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Mapa mental de fisioterapia reumatológica

INTRODUÇÃO

Reumatologia
o Estuda diferentes patologias que têm em comum:
o Comprometimento do aparelho musculoesquelético.
o Comprometimento de cartilagens.
o Comprometimento de estruturas periarticulares:
➢ Tendões,
➢ Ligamentos.
➢ Fáscias, etc.
o Doenças do tecido conjuntivo.

Reumatologia no Brasil:
• Principais causas de incapacidades.
• Principais causas de afastamento do trabalho.
• Mais de 200 patologias:
o Reconhecidas e classificadas pelo Colégio Americano de Reumatologia.

Patologias Reumáticas:
• Possuem causas, sinais e sintomas, consequências e tratamentos diferentes.
• Avaliação do paciente:
o Individualização do caso;
o ao invés de simplesmente classificar como tendo uma doença reumática.

Artrite:
• Queixa do paciente:
o Inflamação na articulação evidenciada por:
➢ Dor;
➢ Edema;
➢ Calor.
o Eventualmente vermelhidão na articulação:
➢ Manifestação comum à maioria das doenças reumáticas que comprometem as articulações
e não um diagnóstico.

Patologias Reumáticas:
• Evolução crônica;
• Necessitam tratamento prolongado;
• Evolução e prognóstico são variáveis;
• Acomete todas as idades;
o Incluindo crianças e recém-nascidas.
• Importância do diagnóstico e tratamento precoce:
o Para uma boa evolução e prognóstico da doença;
o Evita complicações que podem incapacitar o paciente de forma definitiva.
• Classificadas pelo Código Internacional de Doenças (CID):
o Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo.
• Característica mais evidente:
o Processo inflamatório.

Doenças Reumáticas
• Algumas apresentam caráter autoimune:
o Sistema imunitário reage contra o próprio organismo;
o Formação de autoanticorpo;
o Um ou diversos órgãos podem ser acometidos.
• Aspecto relevante das doenças reumatológicas sistêmicas:
o Grande maioria não tem o sinal patognomônico.
• Diagnóstico é um desafio:
o Depende de um conjunto de manifestações clínicas ou
o de exames laboratoriais ou de imagem.

Civilização Egípcia:
• Estudo das múmias, escritos e pinturas:
o Identificou a provável presença de algumas doenças reumáticas:
➢ Gota,
➢ Espondiloartrose,
➢ EA (espondilite anquilosante)
• Tratamentos comuns:
o Uso externo de medicamentos à base de gordura ou outras substâncias (unguentos).
o Prescrição de diversas formas de calor e banhos:
➢ Objetivo: Melhorar a mobilidade articular ou diminuir a dor.
• Importância histórica:
o Essas formas de tratamento foram precursoras dos recursos utilizados atualmente na
fisioterapia.

Contribuição de Hipócrates para a Reumatologia:


• Período: 460-377 a.C.;
• Reconhecimento do reumatismo:
o Passou a ser reconhecido como uma doença que fazia parte do ser humano.
o Não mais um castigo dos deuses.
• Reumatologia hoje:
o Inclui todos os tecidos e sistemas do corpo humano.
• Diagnóstico:
o Utilizava apenas os olhos, o toque, os ouvidos, a observação e o raciocínio;
o Surgimento da palavra clínica (do grego klinkus, que significa observação à beira do leito.
• Descobertas
o Percebeu que a artrite reumatoide era inibida durante a gestação:
▪ Associação de fatores hormonais com a evolução da doença.
▪ Favoreceu a descoberta da cortisona:
➢ Medicamento com base hormonal utilizado atualmente para tratar diversas
doenças reumatológicas.

HISTÓRIA DA REUMATOLOGIA

Hipócrates e o Conceito de Humor:

• Conceito de humor (khymós, em grego):


o Objetivo: Explicar as doenças.
• Quatro humores (relacionados aos líquidos produzidos pelo organismo):
o Sangue;
o Fleuma (muco);
o Bile amarela (líquido produzido pelo fígado);
o Bile negra (relacionada à presença de sangue nas fezes ou na urina ou perda de sangue pela
boca).
• Saúde e Humores:
o Saúde estava associada à harmonia desses humores;
o Doença se desenvolveria quando houvesse falta ou excesso deles.
LIQUIDOS CORPORAIS:
Sangue e fleuma = líquidos em harmonia: presença de saúde .
Bile amarela e bile negra= líquidos em desarmonia : presença de doença.

Princípios de inflamação e imunologia

Doenças Reumáticas:
• Mecanismos imunológicos e farmacológicos:
o Permite o entendimento do comportamento da doença;
o Pode auxiliar o fisioterapeuta na elaboração de condutas mais assertivas.
• Imunologia e processos inflamatórios:
o Diretamente ligados às enfermidades reumatológicas;
o Processo inflamatório é uma das características mais evidentes dessas doenças.
• Imunidade inata e adaptativa:
o Atuam em conjunto;
o Objetivo: Manter a homeostase mediante um dano tecidual.

Sistema Imune
• Imunidade Inata (não específica):
o Composta por barreiras químicas e físicas (pele, trato gastrointestinal);
o Quando as barreiras físicas são ultrapassadas, ocorre o processo inflamatório;
o Primeira linha de defesa capaz de combater micro-organismos.
• Imunidade Adaptativa (específica):
o Reconhece os agentes agressores (antígenos);
o Linfócitos T:
▪ Destroem células infectadas e ativam outras células do sistema imune;
o Linfócitos B:
▪ Relacionados com a produção de anticorpo.
Conhecimento da evolução da doença
• Fundamental para o fisioterapeuta;
• Doença controlada (sem inflamação vigente);
• Doença em atividade (com inflamação aguda).
Estabelecimento do programa de tratamento:
• Adequado de acordo com o quadro do paciente.
Caso de queixa articular associada a um processo autoimune em atividade:
• Importante saber se o paciente está em acompanhamento médico:
o Objetivo: Controlar o dano causado pela doença reumatológica de base;
o Seguir de maneira segura com a fisioterapia.

Farmacologia em Doenças Reumáticas


• Acompanhamento do paciente como um todo
Essencial ter uma base sobre as possíveis intervenções medicamentosas propostas pelo
médico.
• Terapêutica farmacológica geralmente guiada da seguinte maneira:
o Prescrição de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (Aines) ou esteroidais de acordo
com o caso:
▪ Aines são a primeira linha de tratamento em algumas doenças reumáticas, como a EA e a
artrite reativa.
o Prescrição de analgésicos quando necessário.
o Prescrição de drogas antirreumáticas modificadoras da doença
▪ Categoria de fármacos que tem ação imunossupressora (diminui a resposta do sistema
imunológico);
▪ Previne a inflamação das articulações e reduz o dano articular;
▪ Exemplos: metotrexato (MTX), sulfassalazina, ciclosporina, leflunomida.

PROPEDÊUTICA REUMATOLÓGICA

Prescrição de Agentes Biológicos em Doenças Reumáticas:


• Nova classe de medicamentos:
o Alternativa para pacientes não responsivos aos Aines.
• Exemplos de agentes biológicos:
o Inibidores de TNF-alfa (fator de necrose tumoral).
• TNF-alfa:
o Citocina, proteína de baixo peso molecular;
o Produzida em resposta a antígenos, micro-organismos e outros estímulos não infecciosos;
o Regula a resposta inflamatória e imune;
o Desempenha um papel crucial em alguns quadros inflamatórios
• Bloqueio do TNF-alfa:
o Previne a inflamação e a destruição de tecidos e
o Melhora o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.
• Exemplos de agentes bloqueadores da ação do TNF-alfa:
o Etanercepte;
o Infliximabe;
o Adalimumabe.

Avaliação Médica e Fisioterapêutica de um Paciente Reumatológico:


• Principais componentes:
o História clínica
o Exame físico
o Exames laboratoriais
o Exames de imagem
• História clínica:
o Objetivo: Identificar o comprometimento gerado pelas doenças reumáticas de forma precisa e
elaborar uma proposta de tratamento correta
• Questionamentos fundamentais:
o A doença está realmente localizada primariamente no sistema musculoesquelético
o O comprometimento está na articulação, é periarticular ou não articular?
o O comprometimento articular é artrite (envolve inflamação) ou apenas artralgia (dor articular)?
o Qual a duração da artrite?
o Quantas articulações estão acometidas?
o Existem antecedentes patológicos (pessoais e familiares) ou comorbidades?
o Há dados de fatores ambientais?
• Diagnóstico das Doenças Reumáticas:
o Depende de uma boa avaliação clínica.
o Importância para o fisioterapeuta:
➢ Identificar e diferenciar as alterações reumatológicas de cada doença;
➢ Permite elaborar um diagnóstico fisioterapêutico e um plano de tratamento mais
adequado;
➢ Permite resultados efetivos;
➢ Encaminhar o paciente para avaliação e conduta médica, quando necessário.
o Uso de instrumentos de avaliação:
➢ Objetivo: Mensurar o comprometimento do paciente e acompanhar sua evolução;
➢ Aplicados antes do início da reabilitação e durante o processo de tratamento;
➢ Verificar se a resposta à terapia proposta é satisfatória.
Exame físico

• Na atuação do fisioterapeuta, o sistema musculoesquelético é parte essencial do exame físico, portanto o conhecimento da anatomia, cinesiologia e biomecânica é fundamental.
As articulações e estruturas periarticulares devem ser avaliadas. Um exame físico completo deve contemplar:
o Inspeção;
o Marcha;
o Postura;
o presença de deformidades;
o Volume.

Doenças Reumatológicas
• Fatores de risco:
o Não modificáveis:
▪ Idade;
▪ Fatores genéticos:
▪ Sexo.
o Modificáveis:
▪ Tabagismo;
▪ Dieta;
▪ Obesidade;
▪ Consumo de álcool.
• Importância dos fatores de risco:
o Compor o histórico do paciente;
o Interferir no curso da doença:
▪ Elaboração de estratégias terapêuticas;
▪ Orientação adequada para prevenir agravamento da enfermidade.

Exame físico

Palpação:

• pontos dolorosos;
• Calor;
• Rubor;
• Inchaço;
• Rigidez;
• Crepitações.
Para avaliar a temperatura articular:
• devemos utilizar o dorso das mãos
• Análise da mobilidade articular
• testagem dos movimentos ativos e passivos.
• Avaliação da força muscular
• Testes especiais
REABILITAÇÃO

Os principais objetivos buscados durante a reabilitação devem incluir:

• Diminuição da dor;

• Restauração e manutenção da função;

• Prevenção de incapacidades.

As condutas para atingir os principais objetivos no tratamento:

• Educação do paciente;
• Técnicas de proteção articular;
• Orientações sobre o uso de órteses;
• Orientações sobre o uso de meios auxiliares de marcha;
• Adaptações;
• Fisioterapia: cinesioterapia, hidroterapia, meios físicos.

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

• Natureza: Doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida e autoimune.


• Afeta: Múltiplos órgãos.
• Características:
o Períodos de exacerbações e remissões;
o Apresentação clínica polimórfica (sujeita a mudar de forma).
• Diagnóstico:
o Dificuldade na suspeita na fase inicial;
o Fascinante do ponto de vista clínico.
• Prevalência:
o Mais prevalente em mulheres na idade fértil;
o Ocorre em crianças, adultos e idosos.
Sinais e Sintomas de LES

• Lesões de pele:
o Lesões avermelhadas em maçãs do rosto e dorso do nariz.
• Dor e inchaço
o Principalmente nas articulações das mãos.
• Inflamação:
o Pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e coração);
o Rim.
• Alterações no sangue (ocorre em mais da metade dos casos):
o Diminuição dos glóbulos vermelhos (anemia);
o Diminuição dos glóbulos brancos (leucopenia);
o Diminuição dos linfócitos (linfopenia);
o Diminuição de plaquetas (plaquetopenia).

Epidemiologia do LES
• Base da doença:
o Reação generalizada de autoimunidade
o Produção de anticorpos contra componentes da própria célula
• Prevalência
o Universal;
o Mais prevalente na raça negra;
o Encontrada em todas as demais etnias e em diferentes áreas geográficas.
• Acometimento
o Diversos órgãos e/ou sistemas
o Pode ocorrer de forma simultânea ou sequencial

• Diagnóstico
o Baseado em exames clínicos e de laboratório;
o Existem onze critérios diagnósticos para o LES;
o Para confirmação, é necessário que o paciente apresente pelo menos quatro dessas
características.
Classificação
• Sistema cardiovascular:
o Pericardite (inflamação do pericárdio):
➢ Mais frequente na doença;
➢ Manifestações subclínicas ocorrem em 50% dos pacientes.
• Miocardite (infecção no miocárdio)
o Mais rara
o Usualmente se apresenta como arritmia ou insuficiência cardíaca
• Sistema pulmonar:
o Pleurite:
➢ Sintoma pulmonar mais comum;
➢ Derrame pode ser detectado em até 50% dos pacientes;
➢ Dor pleural em 70%.
• Tratamento:
o Anti-inflamatórios;
o Não-hormonais;
o Corticoide (dependendo da gravidade).
• Sistema hematológico:
o Anemia:
➢ Ocorre em 50% dos pacientes
➢ Do tipo “doença crônica” ou seja normocítica, normocrônica
➢ Somete 10% é hemolítica
• Rim:
o Evidência clínica de lesão renal;
o Ocorre em pelo menos 50% dos pacientes em algum momento da doença.
• Sistema nervoso:
o Manifestações clínicas mais frequentes:
➢ Convulsões;
➢ Psicose;
➢ Lesões de parênquima;
➢ Neuropatia periférica.

Laboratório LES
• Auto-anticorpos
o Achado laboratorial mais consistente da doença;
o Alguns autoanticorpos têm valor diagnóstico (altamente específicos para o LES):
➢ Anti-Sm
➢ Anti-DNA de dupla hélice (dsDNA)
➢ Anti-P
o Outros anticorpos não são específicos para a doença, mas auxiliam no diagnóstico.
• Hemograma:
o Exame fundamental na fase de diagnóstico e dimensionamento clínico do LES;
o Acompanhamento das diversas citopenias (↓ elementos celulares sangue);
o Flutuações nos níveis de leucócitos e linfócitos podem auxiliar o acompanhamento da
atividade de doença.

• Eletroforese de proteínas:
o Importante para avaliar elevação de gamaglobulina:
➢ Pode estar associada à atividade de doença.
o Útil para avaliar níveis de albumina e da atividade inflamatória.
• Outros:
o Velocidade de hemossedimentação e Proteína C reativa:
➢ Testes de fase aguda (inespecíficos no aspecto diagnóstico);
➢ Podem ser utilizados para avaliar o grau de atividade inflamatória em casos
isolados.
• Demais exames:
o Realizados de acordo com o acometimento de cada órgão;
o Para controle das medicações empregadas no tratamento.
• Podemos dividir os exames em 2 grupos:

Fisioterapia
• Objetivo:
o Manter habilidade para as atividades funcionais.
• Dependências:
o Capacidade física do indivíduo:
▪ Sujeita a muitas variáveis:
➢ Alterações na função cardiorrespiratória
➢ Força muscular
➢ Flexibilidade
• Cinesioterapia geral
• Fisioterapia Respiratória,
• TENS,
• Drenagem linfática,
• Exercícios de coordenação e do equilíbrio e
• Reeducação da marcha;
• Manutenção ou aumento da força muscular;
• Aumento da amplitude de movimento articular;
• Redução de edemas;
• Desenvolvimento da marcha;
• Manutenção do equilíbrio;
• Redução da dor;
• Melhoria da qualidade de vida do paciente.

GOTA
• Definição:
o Artropatia microcristalina inflamatória;
o Manifestações clínicas e alterações patológicas devido à deposição de cristais de
monourato de sódio nos tecidos.
• Causa:
o Aumento nos níveis de ácido úrico (hiperuricemia).
• Efeitos:
o Formação de cristais de monourato de sódio nos mais variados tecidos:
➢ Principalmente articulações;
➢ Estruturas periarticulares;
➢ Rins;
➢ Subcutâneo.
• Características clínicas:
o Surtos agudos de artrite:
➢ Geralmente envolve uma ou poucas articulações;
➢ Em fase crônica, pode se generalizar atingindo várias articulações.
o Desenvolvimento de grandes acúmulos de cristais denominados tofos.
• Ácido úrico
o Produto final do metabolismo das purinas (catabolismo da Adenina e Guanina);
o Origem a partir de três fontes principais:
➢ Dieta
➢ Degradação endógena
➢ Síntese
o Organismo não consegue eliminar o excesso de cristais de urato de sódio devido à sua
baixa solubilidade (cerca de 4mg/dl a uma temperatura de 30℃).
o Continuação da deposição de cristais de urato de sódio.
• Efeitos nos tecidos:
o Avascularizados (cartilagem) ou pouco vascularizados (tendões e ligamentos):
➢ Leva ao processo inflamatório;
➢ Provoca a destruição da cartilagem;
➢ Atinge o osso subcondral;
➢ Provoca deformações ósseas.

Epidemiologia da Gota
• Acometimento:
o Principalmente homens:
➢ Proporção de 10:1;
➢ Dos 30 aos 60 anos.
o Mulheres:
➢ Ocorre preferencialmente após a menopausa.
• Prevalência:
o Na população adulta geral (30 anos):
➢ 0,2 a 0,3%;
o Em indivíduos acima dos 40 anos:
➢ 0,5 a 1,0%;
➢ 2,8% em homens;
➢ 0,4% em mulheres.

Classificação e Etiopatogenia da Gota:


• Mecanismos básicos:
o Aumento na produção de ácido úrico:
➢ Idiopático;
➢ Defeito enzimático;
➢ Alto turnover ácidos nuclêicos;
➢ Estresse (trauma, cirurgia, infecção);
➢ Dieta rica em proteína.
→ Hiperprodução de ácido úrico:
o Diminuição na eliminação de ácido úrico pelo rim;
→ Hipoexcreção renal.
o Eliminação de Ácido Úrico
➢ 85% dos pacientes com gota apresentam um defeito específico;
➢ Defeito é na eliminação de ácido úrico;
➢ Este defeito independe da função renal global.
• Observações:
➢ O mecanismo desencadeante da gota para um dado paciente pode ser misto.
o Classificação:
▪ Primária:
➢ Gota idiopática;
➢ Gota associada a defeito enzimático que leva ao aumento na produção de ácido
úrico.
▪ Secundária
▫ Elevação da alteração de ácidos nuclêicos:
➢ Neoplásias;
➢ Tratamento quimioterápico (onde há muita morte celular);
➢ Hiperparatireoidismo;
➢ Psoríase;
➢ Estresse físico (cirurgia, exercício físico intenso etc);
➢ Estresse emocional.

▫ Diminuição na eliminação renal de ácido úrico:


➢ Insuficiência;
➢ Uso de drogas (diuréticos, tuberculostáticos, álcool);
➢ Intoxicação por chumbo;
➢ Acidose metabólica (infecção e etc).
Fatores de risco

o Hiperuricémia (> 7 mg/dl no Homem e 6 mg/dl na Mulher);


o Sexo masculino (entre os 40-50 anos de idade);
o História familiar positiva;
o Insuficiência Renal (hiperuricémia, Diabetes Mellitus);
o Desidratação e Acidose (doenças mielo/linfoproliferativas, Diabetes Mellitus);
o Traumatismo Articular;
o Certos Fármacos (diuréticos e aspirina);
o Excesso de peso.

Urolitíase e Hiperuricemia:
o Urolitíase:
o Ocorre em hiperuricêmicos.
o Condições
o Sem manifestação articular.
o Definição:
o Nesses casos, o paciente não é definido como gota.

Exames Complementares para Gota


o Exames laboratoriais
Ácido úrico sérico > 7 mg/100 ml.
Provas de atividade inflamatória: hemossedimentação, proteína C reativa.
Excreção de ácido úrico (uricosúria) na urina de 24 horas.
Líquido sinovial: presença de cristais de monourato de sódio extra e intracelulares.
Anátomo patológico: presença de granulomas envolvendo massas de cristais de urato
em tofos e articulações comprometidas.
Hemograma - pode ocorrer leucocitose na fase aguda.
Glicemia, colesterol, triglicérides - podem estar alterados no paciente com gota.
o Raio X
o Múltiplas erosões ósseas em saca-bocado com bordos escleróticos e espiculados;
o Osso afetado é mais denso;
o Tofos podem ser vistos como uma opacificação ao raio X;
o Com a evolução da doença surgem lesões líticas ósseas disseminadas, perda do espaço
articular, osteófitos e numa fase terminal anquilose e osteopenia:

Diagnóstico da Gota
• Baseia-se em:
o História sugestiva:
➢ Episódio de monoartrites sucessivas;
➢ Sexo masculino acima dos 40 anos;
➢ História familiar de gota;
➢ Urolitíase.
o Hiperuricemia.
o Achado de cristais de monourato de sódio:
➢ Em tofos, líquido sinovial e sinóvia (principalmente se intracelulares);
➢ É um dado patognomônico para o diagnóstico.
o Quadro radiológico sugestivo:
➢ Principalmente em saca-bocado.

Diagnóstico Diferencial da Gota

• Artrite séptica:
➢ Manifesta-se como monoartrite aguda;
➢ Fundamental a punção articular para descartar um processo infeccioso na primeira
crise.
• Artrite reumatóide:
➢ Processo inflamatório é poliarticular, simétrico e crônico;
➢ Mais frequente em mulheres.

• Artropatias soronegativas:
➢ Apresentam sinovite crônica;
➢ Via de regra oligo e poliarticular;
➢ Com envolvimento frequente da coluna.

Tratamento da Gota:
o Tratamento da crise articular:
o Anti-inflamatórios não hormonais:
➢ Utilizam-se apresentações injetáveis, nos casos mais graves.
o Corticoesteróides:
➢ Habitualmente na forma injetável de depósito para os casos ou contra indicação
ao uso de anti-inflamatórios.
o Colchicina:
➢ 3ª opção em virtude dos efeitos gastrointestinais extremamente frequentes;
➢ Dose máxima de 0,5 mg 3X/dia.
Fisioterapia

o crioterapia,
o iontoforese,
o Ultra-som,
o TENS,
o mobilizações passivas e
o trações manuais,
o além de repouso e prescrição de talas para posicionamento.

Anatomia da Articulação
o Estrutura altamente diferenciada;
o Composta por diferentes estruturas e tecidos;
o Funções distintas e complementares;
o Principais constituintes a serem abordados.
• Cartilagem Articular Hialina:
o Características:
➢ Matriz principal é o colágeno tipo II;
➢ Cor branca-azulada e translúcida.
o Localização:
➢ Recobre as extremidades ósseas das articulações diartrodiais.
o Articulações Diartrodiais:
➢ Articulações flexíveis;
➢ Caracterizadas pela presença de bolsas sinoviais que contêm o líquido sinovial.
o Tecido altamente diferenciado:
➢ Desprovido de vascularização e inervação.
o Composição:
➢ 95% matriz extracelular formada por macromoléculas e água;
➢ 5% pequena população celular de condrócitos.
• Cartilagem Articular
o Características:
➢ Elasticidade;
➢ Compressibilidade.
o Função:
➢ Resistir às poderosas forças de impacto e fricção a que estão submetidas as articulações
móveis.
o Propriedades:
▪ Asseguradas pela composição e organização ultraestrutural dos principais componentes
da matriz:
➢ Colágeno;
➢ Proteoglicanos;

• Proteoglicanos
o Composição: 20 a 37% do peso seco da matriz.
o Estrutura: Agregados de macromoléculas organizadas numa complexa arquitetura
terciária.
o Unidades básicas: Cadeias polissacarídicas sulfatadas chamadas glicosaminoglicanos
(GAG).
o Funções: Responsáveis por eventos de sinalização celular em diversos sistemas.
fisiopatológicos como coagulação, inflamação, infecção microbiana, câncer,
crescimento e diferenciação celular.
• Glicosaminoglicanos (GAG)
o Tipos: Na cartilagem, são representados pelo sulfato de condroitina e pelo querato
sulfato.
o Estrutura: 30 a 40 cadeias de GAGs ligam-se a uma proteína central, formando.
complexos chamados agrecans.
• Agrecans
o Estrutura: Macromoléculas de proteoglicanos ligadas a hialutonato.
o Nome alternativo: Agregado de proteoglicanos quando ligadas ao hialutonato.
o Localização: Associam-se especificamente à cartilagem.
o Ligação: Ligados ao ácido hialurônico.

Colágeno
o Composição: É uma glicoproteína
o Localização: Integra a maior parte de todas as matrizes extracelulares
o Quantidade: Na cartilagem articular, representa 46,1% a 63,7% do peso tecidual seco

Tipos de Colágeno na Cartilagem Articular Humana


o Principal: Colágeno do tipo II, compõe aproximadamente 85% do colágeno da cartilagem
o Menores: Colágenos do tipo IX e XI, que junto com o tipo II formam as fibrilas colágenas da
cartilagem

Funções do Colágeno
o Estrutural: Confere resistência à cartilagem
o Biológica: Participa na diferenciação, adesão, migração e proliferação celular
o Imunológica: Exerce atividade antigênica em processos imunológicos

Organização Molecular da Cartilagem


o Componentes: Proteoglicanos, colágeno e condrócitos
o Interligação: Através de glicoproteínas de menor peso molecular como fibronectinas,
condronectinas, integrinas e outras
o Estrutura: Constitui uma rede contínua
o Propriedades: Confere à cartilagem uma alta capacidade elástica, sem consumo de energia,
pré-requisito fundamental para um tecido avascular
Metabolismo da Cartilagem
o Controle: A cartilagem articular é controlada pelo condrócito
o Atividade: O condrócito apresenta um metabolismo bastante ativo
o Limitações: O metabolismo pode ser insuficiente em algumas situações de maior demanda
porque os condrócitos estão presentes em pequeno número na cartilagem.

Condrócito
o Mediadores: Pró-catabólicos (citocinas) e pró-anabólicos (fatores de crescimento)
o Funções: Ativação de mecanismos para a degradação tecidual e para a regeneração da
cartilagem

Mediadores Pró-catabólicos (Citocinas)


o Regulação: Regulam a atividade condrocitária
o Exemplos: Fator de necrose tumoral alfa e interleucina

Mediadores Pró-anabólicos (Fatores de Crescimento)


o Funções: Promovem a multiplicação celular e a síntese dos elementos da matriz

Degração Tecidual
o Enzimas: Metaloproteases, utilizadas pelo condrócito para preparar a cartilagem para a
posterior substituição por macromoléculas neoformadas
o Importância: Adaptação biomecânica da cartilagem a diferentes demandas

Osso
o Características: Estrutura rígida da articulação com certa elasticidade
o Função: Ajuda no amortecimento do impacto junto com a cartilagem

Composição do Osso
o Matriz: Matriz mineral acoplada a uma estrutura de colágeno
o Colágeno: Composto basicamente pelo colágeno do tipo I

Participação do Osso nos Processos Articulares


o Participação indireta: Não tem uma participação direta nos processos articulares de natureza
reumática
o Diagnóstico: Através do osso, nos exames de imagem, é possível reconhecer lesões
ocasionadas principalmente pela inflamação, como erosões, cistos e redução de densidade

Remodelação do Osso
o Condições: Nas artropatias, quando a inflamação está ausente ou é muito branda
o Alterações: O osso sofre remodelação, aumentando a densidade subcondral e formando
osteófitos
Sinóvia e Membrana Sinovial
o Função: Principal tecido de nutrição e defesa da articulação
o Localização: Reveste internamente a cápsula articular e, por conseguinte, a cavidade articular

Composição da Membrana Sinovial


o Sinoviócitos: Composto por uma monocamada de sinoviócitos
o Tecido Conjuntivo: Tecido conjuntivo frouxo bastante irrigado, com células mononucleares e
macrófagos

Respostas dos Principais Tecidos da Articulação


o Organização: Organizadas pelos linfócitos, macrófagos, sinoviócitos, mastócitos, células
endoteliais, fibroblastos, condrócitos e neutrófilos
o Produção de Citocinas: Através da interferência dessas células, ocorre produção e liberação
de diversas citocinas que modularão a resposta tecidual

Processo Inflamatório Articular


o Inflamação da Membrana Sinovial: No processo inflamatório articular, a membrana sinovial
torna-se inflamada
o Reabsorção Óssea: O osso sofre reabsorção
o Proliferação do Tecido Conjuntivo: Existe proliferação do tecido conjuntivo
o Degradação da Cartilagem Articular: Ocorre degradação da cartilagem articular

Mecanismos celulares de resposta dos tecidos articulares:


Líquido Sinovial
o Composição: Semelhante ao soro, com uma concentração ligeiramente inferior de alguns
constituintes como a glicose
o Lubrificação: As moléculas de ácido hialurônico tornam o líquido sinovial um lubrificante
quase perfeito
o Funções: Faz o transporte de oxigênio e nutrientes para a cartilagem, que é avascular
o Células: Possui normalmente até 200 células por mm3 para suprir uma atividade reacional
imediata
o Coloração: Normalmente é amarelo transparente

Articulação
o Cápsula Fibrosa: Encapa a articulação, sustenta a membrana sinovial e isola o ambiente intra-
articular
o Meniscos: Servem de estabilizadores para uma melhor adaptação de superfícies côncavas e
convexas
o Ligamentos: Reforçam a congruência articular
o Músculos: Junto com os ligamentos, constituem o principal conjunto estabilizador da
articulação

Demais Estruturas da Articulação


o Bursas
o Função: Estruturas de acolchoamento da articulação, interpondo-se entre tendões e ossos,
e entre esses e a pele nos locais onde existem proeminências ósseas.
o Composição: Constituídas por uma cápsula e uma membrana interna que produz líquido.
o Tendões
o Composição: Estruturas quase que exclusivamente fibrosas, muito ricas em colágeno
(basicamente o colágeno I), e uma quantidade muito pequena de fibrócitos.
o Recuperação: Possui um turnover muito lento, e por isso as lesões tendíneas têm
recuperação demorada.
o Ligamentos
o Semelhantes aos tendões, são estruturas quase que exclusivamente fibrosas.

Tendões
o Bainhas Sinoviais: Alguns tendões possuem em alguns segmentos bainhas sinoviais:
o Estrutura: São estruturas que lembram uma cápsula articular e membrana sinovial
rudimentares
o Inflamação: Quando a bainha fica inflamada, pode enfraquecer-se, dilatar-se localmente
o Cisto Sinovial: A inflamação e dilatação da bainha podem dar origem a um cisto sinovial
Laboratório em Reumatologia
o Diagnóstico: Baseado principalmente em dados clínicos
o Exames Complementares: Muitas vezes são coadjuvantes, podem apresentar maior potencial
de confirmação de uma doença, ou mesmo serem altamente específicos, mas devem ser
interpretados em conjunto com dados clínicos de modo criterioso

Exames Complementares
o Proteína C Reativa
o Velocidade de Hemosedimentação (VHS)
o Alfa-1 Glicoproteína Ácida
o Eletroforese de Proteína
o Fator Antinuclear (FAN)
o Fator Reumatoide
o Ácido Úrico

Proteína C Reativa
o Produção: Substância produzida pelo fígado
o Aumento dos Níveis: Costuma ter seus níveis aumentados em condições como processos
inflamatórios, processos infecciosos, doenças reumáticas, traumatismo e cânceres, mesmo
que o paciente não apresente sintomas
o Valor Normal: Considerado normal quando está abaixo de 10 mg/L ou 1 mg/dL, podendo
variar ligeiramente de acordo com o laboratório onde o exame foi feito
As principais causas de elevação da Proteína C reativa encontram-se:

Velocidade de Hemossedimentação (VHS)


o Função: Exame de sangue utilizado para detectar inflamações ou infecções no organismo
o Diagnóstico: Pode diagnosticar desde resfriados até pancreatite aguda
o Procedimento: Feito a partir de uma coleta de amostra de sangue, que é processada e
avaliada após 1 hora para avaliar a velocidade com que as hemácias se separam da parte
líquida do sangue
o Valor Normal: 1 a 20mm na primeira hora

Alfa-1 Glicoproteína Ácida


o Exame: Verifica a glicoproteína ácida no sangue.
o Indicação: Se estiver elevada, indica processos inflamatórios agudos e crônicos no
organismo.
o Elevação: Pode estar elevada após infarto agudo do miocárdio, doenças autoimunes,
neoplasias malignas, obesidade, artrite reumatoide, anormalidades hematológicas.
o Valor de Referência: 0,50 a 1,20g/L.

Eletroforese de Proteínas
o Exame: Simples que separa as proteínas encontradas no sangue.
o Amostra: Pode ser feito tanto no sangue quanto na urina.
o Identificação: Identifica as proteínas normais e também as anormais.

Separação das Proteínas


o Processo: Separa as proteínas do plasma do sangue em diferentes frações.
o Finalidade: Serve para investigar doenças que podem causar alteração na quantidade de
proteínas circulantes no sangue.
o Diagnóstico: Um dos principais exames utilizados para diagnosticar o mieloma múltiplo.

Funções das Proteínas


o Importância: As proteínas são importantes para o bom funcionamento do organismo.
o Atuação: Atuam no sistema imune, no processo de coagulação e reações metabólicas, além
de poderem carregar algumas moléculas até o seu local de ação.

Frações de Proteínas Avaliadas


o Proteínas: Albumina, alfa-glicoproteínas, beta-glicoproteínas e gama-glicoproteína.
o Processos Inflamatórios: Verifica-se um aumento na fração alfa2.

Líquido Sinovial
o Produção: Produzido pela membrana sinovial
o Função: Responsável pela lubrificação da cartilagem graças à sua alta viscosidade
o Composição: Sua viscosidade é conferida pelo ácido hialurônico, um macropolímero
sacarídico
o Alterações: Quando existe uma agressão articular, o líquido pode se alterar

Análise do Líquido Sinovial


o Diagnóstico: A análise das suas características pode auxiliar no diagnóstico diferencial das
doenças articulares
o Conclusividade: Em algumas situações, sua avaliação pode ser conclusiva para o diagnóstico,
como nas artrites sépticas e micro cristalina
o Desvantagem: Só se consegue retirá-lo de grandes e médias articulações

Grupos do Líquido Sinovial


o Divisão: O líquido sinovial divide-se em 5 grupos, de acordo com suas características
Fator Reumatóide
o Exame: Exame de sangue utilizado para auxiliar no diagnóstico de enfermidades reumáticas
autoimunes, especialmente a Artrite Reumatóide
o Característica: É um autoanticorpo, um anticorpo contra alvo do próprio organismo. No caso
do fator reumatóide, é um anticorpo contra outro anticorpo, de nome IgG
o Ocorrência: Ocorre em condições patológicas bastante variadas, tornando o exame pouco
específico. Entre as possibilidades estão doenças reumáticas autoimunes, doenças
inflamatórias crônicas variadas, infecções crônicas e até câncer
o Positividade: Pode ser positivo em pessoas sadias acima de 60 anos de idade, embora em
apenas 25% desses indivíduos e em baixos títulos (baixa concentração)
o Diagnóstico: Quando o fator reumatóide é fortemente positivo (acima de três vezes o valor
normal), a maior chance é de se tratar de doença reumática autoimune, especialmente Artrite
Reumatóide, Síndrome e Sjögren e Crioglobulinemia Mista
o Limitações: Na fase inicial da Artrite Reumatóide, que se refere até 1 ano de sintomas dolorosos
articulares, o exame do fator reumatóide pode ser positivo em apenas 50% dos pacientes.
Porém, com doença de maior duração, essa positividade sobe para até 70-80% dos casos
o Conclusão: O exame é valioso para o reconhecimento de algumas condições reumáticas,
especialmente a Artrite Reumatóide, porém deve ser interpretado como mais uma “peça” na
construção do raciocínio diagnóstico do reumatologista

Anti-CCP (Autoanticorpos contra Peptídeo Citrulinado Cíclico)


o Exame: Muito utilizado para auxiliar no diagnóstico da artrite reumatoide.
o Objetivo: Detectar no sangue a presença de autoanticorpos CCP, que são anticorpos
produzidos pelo sistema imunológico e que atacam as próprias células e tecidos saudáveis.
o Comparação com Fator Reumatóide: Geralmente, esse exame é feito junto ou após o teste de
fator reumatoide, que é outro tipo de exame para detectar a artrite reumatoide.
o Precisão: O anti-CCP ajuda a dar um diagnóstico mais preciso, pois enquanto o fator
reumatóide pode estar presente em outras doenças ou até mesmo em pessoas saudáveis, o
anti-CCP é mais específico e, quando positivo, indica a presença da artrite reumatoide.
Fator Antinuclear (FAN)
o Teste: Teste laboratorial usado para detectar a presença de anticorpos antinucleares no
sangue.
o Anticorpos Antinucleares: São grupos diversos de autoanticorpos.
o Associação: Esses anticorpos são frequentemente associados a doenças autoimunes, como
o lúpus eritematoso sistêmico.
Ácido Úrico
o Consequência Direta: A taxa de ácido úrico elevada leva à formação de pequenos cristais de
urato de sódio
o Depósito: Esses cristais se depositam principalmente nas articulações, nos rins e, por vezes,
sob a pele
o Sinais de Excesso: Dores articulares, especialmente nos membros inferiores (como nos
joelhos, tornozelos e dedos dos pés), mas também pode ocorrer nos pulsos e dedos das
mãos; inchaço, aumento da sensibilidade, vermelhidão e inflamação nas articulações

Hiperuricemia
o Prevalência: Estima-se que 25% dos homens têm hiperuricemia
o Consequências: Se não diagnosticado e tratado, esse distúrbio leva a problemas graves, tais
como:
➢ Gota: Um tipo de artrite extremamente dolorosa, mais comum em homens
➢ Litíase: Mais conhecida como cálculo renal (pedras nos rins).
➢ Nefropatia Úrica: Um tipo de insuficiência renal, que pode ser aguda ou crônica.
➢ Risco Aumentado: Para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão e
diabetes.
Artrite Reumatóide (AR)
o Tipo: Doença inflamatória crônica, autoimune.
o Etiologia: Desconhecida.
o Características:
➢ Artrite simétrica
➢ Afeta pequenas e grandes articulações.
o Manifestações
➢ Gerais
➢ Envolvimento de outros órgãos e sistemas
• Epidemiologia
o Ocorrência: Em qualquer faixa etária
o Frequência: Mais frequente na quarta década
o Prevalência: Cerca de 0,5% a 1% na população em geral
o Incidência: Maior no sexo feminino (proporção de 6-7 para 1)
o Fatores de risco:
➢ Genéticos;
➢ Hormonais;
➢ Ambientais (como o fumo);
o Imunidade celular:
➢ Responsável pela cronicidade do processo.
➢ Envolvimento das células T (particularmente células T auxiliadoras).
➢ Ativação de monócitos, macrófagos e outras células presentes na articulação
(sinoviócitos, condrócitos, células endoteliais e osteoblastos) capazes de produzir
citocinas.

• Patogênese
o Citocinas:
➢ Identificadas no líquido e tecido sinovial de pacientes com AR.
➢ Principalmente de origem macrofágica como IL-1 (interleucina-1), e TNF (fator de
necrose de tumores).
o Ação das Citocinas:
➢ Atuam, direta ou indiretamente, sobre linfócitos, fibroblastos, condrócitos, osteoblasto, e
células endoteliais.
o Interacção Celular:
➢ Amplas interações celulares na patogênese da AR.
o Deficiência de Inibidores:
➢ Como do inibidor de macrófagos.
➢ Associada à superprodução de citocinas contribui para a cronicidade do processo
inflamatório.
o Fator Etiológico:
➢ Desconhecido.
➢ Possível agente infeccioso, viral ou bacteriano pode iniciar o processo em indivíduos
geneticamente predispostos, em condições ambientais favoráveis.
o Resposta Imunológica:
➢ Inicialmente decorrente de uma resposta imunológica dirigida contra um antígeno não
identificado.
➢ Perpetua-se através das interações celulares e da secreção local de citocinas e de
fatores de crescimento em um processo inflamatório crônico.
FATORES DESENCADEANTES DA AR

• Patologia:
o Membrana Sinovial:
➢ Inicialmente edemaciada com vasodilatação e exsudato rico em leucócitos.
➢ Torna-se espessada, com vilosidades, infiltrada por linfócitos, plasmócitos e monócitos.
o Erosões Ósseas:
➢ Ocorrem junto à margem da articulação.
➢ O osso é recoberto pela membrana sinovial.
o Processo Inflamatório:
➢ Enfraquece a cápsula articular e os ligamentos.
➢ Resulta na instabilidade articular e subluxação.
➢ Inflamação persistente nas bainhas dos tendões pode causar seu enfraquecimento e
ruptura.
o Nódulos Reumatoides:
➢ Formados por uma área central de necrose e restos celulares.
➢ Cercada por várias camadas de células paliçada.
➢ Na periferia encontra-se infiltração de linfócitos e monócitos.

• Quadro Clínico:
o Manifestação:
➢ Na maior parte dos doentes a AR se manifesta de forma insidiosa.
➢ Quadros inespecíficos de várias semanas de evolução.
o Sintomas:
➢ Fadiga;
➢ Fraqueza;
➢ Mal-estar;
➢ Enrijecimento articular;
➢ Artralgias;
➢ Mialgias vagas.
o Características:
➢ Desde seu início, o quadro clínico é geralmente poliarticular (75% dos casos).
➢ Envolvendo especialmente as pequenas articulações das mãos e pés.
➢ O padrão do envolvimento articular é simétrico e aditivo na maioria dos doentes.
o Manifestação Aguda:
➢ Pode se manifestar também de forma aguda, com febre.
➢ Manifestações sistêmicas importantes.
➢ Quadro poliarticular.
• Exame Físico:
o Articulações:
➢ Quentes;
➢ Dolorosas;
➢ Edemaciadas.
o Membrana Sinovial:
➢ Torna-se palpável como um tecido de consistência semelhante à borracha junto às
margens articulares.
o Atrofia:
➢ Observa-se atrofia da musculatura próxima à articulação afetada.
o Limitação à Movimentação Articular
➢ Principalmente aos movimentos de extensão.
➢ Desenvolvimento de contraturas em flexão.
➢ Eventualmente anquilose fibrosa e óssea.
• Articulações Mais Acometidas
o Tipo de Articulação:
➢ Qualquer articulação diatrodial (articulação móveis entre a pele e osso) pode ser
envolvida.
o Articulações Frequentemente Acometidas:
➢ Falangeanas proximais;
➢ Metacarpo falangeanas;
➢ Metatarso-falangeanas;
➢ Punho;
➢ Joelho;
➢ Cotovelo;
➢ Tornozelo.
o Coluna:
➢ Comprometimento da coluna cervical é comum.
➢ Coluna lombar é relativamente poupada.
o Períodos de Atividade Articular
➢ Pacientes geralmente referem a sensação de enrijecimento ou inchaço das articulações
das mãos ao levantar pela manhã.
➢ Melhora com a movimentação.
• Rigidez Matinal
o Causa:
➢ Acredita-se que seja decorrente do maior acúmulo de líquido na articulação inflamada
durante o repouso noturno.
o Melhora:
➢ Melhora com o aumento da drenagem decorrente da movimentação.
o Duração:
➢ Na AR, a rigidez matinal geralmente é superior a 60 minutos.
o Evolução da AR:
➢ Extremamente variável e imprevisível.
• Diagnóstico da Artrite Reumatóide:
o Diagnóstico Fácil:
➢ Diante de um quadro de poliartrite comprometendo principalmente as pequenas
articulações das mãos e pés, com nódulos.
o Diagnóstico Difícil:
➢ Paciente com história de fadiga e artralgia, poderá estar tanto na fase inicial da AR
como com um quadro depressivo.
o Diagnóstico Definido:
➢ Depende principalmente da presença de manifestações clínicas características.
➢ Exclusão de outras artrites inflamatórias.
o Contribuição de Exames:
➢ Exames de laboratório e imagem podem contribuir reforçando a suspeita clínica.
• Tratamento
o Diagnóstico: Uma vez estabelecido, deve-se ter certeza de que o paciente e sua família
compreendam claramente a natureza crônica e incapacitante da doença
o Objetivo:
➢ Manter a capacidade funcional do paciente;
➢ Reduzir a inflamação e a dor;
➢ Manter a movimentação e força articular;
➢ Prevenir e corrigir deformidades;
o Métodos:
➢ Utilização adequada de repouso;
➢ Drogas anti-inflamatórias;
➢ Talas;
➢ Fisioterapia;
➢ Cirurgia ortopédica.
o Preservação da Função Articular:
➢ O propósito de preservar a função articular.
o Repouso:
➢ Repouso, e curtos períodos de descanso durante o dia assim como noites bem dormidas, é
importante adjuvante terapêutico
• Fisioterapia
o Papel: Importante em todas as fases da patologia
o Calor Local: Alivia o espasmo muscular e reduz a rigidez
o Exercícios:
➢ Passivos: ajudam a prevenir ou minimizar a perda de função.
➢ Isométricos: aumentam a força muscular e contribuem para a manutenção da
estabilidade articular.
o Talas Noturnas: Importantes para prevenir contraturas em flexão, especialmente dos
joelhos e punhos
o Avaliação e Orientação:
➢ Da rotina em casa e no trabalho
➢ Uso de adaptadores aumenta a habilidade do paciente em manter atividade independente
o Hidroterapia: Associação do calor com os exercícios, trazendo alívio dos sintomas e uma
melhora progressiva
o Reeducação Postural:
➢ Melhora da função muscular e articular;
➢ Aumento da força e da flexibilidade.
o Mobilização Articular Passiva: Indispensável em cada articulação afetada pela doença.
o Melhora da Capacidade Cardiorrespiratória: Gera mais qualidade de vida para o paciente.

Fibromialgia

• Tipo de Condição: Dolorosa, não articular, envolvendo predominantemente músculos


• Características:
➢ Causa mais comum de dor musculoesquelética crônica difusa;
➢ Condição comum na prática clínica;
➢ Dor difusa e crônica;
➢ Frequentemente associada a queixas de fadiga, e sono não repousante.
• Sintomas:
➢ Parestesias
➢ Sensação subjetiva de edema de extremidades
➢ Alterações cognitivas com dificuldade de concentração e raciocínio
➢ Ansiedade
➢ Humor deprimido e irritabilidade
➢ Tontura
➢ Sensação de desmaio
➢ Perda de memória
➢ Dores de cabeça (tanto tensional como enxaquecas)
➢ Palpitações
➢ Fraqueza
• Epidemiologia:
➢ Afeta predominantemente o gênero feminino;
➢ Acomete entre 2,5 a 4,4% da população;
➢ Pode estar presente entre crianças e adolescentes, sem diferenças entre meninos e
meninas.
• Alterações Musculares:
➢ Atrofia de fibras tipo II;
➢ Presença de fibras reticulares;
➢ Edema;
➢ Aumento do conteúdo lipídeo;
➢ Aumento do número de mitocôndrias.
• Etiopatogenia:
o Achados:
➢ Interpretados como consequentes à redução da microcirculação local.
o Consequências:
➢ Redução da reserva energética do tecido muscular.

• Quadro Clínico e Diagnóstico:


o Desafios:
➢ Reconhecimento da síndrome;
➢ Adequada abordagem diagnóstica e instituição terapêutica.
o Consequências do Desconhecimento:
➢ Busca incessante por diversos especialistas;
➢ Solicitação exaustiva e onerosa de exames complementares;
➢ Instalação de tratamentos ineficazes com resultados frustrantes.
o Exame Físico e Exames Laboratoriais
➢ Não existem anormalidades óbvias ao exame físico.
➢ Exames laboratoriais e de imagem são normais.
o Importância:
➢ Diálogo com o paciente;
➢ Bom exame físico;
➢ Solicitação de exames subsidiários criteriosos.
o Critérios de Classificação (Colégio Americano de Reumatologia)
➢ Presença de dor difusa pelo corpo por mais de 3 meses;
➢ Detecção de 11 pontos dolorosos à palpação (“tender points”).

Tender points

o 1- Inserção dos músculos sub-occipitais

2- Borda anterior dos espaços inter-tranversais das vértebras C5-C7


o
o 3- Borda superior do músculo trapézio

o 4- Segunda costela, junto à articulação costocondral


o 5- Origem do músculo supra-espinhal, acima da espinha da escápula
o 6- Dois centímetros distais ao epicôndilo lateral
o 7- Quadrante súpero-lateral da região glútea
o 8- Imediatamente posterior ao grande trocanter do fêmur
o 9- Interlinha medial do joelho
• Diagnóstico Diferencial
o Afecções com sintomas semelhantes:
➢ Hiperparatiroidismo;
➢ Polimialgia reumática;
➢ Parkinsonismo;
➢ Hipocalemia (níveis de potássio baixos);
➢ Uso de determinados medicamentos (estatinas, bloqueadores H2, corticoesteróides) ou
ilícitas (cocaína).
Estas condições devem ser distinguidas da fibromialgia, pois apresentam abordagem terapêutica
diferenciada.

• Exames Laboratoriais:
o Objetivo: Exclusão de outras doenças
o Resultados: Normalmente são normais na fibromialgia, exceto na presença de
comorbidades como artrite reumatoide, hipotiroidismo, osteoartrite, e espondiloartropatias
o Exames Recomendados:
➢ Provas de atividade inflamatória (VHS e Proteína C reativa);
➢ Hormônios tiroideanos;
➢ Avaliação do metabolismo ósseo com a dosagem de cálcio e paratormônio;
➢ Potássio sérico (principalmente quando o paciente faz uso de diuréticos);
➢ CPK e aldolase (caso seja detectado fraqueza muscular);
➢ Raio-x do quadril, diferenciação com as espondiloartropatias.
• Tratamento:
o Abordagens: Diferentes abordagens podem ser utilizadas, tanto no que diz respeito ao
arsenal medicamentoso como nos recursos não medicamentosos
o Personalização: A adoção de medidas que levem em conta as peculiaridades de cada
paciente, é que determinarão a eficácia do tratamento

o Objetivos Principais:
➢ Minimizar a dor;
➢ Restaurar a amplitude de movimento e a flexibilidade;
➢ Melhorar a qualidade de vida;
➢ Promover trabalho educativo visando o manejo das possíveis crises, procurando o
reconhecimento de fatores precipitantes.
• Fisioterapia:
o Objetivos:
➢ Melhorar e controlar os sintomas da fibromialgia;
➢ Melhorar a condição musculoesquelética e cardiovascular;
➢ Promover trabalho educativo: atividade física adequada, orientações ergonômicas;
➢ Melhorar a qualidade de vida.
o Programas de Exercícios Físicos:
➢ Exercícios aeróbicos: caminhada e bicicleta;
➢ Hidroterapia;
➢ Exercícios de alongamento muscular.
o Técnicas de Alívio da Dor:
➢ TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea);
➢ Relaxamento;
➢ Massagem clássica;
➢ TENS nos tender points associado ao alongamento muscular;
➢ Eletroacupuntura.
• Tratamento Medicamentoso:
o Analgésicos e Anti-inflamatórios:
➢ Uso de analgésicos comuns como o paracetamol;
➢ Anti-inflamatórios não hormonais;
➢ Não são efetivos no tratamento de sensibilização central;
➢ Podem ser úteis no manuseio de alterações geradoras de dor periférica.
o Relaxantes Musculares:
➢ Ciclobenzaprina;
➢ Tizanidina;
➢ Carisoprodol.
• Fisioterapia no Tratamento da Fibromialgia:
o Exercícios Físicos:
➢ Diminuem o impacto dos sintomas;
➢ Intensidade e duração variadas na literatura;
➢ Exercícios de baixa intensidade parece ser mais efetivos.
o Exercícios Aeróbicos Supervisionados:
➢ Melhoram sintomas e capacidade funcional.
o Exercícios de Fortalecimento:
➢ Podem ser benéficos em alguns sintomas.
o Necessidades:
➢ São necessários estudos de fortalecimento e flexibilidade.

FEBRE REUMÁTICA
• Definição: É uma complicação tardia não de uma infecção faríngea por cepas de
Streptococcus β-hemolítico do grupo A de Lancefield.
• Predisposição Genética: Ocorre em indivíduos geneticamente predispostos.
• Predileção pelo Tecido Conjuntivo: Pode lesar coração, articulações, pele e SNC.
• Sequelas: Geralmente não promove sequelas, com exceção do coração.
• Epidemiologia:
o Prevalência: Nos “países em desenvolvimento”, ainda hoje se observam cerca de 150
novos casos por 100.000 habitantes.
o Estimativa Anual: Estima-se que a cada ano ocorrerá de 15 a 20 milhões de casos novos
nos países do terceiro mundo, onde 2/3 da população mundial vive.
o Fatores Econômicos: Más condições de Habitação, Desnutrição Crônica e Falta de
Assistência Médica favorecem a disseminação do estreptococo.
• Quadro Clínico da Febre Reumática:
o Início: De 2 a 3 semanas após a faringite desencadeante, o individuo apresentará um
quadro febril agudo.
o Sintomas Primários: Acompanhado de artrite migratória predominantemente de grandes
articulações e/ou sinais clínicos ou laboratoriais de cardite e valvulite.
o Sintomas Secundários: Sintomas secundários ao acometimento de sistema nervoso
central (Coréia de Sydenham, alterações de comportamento) são menos frequentes, mas
muito sugestivos.
o Período de Latência: Irão ocorrer após um período de latência geralmente mais longo,
geralmente de 3 a 6 meses.
o Cardite: É a manifestação clínica mais frequente no Brasil (65%) e a mais importante pela
morbidade e mortalidade. Pode ocorrer até a sexta semana do surto agudo e caracteriza-
se por acometimento isolado ou associado dos 3 folhetos (pancardite).
o Artrite: Dentre os sinais maiores de FR é o que envolve maior dificuldade diagnóstica
quando se apresenta isoladamente. Classicamente é caracterizada por uma poliartrite
migratória de grandes articulações, sendo pouco frequente o envolvimento das
coxofemorais, coluna e pequenas articulações de mãos e pés. A duração do surto
articular não excede duas a três semanas e evolui para a cura completa, raramente com
sequelas.
o Nódulos Subcutâneos: É uma manifestação rara, ocorrendo em menos de 3%, em geral
associada à cardite. Aparecem várias semanas após o início do surto, localizados nas
superfícies das articulações, sobre proeminências ósseas e no couro cabeludo; de
consistência endurecida, indolores e imóveis.
o Eritema Marginado: Apresenta-se por lesões de bordas nítidas avermelhadas, com centro
claro e de localização preferencial em tronco e porções proximais dos membros.
• Diagnóstico:
o Finalidade dos Exames Laboratoriais:
➢ Demonstrar a reação inflamatória aguda.
➢ Evidenciar a infecção estreptocócica anterior.
➢ Auxiliar na exclusão de outras doenças.
• Tratamento:
o Profilaxia Primária: Erradicação do Streptococcus ß hemolítico da orofaringe.
o Medicação de Escolha: A penicilina, que reduz a frequência de FR quando administrada até
9 dias após início da faringite.
▪ Administração Intramuscular: Penicilina benzatina 600.000UI em crianças até 25 kg e
1.200.000 UI para crianças maiores de 25 kg (dose única).
▪ Administração Oral: Penicilina V - 50.000 U/kg/dia de 6/6 h por 10 dias.
o Preferência de Administração: A dose intramuscular deve ser preferida à oral, pela
facilidade posológica e garantia de tratamento, considerando que níveis adequados de
antibiótico devem ser mantidos por 10 dias para erradicação do estreptococo.
o Alternativa para Alergia à Penicilina: A eritromicina constitui uma opção apenas nos
casos de alergia a penicilina, (30-40 mg/kg/dia via oral de 6/6 h por 10 dias).
o Profilaxia Secundária: Prevenção de novas infecções estreptocócicas.
▪ Medicação: A profilaxia secundária deva ser feita com a utilização de penicilina
benzatina a cada 3 semanas nas mesmas doses recomendadas para a profilaxia
primária.
• Fisioterapia:

o Diminuir Inflamação;
o Manter Função Cardiorrespiratório;
o Mobilidade Articular;
o Manter Tônus e Trofismo Muscular;
o Avds.

TECIDO CONJUNTIVO

• Características:
➢ Contém muita matriz extracelular;
➢ Diversos tipos celulares.
• Funções:
➢ Une e fixa as células para formarem os tecidos.
➢ Funções importantes para o bom funcionamento do corpo.
• Localização:
➢ Presente na mesoderme (entre a ectoderme e a endoderme).
➢ Por isso é chamado de tecido de conexão.
• Composição:
➢ Quantidade significativa de células.
➢ Diversas formas de fibras proteicas.

ESCLEROSE SISTÊMICA (ES)


• Características:
o Doença autoimune do tecido conjuntivo;
o Fenômeno de Raynaud;
o Fibrose da pele e de outros órgãos.
• Subtipos:
o Forma difusa;
o Forma limitada;
o Diferenciados pela extensão do espessamento da pele.
• Prevalência:
o Doença rara;
o Incidência anual de 1 a 2 casos por 100.000 habitantes;
o Pico de início entre 30 e 50 anos;
o Quatro vezes mais prevalente em mulheres;
o Mais frequente na raça negra.
• Etiologia:
o Doença complexa:
o Etiologia desconhecida:
o Improvável que um gene ou fator ambiental seja a causa da doença.
FATORES AMBIENTAIS DA ESCLEROSE SISTÊMICA (ES)
• Fatores mais relatados:
o Sílica;
o Solventes orgânicos;
o Drogas (bleomicina);
o Fator mecânico (vibração).
• Reconstrução mamária com prótese de silicone:
o Relatos de desencadeamento de ES ou outra doença autoimune;
o Não confirmados por grandes estudos epidemiológicos e meta-análises.
• Agentes químicos e drogas:
o Cloridrato de vinil;
o Benzeno;
o L-Tryptofano.
• Síndrome do óleo tóxico:
o Ingestão de óleo contaminado na Espanha no início dos anos 80;
o Desencadeou uma doença semelhante à ES.

QUADRO CLÍNICO DA ESCLEROSE SISTÊMICA


• Classificação:
➢ Forma Difusa;
➢ Forma Limitada.
• Esclerose Sistêmica Difusa:
➢ Evolução rápida;
➢ Espessamento cutâneo extenso;
➢ Acometimento pulmonar (doença intersticial) nos primeiros 5 anos;
➢ Em 10% dos pacientes a pele é normal (“esclero sines-clero”).
• Esclerose Sistêmica Limitada:
o Características:
➢ Espessamento da pele ocorre nas mãos e pés;
➢ Restrita à parte distal aos joelhos e cotovelos;
➢ Não acomete abdome, dorso, braços e coxas;
➢ Evolução mais lenta;
➢ Acometimento de esôfago frequente;
➢ Hipertensão pulmonar mais tardiamente.
• Fenômeno de Raynaud:
➢ Mudança de cor dos dedos em três fases (palidez intensa, cianose, hiperemia reacional);
➢ Dois tipos: primário (doença de Raynaud) e secundário (associado às doenças do tecido
conjuntivo).
• Manifestações cutâneas:
➢ Três fases: fase inicial edematosa, fase de espessamento cutâneo, fase de atrofia;
➢ Úlceras de pele comuns e muito dolorosas;
➢ Avaliação da pele pelo escore modificado de Rodnan.
• Fase Edematosa:
➢ Paciente apresenta edema, principalmente nas mãos, dedos e braços;
➢ Endurecimento da pele começa nos dedos e mãos.

• Face e Pescoço:
➢ Apagamento dos sulcos naturais;
➢ Nariz e lábios se tornam afilados;
➢ Abertura da boca torna-se reduzida (microstomia).
• Presença da doença pode levar:
➢ A inflamação local;
➢ Ulceração da pele;
➢ Drenagem de material calcificado;
➢ Predisposição frequente à infecção.
• Úlceras de pele:
➢ Comuns na ES;
➢ Principalmente em regiões peri-ungueais;
➢ Úlceras do tipo isquêmicas e muito dolorosas.
• Cicatrização:
➢ Lenta;
➢ Leva à diminuição da polpa digital e cicatrizes.
• Avaliação da pele:
o Feita pelo escore modificado de Rodnan;
o Avalia 17 regiões do corpo;
o Pontuação de 0 (normal) a 3 (sem pregas) para o espessamento da pele;
o Pontuação máxima de 51 pontos;
o O escore final é a soma dos pontos das 17 áreas:
➢ 0 - pele normal;
➢ 1 - pele espessada, mas pregueia;
➢ 2 - pele espessada e não pregueia;
➢ 3 - pele espessada e aderida.
• Manifestações músculo esquelética:
➢ Artralgia, rigidez matinal, fraqueza muscular;
➢ Miopatia com várias causas.
• Manifestações do trato gastrintestinal:
➢ Acometido em 90% dos casos.
➢ Sintomas comuns: disfagia, odinofagia, dor em queimação retroesternal, regurgitação.
➢ Desnutrição resultante da má absorção é um importante causa de mortalidade.
• Manifestações Pulmonares:
➢ Comprometimento pulmonar é a principal causa de morbidade e mortalidade na ES.
➢ Dois tipos de envolvimento: doença intersticial pulmonar (mais frequente e ocorre em até
70% dos casos) e hipertensão pulmonar isolada (quase exclusiva da forma limitada).
➢ Pacientes geralmente são assintomáticos; quando surgem sintomas como dispnéia aos
esforços e tosse seca, a extensão da lesão é grande e compromete a resposta ao
tratamento.
• Coração:
➢ Comprometimento cardíaco ocorre mais na forma difusa por processo fibrótico da
doença e os pacientes são geralmente assintomáticos;
➢ Derrame pericárdico é um achado de ecocardiograma em até 50% dos pacientes, mas
geralmente não causa sintomas;
➢ Ocasionalmente síncope e, raramente morte súbita, ocorrem em pacientes com ES
podendo ser resultante de arritmias.
• Envolvimento renal:
➢ Crise renal esclerodérmica é a manifestação mais importante.
➢ Caracterizada por início súbito de hipertensão arterial grave e insuficiência renal
rapidamente progressiva.
➢ Ocorre em aproximadamente 10% dos pacientes, mais na forma difusa e nos primeiros
quatro anos de doença.
• Outras manifestações:
➢ Síndrome sicca (sensação de olho e boca seca);
➢ Neuropatia do trigêmio;
➢ Síndrome do túnel do carpo;
➢ Mononeurite multiplexa;
➢ Comprometimento do sistema nervoso central.

TRATAMENTO DA ESCLEROSE SISTÊMICA


• Medicamentos:
➢ Vasodilatadores como bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina, diltiazem);
➢ Inibidores da enzima conversora da angiotensina.
• Doença Pulmonar:
➢ Ciclofosfamida é eficaz na estabilização da função pulmonar.
• Terapia Anti-coagulante:
➢ Obrigatória.
• Trato Gastrintestinal:
➢ Mudança de hábitos: ingerir refeições pequenas e frequentes, ao deitar manter a cabeça
elevada.
FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE SISTÊMICA
• Importância:
➢ Essencial no tratamento;
➢ Previne agravos osteomioarticulares, como contraturas e diminuição da amplitude do
movimento;
➢ Mantém a funcionalidade existente nos sistemas comprometidos.
• Recursos Fisioterapêuticos:
➢ Cinesioterapia geral e respiratória;
➢ Eletroterapia;
➢ Hidroterapia;
➢ Drenagem linfática;
➢ Exercícios de coordenação e equilíbrio;
➢ Exercícios de trabalho de equilíbrio, de transferência de peso, treino de marcha com
dissociação de tronco de membros, treino proprioceptivo em cama elástica, escada de
canto e rampa;
➢ Exercícios do Método Kabat.
• Benefícios:
➢ Propicia evolução favorável do quadro clínico
➢ Melhora a funcionalidade
➢ Exerce papel importante na qualidade de vida dos pacientes
• Exercícios Respiratórios:
➢ De reexpansão pulmonar;
➢ Auxiliam no tratamento dos pacientes de esclerodermia que apresentam disfunções
respiratórias;
➢ Podem melhorar a capacidade inspiratória e expiratória e aumentar a expansibilidade de
tórax.
Artrite Gotosa (Gota) - Artigo
• Características:
➢ Artrite inflamatória;
➢ Relacionada a grandes concentrações de ácido úrico no sangue;
➢ Provocada pela cristalização desse ácido no interior das articulações;
➢ Pode desencadear dor acentuada e elevar a morbidade substancial;
➢ Forma de artrite mais recorrente em homens, atingindo 1 a 2% destes em países
ocidentais.
• Manifestações Clínicas:
➢ Ataques de artrite inflamatória aguda ou tendinite;
➢ Formação de tofos;
➢ Destruição das articulações;
➢ Artrite gotosa crônica;
➢ Cristais de urato monossódico podem depositar-se fora das articulações, como nos rins,
formando cálculos renais;
➢ Hiperuricemia tem sido associada com a hipertensão, doença renal crônica e doença
isquêmica do coração.
• Impacto:
➢ Indivíduos portadores de gota relatam dor, deficiências e incapacidade significativa para
realizar atividades normais do cotidiano.
• Tratamento Fisioterapêutico:
➢ Possui extrema importância;
➢ Busca o alívio dos sintomas
➢ Manutenção de amplitude de movimento (ADM);
➢ Melhora na qualidade de vida (QV);
➢ Fisioterapia é uma forma de tratamento indispensável para o manejo de indivíduos com
sintomas dolorosos;
➢ Inúmeros mecanismos podem ser persuadidos pela fisioterapia auxiliando para o
manuseio destes sujeitos.
• Perfil do Paciente
o Sexo feminino, aposentada, viúva, 93 anos;
o Sem histórico de doença reumática na família;
o Queixas principais: dor no joelho esquerdo, coluna lombar e quadril, formigamento nos
pés;
o Uso de oito fármacos durante a intervenção;
o Patologias associadas: osteoartrite, diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS).
• Avaliação
o Coleta de dados: gênero, idade, diagnóstico médico, patologias associadas;
o Aplicação de questionários e medições: Qualidade de Vida SF-36, força de preensão
palmar, perimetria, mapa de dor corporal, escala de Equilíbrio de Berg.
• Tratamento
o Local: Serviço de Fisioterapia na Clínica Escola da Faculdade de Educação Física e
Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo
o Duração:
➢ 5 sessões de fisioterapia,
➢ durante três meses, uma vez por semana,
➢ cada sessão de aproximadamente 50min.
o Programa de tratamento:
➢ cinesioterapia, incluindo alongamentos, mobilização neural, liberação miofascial,
massagem terapêutica, pompagens, liberação de ponto gatilho;
➢ exercícios metabólicos;
➢ mobilização passiva oscilatória;
➢ treino de propriocepção,;
➢ treino de equilíbrio;
➢ transferência de peso;
➢ treino de marcha;
➢ exercícios para fortalecimento muscular;
➢ exercícios respiratórios.
• Pós-intervenção
o Avaliação realizada após as 5 sessões;
o Orientações domiciliares passadas à paciente.

Tabela 1: Qualidade de Vida Tabela 2: Força de Preensão Palmar


• Domínios e seus escores pré e pós • Membros e suas forças pré e pós
intervenção: intervenção:
➢ Capacidade funcional: 15 -> 15 ➢ Direito: 0,83 KgF -> 1,1 KgF
➢ Limitação por aspectos físicos: 75 -> 100 ➢ Esquerdo: 0,7 KgF -> 1,7 KgF
➢ Dor: 30 -> 40
➢ Estado geral de saúde: 60 -> 62
➢ Vitalidade: 30 -> 30
➢ Aspectos sociais: 25 -> 75
➢ Limitação por aspectos emocionais: 66,6
-> 100
➢ Saúde mental: 68 -> 80

Tabela 3: Perimetria Tabela 4: Dor (Mapa de Dor Corporal)


• Membros superiores e suas medidas pré e • Regiões do corpo com dor pré e pós
pós intervenção: intervenção:
➢ Direito (10 cm olecrano): 34 cm -> 30 cm ➢ Pré intervenção: Ombro esquerdo, Joelho
➢ Direito (15 cm olecrano): 36 cm -> 32 cm esquerdo, Tornozelo D e E, Cervical,
➢ Esquerdo (10 cm olecrano): 34 cm -> 32 Sacroilíaca, Fossa poplítea
cm ➢ Pós intervenção: Ombro esquerdo,
➢ Esquerdo (15 cm olecrano): 37 cm -> 35 Tornozelo D e E, Lombar, Planta pé D e E
cm

Tabela 5: Escala de Equilíbrio de BERG


• Escore total pré e pós intervenção:
➢ Pré intervenção: 8
➢ Pós-intervenção: 49
• Terapias Manuais:
o Manipulação e mobilização utilizadas pela fisioterapia.
o Atuam para ganho de ADM, reeducação muscular, e também ganho de força muscular
dos músculos flexor longo do hálux, plantar e músculos intrínsecos dos pés.
o Proporcionam maior estabilidade.
o Treino de marcha, acompanhado de repouso, gelo, compressão e elevação também são
recomendados na diminuição da dor e inflamação.
• Osteoartrite (OA):
o Atinge locais do corpo que sustentam bastante peso, e que são usados frequentemente,
como joelho e quadril.
o Produz atrofia muscular causada pela falta de mobilização.
o Exercícios isométricos e isotônicos são bem aceitos, como forma de tratamento.
o Objetivo de reprimir a dor, acometimento muscular, bem como a melhora da função, e
ainda promover estabilidade articular e postural.
o Pode causar incapacidade física resultante de um conjunto de fatores, tais como o
agravamento da doença, dor, comorbidades associadas, fatores psicológicos e sociais,
diminuição do trabalho aeróbico e fraqueza muscular dos membros inferiores.
o Gera comprometimento funcional e isso interfere de forma negativa na QV dos indivíduos,
principalmente se forem idosos e do sexo feminino.

• Melhora no Equilíbrio:
o Estudo demonstrou melhora no equilíbrio de mulheres com OA de joelho após
intervenções com exercícios terapêuticos.
o A paciente apresentou evolução importante no equilíbrio.
• Exercícios de Cadeia Cinesioterapêutica:
o São de grande valia para manter a funcionalidade do paciente acometido pela artrite
gotosa.
o Objetivo torna-se eficaz para os devidos fins mencionados neste estudo: QV, equilíbrio,
dor e capacidade funcional.
• Programa de Tratamento Fisioterapêutico
o Baseado principalmente no treino de fortalecimento de quadríceps.
o Duração de oito semanas.
o Efetivo na melhora da dor e capacidade funcional em indivíduos com OA do joelho.
• Artrite ou Reumatismo.
o Representam, na população norteamericana, a principal causa de incapacidade.
o Sua prevalência aumenta com o envelhecimento da população.

Doença do tecido conjuntivo – Artigo


• Incluem:
o esclerose sistêmica (ES),
o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e
o dermatopolimiosite (DPM).
• São:
o inflamatórias,
o idiopáticas,
o crônicas e
o autoimunes.
• Geralmente acometem indivíduos do gênero feminino e próximos à meia-idade.
• Manifestações das DTC
o Na ES, o Fenômeno de Raynoud é a manifestação inicial mais frequente, gerando
isquemia, ulcerações digitais e, até mesmo, necrose tecidual.
o O LES apresenta como manifestações mais comuns as dores, os edemas e os
derrames articulares, com artrite não erosiva em articulações periféricas, sobretudo nas
mãos.
o A DPM caracteriza-se pela fraqueza muscular proximal progressiva dos membros e
outras manifestações extramusculares como dermatite, artrite e acometimentos
viscerais importantes.
• Impacto das DTC:
o Podem acometer as mãos, causar quadros de dor e impactar a qualidade de vida.
o Entre os segmentos corporais de suma necessidade para a independência nas
atividades de vida diária encontram-se as mãos.
o A força de preensão palmar (FPP) pode vir a sofrer prejuízos em portadores de alguma
DTC.
• Tratamento das DTC:
o O exercício físico deva ser prescrito para indivíduos com doenças reumáticas.
o Tem como objetivos melhorar a amplitude de movimento, a força muscular, o bem-estar
físico e atenuar os sintomas causados por estas doenças, respeitando o limiar de dor do
indivíduo e melhorando sua qualidade de vida.
• Objetivo do Estudo:
o Identificar os efeitos da fisioterapia na FPP, na dor e qualidade de vida neste seleto
grupo de indivíduos.

Avaliação Pré-intervenção:
o Coleta de dados, tais como:
➢ gênero,
➢ idade,
➢ histórico da doença atual,
➢ diagnóstico médico,
➢ entre outros.
o Avaliação da dor, por meio da escala visual analógica.
o Avaliação da FPP, por meio da dinamometria manual.
o Avaliação da qualidade de vida, por meio do Questionário de Qualidade de Vida Medical
Outcomes Study 36 – Item ShortForm Health Survey.
Sessões de Fisioterapia
o Baseadas na cinesioterapia.
o Envolvem exercícios globais e funcionais, realizados em solo.
• Exercícios Realizados:
o Exercícios respiratórios com padrão ventilatório diafragmático profundo.
o Mobilizações articulares de tornozelos, metatarsos e falanges dos pés.
o Exercício de “ponte” do método Bobath com bola suíça.
o Fortalecimento dos músculos dorsiflexores e plantiflexores de tornozelo com faixa
elástica.
o Fortalecimento dos músculos flexores de quadril com o uso de uma caneleira.
o Fortalecimento de músculos adutores de coxa com uma bola pequena entre os joelhos.
o Fortalecimento de músculos abdutores de coxa com faixa elástica.
o Fortalecimento dos músculos flexores e extensores de joelho com caneleira.
o Fortalecimento dos músculos flexores de ombro com bastão sem carga, associado à
rotação lateral de tronco.
o Fortalecimento dos músculos extensores de ombro com faixa elástica.
o Fortalecimento dos membros superiores por meio das diagonais do método Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva com faixa elástica.
o Fortalecimento de bíceps braquial com halter.
o Fortalecimento de músculos rotadores internos e externos de ombro com faixa elástica.
o Fortalecimento dos músculos abdutores de ombro com halter.
o Exercícios para as mãos: mobilizações articulares passivas de punhos, metacarpos e
falanges das mãos; fortalecimento dos músculos flexores e extensores dos punhos com
halter; fortalecimento dos músculos flexores dos dedos com exercitador de mãos e
dedos; fortalecimento dos músculos responsáveis pelo movimento de preensão palmar
com bolinhas proprioceptivas.
o Exercícios de equilíbrio, propriocepção e transferência de peso no balance pad de
espuma, no balance pad emborrachado em formato de disco, na cama elástica, no
balancim e nas pranchas de Freeman, progredindo do menos complexo até o mais
complexo.
o Exercício de marcha em rampas e escadas inicialmente sem obstáculos, progredindo
para com obstáculos (cones, rolos e bolas) durante o percurso.
o Pompagens das regiões cervical, escapular, peitoral e sacral; desativação de tender
points na região escapular e espinhal com o indivíduo deitado em uma maca variando
nas posições de decúbito dorsal ou ventral.
o Alongamentos ativos globais no final da sessão dos principais grupos musculares dos
membros superiores e inferiores e de tronco (15 segundos cada grupo muscular).

• Sessões de Fisioterapia:
o Baseadas na cinesioterapia.
o Envolvem exercícios globais e funcionais, realizados em solo.
o A troca de dispositivo ou aumento da carga dos equipamentos foi determinada
conforme a capacidade de cada indivíduo e obedeceu a uma contínua progressão.
o O número de séries ou ciclos e repetições para cada exercício manteve-se o mesmo em
todas as sessões.
o Os indivíduos receberam a orientação durante os exercícios de manter atenção à
respiração, conforme as ordens do exercício respiratório de padrão diafragmático.
o Foram orientados a interromper a atividade para descanso quando sentissem
dificuldade para concluir as séries propostas e adotou-se intervalo de 30 segundos a 1
minuto entre estas.
o Após as 15 sessões de intervenção fisioterapêutica todos os parâmetros foram
reavaliados.
• Caracterização da Amostra Estudada:
o Número de participantes: 9
o Patologias: Esclerose sistêmica, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Dermatopolimiosite
o Gênero: 7 Feminino, 2 Masculino
o Faixa etária: 1 ≤50 anos de idade, 6 50-59 anos de idade, 2 ≥60 anos de idade
o Tempo de diagnóstico: 3 0-10 anos, 4 11-20 anos, 2 20 anos ou mais
o Queixa principal: 5 Dor, 3 Fraqueza muscular, 1 Perda de equilíbrio postural
o Tipo de medicamento: 5 Anti-inflamatórios, 5 Repositores vitamínicos, 3 Hipotensores, 3
Corticoides, 5 Outros
o Doenças associadas: 7 Sim, 2 Não
o Tipo de doença associada: 4 Outra(s) doença(s) reumática(s), 4 Hipotireoidismo, 2
Hipertensão arterial sistêmica, 1 Diabetes Mellitus, 1 Cardiopatia, 1 Vasculopatia
o Histórico familiar de doença reumática: 3 Sim, 6 Não
• Resultados da avaliação dos pacientes:
o Dor: Embora a dor tenha diminuído em todos os grupos, houve diminuição
estatisticamente significativa apenas nos grupos DPM (p≤0,05) e dor geral (p=0,001) na
fase pós-intervenção.
o FPP: Houve aumento estatisticamente significativo da FPP dos indivíduos com LES
(p≤0,05) e na FPP geral mão esquerda (p=0,03) na fase pós-intervenção.
o Qualidade de Vida: De modo geral, a qualidade de vida dos indivíduos estudados
apresentou melhora em todos os domínios apresentados, sendo que o estado geral de
saúde (p=0,01), a vitalidade (p=0,02), a capacidade funcional (p=0,03) e a dor (p=0,05)
foram estatisticamente significativos na fase pós-intervenção, respectivamente.
• Doenças do Tecido Conjuntivo (DTC):
o Indivíduos com ES relatam as artralgias e mialgias como sua queixa principal e o
sintoma de maior impacto na sua qualidade de vida.
o Fadiga e as dores articulares são as principais causas no impacto negativo na qualidade
de vida dos indivíduos com LES.
o Entre os indivíduos com DPM a dor não parece ser o principal sintoma experimentado
por estes, porém pode haver mialgias ou artrite não erosiva e nem deformante presentes
no quadro clínico da doença.
• Dor:
o Durante a contração estática a dor diminui a atividade muscular, resultando na
compensação por parte de outros músculos para realizar os movimentos desejados e,
consequentemente, aumentando o quadro álgico.
o Em um estágio crônico, a dor ultrapassa o período fisiológico da recuperação do tecido
lesionado, provocando alterações importantes nas capacidades física e cognitiva do
indivíduo, além do bem-estar e da qualidade de vida.
o Aproximadamente 35% dos indivíduos com dor crônica referem incapacidade moderada
a grave, com grande impacto nas responsabilidades domésticas, de lazer e
ocupacionais.
• Intervenção:
o Os indivíduos participantes apresentaram comprometimento da capacidade funcional de
acordo com o Questionário de Qualidade de Vida e uma média de 6,66 na dor (moderada)
de acordo com a escala visual analógica na fase pré-intervenção, sendo que estes
resultados apresentaram melhora estatisticamente significativa na fase pós-intervenção.
• Função Isométrica de Preensão Palmar:
o Durante esse movimento, contrações musculares intrínsecas e extrínsecas ocorrem de
forma conjunta permitindo que haja uma estabilização da articulação punho-carpal
durante os movimentos dos dedos sobre a mão que, desta forma, poderá realizar suas
atividades de vida diária.
• Dinamometria Manual:
o Método utilizado para avaliar a condição física dos membros superiores por meio da
mensuração da força dos músculos da mão e do antebraço.
o Apresenta grande aplicabilidade, baixo custo, não invasividade e capacidade de detectar
precocemente distúrbios metabólicos musculares.
• Força Muscular:
o É equivalente ao número de sarcômeros que estão presentes no músculo a serem
recrutados durante uma contração e a forma como se dispõe.
o Há vários fatores que podem influenciá-la, como a idade, o sexo, as características
antropométricas e fatores fisiológicos do tecido muscular.
• Doenças do Tecido Conjuntivo (DTC):
o Indivíduos com ES, LES e DPM podem apresentar dor, comprometimento da capacidade
funcional e diminuição da FPP.
o Estudos revelam que os indivíduos com ES apresentam baixos níveis séricos de vitamina
D, o que pode impactar negativamente a sua qualidade de vida.
o Aproximadamente, 90% dos portadores de LES apresentam artrite com dor intensa nas
articulações periféricas, e o envolvimento das mãos, neste caso, pode acometer
seriamente a funcionalidade e a qualidade de vida do indivíduo.
• Fisioterapia:
o Parece ser uma estratégia benéfica para indivíduos com DTC.
o Deve ser iniciada precocemente e seus efeitos visam prevenir agravos
osteomioarticulares como contraturas e manifestações sistêmicas, controlar os sintomas
oriundos das doenças, evitar a imobilização, restaurar a funcionalidade nos sistemas
acometidos, diminuir a fadiga e a dor, aumentar a força muscular, melhorar a amplitude
de movimento articular, proporcionar melhoria no condicionamento físico, na
psicomotricidade e na capacidade funcional, facilitar as atividades de vida diária, ofertar
bem-estar e qualidade de vida a estes indivíduos.
o Os melhores resultados são obtidos a longo prazo e o exercício físico não aumenta os
níveis de inflamação das doenças.

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