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Professora Mirlene Nascimento

Especialista em Farmácia em Oncologia


Docência do Ensino Superior
Educação 4.0
Metodologia do ensino a distância
Mestranda em Biociências

O Papel do Farmacêutico
em Âmbito Oncológico
O CÂNCER
CÂNCER

Segundo o INCA (2010), considera-se câncer o conjunto de mais


de 100 doenças, as quais têm em comum o crescimento
desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. As
causas do câncer podem ser externas, quando relacionadas ao
meio ambiente, hábitos ou costumes de uma sociedade
específica; ou internas, quando ligadas a predisposições
genéticas e à capacidade do organismo de se defender de
agressões externas, sendo que ambas estão inter-relacionadas
(INCA, 2010).
CÂNCER

• Apesar desse contexto, o mais comum é que o câncer seja


compreendido como uma doença crônica que traz problemas e
demandas específicas, contínuas e mutáveis para o paciente e seus
familiares (Penna, 2004). Alguns tipos de câncer costumam evoluir
de forma silenciosa até se tornarem sintomáticos e
diagnosticáveis, podendo levar ao óbito rapidamente. Por isso, o
ciclo da doença é uma das etapas evolutivas fundamentais a ser
considerada a fim de que se entenda o desdobramento e a
repercussão da doença no indivíduo e na família (Rolland, 1995).
Impacto do diagnóstico de câncer

• Problemas de ordem emocional ocorrem com frequência tanto em


pacientes com câncer como em seus familiares em função da
dificuldade em lidar com o diagnóstico. Não raro, transtornos
psicológicos como depressão e ansiedade são diagnosticados no
paciente em seus familiares em todas as fases do tratamento
(Ceolin, 2008).
• Sabe-se que uma das principais consequências da notícia do
diagnóstico de câncer é o sentimento de incerteza relacionado aos
problemas e as mudanças que as famílias cujo um dos familiares é
diagnóstico com câncer sofrem.
IMPLICAÇÕES PARA O DOENTE E PSICOLÓGICO

• A vulnerabilidade psicossocial à doença oncológica é específica para cada


indivíduo e depende, além das circunstâncias em que ela ocorre, do
significado pessoal atribuído à doença. Os problemas emocionais e o
sofrimento psicossocial são comuns quando os indivíduos se confrontam
com uma doença oncológica e a iminência da sua morte (CARVALHO et al.,
2008).
• Os problemas emocionais e o sofrimento psicossocial são comuns quando
os indivíduos se confrontam com uma doença oncológica e a iminência da
sua morte. Este é afetado pela percepção individual do impacto da doença
no próprio e no seu plano de vida. Engloba também a percepção do
indivíduo acerca da sua capacidade em atingir objetivos futuros e manter
a viabilidade de ações interpessoais.
Incerteza Acerca do Futuro

Os doentes confrontam-se Estes receios podem ainda ser


com a incerteza acerca do desencadeados por qualquer
curso da doença e a descrição, nomeadamente através
possibilidade de morte de situações análogas ou sempre
prematura. A ideia da sua que o doente tem uma consulta
própria morte torna-se mais médica de seguimento.
tangível e quaisquer
sintomas físicos podem ser
interpretados como um
possível agravamento
clínico, com repercussões
sobre os níveis de
ansiedade Fonte:redeglobo.globo.com
Busca de um Significado

• Quando as pessoas são confrontadas com alguma adversidade,


lidam melhor com ela se conseguem encontrar uma explicação
aceitável para a mesma. Para a maioria das doenças oncológicas,
contudo, existem poucos fatores de risco claramente identificados
(para além do tabagismo, por exemplo), deixando um vazio onde
os doentes projetam as suas fantasias
Perda de Controle

• A adaptação à situação de doença é mais fácil quando existe a


possibilidade de fazer algo que tenha algum impacto benéfico na sua
evolução, como por exemplo, cumprimento de determinada dieta
alimentar ou realização de exercício físico na doença coronária.
• Na fase terminal os doentes debatem-se com perdas reais que são
consequência da doença, mas também com algumas perdas
antecipadas relacionadas com a morte iminente. A sensação de
perda de controlo pode aumentar, devido ao agravamento da doença
e à presença de sintomas que não remitem apesar do tratamento.
FARMACÊUTICO HOSPITALAR ONCOLÓGICO

Denominado como o “profissional do medicamento”, o farmacêutico deve ser


o principal responsável envolvido no combate ao uso irracional de
medicamentos, realizando atividades clínicas e avaliando os impactos dessas
atividades nas ações de saúde pública. Esse profissional deve constituir um
elo chave entre a prescrição e a administração dos medicamentos, sendo que
sua interação com os demais profissionais da saúde pode contribuir
significativamente para a melhoria da farmacoterapia.
FARMACÊUTICO HOSPITALAR ONCOLÓGICO

• É de suma importância a atenção farmacêutica nesses pacientes, pois


alguns tipos de câncer são tratados por um longo período. Esse
tratamento, isoladamente, já demanda muitos medicamentos, e em alguns
casos, os pacientes têm doenças concomitantes (diabetes, depressão,
hipertensão) que fazem com que se utilize ainda mais medicamentos.
• Os serviços farmacêuticos e a participação no cuidado centrado no doente
têm sido associados a uma melhoria da saúde e dos resultados econômicos,
a uma redução dos efeitos adversos, melhoria da qualidade de vida e
redução da morbilidade e mortalidade.
Cuidados Farmacêuticos e Papel do
Farmacêutico

• O farmacêutico é o responsável pela aquisição e avaliação técnica


dos medicamentos, materiais, insumos farmacêuticos e produtos
para a saúde, padronizados de acordo com os protocolos
terapêuticos e de suporte, seu recebimento, transporte,
armazenamento e conservação mantendo sua estabilidade,
manipulação e a dispensação, geração e descarte de resíduos de
produtos e medidas em caso de derramamento e extravasamento.
• Os cuidados farmacêuticos compreendem atitudes, valores éticos,
comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades
na prevenção de doenças e na promoção e recuperação da saúde
(Bisson, 2007).
Serviços de Terapia Antineoplásica

• Serviços de Terapia Antineoplásica (STA) são os serviços de saúde


compostos por equipes multiprofissionais especializadas na
atenção à saúde de pacientes oncológicos que necessitam de
tratamento medicamentoso.
• A detecção precoce e o diagnóstico correto são condições
fundamentais para o tratamento mais adequado das neoplasias
malignas. Deve ponderar-se os efeitos adversos e os benefícios
esperados, esclarecer precocemente o prognóstico, considerar as
preferências e obter o consentimento informado expresso do
doente.
LEGISLAÇÃOES QUE REGEM O STA

• Legislações Específicas
• RDC/ANVISA Nº 220/04 – Regulamento Técnico de Funcionamento dos Serviços de
Terapia Antineoplásica.
• Legislações Relacionadas
• Lei Estadual nº 3.982/81 – Dispõe sobre o subsistema de saúde do Estado da Bahia,
aprova a legislação básica sobre promoção, proteção e recuperação da saúde e dá
outras providências.
• Lei Federal nº 9782/99 – Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências.
• RDC/ANVISA nº 50/02 -Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde.
LEGISLAÇÃOES QUE REGEM O STA

• RDC/ANVISA nº 67/07 – Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para
Uso Humano em farmácias.
• RDC/ANVISA nº 02/10 – Dispõe sobre o gerenciamento de tecnologias em saúde em estabelecimentos de saúde.
• RDC/ANVISA nº 63/11 – Dispõe sobre os requisitos de boas práticas de funcionamento para os serviços de
saúde.
• RDC/ANVISA nº 36/13 – Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras
providências.
• Lei Federal nº 6.437/77 – Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas,
e dá outras providências.
• Portaria Federal nº 344/98 – Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a
controle especial.
• NR 6 – Equipamento de Proteção Individual.
• NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
• NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
• NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde.
CICLO FARMACÊUTICO NA ATENÇÃO
ONCOLÓGICA

• Papel do farmacêutico vai além do preparo do medicamento


antineoplásico, feito exclusivamente por esses profissionais.
• Fora das enfermarias, os farmacêuticos oncológicos fazem o
acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes ambulatoriais
– aqueles que retiram o quimioterápico de uso oral na instituição e
fazem uso dele em casa.
• O objetivo é promover a adesão ao tratamento e o uso racional e
seguro do medicamento, obtendo, dessa forma, o melhor
resultado terapêutico.
MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS

• O farmacêutico atua na manipulação de antineoplásicos


— medicamentos utilizados para evitar ou inibir o crescimento e a
disseminação de tumores. Dentre as modalidades de tratamento
contra os diversos tipos de câncer, destaca-se a quimioterapia, que
utiliza medicamentos isolados ou em combinação.
• A manipulação de medicamentos antineoplásicos é ato privativo
intransferível e indelegável do farmacêutico. Esse é o parecer
emitido pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) por meio de nota
técnica sobre o tema.
MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS

• As atribuições dos farmacêuticos na área de Oncologia permeiam


todo o ciclo da assistência farmacêutica, da seleção dos
medicamentos e produtos para a saúde ao pós-uso, passando pela
pesquisa clínica e pela docência, uma vez que a residência
farmacêutica em Oncologia existe há mais de uma década em nosso
país.
• O farmacêutico especialista em Oncologia é um profissional com
conhecimentos profundos de farmacologia da terapia antineoplásica,
bem como da gestão de unidades de terapia antineoplásica. A
especialização em Oncologia requer anos de atuação e/ou pós-
graduação na área.
CUIDADO FARMACÊUTICO

• Atualmente, ainda de acordo com o referencial teórico, o


farmacêutico oncológico deve promover o uso racional dos
medicamentos e, para tanto, necessita:
• participar ativamente da seleção, da aquisição, do recebimento,
do armazenamento, da distribuição, do preparo, da dispensação,
da administração e do controle do uso e pós-uso dos
medicamentos antineoplásicos e adjuvantes à terapêutica, assim
como garantir a qualidade dos produtos ofertados ao paciente;
CUIDADO FARMACÊUTICO

• gerenciar o uso dos medicamentos e produtos, visando prevenir,


promover e recuperar a saúde dos pacientes, e, quando
necessário, assegurar produtos e serviços para cuidado domiciliar
e/ou paliativo de qualidade aos pacientes com câncer.
• certificar a qualidade e a segurança dos produtos e serviços
oferecidos mediante organização, sistematização e controle das
atividades desenvolvidas e definição das competências (atribuições
e responsabilidades) de sua equipe.
CUIDADO FARMACÊUTICO

• conhecer as doenças que compõem a área de Oncologia, e os


medicamentos utilizados para tratamento, prevenção e
minimização dos riscos relacionados.
• capacitar e qualificar os membros de sua equipe, orientar e
educar a equipe de saúde de sua instituição, os pacientes e seus
cuidadores, para que o uso seguro dos medicamentos oncológicos
seja realizado em seu ambiente de trabalho.
CUIDADO FARMACÊUTICO

• Orientar os pacientes e a equipe sobre os problemas de saúde


relacionados ao uso dos medicamentos, aos eventos adversos
associados ao tratamento; colaborar para assegurar a adesão do
paciente ao tratamento e minimizar os riscos inerentes a seu uso.
• avaliar as condições de trabalho e estabelecer o prazo de validade
dos medicamentos manipulados, de acordo com as recomendações
da literatura científica; _ desenvolver atividades de farmácia clínica
e atenção farmacêutica visando o uso seguro dos medicamentos e
promovendo a integração do profissional com as equipes
assistenciais, o gerenciamento, o paciente e seus familiares.
Referências Bibliográficas

• https://
sobrafo.org.br/wp-content/uploads/2022/01/I_Consenso_Brasileiro_para_Boas_Prati
cas_de_Preparo_da_Terapia.pdf

• brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria no 485, de 11/11/2005. Aprova a


norma regulamentadora no 32 – Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos
de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 16/11/2005.
• Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia. Guia para o preparo seguro de
agentes citotóxicos, 2003. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Resolução RDC no 50, de 21/02/2002. Dispõe sobre o
regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de
projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial da União,
Brasília, 20/10/2023.
Referências Bibliográficas

• Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (Anvisa). Resolução RDC no 220 de 21/09/2004. Aprova o
regulamento técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia
Antineoplásica. Diário Oficial da União, Brasília, 20/10/2023.
• Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Resolução RDC no 306 de 07/12/2004. Dispõe
sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de
serviços de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 20/10/2023
OBRIGADO

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