode causar dor significativa.
o Atleta descreve sintomas de parestesia.
• Demografia:
o Afeta igualmente atletas do sexo feminino e masculino.
o Predomínio das mulheres na população não praticante de esportes.
• Causas:
o Calçados gastos ou de tamanho inadequado.
o Calçados com mínimas qualidades de acolchoamento e proteção e absorção de
choques.
• Sintomas:
o Início: dor vaga na parte anterior do pé.
o Progressão: sintomas neuríticos, como queimação e dormência entre as cabeças do
terceiro e do quarto metatarso.
o Irradiação: sintomas podem irradiar-se pelos dedos e para outros dedos.
o Atividades: sintomas presentes durante ou após as atividades.
o Final: atleta sente dor até quando anda.
o Diagnóstico: compressão medial e lateral das cabeças dos metatarsos pode reproduzir
os sintomas, com um “clique” palpável.
• Tratamento;
o Inicial: modificação das técnicas de treinamento para promover menos impacto da
parte anterior do pé.
o Fisioterapia: auxílio na escolha de um coxim (palmilha) para diminuir a pressão sobre a
parte anterior do pé, uso de recursos de eletroterapia para alívio da dor.
o Cirurgia: se os sintomas não desaparecerem depois de alguns meses, considera-se a
ressecção cirúrgica do neuroma.
• Recuperação:
o Retorno à prática esportiva: até 8 semanas após a cirurgia.
o Apoio de peso: permitido após 2 semanas, progredindo até carga total até 4 semanas
após o procedimento cirúrgico.

Síndrome do Seio do Tarso

• Características:
o Dor e sensibilidade localizada no seio tarsiano.
o Comumente segue entorses laterais do tornozelo e da parte média do pé.
• Exacerbação:
o Exacerbada por algum tipo de avanço do corpo e pela pronação.
• Causas:
o Habitualmente causada pelo aprisionamento de tecido mole, formação de osteófitos ou
alguma lasca óssea.
• Diagnóstico:
o Feito pela história e pelo exame físico.
o Pode ser confirmado pela injeção de lidocaína no ponto-gatilho no seio tarsiano.
o Radiografias, tomografias e ressonância nuclear magnética não apresentam alterações.
• Tratamento:
o Se a dor for aliviada pela lidocaína, então frequentemente a injeção de corticoide será
efetiva.
o Em raras ocasiões, pode haver indicação de exploração cirúrgica com eliminação da
lesão, se os sintomas persistirem após o tratamento conservador.
• Tratamento conservador:
o Atividades modificadas.
o Suportes do arco com cunhas mediais para o calcanhar.
o Fisioterapia analgésica e anti-inflamatória.

Síndrome do Túnel do Tarso


• Definição: Parestesia e dores nevrálgicas na superfície inferior da parte anterior do pé, na
distribuição do nervo tibial posterior.
• Sintomas:
o Sintomas exacerbados pela pronação do pé.
o Sinal de Tinel positivo e uma lesão do tipo de ocupação de espaço na imagem de
ressonância magnética.
• Causas:
o Compressão do nervo em um local mais inferior, no qual os nervos plantares medial e
lateral penetram na fáscia do músculo abdutor do hálux.
• Tratamento:
o Fisioterapia para alívio dos sintomas.
o Utilização de órteses ou cunhas aplicadas na região medial do calcanhar.
o Dissecção cirúrgica entre o maléolo medial e o feixe neurovascular para alívio dos
sintomas, se não houver melhora.

• Características
o Parestesia e dores nevrálgicas na superfície inferior da parte anterior do pé, na
distribuição do nervo tibial posterior.
o Sintomas exacerbados pela pronação do pé.
o Similar à síndrome do túnel do carpo na mão.
• Anatomia do túnel do tarso;
o Tendão tibial posterior;
o Tendão flexor longo dos dedos;
o Artéria tibial posterior;
o Veia acompanhando a artéria;
o Nervo tibial;
o Tendão flexor longo do hálux;
o Tubérculo medial do calcâneo;
o Retináculo flexor;
o Maléolo medial.
• Diagnóstico:
o Síndrome verdadeira produz um sinal de Tinel positivo.
o Lesão do tipo de ocupação de espaço na imagem de ressonância magnética, pode ser
um gânglio, uma varicosidade ou um lipoma.
o Em alguns casos, a compressão do nervo ocorre em um local mais inferior, no qual os
nervos plantares medial e lateral penetram na fáscia do músculo abdutor do hálux.
• Tratamento:
o Conservador: fisioterapia para alívio dos sintomas, utilização de órteses ou cunhas
aplicadas na região medial do calcanhar.
o Cirúrgico: se não houver melhora, pode ser necessária uma dissecção cirúrgica entre o
maléolo medial e o feixe neurovascular para alívio dos sintomas.

Periostalgia Medial (Canelite)


• Definição:
o Lesão comum entre corredores, frequentemente tratada em clínicas e consultórios de
fisioterapia.
o Termo mais preciso e descritivo que o diagnóstico comumente utilizado de “dor na
canela ou canelite”.
• Características:
o Lesão comum e bastante debilitante.
o História clínica frequentemente mimetiza o quadro de uma fratura por estresse, ou seja,
aumento significativo da atividade ou súbita mudança na rotina de treinamento.
o Atletas descrevem a dor na perna que está presente sem sustentação do peso, e que
persiste depois que o exercício terminou.
o Alguns pacientes relatam sensibilidade ao longo do lado interno da canela, daí o nome
popular de “canelite”.
• Exame físico:
o Ajuda a diferenciar entre periostalgia e fratura por estresse da tíbia.
o Periósteo tende a ficar sensível em uma zona mais ampla (no terço médio da tíbia) no
caso da periostalgia medial.
o Sensibilidade pontual associada a uma fratura por estresse.
o Palpação cuidadosa pode demonstrar espessamento e endurecimento do periósteo em
uma região imediatamente posterior e medial da tíbia.
• Diagnóstico:
o Radiografias convencionais frequentemente são negativas, mas podem demonstrar
espessamento do periósteo.
o Diagnóstico definitivo pode ser confirmado com uma cintilografia óssea, que
comumente demonstra aumento difuso da absorção ao longo da parte medial da tíbia
(ao contrário da anormalidade focal de uma fratura por estresse).
• Tratamento
o Conservador: repouso, modificação do treinamento, alongamento, massagem com gelo,
drogas anti-inflamatórias não esteroides, órtese ou aplicação de taping.
o Cirúrgico: em casos graves ou persistentes, a cirurgia consistirá de exploração local e
cauterização do periósteo.
▪ Eficácia do procedimento: não foi esclarecido se seu êxito se deve à
fasciotomia descompressiva local necessária para a exposição do osso, à
estimulação da cura do periósteo pela formação da cicatriz, à desnervação
do tecido causador da dor pela cauterização, ou pelo fato de que os
pacientes são forçados a repousar e fazer reabilitação durante um período
definido depois da cirurgia.

SSíndrome do Impacto
• Também conhecida como:
o Síndrome do pinçamento subacromial;
o Síndrome do manguito rotador;
o Ombro do nadador.

• Manguito Rotador:
o Formado por um tendão comum aos músculos:
▪ Supraespinal;
▪ Infraespinal;
▪ Redondo menor;
▪ Subscapular.
o Desliza sob o acrômio, entra em contato com a bursa subacromial e se insere no
tubérculo maior do úmero.
o Responsável pelos movimentos de abdução e rotação do ombro.
• Definição da Síndrome do Impacto
o Estreitamento do espaço entre o manguito rotador e o arco coracoacromial (1/3
anterior do acrômio e do ligamento coracoacromial).
• Causas
o Sequência de deficiências do manguito rotador que ocorrem com o passar do tempo.
o Particularmente em pacientes idosos.
• Etiologia da Síndrome do Impacto
• Tipo de Acrômio:
o O terço anterior do acrômio está relacionado à deficiência do manguito rotador.
o Essa estrutura, além de sua variação anatômica, pode se encontrar espessada e exibir
a formação de um esporão no ligamento coracoacromial.
o Comum em pacientes na quinta década de vida.
• Impacto da Síndrome:
o O tipo do acrômio é um fator agravante da síndrome do impacto, porém não o único
causador.
o Em caso de alteração óssea, a síndrome só pode ser resolvida com intervenção
cirúrgica.
• Tipos de Acrômio e suas Implicações:
o Tipos de Acrômio:
▪ Tipo 1: Plano.
▪ Tipo 2: Curvo.
▪ Tipo 3: Ganchoso.
o Lesões do Manguito Rotador
▪ Inflamação ou rupturas
▪ Processo crônico de tendinopatia, associado à atividade laboral – LER/Dort
• Instabilidade Glenoumeral
▪ Aumento da translação presente no atleta jovem
▪ Há o aumento de força no tendão e consequente lesão
o Desequilíbrio Muscular
▪ Manguito rotador ou estabilizadores da escápula
▪ Podem ocorrer contraturas musculares em atletas de arremesso/lançamento, levando
à alteração cinemática do tendão
• Quadro Clínico
o Dor;
o Arco doloroso (70 a 120 graus);
o Crepitação;
o Diminuição da força muscular;
o Retrações capsulares;
o Testes especiais positivos.

• Estágios:
o Estágio 1 (Edema e Hemorragia):
▪ Inflamação;
▪ Jovens, até 25 anos.
o Estágio 2 (Fibrose e Tendinose):
▪ Degeneração;
▪ 25 a 40 anos.
o Estágio 3 (Esporões e Rupturas do Manguito):
▪ Ruptura;
▪ Acima de 40 anos (10% em jovens).

Tratamento Fisioterapêutico
• Primeira opção de tratamento.
• Objetivos do tratamento conservador:
o Redução da inflamação;
o Analgesia;
o Ganho de ADM (com o estiramento capsular);
o Melhora do ritmo escapuloumeral;
o Ganho de força muscular.
• Uso de tipoia para descanso articular na fase aguda, se necessário.

Cuidados pós-cirurgia de reparação tendínea e acromioplastia:


• Fase I (0-4/6 semanas):
o Analgesia;
o Relaxamento muscular de músculos cervicais e estabilizadores da escápula.
o Início de movimentos pendulares,
o melhora do ritmo escapuloumeral e movimentos passivos/ativo-assistidos de rotação
interna e externa, flexão e extensão, elevação do ombro, preferencialmente no plano da
escápula.
• Fase II (4/6-12 semanas):
o Objetivo de ganho de ADM;
o Ganho de flexibilidade com exercícios de alongamento;
o Ganho de força muscular e treino proprioceptivo;
o Início de exercícios isotônicos para bíceps braquial e estabilizadores da escápula,
isométricos para o manguito rotador e exercícios em cadeia cinética fechada.
• Fase III (após 12 semanas):
o Restauração da ADM normal;
o Ênfase nos exercícios de alongamento;
o Evolução do fortalecimento muscular, principalmente do manguito rotador;
o Exercícios isotônicos resistidos com resistência progressiva;
o Evolução com o treino proprioceptivo, treino funcional e retorno ao esporte.

• Instabilidade de Ombro
• Anatomia Óssea
o Inadequação relativa entre as áreas das superfícies da cabeça do úmero (maior) e da
fossa glenoide (menor) predispõe essa articulação à instabilidade
o A estabilidade é, em grande parte, proporcionada por estruturas estáticas e dinâmicas
de tecido mole, como o lábrum, a cápsula (ligamentos glenoumerais) e o manguito
rotador
• Instabilidade Glenoumeral
o Representa uma articulação instável, podendo ter associado vários distúrbios:
▪ Luxação: perda total da congruência/contato articular do úmero para fora da
glenoide
▪ Subluxação: translação sintomática da cabeça do úmero com relação à
superfície articular da glenoide (perda parcial da congruência/contato articular)
Classificação da Instabilidade do Ombro:
• Baseada em:
o Frequência;
o Etiologia;
o Direção;
o Grau.
• Classificação por Tempo:
o Aguda: Trauma agudo.
o Inveterada: Não reduzida.
o Recidivante: Episódios repetidos.
o Voluntária.
• Classificação por Direção
o Unidirecionais:
▪ Anterior (+);
▪ Posterior;
▪ Inferior;
▪ Superior.
o Multidirecionais:
▪ Mais comum a anteroinferior.
• Classificação por Mecanismo de Lesão:
o Atraumática: Sem lesão conhecida.
o Traumática: Após trauma de grande magnitude.
o Adquirida: Acomete atletas com microtraumas de repetição.
Instabilidade/Luxação Atraumática (Voluntária) de ombro:
• Características:
o Acomete frequentemente jovens com hipermobilidade articular (síndrome da frouxidão
ligamentar generalizada);
o Pode ser bilateral e é multidirecional.
• Subgrupos:
o Primeiro Subgrupo:
▪ Pessoas com instabilidade voluntária, que depende da posição.
▪ A instabilidade ocorre em uma direção posterior, quando o paciente coloca o
braço nas posições de flexão, adução e rotação interna.
o Segundo Subgrupo:
▪ Pacientes com instabilidade voluntária dependente do músculo;
▪ Resultante da contração seletiva dos músculos para criar uma luxação ou
subluxação;
▪ Tendem a usar a instabilidade para ganhos secundários;
▪ Alguns desses indivíduos podem apresentar distúrbios psiquiátricos.
• Tratamento:
o Conservador, com conscientização e fortalecimento muscular de estabilizadores
dinâmicos da cintura escapular.

Instabilidade/Luxação Traumática:
• Características:
o Resultado de um trauma de grande magnitude.
o Normalmente é unidirecional, sendo a anterior mais comum.
• Instabilidade Anterior Traumática:
o Ocorre por um trauma intenso em um braço em abdução e rotação externa
(macrotraumatismo);
o 95% de todas as instabilidades são de direção anterior e decorrentes de trauma
isolado;
o Muito comum em indivíduos jovens;
o A perda da estabilidade por lesão dos componentes estabilizadores da articulação a
faz evoluir para luxação recidivante.
• Luxação Traumática:
o Pode levar à instabilidade articular;
• Lábrum da Glenoide:
o Espessamento fibrocartilaginoso ao longo da margem da fossa glenoide, que contribui
para a estabilidade da articulação.
• Lesão de Bankart:
o Representa o deslocamento do lábrum anterior com relação à fossa glenoide, causado
por luxação ou subluxação.
o Ocorre principalmente nos casos de luxação traumática.
• Lesão de Hill-Sachs:
o Pode ocorrer fratura por impressão da margem posterolateral da cabeça do úmero,
associada à lesão de Bankart, quando a cabeça se desloca sobre a borda glenoide
anterior
• Tratamento
o Inicial envolve a redução da luxação seguida de um período de imobilização de 2 a 6
semanas.
o Procedimento é seguido por um período de intensa reabilitação, que deve envolver o
manguito rotador e o estabilizador da escápula, enfatizando os rotadores internos.
o Tratamento cirúrgico fica reservado para indivíduos com instabilidade recorrente.

• Instabilidade/Luxação Adquirida:
o Comum em atletas jovens (ginastas e nadadores);
o Causada por pequenos traumas de repetição;
o Gera insuficiência capsuloligamentar e consequente instabilidade;
o Pode ser uni ou multidirecional e tem caráter recidivante;
o Leva à luxação articular;
o Ocorrem as lesões associadas de Bankart e Hill-Sachs.
• Tratamento Cirúrgico:
o Reparação de todas as lesões ocasionadas pelos traumas repetitivos;
o Procedimentos possíveis: capsuloplastia, para encurtamento ou retencionamento da
cápsula.
• Técnicas utilizadas de acordo com as lesões:
o Técnica de Bankart: reparação da lesão de Bankart ou reinserção do lábio glenoidal.
o Técnica de Bristow: reinsere parte do processo coracoide e tendão curto do bíceps no
lábio da glenoide.

• Reabilitação Pós-Cirúrgica:
o Até 3 semanas: imobilização com tipoia e início de mobilização passiva.
o 3 a 6 semanas: início de movimentos ativos-livre, sem contração do bíceps braquial
(técnica de Bristow).
o Após 6 semanas: fortalecimento muscular global sem resistência para o bíceps
braquial (técnica de Bristow).
o Após 3 meses: liberação para os esportes com pouca demanda para o ombro, no caso
dos esportes competitivos de arremesso/lançamento e contato, a liberação ocorre
após 6 a 9 meses.
Capsulite Adesiva e Ombro Congelado
• Similaridades:
o Lesões muito similares entre si;
o Particularidades de cada uma direcionam alguns detalhes do processo de reabilitação.
• Capsulite Adesiva Idiopática:
o Reação inflamatória que leva a retração e fibrose da cápsula articular.
o Mecanismo patológico não é bem compreendido.
• Ombro Congelado:
o Definido como restrição da mobilidade, tanto passiva quanto ativa do ombro.
o Ocorre geralmente devido ao tempo prolongado de imobilização pós-lesão (fratura,
trauma, pós-operatório), ou pode estar associado a doenças sistêmicas, como diabetes
e distúrbio da tireoide.
o Incidência é maior em indivíduos acima de 50 anos.
• Sintomas:
o Dor profunda em queimação no ombro, que se manifesta tanto em repouso quanto
com as atividades.
o Várias semanas após o início da dor, surgem as queixas de ausência de
movimentação.
• Exame Físico:
o Perda global de amplitude de movimento ativa e passiva do ombro;
o Primeiro são afetadas as rotações interna e externa, e a hipersensibilidade inespecífica
costuma estar presente desde o início do processo patológico;
o A força do manguito rotador é normal, porém sua avaliação poderá ser difícil em
virtude da amplitude limitada e dolorosa;
• Limitação de Movimentos (Rigidez):
o Abdução < 100°;
o Rotação externa < 50°;
o Elevação < 140°;
• Exames:
o Radiografias não demonstram alterações.
o O exame de ressonância nuclear magnética evidenciará o processo inflamatório.
• Tratamento:
o Conservador com programa de fisioterapia intensivo, com recursos para redução da
inflamação e analgesia, exercícios ativos e passivos para mobilização articular e
alongamentos, assim como medicação analgésica quando necessária.
o Será bem-sucedido em 90% dos pacientes.
o A resolução dos sintomas pode levar até 18 meses.
o Ocasionalmente, a injeção na articulação glenoumeral com corticoide é necessária
para controlar a dor.

• Tratamento Cirúrgico para Capsulite Adesiva e Ombro Congelado


• Objetivo:
o Liberar a cápsula anterior, os tendões e o ligamento coracoacromial.
o Aumentar a amplitude de movimento.
• Procedimento:
o Pode ser conseguido por uma artroscopia.
o Qualquer outra lesão associada especialmente no espaço subacromial também deve
ser solucionada.
• Indicação:
o A intervenção cirúrgica somente será indicada após a ausência de resposta por 12-18
meses do tratamento conservador.
• Pós-Cirúrgico:
o A fisioterapia deve ser iniciada imediatamente após a cirurgia.
o Objetivo é ganhar mobilidade da articulação e evitar novo processo de fibrose tecidual.

Lesão Acromioclavicular
• Articulação Acromioclavicular:
o Estrutura sinovial que contém um pequeno menisco arredondado formado por
fibrocartilagem.
o Ligação estática da clavícula lateral com o membro superior é realizada pelos
ligamentos coracoclaviculares e acromioclaviculares, assim como pela cápsula
articular.
o A escápula fica suspensa a partir da clavícula graças aos ligamentos
coracoclaviculares.
• Funções:
o Mecanismo suspensor do ombro;
o Manter o ritmo escapulotorácico;
o Proteger o plexo braquial.
• Causas:
o História relata habitualmente uma queda e um trauma direto sobre o ombro em 70%
dos casos.
o Pode ocorrer por trauma indireto na queda sobre o cotovelo ou a mão estendida.
o Muito comum em jovens praticantes em esportes de contato.
• Sintomas:
o Dor, edema e hipersensibilidade bem localizados.
o Sinal da tecla (a clavícula está mais elevada e com mobilidade aumentada).
o Mobilidade anteroposterior da clavícula estará anormal.
o Proeminência do 1/3 distal da região.
• Classificação de Tossy e Rockwood:
o Tipo I: Simples entorse com deslocamento mínimo, ligamentos sem ruptura;
o Tipo II: Ruptura da cápsula e dos ligamentos acromioclaviculares;
o Tipo III: Ruptura da cápsula e dos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares
com deslocamento superior;
o Tipo IV: Luxação completa com deslocamento posterior;
o Tipo V: Luxação superior, a clavícula penetra pelo músculo trapézio para dentro do
tecido subcutâneo;
o Tipo VI: Luxação inferior, ocorre debaixo do processo coracoide.

• Diagnóstico:
o Realizado por uma radiografia anteroposterior;
o Imagens da articulação podem ser realçadas por uma incidência com inclinação;
o Visualização de ambas as articulações acromiclaviculares em uma mesma imagem
ajuda a compreender o deslocamento relativo.
• Tratamento:
o Lesões dos tipos I e II: Tratadas por métodos conservadores, com expectativa de bons
resultados funcionais e resolução completa da dor:
▪ Aplicação de gelo no quadro agudo para aliviar o edema;
▪ Imobilização com tipoia nos primeiros 15 dias;
▪ Recursos para auxiliar na cicatrização tecidual e exercícios para recuperação
funcional.
o Lesões dos tipos III a VI: Necessitam de intervenção cirúrgica com objetivo de
reparação ligamentar e fixação interna para prevenir a migração superior da clavícula:
▪ Estratégia consiste em fixar a clavícula distal diretamente ao acrômio ou
reforçar os ligamentos coracoclaviculares para manter a articulação reduzida.
• Pós-Cirúrgico:
o Uso de tipoia por 3 a 4 semanas, com objetivo de apoiar o membro durante a fase
aguda da dor;
o Período de imobilidade relativa, porém a movimentação deverá avançar conforme
permitido pelo desconforto para ganho de ADM;
o Não é permitido elevar o membro operado acima de 90° até a quarta semana de pós-
operatório;
o Principal objetivo da reabilitação é o fortalecimento muscular dos músculos que atuam
no mecanismo suspensor do ombro;
o Retorno às atividades esportivas e braçais somente após o terceiro mês de pós-
operatório.
Fraturas do Ombro:
o Complexidade:
▪ Grande complexidade.
o Componentes:
▪ Ossos;
▪ Articulações.
o Reabilitação:
▪ Atenção às particularidades.
▪ Especificidades de cada articulação.
Fraturas da Clavícula
o Clavícula:
▪ Estabilizador principal entre esqueletos axial e apendicular;
▪ Vulnerável a lesões.
o Fratura de Clavícula:
▪ Corresponde a 45% das fraturas do complexo do ombro.
▪ Causas: golpe no ombro, pancada direta no osso, queda com a mão em
extensão.
▪ Comuns em crianças e adultos jovens.
o Classificação:
▪ Localização: terço proximal, médio ou distal;
▪ Intra-articular ou extra-articular;
▪ Presença ou não de desvio.

o Prevalência:
▪ 45% das fraturas de ombro.
o Quadro Clínico:
▪ Deformidade evidente;
▪ Hematoma;
▪ Impotência funcional do membro superior.
o Classificação:
▪ Terços: medial, médio (80%) e lateral.
o Mecanismo de Lesão:
▪ Quedas ou trauma direto.
o Exame Físico:
▪ Crepitação óssea;
▪ Inspeção da pele;
▪ Avaliação neurovascular.
o Diagnóstico:
▪ Radiografia anteroposterior.
o Tratamento:
▪ Maioria sem cirurgia;
▪ Tratamento cirúrgico em casos específicos.
o Reabilitação:
▪ Acompanhamento radiográfico;
▪ Fisioterapia;
▪ Exercícios passivos e ativos.
o Consequências:
▪ Proeminência óssea;
▪ Pseudoartrose em até 1% dos casos.
• Fraturas da Escápula:
o Frequência:
▪ Pouco frequentes.
o Consolidação:
▪ Rápida e com bons resultados funcionais.
o Lesões Associadas:
▪ Fraturas costais e de clavícula.
▪ Luxação do ombro.
o Mecanismo de Trauma:
▪ Direto: impacto sobre a escápula.
▪ Indireto: contração muscular brusca.
o Classificação:
▪ Localização: corpo, colo, espinha, glenoide, acrômio, apófise coracoide;
o Tratamento:
▪ Geralmente sem cirurgia;
▪ Cirurgia em casos específicos.
o Fisioterapia:
▪ Fase de imobilização absoluta: diminuir edema e dor, atenuar riscos da
imobilização.
▪ Após imobilização: ganho de mobilidade do ombro, alívio de contraturas,
correção postural.
o Recuperação Funcional:
▪ Inicia após consolidação completa (aproximadamente 3 meses).
▪ Ganho de todo arco de movimento, fortalecimento muscular, treino de AVDs e
gestual esportivo.

Fraturas do Úmero
• Fraturas do Úmero Proximal:
o Demografia
▪ Mais comuns em pacientes idosos, principalmente mulheres pós-menopausa;
▪ Em adultos jovens, resultado de traumatismo de alta energia.
o Estatísticas:
▪ Representam 45% das fraturas do úmero;
▪ Representam 5% das fraturas em adultos;
o Mecanismo de Trauma:
▪ Queda da própria altura sobre a mão estendida;
▪ Trauma direto no ombro;
▪ Rotação excessiva do osso osteoporótico;
▪ Crise convulsiva;
▪ Choque elétrico;
▪ Fratura patológica;
▪ Traumas de alta energia, como acidente automobilístico.
o Sintomas:
▪ Dor e incapacidade funcional;
▪ Edema e hematoma.
o Classificação:
▪ Baseada na classificação anatômica de Codman;
▪ Identificação dos fragmentos através de radiografias.
o Tratamento:
▪ Maioria sem cirurgia;
▪ Cirurgia em casos de desvio entre os fragmentos.
o Fisioterapia:
▪ Fase de imobilização absoluta;
▪ Fase de imobilização relativa;
▪ Fase pós-imobilização;
▪ Fase de recuperação funcional;
▪ Fase de resolução.
• Fraturas da Diáfise Umeral:
o Localização:
▪ Mais frequente no terço médio do osso diafisário.
o Demografia:
▪ Mais comum em adultos jovens e indivíduos com 60 anos ou mais.
o Mecanismo de Lesão:
▪ Trauma direto: queda sobre um lado do corpo ou golpe no braço.
▪ Trauma indireto: queda sobre a mão com punho e cotovelo em extensão.
o Diagnóstico:
▪ Exame radiográfico anteroposterior e lateral.
▪ Exame físico abrangente para excluir lesão nervosa ou vascular.
o Tratamento:
▪ Conservador: imobilização pendente e imobilização do braço contra o tórax.
▪ Cirúrgico: em casos de lesão vascular, fratura exposta, fraturas bilaterais e
pacientes politraumatizados.
o Fisioterapia:
▪ Início da mobilização do ombro após 48 horas do procedimento cirúrgico.
▪ Continuação do tratamento em todas as fases de recuperação até o retorno
total das funções.

Lesões nos esportes


• Contusão do Manguito Rotador:
o Causas:
▪ Tende a ocorrer em esportes de contato;
▪ Golpe direto no ombro.
o Sintomas:
▪ Dor significativa;
▪ Limitação dos movimentos;
▪ Incapacidade de erguer o braço;
▪ Dor e edema próximos à cabeça do úmero.
o Diagnóstico:
▪ Radiografias.
▪ Estudo de ressonância nuclear magnética.
o Recuperação:
▪ Pode levar de 8 a 12 semanas para desaparecer completamente;
▪ Eventual necessidade de procedimento cirúrgico.
o Fisioterapia:
▪ Importante para controle da dor e processo inflamatório;
▪ Recuperação funcional do ombro com ganho de mobilidade e força muscular.
o Retorno à Prática Esportiva:
▪ 2 a 3 meses nos casos tratados sem cirurgia;
▪ Até 6 meses em casos de cirurgia.
• Ruptura do Tendão do Subescapular:
o Frequência:
▪ Tornando-se cada vez mais frequente;
▪ Identificada como causa de luxação em pacientes com mais de 50 anos.
o Causa:
▪ Carga elevada aplicada ao braço na posição de 90° de elevação e 90° de rotação
externa.
o Sintomas:
▪ Dor e estalidos.
o Exame Físico:
▪ Equimose anterior em lesões recentes;
▪ Debilidade durante a rotação interna do ombro contra resistência;
▪ Aumento da rotação externa passiva.
o Diagnóstico:
▪ Radiografias geralmente sem alterações.
▪ Exame de ressonância nuclear magnética necessário.
o Tratamento:
▪ Cirúrgico para reconstrução do tendão lesionado;
▪ Pós-operatório com período de imobilização com tipoia por aproximadamente 3
semanas.
o Retorno à Prática Esportiva:
▪ Retorno após 4 a 6 meses do procedimento cirúrgico.

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