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Introdução
Traumatologia
História da Ortopedia
Fisioterapia Traumato-Ortopédica
Fraturas
• Definida como uma condição em que há perda da continuidade óssea, resultado de uma força
superior a sua elasticidade aplicada sobre ele.
• Geralmente ocorre a separação de um osso em dois ou mais fragmentos após um
traumatismo.
Diferença entre:
Etiologia
Mecanismo de Lesão
• Diretos: quando o osso é atingido por um objeto ou atinge uma superfície dura; a fratura
ocorre no mesmo lugar onde o traumatismo foi recebido.
• Indiretos: o osso é submetido a uma força de torção ou angulação, resultando fratura no lugar
onde se acumularam mais tensões ou onde o osso apresentava maior debilidade.
Aqui está um mapa mental do texto que você forneceu:
Fraturas
• Definidas como uma condição em que há perda da continuidade óssea, resultado de uma
força superior a sua elasticidade aplicada sobre ele.
Classificação de Fraturas:
• Fraturas Segundo a Etiologia (Causa):
o Fraturas Traumáticas:
▪ Resultam de uma força sobre o osso maior que sua resistência.
▪ Pode ser:
➢ Direta: Ocorre no local de um impacto.
➢ Indireta: Ocorre em um local afastado da zona de impacto (ex: fratura de
cotovelo após levantamento de peso).
➢ Por Tração Muscular: Ocorre por contração muscular violenta (avulsão de
fragmento ósseo).
▪ São as fraturas mais frequentes.
o Fraturas por Estresse (ou Sobrecarga):
▪ Ocorrem pela aplicação repetida e frequente de pequenas forças sobre um osso.
▪ Leva a fadiga e afundamento das trabéculas do osso, caracterizando a fratura.
▪ Comum em corredores.
o Fraturas Patológicas:
▪ Ocorrem em um osso previamente fragilizado por uma doença (osteoporose ou
tumor ósseo).
▪ Normalmente não há história de trauma anterior à fratura.
o Oblíqua: a fratura cresce na diagonal, pode ser classificada como exposta e desviada.
o Galho verde: é uma fratura em um osso jovem e suave que dobra e parcialmente
quebra.
Reparo de Fraturas
Tempo de Consolidação
• Sem Regras Rígidas:
o Não há regras rígidas que determinam o período de consolidação.
o A duração das fases de reconstrução óssea não é igual para todos os ossos.
o Importante conhecer os prazos esperados para cada osso antes do estabelecimento de um
critério de consolidação nula ou lenta.
• Tempo Médio de Consolidação:
o Em média, o osso está com o calo ósseo duro formado em 3 meses.
o O processo de remodelação final pode durar até 2 anos.
o Muitos fatores e variáveis influenciam direta ou indiretamente o processo de consolidação
da fratura.
• Tempo de Consolidação por Idade:
o Crianças: O osso cortical cicatriza em 4 a 6 semanas.
o Adolescentes: Cicatrização ocorre em 6 a 8 semanas.
o Adultos: Cicatrização ocorre em 10 a 18 semanas.
Fatores que Influenciam a Consolidação da Fratura
• Aspecto Mecânico:
o Estabilidade do osso no local da fratura.
o A mobilidade da fratura (força de cisalhamento) dificulta a irrigação do hematoma e,
portanto, a consolidação.
• Aspecto Biológico:
o Condição da vascularização no local da fratura.
o É necessária para a função osteogênica.
Variáveis que Influenciam a Consolidação da Fratura
• Variáveis Locais
o Intensidade do trauma.
o Grau de perda óssea.
o Tipo de osso comprometido:
▪ Consolidação do osso esponjoso é mais rápida que no osso cortical.
▪ Ossos planos consolidam-se antes dos longos.
o Separação dos fragmentos:
▪ Se for excessiva não permite a organização do hematoma.
o Interposição de partes moles:
▪ No foco de fratura podem interpor-se diferentes tecidos, como o muscular.
Fixadores Externos
• Definição:
o Método de fixação óssea ou de fragmentos ósseos, utilizando pinos ou fios transfixantes
que penetram perpendicularmente no esqueleto.
• História:
o Usados para o tratamento de patologias osteoarticulares desde 1853.
o Lambotte é creditado por ter utilizado pela primeira vez a fixação externa com pinos.
o Hoffmann popularizou uma técnica de fixação esquelética externa em 1938.
o Ilizarov apresentou um revolucionário sistema de fixação externa em 1951.
• Uso:
o Controla fraturas abertas com danos de tecidos moles, artroses e artrodeses.
o Proporciona um apoio estável ao mesmo tempo que permite o tratamento das lesões dos
tecidos moles.
• Fixador Externo de Ilizarov:
o Permite que se realize compressão, distração, transporte ósseo, remodelamento e o
alongamento ósseo.
o Possibilita a correção de fraturas e deformidades ósseas, tratamento de infecções e até
mesmo a substituição do emprego de próteses ou enxerto ósseo nas ressecções
tumorais.
• Prevenção:
o A prevenção das fraturas por estresse depende da identificação dos pacientes de risco.
o Orientação clara de atletas, treinadores, técnicos e pais com relação aos possíveis riscos
de um programa de treinamento inadequado.
o Aumento gradual da intensidade e duração do treino.
o Uso de equipamentos adequados.
o Interrupção imediata da atividade em caso de dor ou edema.
• Tratamento:
o Benefícios mais efetivos quando a fratura é diagnosticada precocemente.
o Identificação e correção de erros de treinamento.
o Repouso relativo necessário.
o Realização de atividades na água e exercícios de fortalecimento e alongamento.
o Orientações do fisioterapeuta: repouso, uso de calçado adequado, substituição da
atividade física.
o Após a recuperação, realização de atividade suave sem dor e progressão gradual dos
exercícios.
o Reabilitação com objetivo principal de ganhar força muscular.
o Possível necessidade de fixação interna em fraturas por estresse com elevada incidência
de pseudoartrose.
o Cirurgia pode ser necessária para adequada readaptação e redução anatômica
apropriada.
Método de Ilizarov
• Definição:
o Método de fixação óssea ou de fragmentos ósseos, utilizando pinos ou fios transfixantes
que penetram perpendicularmente no esqueleto.
• Componentes:
o Elementos principais: fios transósseos com ou sem oliva de apoio, anéis, semianéis,
arcos, parafusos fixa-fio e tendifio, morsetos.
o Elementos secundários: hastes rosqueadas, hastes elescópicas, placas de conexão
retas, curvas e tortas, bandeirinhas, arruelas, bússolas, parafusos e porcas, diversas
tipos de chaves anguladas e retas e tensor de fios.
• Procedimento:
o Colocação dos fios e pinos é percutânea, pouco invasiva e sem dissecção cirúrgica.
o Técnica de osteossíntese transóssea é a mais empregada atualmente.
• Princípios:
o Fundamenta-se na plasticidade dos tecidos e na lei de tensão-estresse (tension stress).
• Objetivo:
o Promover a manutenção das funções de sustentação e locomoção do membro
acometido, promovendo a mobilização precoce do paciente.
• Indicações
o Lesões/fraturas ocasionadas de traumas de grande intensidade em que há uma grande
perda de substância de pele e de osso.
o Alongamento do membro,
o tratamento imediato das fraturas complexas dos membros, abertas ou fechadas,
o fraturas severas associadas à perda óssea, à lesão de partes moles, à lesão neurovascular
ou a queimaduras,
o fraturas cominutivas graves,
o fraturas múltiplas, pélvicas, expostas,
o estabilização de osteotomias,
o pseudoartrose congênita ou adquirida,
o séptica ou não,
o desvios axiais ou rotacionais e
o deformidades dos ossos longos.
• Vantagens:
➢ Segurança na aplicação na região metafisária dos ossos;
➢ Útil para tratamento de fraturas, transposição de ossos e alongamento dos membros;
➢ Acesso às partes moles;
➢ Versatilidade de montagens com a utilização dos círculos e semicírculos;
➢ Menor trauma no foco de fratura e da corticotomia;
➢ Manutenção da vascularização óssea e dos elementos vásculo-nervosos;
➢ Permite colocação de carga imediata e manutenção das funções articulares;
Período de internação do paciente tende a ser menor.
• Desvantagens:
o Tamanho, Peso e Material:
➢ O fixador de Ilizarov é grande e pesado, e o material pode ser problemático.
➢ A colaboração ativa do paciente é necessária para o sucesso do tratamento.
o Aceitação Psicológica:
➢ pode ser um obstáculo devido ao tamanho e peso do dispositivo.
o Limitações Sociais e Profissionais:
➢ O paciente pode ter limitações na vida social e profissional devido ao
tamanho e peso do dispositivo.
➢ As roupas precisarão ser adaptadas e os cuidados higiênicos devem ser
redobrados na região dos pinos.
➢ Inicialmente, pode ser necessária a utilização de dispositivos auxiliares para
deambulação.
o Dores e Infecções:
➢ Os fios que passam pelos ossos e tecidos podem causar dores cutâneas e
musculares, edema e infecção superficial nos pinos e fios.
➢ Pode haver dificuldade na contração muscular.
o Experiência e Prática Médica:
➢ O médico ortopedista que realiza a colocação do fixador deve ter muita
experiência e prática.
➢ Podem surgir problemas ligados à técnica cirúrgica ou ao material, como
insuficiência de distração ou compressão, desalinhamento do eixo,
corticotomia insuficiente e ruptura dos fios.
➢ Estes problemas podem levar à necessidade de um novo procedimento
cirúrgico.
• Possíveis Complicações:
o Duração do Tratamento:
➢ O paciente pode precisar ficar com o aparelho por meses ou até mais de um ano
até que a fratura se consolide ou os objetivos de alongamento ósseo sejam
atingidos.
o Complicações Possíveis:
➢ Edema do membro em tratamento.
➢ Inflamação dos orifícios do fio, reconhecida por eritema, desconforto local e
infiltração ao redor do pino ou do fio.
➢ Complicações vasculares e nervosas, como flebite e fístulas arteriovenosas.
➢ Complicações infecciosas, como fístulas e osteítes, e tróficas, como amiotrofia e
algodistrofia.
➢ Fratura secundária ou desnivelamento do eixo secundário.
➢ Pseudoartrose.
➢ Prejuízo neurológico periférico.
➢ Rigidez articular temporária, quase inevitável pela passagem dos fios através da
musculatura.
➢ Limitação de movimentos.
➢ Déficit de força muscular.
➢ Subluxação articular.
• Orientações do Fisioterapeuta:
➢ O fisioterapeuta orienta o paciente sobre autocuidado e higiene do aparelho.
➢ O paciente deve observar a área próxima aos pinos ou fios em busca de sinais de
infecção ou soltura.
➢ Se houver infecção no trajeto dos pinos ou fios, o médico prescreverá antibióticos.
➢ O paciente deve realizar a limpeza semanal de todos os pontos de inserção e saída
dos pinos e fios.
➢ O fisioterapeuta ensina o procedimento de ajuste para o alongamento ósseo, se
necessário.
• Objetivos da Fisioterapia:
➢ Aliviar a dor e controlar o processo inflamatório.
➢ Auxiliar na aceitação da imagem psicossocial-sensorial e motora do paciente; se
necessário, um psicólogo deve ser procurado.
➢ Promover a recuperação de força e flexibilidade muscular.
➢ Promover a integridade dos tecidos tendinosos.
➢ Manter a mobilidade articular.
➢ Auxiliar na manutenção da circulação arteriovenosa e linfática.
➢ Promover o relaxamento muscular com movimentos rítmicos e dinâmicos.
➢ Melhorar a coordenação motora.
➢ Orientar o treino de marcha e adaptações a serem realizadas pelo tamanho e
volume do fixador.
A reabilitação do paciente pode ser dividida em quatro fases
• Período do Pós-Operatório Imediato (2º dia após a cirurgia):
o Orientações do Fisioterapeuta:
➢ O fisioterapeuta orienta o paciente sobre mudanças de decúbito e a posição
correta do membro.
➢ Pode ser feito uso de talas para a correção da posição.
ESPONDILÓLISE E ESPONDILOLISTESE
• Espondilólise:
➢ Defeito estrutural no osso dos elementos posteriores da coluna vertebral, mais
frequentemente na região da pars interarticularis da vértebra L5.
➢ Associada a atividades executadas em hiperextensão da coluna como dança, ginástica
e patinação artística.
➢ Manifesta-se como lombalgia sem irradiação para membros inferiores, mas é
exacerbada pelas atividades em hiperextensão.
• Espondilolistese:
➢ Translação ou deslizamento anterior de uma vértebra sobre a próxima vértebra inferior.
➢ A incidência de espondilólise/espondilolistese na população assintomática é de 3% a
5%.
➢ A causa mais comum em crianças é uma espondilolistese ístmica, na qual a lesão ou
defeito na pars interarticularis permite o deslizamento para diante da vértebra superior.
• Classificação da Espondilolistese:
➢ Congênita: deficiência congênita das facetas.
➢ Ístmica: defeito típico na pars interarticularis, permitindo o deslizamento anterior das
vértebras.
➢ Traumática: fratura aguda do pedículo, da lâmina ou da faceta, mais comum no
segmento L5/S1.
➢ Patológica: é o enfraquecimento do pedículo causado por fraqueza óssea.
➢ Degenerativa: é o tipo mais comum, principalmente no segmento L4/L5.
➢ Pós-cirúrgica: falha de procedimento cirúrgico prévio.
• Biomecânica da Coluna Vertebral:
➢ A base do sacro se apresenta inclinada anterior e inferiormente, formando um ângulo
de 40°, chamado ângulo sacro-horizontal.
➢ Quanto maior for o ângulo sacro-horizontal, maior será a força resultante de
cisalhamento anterior em L5-S1.
➢ Na avaliação, devemos nos preocupar com alterações que poderiam aumentar esse
ângulo na junção L5-S1, como a inclinação anterior da pelve com consequente
aumento da lordose lombar.
• Sistema de Graduação de Meyerding:
o Usado para indicar a porcentagem de deslocamento do corpo vertebral superior sobre o
corpo vertebral inferior:
➢ Grau I: 0% a 25%
➢ Grau II: 25% a 50%
➢ Grau III: 50% a 75%
➢ Grau IV: 75% a 100%
➢ Grau V: mais de 100% ou espondiloptose.
• Sintomas:
➢ Lombalgia, com piora na hiperextensão,
➢ dificuldade para flexão do tronco,
➢ compressão nervosa e retração dos músculos isquiotibiais
➢ e dos paravertebrais lombares.
• Diagnóstico:
o Realizado por radiografias anteroposteriores e laterais.
o A tomografia computadorizada parassagital e a ressonância magnética parassagital são os
melhores exames para diagnóstico do grau de escorregamento.
• Tratamento:
o Tratamento Conservador:
➢ O objetivo principal é promover a estabilização do tronco com exercícios de
fortalecimento de músculos abdominais e glúteos.
o Intervenção Cirúrgica:
➢ Pacientes com dor não controlável, sintomas neurológicos ou retesamento severo do
grupo isquiotibial são candidatos para a intervenção cirúrgica.
o Tratamento Fisioterapêutico Pós-Cirúrgico:
▪ Os objetivos são:
➢ estabilizar o segmento lombar,
➢ fortalecer a musculatura estabilizadora da pelve,
➢ manter a mobilidade e o tônus muscular das extremidades
➢ e prevenir as complicações respiratórias e vasculares.
o Após a Alta Hospitalar
➢ O paciente deve utilizar um colete lombar até a consolidação total dos segmentos
abordados.
➢ O paciente deve continuar o processo de reabilitação para ganho de força e estabilidade
da coluna lombar.
• Orientações Iniciais:
o O fisioterapeuta deve orientar os familiares e cuidadores para auxiliar nas mudanças de
posição no leito e da forma correta de realizar o deslocamento.
o Deve ser evitada a posição em decúbito ventral por forçar a coluna lombar.
• Fortalecimento Muscular:
o Após o Trauma:
➢ Alguns dias após o trauma, a tensão muscular e a dor começam a diminuir.
➢ O fortalecimento muscular pode ser iniciado de forma lenta e suave nos membros
superiores.
➢ Exercícios isométricos de toda a musculatura da região cervical podem ser iniciados.
o Após a Retirada da Imobilização:
➢ Normalmente ocorre após a consolidação completa entre 2 e 3 meses.
➢ O trabalho de fortalecimento muscular será enfatizado.
➢ A mobilidade articular deve ser recuperada aos poucos.
• Reabilitação Pós-Fratura:
o Após o Período de Imobilização:
➢ Quando a fratura já estiver totalmente consolidada, o objetivo principal é
conseguir uma coluna equilibrada, estável e sem dor.
o Exercícios:
➢ Os exercícios isométricos podem ser substituídos gradativamente pelos
isotônicos para garantir ganho de força muscular e estabilização de tronco.
➢ Devem ser inseridos exercícios posturais e de realização de atividades da vida
diária (AVDs), atividades laborais e de lazer.
• Tratamento
o Espasmos musculares tratados como sintoma, não como causa;
o Crioterapia pode aliviar temporariamente os sintomas;
o Médico ortopedista pode receitar anti-inflamatórios e relaxantes musculares;
o Fisioterapia iniciada logo no início dos sintomas:
➢ Utilização de medidas analgésicas e anti-inflamatórias;
➢ Técnicas de estabilização;
➢ Fortalecimento dos músculos do tronco;
➢ Reeducação de movimento.
o Reabilitação adequada:
➢ Condicionamento físico aeróbio;
➢ Programa de estabilização de tronco;
➢ Retorno à função esportiva.
SÍNDROME FACETÁRIA
• Causas:
o Tensão causada pela repetida rotação em uma direção;
o Pode ocorrer devido a laceração anular e repetidos estresses, como no movimento de
swing do golfista;
o Pode causar alterações articulares, deformidade do arco da lâmina, deformidade das
superfícies articulares da articulação das facetas e protuberância anular.
• Sintomas:
o Dor predominante nos movimentos de rotação e extensão do tronco;
o Dor referida da articulação das facetas ao longo da articulação sacroilíaca e na região
lateral da pelve e do trocânter maior do fêmur.
• Diagnóstico:
o Diagnóstico diferencial envolve defeito espondilítico, fratura da articulação das facetas
(comum em arremessadores de beisebol) e lesão anular;
o No exame físico, o paciente relata dor na coluna e/ou na área referida; dor durante a
extensão e rotação do tronco.
• Tratamento
o Tratamento clínico conservador consiste no bloqueio da articulação das facetas com
aplicação de injeções na cápsula articular e bloqueio do ramo primário posterior sensitivo
na cápsula da articulação das facetas
o No processo de reabilitação, o objetivo principal é um programa de estabilização de
tronco para restauração da força muscular, além de utilização de métodos analgésicos
caso necessário.
SÍNDROME DO PIRIFORME:
• Características:
o Compressão/irritação do nervo isquiático (ciático) no seu trajeto por entre as fibras ou
por baixo do músculo piriforme.
o Na maioria dos casos, o nervo ciático passa abaixo do músculo piriforme, mas em 15%
da população o nervo passa pelo meio separando o músculo em duas partes.
• Causas:
o Anormalidade anatômica do músculo ou do nervo;
o Aumento da tensão do músculo piriforme (por encurtamento ou hipertrofia).
• Sintomas:
o Dor localizada e sintomas na distribuição do nervo ciático, analogamente aos sintomas
de uma radiculopatia;
o Dor exacerbada pela atividade esportiva ou pela posição sentada;
o Ocorre mais frequentemente em homens do que em mulheres, em uma proporção de 6-
1, e pode causar dor crônica.
• Exame físico:
o Revela sensibilidade nas nádegas, dor sobre a fossa do piriforme e dor durante a
contínua flexão, adução e rotação interna do quadril.
• Diagnóstico:
o Diferenciação de lombociatalgia;
o Sinal de Freiberg (dor com a rotação interna passiva de quadril) como positivo;
o Sinal de Pace (dor e debilidade durante a abdução e rotação externa do quadril contra a
resistência) também positivo;
o Teste de elevação da perna retificada será negativo;
o Exames de ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada e os estudos
eletroneuromiográficos poderão auxiliar no diagnóstico.
• Tratamento:
o Tratamento inicial é conservador e tem como objetivo principal o alívio de tensão e
relaxamento do músculo piriforme;
o Técnicas de alongamento, pompage e liberação miofascial;
o Médico poderá prescrever utilização de infiltrações com corticoide e uso de medicação
anti-inflamatória;
o Retorno à atividade esportiva será permitido assim que tiverem desaparecido os
sintomas, em 2 a 6 semanas;
o Exploração cirúrgica e a descompressão do nervo ciático pela transecção do tendão do
piriforme se o tratamento conservador não resultar na resolução do problema.
PUBALGIA
Definição
o Conjunto de disfunções que causam dor crônica na região da pelve (virilha ou sínfise
púbica).
o Relacionada a desequilíbrios musculares na região e inflamação da articulação sínfise
púbica ou nos músculos adutores.
Sintomas
o Dor progressiva na região da virilha.
o Dor piora com esforço e melhora com repouso.
o Diminuição dos movimentos do quadril.
o Dor na caminhada e corrida.
População Afetada
o Comum em atletas de futebol, atletismo e judô.
o Geralmente, a dor só aparece num dos lados (direito ou esquerdo).
o Pubalgia bilateral é menos comum.
o Mais frequente em homens do que em mulheres.
Causas
o Multifatorial no atleta.
o Alteração do equilíbrio do antagonismo entre os músculos reto abdominal e adutor
longo.
o Lesões ósseas de estresse, como fraturas, especialmente nos ramos púbicos, acetábulo
e colo do fêmur.
Tratamento
o Maioria dos casos é tratada com um programa de reabilitação específico.
o Cirurgia não é comum.
Fratura da pelve
• Características:
o Causa comum de morte associada a traumatismos;
o Cerca de 2/3 das fraturas pélvicas são complicadas por outras fraturas e lesões de
tecidos moles;
o Resultam de traumatismo direto ou da transmissão de forças pelo membro inferior;
o Importância reside na lesão associada de tecidos moles e na hemorragia que na fratura
em si.
• Sintomas:
o Dor,
o Crepitação,
o ou hipersensibilidade sobre a sínfise púbica, as espinhas ilíacas anteriores, a crista
ilíaca ou o sacro.
• Diagnóstico:
o Radiografia é essencial para o diagnóstico.
o Pode haver algum dano neurológico associado, portanto uma avaliação neurológica
detalhada deve ser realizada.
• Tratamento:
o Fraturas estáveis:
➢ Tratamento conservador e de acordo com os sintomas apresentados pelo
paciente;
➢ Paciente ficará restrito ao leito de 3 a 6 semanas, quando poderá iniciar o treino
de deambulação com andador ou muletas;
➢ Consolidação completa deve ser observada radiograficamente em 2 meses.
o Fraturas com instabilidade rotacional e deslocamento do foco de fratura:
➢ Devem ser reduzidas e estabilizadas por placa e parafuso;
➢ Seguido de imobilização no leito por 6 a 8 semanas e posterior sustentação de
peso e deambulação com andador ou muletas.
Fratura do acetábulo
• Causas:
o Resultam de um golpe aplicado ao trocânter maior ou com cargas axiais da coxa com
o membro em posição abduzida;
o Normalmente os pacientes sofreram múltiplas lesões.
• Diagnóstico:
o Exame minucioso da função do nervo ciático ao toque leve e graduação motora de
todos os grupos musculares distais;
o Realizado por radiografias em incidência anteroposterior e pélvica oblíqua de 45 graus
associadas à tomografia computadorizada.
• Tratamento:
o Antigamente realizado com tração, porém, com as técnicas modernas, quase todas
as fraturas acetabulares com desvio podem ser fixadas de maneira segura e efetiva;
o No pós-operatório, o aparelho de movimentação passiva contínua (CPM) é utilizado
ocasionalmente;
o Pacientes são mobilizados com 12 semanas de sustentação do peso corporal: utiliza-
se a marcha do tipo tocar o solo com auxílio de muletas;
o Movimento de flexão de quadril deve ser limitado a 60° durante as primeiras 6
semanas.
• Complicações:
o Incluem infecção, ossificação heterotópica, necrose avascular, trombose venosa
profunda, embolia pulmonar, artrite degenerativa e lesão do nervo ciático;
o Geralmente, a substituição aguda do quadril (artroplastia) está indicada em pacientes
mais idosos com fraturas complexas.
Fratura subtrocantérica
• Características:
o Ocorre como prolongamento das fraturas intertrocanterianas ou de forma isolada;
o Mecanismo é um trauma direto de grande intensidade;
o Mais comum em pessoas mais jovens.
• Classificação:
o Realizada pelo sistema de Russell (1992), que divide essas lesões em altas e baixas;
o Fraturas altas ocorrem acima do trocânter menor e podem ou não acometer o trocânter
maior e a fossa piriforme do fêmur proximal;
o Fraturas baixas ocorrem abaixo do trocânter menor, podem ou não ser cominutivas e
possuem graus variáveis de extensão para a diáfise femoral.
• Diagnóstico:
o A força necessária para causar a fratura é de alta magnitude, o que gera com frequência
outras lesões no mesmo membro e em outros locais do corpo;
o No pronto atendimento, é necessária a imobilização de emergência;
o Pode haver hemorragia significativa;
o As radiografias anteroposterior e lateral fazem o diagnóstico da fratura e mostram a sua
extensão.
• Tratamento:
o Tratamento é cirúrgico para permitir a reabilitação precoce.
Fratura intertrocantérica
• Características:
o Ocorre em uma linha entre os trocânteres maior e menor;
o É uma fratura extracapsular;
o Ocasionalmente, é observado um prolongamento subtrocantérico da fratura.
• Causas:
o Resulta de uma queda na qual haverá forças tanto diretas quanto indiretas;
o A força direta atua ao longo do eixo longitudinal do fêmur ou diretamente sobre o
trocânter;
o A força indireta inclui a tração exercida pelo músculo iliopsoas sobre o trocânter menor
e pelos abdutores sobre o trocânter maior.
• Classificação:
o Classificadas como estável e instável.
• Diagnóstico:
o Ocorre principalmente em idosos, com idade entre 66 e 76 anos, sendo mais comum em
mulheres;
o O membro fica encurtado e coloca-se em acentuada rotação externa, qualquer
movimento provoca dor;
o As radiografias de quadril confirmam o diagnóstico.
• Tratamento:
o Tratamento é cirúrgico, com a utilização de fixação interna de maneira estável para
permitir a deambulação precoce;
o No pós-operatório, o paciente utilizará um meio de dispositivo auxiliar como andador ou
muletas;
o A fisioterapia deve utilizar recursos para fortalecimento de membros superiores e do
membro inferior contralateral, auxiliar nos cuidados de prevenção de escaras, evitar
deformidades em pé equino e orientar exercícios respiratórios;
o Após 8 semanas pode se iniciar a mobilização passiva do quadril; o quadril deve ser
protegido até haver um calo ósseo maduro e uma ponte óssea – após outras 4-6
semanas, quando o apoio de peso será permitido.
Lesões da epífise
• Causa
o Traumatismos de alta intensidade
o Outros processos patológicos
• Tipos de Lesões
o Fraturas agudas da epífise da cabeça do fêmur
▪ Associadas à elevada incidência de necrose avascular
o Deslizamento da epífise da cabeça do fêmur
▪ Distúrbio mais comum do quadril do adolescente
▪ Raramente ocorre como lesão aguda durante a prática esportiva
▪ Normalmente é secundário ao microtraumatismo crônico à fise em condições
normais durante o pico de crescimento da adolescência
• Sintomas
o Dor intensa
o Piora a movimentação do quadril
o Membro fica em posição de flexão e rotação externa
• Diagnóstico
o Realizado por radiografias do quadril nas incidências anteroposterior e lateral
• Tratamento
o Objetivo: estabilização da cabeça do fêmur
o Riscos: necrose avascular e consolidação viciosa aumentam à medida que piora a
luxação
o Método: cirúrgico com a utilização de pinos e parafusos
o Recuperação:
▪ Sem descarga de peso no membro durante 4 a 6 semanas
▪ Fisioterapia com exercícios para ganho de amplitude de movimento e ganho de
força muscular
▪ Descarga de peso parcial por mais 6 semanas com a utilização de dispositivo
auxiliar
▪ Apoio total do peso após esse período
Bursite
• Causas:
o Traumatismos de alta intensidade;
o Lesões repetidas ou evento traumático isolado.
• Sintomas:
o Dor que piora pela atividade esportiva;
o Surgem de forma aguda ou gradualmente;
o Sensibilidade, edema, eritema e calor sobre as bursas acometidas;
o Amplitude de movimento ativo e grau de força muscular podem estar limitados.
• Diagnóstico:
o Clínico, auxiliado pelos exames de ultrassonografia e ressonância nuclear magnética
o Radiografia pode demonstrar a presença de osteófitos ou patologia óssea
• Tratamento:
o Diminuição do processo inflamatório e dor;
o Reabilitação e prevenção da recorrência;
o Proteção, repouso relativo, gelo, compressão, elevação e utilização de recursos
terapêuticos;
o Exercícios de alongamento e fortalecimento simétrico de músculos adjacentes.
TRAUMATOLOGIA DO JOELHO
• Anatomia do Joelho:
o Envolvem três ossos:
➢ fêmur,
➢ tíbia e
➢ patela.
o Formam duas articulações:
➢ femoropatelar
➢ e tibiofemoral.
o Delimitada pela:
➢ extremidade distal do fêmur,
➢ extremidade proximal da tíbia com meniscos interpostos.
o Rodeada por:
➢ músculos,
➢ ligamentos,
➢ meniscos e
➢ cápsula articular.
• Movimentos:
o Flexão e extensão, com pouca rotação quando flexionado.
• Função:
o Relacionada à atividade muscular integrada e às estruturas ligamentosas restritivas e
precisas.
• Lesões:
o Comuns em indivíduos ativos;
o Ocorrem lesões tanto agudas quanto por uso excessivo (overuse).
• Consequências dos Traumas:
o Podem levar a muitas consequências, principalmente na marcha;
o Podem requerer um tempo longo do processo de reabilitação.
• Tratamento:
o A experiência e a habilidade do fisioterapeuta são fundamentais para o sucesso do
tratamento.
Lesões Meniscais
Anatomia do Menisco:
• Meniscos
o Duas cunhas de fibrocartilagem em formato de meia-lua (crescente).
o Situados entre os côndilos femorais e o platô tibial.
o Borda externa fixada à cápsula e à tíbia, adjacentes (ligamento coronário).
o Mais espesso perifericamente, afilando-se centralmente.
o Firmes fixações ósseas anterior e posterior.
o 10% a 30% periféricos do menisco geralmente constituem sua zona vascularizada.
• Funções dos Meniscos
o Aumentam congruência e estabilidade da articulação.
o Têm papel importante como meios de união elástica transmissores das forças de
compressão entre a tíbia e o fêmur.
o Distribuem pressões, fazendo com que o peso corporal não seja transmitido diretamente
ao ponto de contato entre o fêmur e a tíbia.
o Amenizam as pressões quando o joelho é submetido a forças excessivas.
o Facilitam a nutrição da cartilagem, promovendo melhor distribuição do líquido sinovial.
• Lesões
o O menisco medial é menos móvel que o menisco lateral, sendo, portanto, mais suscetível
a lesões.
• Menisco Medial:
o Parte do complexo ligamentar medial.
o Menisco da estabilidade.
o Lesões podem ser de três tipos:
➢ traumáticas,
➢ degenerativas e
➢ congênitas.
• Lesões Traumáticas:
o Causadas por traumas rotacionais ou axiais.
o Podem estar associadas com a presença ou não de instabilidade articular.
o Sintomas:
➢ dor,
➢ derrame articular,
➢ falseios e
➢ bloqueios.
• Lesão Longitudinal em Alça de Balde
o Causada por uma força de torção sobre o joelho fletido ou em semiflexão.
o Consequência principal:
➢ limitação ou
➢ bloqueio para extensão.
• Lesões Degenerativas:
o Ocorrem devido aos processos degenerativos articulares decorrentes do
envelhecimento ou de sequelas traumáticas ou inflamatórias
o Sintomas:
➢ basicamente noturnos,
➢ atitude em flexão,
➢ presença de derrame articular.
• Lesões Congênitas (Menisco Discoide):
o Ocorrem em meniscos congenitamente malformados.
o Sintomas semelhantes aos das lesões de causa traumática, porém, sem história
de trauma proporcional.
• Menisco Lateral:
o Lesões podem ser de três tipos:
➢ traumáticas,
➢ degenerativas e
➢ Congênitas.
• Lesões Traumáticas:
o Causadas por traumas rotacionais
o Lesão tipo “bico de papagaio” (parrot-beak): associação de uma lesão horizontal
com uma transversal
o Lesões transversas ou radiais: mais encontradas na borda livre do menisco
lateral
o Lesões longitudinais: normalmente estão relacionadas com instabilidade
anterior do joelho
• Lesões Degenerativas:
o Representadas pelos cistos de menisco externo.
o Lesões intersticiais: lesões intrínsecas dos meniscos, causadas por constantes
pressões de deslizamento entre suas superfícies.
• Lesões Congênitas (Menisco Discoide):
o Ocorrem com frequência no menisco lateral e têm prevalência em alguns
grupos étnicos
o Dois tipos principais de lesões:
➢ Lesões na parte central (horizontais e/ou degenerativas) ou na
periferia (lesões longitudinais).
➢ Lesão no menisco discoide, na parte central ou na periferia; o
menisco é uniformemente espesso e apresenta um processo de
degeneração mucoide na sua parte central.
Lesões degenerativas do menisco lateral:
• Menisco Lateral:
o Lesões podem ser de três tipos:
➢ traumáticas,
➢ degenerativas e
➢ Congênitas.
• Lesões Degenerativas:
o Lesão cística do menisco lateral: lesão complexa, de características horizontal e
radial, com componente degenerativo:
▪ Sintomas:
➢ dor ao longo da face lateral do joelho,
➢ massa tipo cística ao nível da interlinha lateral,
➢ dor à palpação,
➢ melhora com repouso,
➢ “sinal de desaparecimento”.
• Alterações Congênitas:
o Menisco lateral discoide: condição rara, ocorrendo com mais frequência no
compartimento lateral do joelho:
➢ Síndrome de snapping knee: manifestação típica do menisco
discoide lateral.
➢ Tratamento: meniscectomia total.
• Exame Físico:
o Atrofia do quadríceps, derrame articular, dor na palpação na interlinha articular.
o Testes diagnósticos específicos:
➢ teste de McMurray,
➢ teste do estalido redutor,
➢ teste de compressão de Apley, teste do “final de
extensão” abrupto.
• Tratamento cirúrgico:
o Meniscectomia parcial: apenas os fragmentos soltos e instáveis são removidos,
preservando o anel periférico e a irrigação do menisco.
o Meniscectomia total: todo o menisco é retirado, sendo só utilizada em raros
casos, como em alguns tipos de menisco discoide.
• Reabilitação fisioterapêutica:
o Primeiras duas semanas: diminuir a dor e o processo inflamatório, manter a
amplitude de movimento (ADM) e força muscular.
o Terceira e quarta semanas: recuperação funcional do indivíduo, exercícios de
propriocepção, exercícios em cadeia cinética aberta e fechada e exercícios
proprioceptivos.
• Indicações para sutura meniscal:
o Lesões isoladas do menisco maiores que 1 centímetro, lesões na periferia do
menisco (área vascularizada) e em pacientes com menos de 45 anos sem lesão
ligamentar do joelho ou após reconstrução ligamentar.
• Pós-operatório:
o 1 semana: joelho fica imobilizado, após esse período se inicia a mobilização
ativa do joelho.
o Até 6 semanas: marcha deve ser sem carga, com auxílio de muletas.
o 4 a 6 semanas: carga total é permitida.
o Após 4 meses: retorno ao esporte.
• Quadro comparativo entre o período de reabilitação pós-cirurgia de lesões meniscais
o Meniscectomia:
➢ Carga (proteção): 1 semana
➢ Alongamento/trabalho dinâmico: 2 semanas
➢ Fortalecimento: 3 semanas
➢ Propriocepção: 4 semanas
➢ Retorno ao esporte: 5 semanas
o Reparo/sutura:
➢ Carga (proteção): 3 a 6 semanas
➢ Alongamento/trabalho dinâmico: 4 a 8 semanas
➢ Fortalecimento: 9 a 12 semanas
➢ Propriocepção: 10 a 12 semanas
➢ Retorno ao esporte: 13 semanas
Lesões ligamentares
• Tipos de lesões: cruzado anterior, cruzado posterior, colaterais e combinadas
• Ocorrência: comum em jogadores de futebol profissional e amador
• Biomecânica da estabilização estática da articulação do joelho: essencial para o tratamento
adequado
• Ligamentos
o Composição: tecido conjuntivo do tipo fibroso
o Função: impedir movimentação excessiva ou anormal da articulação do joelho
o Sensibilidade proprioceptiva: percebem a velocidade, o movimento, a posição da
articulação e eventuais estiramentos e dores
o Grupos principais de ligamentos
o Pivô central: constituído pelos ligamentos LCP (ligamento cruzado posterior) e LCA
(ligamento cruzado anterior)
o Estruturas capsuloligamentares periféricas: constituídas pelos ligamentos capsulares
LCM (ligamento colateral medial) e LCL (ligamento colateral lateral)
• Ligamentos cruzados
o Inserções: o LCA se fixa na área intercondilar anterior e na face medial do côndilo femoral
lateral; o LCP se fixa na área intercondilar posterior e na face lateral do côndilo femural
medial
o Função: evitar que os dois ossos façam movimentos anteroposteriores chamados gavetas.
O LCA impede que a tíbia deslize para frente (gaveta anterior), e o LCP impede que a tíbia
deslize para trás (gaveta posterior)
o
• Tratamento:
o As lacerações parciais do LCL cicatrizam satisfatoriamente sem necessidade de
cirurgia seguindo os mesmos padrões de tratamento do LCM.
o As rupturas completas não ocorrem de forma isolada, então serão tratadas
cirurgicamente com as demais estruturas lesionadas.
o As avulsões ósseas com desvio serão tratadas com redução e fixação cirúrgicas.
o O tratamento fisioterapêutico pós-cirúrgico é fundamental para recuperação
funcional completa.
• Recuperação:
o O retorno à prática esportiva ocorrerá quando a dor ligamentar durante a palpação
tiver desaparecido, quando o paciente não referir dor e não apresentar abertura do
espaço articular no teste de estresse em varo, quando houver ADM completa, força e
resistência muscular satisfatória e utilização funcional articular completa.
o Para os pacientes que foram submetidos à fixação óssea, esse período poderá ser de
3 meses ou mais.
o No caso de reparo para instabilidade em varo (agudo ou crônico), esse tempo pode
ser de até 6 meses de reabilitação pós-operatória.
• De 5 a 7 meses:
➢ Evoluir com ganho de resistência, força e potência muscular
(principalmente do quadríceps);
➢ Iniciar corridas em diferentes planos;
➢ Evoluir com treino de propriocepção;
➢ Treino do gestual desportivo;
➢ Para atletas de alto nível: retorno ao esporte.
• De 8 a 10 meses:
➢ Para atletas amadores ou não atletas: retorno às atividades específicas
e/ou normais.
Lesões Combinadas
• Causa: Força valga de grande intensidade diretamente aplicada ao joelho
• Descrição: Lesões combinadas no LCM e LCA e do menisco medial
• Ocorrência:
➢ Esportes de contato,
➢ de carro,
➢ rotação do joelho com pé fixo no solo
• Sintomas:
➢ Dor severa,
➢ edema instantâneo e agudo,
➢ dificuldade nos movimentos,
➢ rigidez,
➢ instabilidade ou falseio e
➢ bloqueio do joelho.
• Diagnóstico:
➢ Radiografias simples,
➢ ressonância nuclear magnética.
• Tratamento Conservador:
➢ Aplicação de compressas de gelo,
➢ protocolo Price,
➢ utilização de órteses de estabilização,
➢ fortalecimento da musculatura estabilizadora.
• Cirurgia:
➢ Dependendo do nível de atividade do paciente,
➢ reconstrução do LCA,
➢ tratamento para o menisco rompido,
➢ LCM geralmente cicatriza sozinho.
• Pós-cirurgia:
➢ Imobilização com uma órtese,
➢ programa de reabilitação,
➢ recuperação da força completa e
➢ movimento do joelho.
• Retorno à prática esportiva:
➢ Quando não estiver mais sentindo dor,
➢ recuperado a amplitude completa de movimento,
➢ bom nível de força e resistência muscular,
➢ uso funcional integral.
Condromalácia patelar
• Desafio na reabilitação:
o Promover boa qualidade de vida.
• Descrição:
o Amolecimento da cartilagem na parte inferior (posterior) da patela;
o Diagnóstico por observação cirúrgica ou ressonância magnética.
• Causas:
➢ Origem traumática,
➢ esforço repetitivo,
➢ alterações biomecânicas,
➢ caráter idiopático.
• Fases:
➢ I – amolecimento.
➢ II – frangeamento.
➢ III – fragmentação.
➢ IV – erosão.
• Queixas dos pacientes:
➢ Dor patelar,
➢ crepitação,
➢ sensação de areia/crocante/estalos e
➢ atrito em cartilagem irregular.
• Causas multifatoriais:
o Sobrecarga na patela.
o Fator predisponente: alteração de congruência (encaixe) patelar.
• Déficits encontrados:
➢ Fraqueza no quadril, quadríceps, core;
➢ Falha na ativação;
➢ Encurtamento;
➢ Tratamento da Condromalácia patelar.
• Passos necessários:
o 1º passo:
➢ Avaliação médica;
➢ Identificar causas e fatores predisponentes;
➢ Definir plano de tratamento.
o 2º passo:
➢ Entender o problema;
➢ Aceitar restrições e modificações na rotina.
o 3º passo (auxílio do fisioterapeuta, preparador físico e nutricionista):
➢ Corrigir problemas
➢ Perder peso
➢ Fortalecer
➢ Alongar
➢ Fazer treinamentos
funcionais
• Fases I/II:
o Tratamento conservador:
➢ Recursos fisioterapêuticos;
➢ Suplementação com glucosamina, condroitina e colágeno;
➢ Infiltrações com corticoides e ácido hialurônico;
➢ Órteses de estabilização;
➢ Tratamento com pulsed signal therapy (PST).
• Fases III/IV:
o Tratamento cirúrgico (artroscopia):
➢ Corrigir a altura patelar;
➢ Realizar realinhamento do mecanismo extensor;
➢ Trocleoplastias;
➢ Correção das lesões condrais;
➢ Reabilitação fisioterapêutica pós-operatória.
Doença de Hoffa
• Definição: Também conhecida como síndrome do coxim adiposo infrapatelar, síndrome do
coxim adiposo e lipomatose sinovial. Caracteriza-se por hipertrofia e inflamação do local que
dá o seu nome.
• Causas: Traumatismo direto ou repetidas lesões do coxim adiposo infrapatelar durante
atividades que exijam máxima e repetida extensão/hiperextensão do joelho.
• Ocorrência: Observado com maior frequência em esportes que envolvam saltos ou chutes e
associado à tendinite patelar.
• Sintomas: Em sua maioria, os atletas sentirão dor abaixo do polo inferior da patela, que é
exacerbada pela atividade física ou extensão do joelho.
• Diagnóstico: Realizado por radiografia simples, ultrassonografia e ressonância nuclear
magnética, que evidenciará sinais de processo inflamatório.
• Prevenção: Palmilhas aplicadas no sapato para elevação do calcanhar reduzem ou impedem
a hiperextensão do joelho, e assim evitam lesões repetidas ao coxim adiposo.
• Tratamento:
o Conservador: Um intenso programa de reabilitação. Na fisioterapia devem ser utilizados
recursos para analgesia e diminuição do processo inflamatório associado a exercícios
de alongamento dos músculos dos grupos isquitobial e quadríceps.
o Cirúrgico: A ressecção cirúrgica do coxim adiposo fica reservada para os casos que não
respondem a medidas conservadoras dentro de 6 meses.
• Retorno à prática esportiva: Depende dos sintomas do atleta. O uso de uma palmilha de
elevação do calcanhar pode permitir que ele retorne à atividade física, ao mesmo tempo que
evita novas lesões ao coxim adiposo.
Fratura de patela
• Definição: A patela é um osso sesamoide e fica localizado em região subcutânea na região
anterior do joelho, sendo um local frequente de traumatismos.
• Características: As fraturas são do tipo articular, razão pela qual a redução deverá ser muito
precisa para garantir uma boa congruência articular e prevenir lesões secundárias a essa
lesão.
• Causas: O mecanismo de trauma direto se produz por queda ou golpe da patela contra um
objeto, estando em flexão, e como consequência da queda de um objeto pesado sobre o
joelho. Já o indireto é pouco habitual e seria devido a uma contração muscular violenta.
• Classificação: Do ponto de vista da fisioterapia, a classificação que mais interessa divide tais
fraturas em dois tipos: fraturas sem interrupção do aparelho extensor (longitudinais ou
parciais) e fraturas com interrupção do aparelho extensor (transversais totais ou
cominutivas).
• Tratamento:
o Fase de imobilização absoluta: Compreende de 6 a 8 semanas, tanto se tratada de
forma conservadora como se tenha sofrido intervenção cirúrgica. Os objetivos da
reabilitação serão prevenir as sequelas da imobilização com técnicas para diminuir o
edema.
o Reabilitação após a retirada da imobilização: É importante realizar um tratamento
fisioterapêutico intensivo para recuperação da mobilidade articular, início do
fortalecimento muscular e treino de marcha com carga parcial.
• Tratamento após cirurgia: O processo de reabilitação pode ser iniciado imediatamente após a
cirurgia para a prevenção de problemas vasculares, redução do edema e prevenção da rigidez
articular.
• Recuperação funcional: Deve acontecer de forma gradual até a recuperação funcional
completa do paciente. É importante o ganho total da amplitude de movimento, de força
muscular do quadríceps e treino proprioceptivo.
• Complicações: A complicação mais frequente é a rigidez articular, que pode ser originada por
aderências entre as fibras do quadríceps e o foco de fratura. Ela também aparece na região
articular e periarticular, sendo possível observá-la associada aos tratamentos conservadores
com imobilização prolongada.
LESÕES NOS ESPORTES
Luxação traumática de patela
• Definição: A patela sofre luxação lateral sobre o lado lateral do joelho. Pode ocorrer luxação
temporária da patela, com a sensação do “joelho que está saindo do lugar”.
• Causas: Pode acontecer após uma alteração repentina de direção ao correr, de uma lesão
direta ou se o joelho estiver sob estresse.
• Diagnóstico: É clínico e evidente ao realizar o teste de apreensão para deslocamento. A
radiografia convencional nas incidências patelares auxiliará na avaliação da morfologia da
tróclea e com relação à rotação da patela para fora de seu plano normal.
• Tratamento:
o Conservador: Caso tenha sido um episódio único e a patela apresente bom
posicionamento, o ortopedista pode realizar uma punção da hemartrose (se houver)
e imobilizar a articulação em extensão por 10 a 14 dias para cicatrização dos
tecidos moles.
o Cirúrgico: Se o paciente apresentar lesão osteocondral associada. Nos casos de
luxações recorrentes, quase todos os atletas precisarão de realinhamento do
mecanismo extensor para que seja adquirida estabilidade patelofemoral duradoura.
• Reabilitação: A fisioterapia inicia após o período de imobilização com recursos para alívio de
dor e processo inflamatório, e assim que os sintomas diminuírem, iniciam-se os exercícios
para ganho de ADM e fortalecimento muscular para proporcionar estabilidade articular.
• Retorno à prática esportiva: Poderá ocorrer em 4 a 6 meses com a utilização de uma
joelheira com recorte e estabilização para a patela.
o Sintomas:
➢ Dor no tendão;
➢ Dor pior no início da atividade;
➢ Dor desaparece com a continuação da atividade;
➢ Dor acentuada após o exercício;
➢ Dor ao acordar.
o Exame físico:
➢ Inchaço ou eritema ao longo da área do tendão;
➢ Sensibilidade à palpação na área 2 cm a 5 cm proximal ao calcâneo;
➢ Crepitação ao longo do tendão durante a flexão plantar e dorsiflexão ativas;
➢ Espessamento do tendão palpável;
➢ Limitação da amplitude de movimento da dorsiflexão passiva do tornozelo;
➢ Aumento da dor durante a flexão plantar ativa contra resistência.
• Ruptura do Tendão Calcâneo
o Sintomas:
➢ Dor súbita causada pelo esforço;
➢ Sensação de “pop” na parte posterior da perna durante o esforço;
➢ Sensação de ter sido chutado por trás ou de ter sofrido um corte no
calcanhar.
o Exame físico:
➢ Região edemaciada e com um defeito gap palpável;
➢ Aumento da dorsiflexão passiva;
➢ Diminuição da força de dorsiflexão;
➢ Menor capacidade de elevar os dedos do pé;
➢ Teste de Thompson positivo nos casos de ruptura completa do tendão.
o Estudos diagnósticos:
➢ Radiografia convencional pode demonstrar calcificação do tendão nos casos
crônicos.
➢ Ultrassonografia e ressonância nuclear magnética demonstram lacerações
incompletas do tendão calcâneo.
Fascite Plantar
• Fáscia Plantar:
o Faixa fibrosa de tecido conectivo;
o Origem: Tubérculo medial na superfície do calcâneo;
o Segue até: Placa plantar da articulação metatarsofalangeana;
o Função: Formar o arco medial longitudinal do pé e servir como um amortecedor
dinâmico do choque do pé para a perna.
• Caminhar:
o O calcanhar faz contato com o chão;
o A tíbia roda medialmente e o pé prona;
o Alonga a fáscia plantar e aplaina o arco;
o Permite que o pé se acomode de irregularidades da superfície e absorva o choque.
• Fascite Plantar:
o Causada por: Microtraumas na fáscia plantar devido ao movimento repetitivo do
caminhar ou correr, tipo de pé, distúrbios posturais, obesidade.
o Processo inflamatório da fáscia plantar.
o Zona afetada: Frequentemente próxima da origem da fáscia plantar, na tuberosidade
do calcâneo.
• Etiologia:
o Pouco compreendida e desconhecida em aproximadamente 85% dos casos;
o Pode ocorrer em associação com a artrite;
o Em atletas, associada a sobrecarga, erro de treinamento, treinamento em superfícies;
irregulares ou tênis inapropriado, ou excessivamente desgastado;
o Aumento repentino de atividade com descarga de peso;
o Em idosos, atribuído à fraqueza dos músculos intrínsecos e à atenuação da força
secundária à aquisição de pé plano (pronação excessiva do pé);
o Indivíduos com diabetes melito podem sofrer de fascite plantar, como resultado da
neuropatia periférica motora que conduz a uma atrofia muscular, mudanças na
estrutura anatômica do pé.
• Quadro clínico:
o Dor na sola do pé na região inferior do calcanhar;
o Dor é particularmente ruim nos primeiros passos no despertar de manhã ou depois de
um tempo prolongado de atividades de descarga de peso;
o Dor no calcanhar diminui durante o curso do dia, mas retorna com atividade intensa ou
prolongada de descarga de peso;
o Dor pode ser difusa ou migratória; com o tempo costuma focar ao redor da área da
tuberosidade medial do calcâneo;
o Dor é mais significativa quando são envolvidas atividades de descarga de peso.
• Exame Físico:
o Ponto doloroso anteromedial ao calcâneo;
o Dor exacerbada pela dorsiflexão passiva dos dedos ou estando o paciente de pé sobre
as pontas dos dedos;
o Tensão do tendão calcâneo (com a dorsiflexão do tornozelo limitada em 5° ou mais)
encontrada em mais de 80% dos pacientes.
• Diagnóstico:
o Clínico, baseado na história e no exame físico;
o Dor no despertar da manhã é típico da fascite plantar;
o Associação à parestesia não é característica comum;
o Dor noturna pode aumentar a suspeita de outras causas de dor no calcanhar, como em
tumores, infecções e neuralgias (incluindo a síndrome do túnel do tarso);
o Normalmente é unilateral, mas acima de 30% dos casos pode ter apresentação
bilateral;
o Distúrbio bilateral no jovem paciente pode indicar síndrome de Reiter.
• Diagnóstico por Imagem:
o Raramente é indicado para avaliação inicial e tratamento;
o Pode ser útil para excluir outras causas de dor no calcanhar;
o O raio X simples pode excluir a fratura de calcâneo por estresse e pode detectar uma
subjacente espondiloartropatia;
o Escanometria óssea e ressonância magnética podem ser úteis, mas não são rotineiras
o A ultrassonografia pode demonstrar a presença do processo inflamatório e
espessamento da fáscia plantar.
• Complicação:
o A presença de esporão de calcâneo, que se trata de uma ossificação/calcificação do
ponto de fixação da fáscia plantar no calcâneo
• Fascite Plantar:
o Condição autolimitante.
o Resolução típica se dá em 6 a 18 meses.
• Reconhecimento e Tratamento Precoce:
o Provocam diminuição do curso do tratamento.
o Maior probabilidade de sucesso com terapia conservadora.
• Opções de Tratamento:
o Descanso e evitar atividades;
o Calçado apropriado: deve ter adequado suporte do arco e calcanhar acolchoado.
o Suporte do arco e órteses;
o Alongamento e fortalecimento;
o Órteses e imobilizador para andar;
o Agentes anti-inflamatórios: crioterapia (gelo), drogas não esteroides (NSAIDs) e
injeções corticoides;
o Terapia por onda de choque extracorporal (ESWT);
• Cirurgia para Fascite Plantar:
o Considerada somente após a falha de todas as outras formas de tratamento.
o Procedimento: Fasciotomia plantar parcial.
➢ Pode ser aberta ou fechada.
➢ Pode incluir descompressão nervosa e/ou ressecção de esporão de
calcâneo.
o Sucesso da cirurgia de liberação: 70% a 90%.
o Recuperação: Varia de algumas semanas para alguns meses.
o Complicações potenciais:
➢ Inchaço do calcanhar;
➢ Fratura de calcâneo;
➢ Desabamento do arco longitudinal;
➢ Dano do nervo tibial posterior;
➢ Hipoestesia do calcanhar;
➢ Ruptura da fáscia plantar.
• Definição:
o Neuroma interdigital que afeta o espaço entre o terceiro e o quarto dedo.
• Sintomas:
o Aprisionamento do nervo pode causar dor significativa.
o Atleta descreve sintomas de parestesia.
• Demografia:
o Afeta igualmente atletas do sexo feminino e masculino.
o Predomínio das mulheres na população não praticante de esportes.
• Causas:
o Calçados gastos ou de tamanho inadequado.
o Calçados com mínimas qualidades de acolchoamento e proteção e absorção de
choques.
• Sintomas:
o Início: dor vaga na parte anterior do pé.
o Progressão: sintomas neuríticos, como queimação e dormência entre as cabeças do
terceiro e do quarto metatarso.
o Irradiação: sintomas podem irradiar-se pelos dedos e para outros dedos.
o Atividades: sintomas presentes durante ou após as atividades.
o Final: atleta sente dor até quando anda.
o Diagnóstico: compressão medial e lateral das cabeças dos metatarsos pode reproduzir
os sintomas, com um “clique” palpável.
• Tratamento;
o Inicial: modificação das técnicas de treinamento para promover menos impacto da
parte anterior do pé.
o Fisioterapia: auxílio na escolha de um coxim (palmilha) para diminuir a pressão sobre a
parte anterior do pé, uso de recursos de eletroterapia para alívio da dor.
o Cirurgia: se os sintomas não desaparecerem depois de alguns meses, considera-se a
ressecção cirúrgica do neuroma.
• Recuperação:
o Retorno à prática esportiva: até 8 semanas após a cirurgia.
o Apoio de peso: permitido após 2 semanas, progredindo até carga total até 4 semanas
após o procedimento cirúrgico.
• Características:
o Dor e sensibilidade localizada no seio tarsiano.
o Comumente segue entorses laterais do tornozelo e da parte média do pé.
• Exacerbação:
o Exacerbada por algum tipo de avanço do corpo e pela pronação.
• Causas:
o Habitualmente causada pelo aprisionamento de tecido mole, formação de osteófitos ou
alguma lasca óssea.
• Diagnóstico:
o Feito pela história e pelo exame físico.
o Pode ser confirmado pela injeção de lidocaína no ponto-gatilho no seio tarsiano.
o Radiografias, tomografias e ressonância nuclear magnética não apresentam alterações.
• Tratamento:
o Se a dor for aliviada pela lidocaína, então frequentemente a injeção de corticoide será
efetiva.
o Em raras ocasiões, pode haver indicação de exploração cirúrgica com eliminação da
lesão, se os sintomas persistirem após o tratamento conservador.
• Tratamento conservador:
o Atividades modificadas.
o Suportes do arco com cunhas mediais para o calcanhar.
o Fisioterapia analgésica e anti-inflamatória.
• Características
o Parestesia e dores nevrálgicas na superfície inferior da parte anterior do pé, na
distribuição do nervo tibial posterior.
o Sintomas exacerbados pela pronação do pé.
o Similar à síndrome do túnel do carpo na mão.
• Anatomia do túnel do tarso;
o Tendão tibial posterior;
o Tendão flexor longo dos dedos;
o Artéria tibial posterior;
o Veia acompanhando a artéria;
o Nervo tibial;
o Tendão flexor longo do hálux;
o Tubérculo medial do calcâneo;
o Retináculo flexor;
o Maléolo medial.
• Diagnóstico:
o Síndrome verdadeira produz um sinal de Tinel positivo.
o Lesão do tipo de ocupação de espaço na imagem de ressonância magnética, pode ser
um gânglio, uma varicosidade ou um lipoma.
o Em alguns casos, a compressão do nervo ocorre em um local mais inferior, no qual os
nervos plantares medial e lateral penetram na fáscia do músculo abdutor do hálux.
• Tratamento:
o Conservador: fisioterapia para alívio dos sintomas, utilização de órteses ou cunhas
aplicadas na região medial do calcanhar.
o Cirúrgico: se não houver melhora, pode ser necessária uma dissecção cirúrgica entre o
maléolo medial e o feixe neurovascular para alívio dos sintomas.
SSíndrome do Impacto
• Também conhecida como:
o Síndrome do pinçamento subacromial;
o Síndrome do manguito rotador;
o Ombro do nadador.
• Manguito Rotador:
o Formado por um tendão comum aos músculos:
▪ Supraespinal;
▪ Infraespinal;
▪ Redondo menor;
▪ Subscapular.
o Desliza sob o acrômio, entra em contato com a bursa subacromial e se insere no
tubérculo maior do úmero.
o Responsável pelos movimentos de abdução e rotação do ombro.
• Definição da Síndrome do Impacto
o Estreitamento do espaço entre o manguito rotador e o arco coracoacromial (1/3
anterior do acrômio e do ligamento coracoacromial).
• Causas
o Sequência de deficiências do manguito rotador que ocorrem com o passar do tempo.
o Particularmente em pacientes idosos.
• Etiologia da Síndrome do Impacto
• Tipo de Acrômio:
o O terço anterior do acrômio está relacionado à deficiência do manguito rotador.
o Essa estrutura, além de sua variação anatômica, pode se encontrar espessada e exibir
a formação de um esporão no ligamento coracoacromial.
o Comum em pacientes na quinta década de vida.
• Impacto da Síndrome:
o O tipo do acrômio é um fator agravante da síndrome do impacto, porém não o único
causador.
o Em caso de alteração óssea, a síndrome só pode ser resolvida com intervenção
cirúrgica.
• Tipos de Acrômio e suas Implicações:
o Tipos de Acrômio:
▪ Tipo 1: Plano.
▪ Tipo 2: Curvo.
▪ Tipo 3: Ganchoso.
o Lesões do Manguito Rotador
▪ Inflamação ou rupturas
▪ Processo crônico de tendinopatia, associado à atividade laboral – LER/Dort
• Instabilidade Glenoumeral
▪ Aumento da translação presente no atleta jovem
▪ Há o aumento de força no tendão e consequente lesão
o Desequilíbrio Muscular
▪ Manguito rotador ou estabilizadores da escápula
▪ Podem ocorrer contraturas musculares em atletas de arremesso/lançamento, levando
à alteração cinemática do tendão
• Quadro Clínico
o Dor;
o Arco doloroso (70 a 120 graus);
o Crepitação;
o Diminuição da força muscular;
o Retrações capsulares;
o Testes especiais positivos.
• Estágios:
o Estágio 1 (Edema e Hemorragia):
▪ Inflamação;
▪ Jovens, até 25 anos.
o Estágio 2 (Fibrose e Tendinose):
▪ Degeneração;
▪ 25 a 40 anos.
o Estágio 3 (Esporões e Rupturas do Manguito):
▪ Ruptura;
▪ Acima de 40 anos (10% em jovens).
Tratamento Fisioterapêutico
• Primeira opção de tratamento.
• Objetivos do tratamento conservador:
o Redução da inflamação;
o Analgesia;
o Ganho de ADM (com o estiramento capsular);
o Melhora do ritmo escapuloumeral;
o Ganho de força muscular.
• Uso de tipoia para descanso articular na fase aguda, se necessário.
• Instabilidade de Ombro
• Anatomia Óssea
o Inadequação relativa entre as áreas das superfícies da cabeça do úmero (maior) e da
fossa glenoide (menor) predispõe essa articulação à instabilidade
o A estabilidade é, em grande parte, proporcionada por estruturas estáticas e dinâmicas
de tecido mole, como o lábrum, a cápsula (ligamentos glenoumerais) e o manguito
rotador
• Instabilidade Glenoumeral
o Representa uma articulação instável, podendo ter associado vários distúrbios:
▪ Luxação: perda total da congruência/contato articular do úmero para fora da
glenoide
▪ Subluxação: translação sintomática da cabeça do úmero com relação à
superfície articular da glenoide (perda parcial da congruência/contato articular)
Classificação da Instabilidade do Ombro:
• Baseada em:
o Frequência;
o Etiologia;
o Direção;
o Grau.
• Classificação por Tempo:
o Aguda: Trauma agudo.
o Inveterada: Não reduzida.
o Recidivante: Episódios repetidos.
o Voluntária.
• Classificação por Direção
o Unidirecionais:
▪ Anterior (+);
▪ Posterior;
▪ Inferior;
▪ Superior.
o Multidirecionais:
▪ Mais comum a anteroinferior.
• Classificação por Mecanismo de Lesão:
o Atraumática: Sem lesão conhecida.
o Traumática: Após trauma de grande magnitude.
o Adquirida: Acomete atletas com microtraumas de repetição.
Instabilidade/Luxação Atraumática (Voluntária) de ombro:
• Características:
o Acomete frequentemente jovens com hipermobilidade articular (síndrome da frouxidão
ligamentar generalizada);
o Pode ser bilateral e é multidirecional.
• Subgrupos:
o Primeiro Subgrupo:
▪ Pessoas com instabilidade voluntária, que depende da posição.
▪ A instabilidade ocorre em uma direção posterior, quando o paciente coloca o
braço nas posições de flexão, adução e rotação interna.
o Segundo Subgrupo:
▪ Pacientes com instabilidade voluntária dependente do músculo;
▪ Resultante da contração seletiva dos músculos para criar uma luxação ou
subluxação;
▪ Tendem a usar a instabilidade para ganhos secundários;
▪ Alguns desses indivíduos podem apresentar distúrbios psiquiátricos.
• Tratamento:
o Conservador, com conscientização e fortalecimento muscular de estabilizadores
dinâmicos da cintura escapular.
Instabilidade/Luxação Traumática:
• Características:
o Resultado de um trauma de grande magnitude.
o Normalmente é unidirecional, sendo a anterior mais comum.
• Instabilidade Anterior Traumática:
o Ocorre por um trauma intenso em um braço em abdução e rotação externa
(macrotraumatismo);
o 95% de todas as instabilidades são de direção anterior e decorrentes de trauma
isolado;
o Muito comum em indivíduos jovens;
o A perda da estabilidade por lesão dos componentes estabilizadores da articulação a
faz evoluir para luxação recidivante.
• Luxação Traumática:
o Pode levar à instabilidade articular;
• Lábrum da Glenoide:
o Espessamento fibrocartilaginoso ao longo da margem da fossa glenoide, que contribui
para a estabilidade da articulação.
• Lesão de Bankart:
o Representa o deslocamento do lábrum anterior com relação à fossa glenoide, causado
por luxação ou subluxação.
o Ocorre principalmente nos casos de luxação traumática.
• Lesão de Hill-Sachs:
o Pode ocorrer fratura por impressão da margem posterolateral da cabeça do úmero,
associada à lesão de Bankart, quando a cabeça se desloca sobre a borda glenoide
anterior
• Tratamento
o Inicial envolve a redução da luxação seguida de um período de imobilização de 2 a 6
semanas.
o Procedimento é seguido por um período de intensa reabilitação, que deve envolver o
manguito rotador e o estabilizador da escápula, enfatizando os rotadores internos.
o Tratamento cirúrgico fica reservado para indivíduos com instabilidade recorrente.
• Instabilidade/Luxação Adquirida:
o Comum em atletas jovens (ginastas e nadadores);
o Causada por pequenos traumas de repetição;
o Gera insuficiência capsuloligamentar e consequente instabilidade;
o Pode ser uni ou multidirecional e tem caráter recidivante;
o Leva à luxação articular;
o Ocorrem as lesões associadas de Bankart e Hill-Sachs.
• Tratamento Cirúrgico:
o Reparação de todas as lesões ocasionadas pelos traumas repetitivos;
o Procedimentos possíveis: capsuloplastia, para encurtamento ou retencionamento da
cápsula.
• Técnicas utilizadas de acordo com as lesões:
o Técnica de Bankart: reparação da lesão de Bankart ou reinserção do lábio glenoidal.
o Técnica de Bristow: reinsere parte do processo coracoide e tendão curto do bíceps no
lábio da glenoide.
• Reabilitação Pós-Cirúrgica:
o Até 3 semanas: imobilização com tipoia e início de mobilização passiva.
o 3 a 6 semanas: início de movimentos ativos-livre, sem contração do bíceps braquial
(técnica de Bristow).
o Após 6 semanas: fortalecimento muscular global sem resistência para o bíceps
braquial (técnica de Bristow).
o Após 3 meses: liberação para os esportes com pouca demanda para o ombro, no caso
dos esportes competitivos de arremesso/lançamento e contato, a liberação ocorre
após 6 a 9 meses.
Capsulite Adesiva e Ombro Congelado
• Similaridades:
o Lesões muito similares entre si;
o Particularidades de cada uma direcionam alguns detalhes do processo de reabilitação.
• Capsulite Adesiva Idiopática:
o Reação inflamatória que leva a retração e fibrose da cápsula articular.
o Mecanismo patológico não é bem compreendido.
• Ombro Congelado:
o Definido como restrição da mobilidade, tanto passiva quanto ativa do ombro.
o Ocorre geralmente devido ao tempo prolongado de imobilização pós-lesão (fratura,
trauma, pós-operatório), ou pode estar associado a doenças sistêmicas, como diabetes
e distúrbio da tireoide.
o Incidência é maior em indivíduos acima de 50 anos.
• Sintomas:
o Dor profunda em queimação no ombro, que se manifesta tanto em repouso quanto
com as atividades.
o Várias semanas após o início da dor, surgem as queixas de ausência de
movimentação.
• Exame Físico:
o Perda global de amplitude de movimento ativa e passiva do ombro;
o Primeiro são afetadas as rotações interna e externa, e a hipersensibilidade inespecífica
costuma estar presente desde o início do processo patológico;
o A força do manguito rotador é normal, porém sua avaliação poderá ser difícil em
virtude da amplitude limitada e dolorosa;
• Limitação de Movimentos (Rigidez):
o Abdução < 100°;
o Rotação externa < 50°;
o Elevação < 140°;
• Exames:
o Radiografias não demonstram alterações.
o O exame de ressonância nuclear magnética evidenciará o processo inflamatório.
• Tratamento:
o Conservador com programa de fisioterapia intensivo, com recursos para redução da
inflamação e analgesia, exercícios ativos e passivos para mobilização articular e
alongamentos, assim como medicação analgésica quando necessária.
o Será bem-sucedido em 90% dos pacientes.
o A resolução dos sintomas pode levar até 18 meses.
o Ocasionalmente, a injeção na articulação glenoumeral com corticoide é necessária
para controlar a dor.
Lesão Acromioclavicular
• Articulação Acromioclavicular:
o Estrutura sinovial que contém um pequeno menisco arredondado formado por
fibrocartilagem.
o Ligação estática da clavícula lateral com o membro superior é realizada pelos
ligamentos coracoclaviculares e acromioclaviculares, assim como pela cápsula
articular.
o A escápula fica suspensa a partir da clavícula graças aos ligamentos
coracoclaviculares.
• Funções:
o Mecanismo suspensor do ombro;
o Manter o ritmo escapulotorácico;
o Proteger o plexo braquial.
• Causas:
o História relata habitualmente uma queda e um trauma direto sobre o ombro em 70%
dos casos.
o Pode ocorrer por trauma indireto na queda sobre o cotovelo ou a mão estendida.
o Muito comum em jovens praticantes em esportes de contato.
• Sintomas:
o Dor, edema e hipersensibilidade bem localizados.
o Sinal da tecla (a clavícula está mais elevada e com mobilidade aumentada).
o Mobilidade anteroposterior da clavícula estará anormal.
o Proeminência do 1/3 distal da região.
• Classificação de Tossy e Rockwood:
o Tipo I: Simples entorse com deslocamento mínimo, ligamentos sem ruptura;
o Tipo II: Ruptura da cápsula e dos ligamentos acromioclaviculares;
o Tipo III: Ruptura da cápsula e dos ligamentos acromioclaviculares e coracoclaviculares
com deslocamento superior;
o Tipo IV: Luxação completa com deslocamento posterior;
o Tipo V: Luxação superior, a clavícula penetra pelo músculo trapézio para dentro do
tecido subcutâneo;
o Tipo VI: Luxação inferior, ocorre debaixo do processo coracoide.
• Diagnóstico:
o Realizado por uma radiografia anteroposterior;
o Imagens da articulação podem ser realçadas por uma incidência com inclinação;
o Visualização de ambas as articulações acromiclaviculares em uma mesma imagem
ajuda a compreender o deslocamento relativo.
• Tratamento:
o Lesões dos tipos I e II: Tratadas por métodos conservadores, com expectativa de bons
resultados funcionais e resolução completa da dor:
▪ Aplicação de gelo no quadro agudo para aliviar o edema;
▪ Imobilização com tipoia nos primeiros 15 dias;
▪ Recursos para auxiliar na cicatrização tecidual e exercícios para recuperação
funcional.
o Lesões dos tipos III a VI: Necessitam de intervenção cirúrgica com objetivo de
reparação ligamentar e fixação interna para prevenir a migração superior da clavícula:
▪ Estratégia consiste em fixar a clavícula distal diretamente ao acrômio ou
reforçar os ligamentos coracoclaviculares para manter a articulação reduzida.
• Pós-Cirúrgico:
o Uso de tipoia por 3 a 4 semanas, com objetivo de apoiar o membro durante a fase
aguda da dor;
o Período de imobilidade relativa, porém a movimentação deverá avançar conforme
permitido pelo desconforto para ganho de ADM;
o Não é permitido elevar o membro operado acima de 90° até a quarta semana de pós-
operatório;
o Principal objetivo da reabilitação é o fortalecimento muscular dos músculos que atuam
no mecanismo suspensor do ombro;
o Retorno às atividades esportivas e braçais somente após o terceiro mês de pós-
operatório.
Fraturas do Ombro:
o Complexidade:
▪ Grande complexidade.
o Componentes:
▪ Ossos;
▪ Articulações.
o Reabilitação:
▪ Atenção às particularidades.
▪ Especificidades de cada articulação.
Fraturas da Clavícula
o Clavícula:
▪ Estabilizador principal entre esqueletos axial e apendicular;
▪ Vulnerável a lesões.
o Fratura de Clavícula:
▪ Corresponde a 45% das fraturas do complexo do ombro.
▪ Causas: golpe no ombro, pancada direta no osso, queda com a mão em
extensão.
▪ Comuns em crianças e adultos jovens.
o Classificação:
▪ Localização: terço proximal, médio ou distal;
▪ Intra-articular ou extra-articular;
▪ Presença ou não de desvio.
o Prevalência:
▪ 45% das fraturas de ombro.
o Quadro Clínico:
▪ Deformidade evidente;
▪ Hematoma;
▪ Impotência funcional do membro superior.
o Classificação:
▪ Terços: medial, médio (80%) e lateral.
o Mecanismo de Lesão:
▪ Quedas ou trauma direto.
o Exame Físico:
▪ Crepitação óssea;
▪ Inspeção da pele;
▪ Avaliação neurovascular.
o Diagnóstico:
▪ Radiografia anteroposterior.
o Tratamento:
▪ Maioria sem cirurgia;
▪ Tratamento cirúrgico em casos específicos.
o Reabilitação:
▪ Acompanhamento radiográfico;
▪ Fisioterapia;
▪ Exercícios passivos e ativos.
o Consequências:
▪ Proeminência óssea;
▪ Pseudoartrose em até 1% dos casos.
• Fraturas da Escápula:
o Frequência:
▪ Pouco frequentes.
o Consolidação:
▪ Rápida e com bons resultados funcionais.
o Lesões Associadas:
▪ Fraturas costais e de clavícula.
▪ Luxação do ombro.
o Mecanismo de Trauma:
▪ Direto: impacto sobre a escápula.
▪ Indireto: contração muscular brusca.
o Classificação:
▪ Localização: corpo, colo, espinha, glenoide, acrômio, apófise coracoide;
o Tratamento:
▪ Geralmente sem cirurgia;
▪ Cirurgia em casos específicos.
o Fisioterapia:
▪ Fase de imobilização absoluta: diminuir edema e dor, atenuar riscos da
imobilização.
▪ Após imobilização: ganho de mobilidade do ombro, alívio de contraturas,
correção postural.
o Recuperação Funcional:
▪ Inicia após consolidação completa (aproximadamente 3 meses).
▪ Ganho de todo arco de movimento, fortalecimento muscular, treino de AVDs e
gestual esportivo.
Fraturas do Úmero
• Fraturas do Úmero Proximal:
o Demografia
▪ Mais comuns em pacientes idosos, principalmente mulheres pós-menopausa;
▪ Em adultos jovens, resultado de traumatismo de alta energia.
o Estatísticas:
▪ Representam 45% das fraturas do úmero;
▪ Representam 5% das fraturas em adultos;
o Mecanismo de Trauma:
▪ Queda da própria altura sobre a mão estendida;
▪ Trauma direto no ombro;
▪ Rotação excessiva do osso osteoporótico;
▪ Crise convulsiva;
▪ Choque elétrico;
▪ Fratura patológica;
▪ Traumas de alta energia, como acidente automobilístico.
o Sintomas:
▪ Dor e incapacidade funcional;
▪ Edema e hematoma.
o Classificação:
▪ Baseada na classificação anatômica de Codman;
▪ Identificação dos fragmentos através de radiografias.
o Tratamento:
▪ Maioria sem cirurgia;
▪ Cirurgia em casos de desvio entre os fragmentos.
o Fisioterapia:
▪ Fase de imobilização absoluta;
▪ Fase de imobilização relativa;
▪ Fase pós-imobilização;
▪ Fase de recuperação funcional;
▪ Fase de resolução.
• Fraturas da Diáfise Umeral:
o Localização:
▪ Mais frequente no terço médio do osso diafisário.
o Demografia:
▪ Mais comum em adultos jovens e indivíduos com 60 anos ou mais.
o Mecanismo de Lesão:
▪ Trauma direto: queda sobre um lado do corpo ou golpe no braço.
▪ Trauma indireto: queda sobre a mão com punho e cotovelo em extensão.
o Diagnóstico:
▪ Exame radiográfico anteroposterior e lateral.
▪ Exame físico abrangente para excluir lesão nervosa ou vascular.
o Tratamento:
▪ Conservador: imobilização pendente e imobilização do braço contra o tórax.
▪ Cirúrgico: em casos de lesão vascular, fratura exposta, fraturas bilaterais e
pacientes politraumatizados.
o Fisioterapia:
▪ Início da mobilização do ombro após 48 horas do procedimento cirúrgico.
▪ Continuação do tratamento em todas as fases de recuperação até o retorno
total das funções.