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RESERVADOS
PSICOONCOLOGIA

Ana Dreher

Técnica e Tecnóloga em Radiologia | Pós Graduada em: Imaginologia,


Docência Nível Superior em TC e RM e Atenção Multidisciplinar em
Oncologia | Téc. em Radioterapia e SATR HSPE | Docente Nível superior
e Cursos livres | Sócia docente na plataforma
Psicooncologia
Câncer

• Câncer é uma doença crônica - questão saúde pública


• Relacionado a estados emocionais: dor, decrepitude, sofrimento,
promiscuidade sexual, falta de higiene, inevitabilidade da morte, doença
contagiosa e repugnante
• Desconstrução
Câncer

• Antes de 1960 a palavra “câncer” nem ao menos era mencionada para os


pacientes. Característica de morte, mau prognóstico, baixa taxa de
sobrevivência
• 1970: Direitos dos pacientes esse paradigma começou a mudar – Código de
Ética Médica : direito do paciente em saber do “todo”
Início da segunda metade do séulo XX vieram os
primeiros medicamentos para tratamento do câncer

1950 primeiro sucesso com uso de quimioterápico

História Associação QT, RDT e Cirurgias oncológicas:


ampliação do número de casos tratados com
sucesso – cura; aumento de sobrevida
Progressiva mudança no comportamento dos
médicos (deixa de ser sentença de morte)

Olhar BIOPSICOSSOCIAL
Dupla médico-familiar
A doença era discutida Não consideração da
respondendo pelo
apenas com familiares autonomia do paciente
paciente

Uso do câncer como


metáfora para simbolizar
Informações leigas
destruição ou Manutenção e ampliação
obtidas através dos
desintegração moral ou do preconceito
meios de comunicação.
social. "Os políticos são o
câncer deste país"
Diversidade de tratamentos em Radioterapia (cirurgia, radioterapia,
quimioterapia) solos ou concomitantes

Custo físico e/ou emocional

Preocupação em relação às necessidades psicossociais: qualidade de vida

Abrangência: estado emocional, efeitos somáticos (dores, náuseas, etc.)


envolvimento social, atividade profissional, aspectos espirituais e financeiros

Equipe multidisciplinar e atuação conjunta: custo e comunicação adequada

Comunicação adequada aspecto mais importante – Técnicos e médicos,


técnicos e enfermagem, técnicos e físicos: caminho na mesma direção
O câncer e seus
tratamentos são
capazes de
desencadear
inúmeras
consequências:

Consequências

Sociais
Sentimentos

• O medo e a angústia quase sempre relacionados à morte e futuro incerto;


• Ansiedade;
• Tristeza;
• Raiva associadas às perdas consequentes do diagnóstico e tratamentos
• Choro incontrolável
• Depressão (7 a 16% - câncer 38%) – CP : aspectos
concomitantes – 44%
• Reclusão

Reações • Fadiga (quantificação subjetiva)


• Falta de cuidados consigo mesmo
• Deficiências neurocognitivas
• Negação de tratamentos e medicações
• Agressividade, distúrbio de sono e alimentação
• Excesso de questionamento e posicionamento
• Dependência e pedir para morrer
As consequências emocionais podem ser
semelhantes entre os pacientes, porém a
intensidade e a duração das emoções são
variáveis, devido:

Consequências
Traços de personalidade, inerente ao ser

Momento de vida que a pessoa recebeu o


diagnóstico (inclui idade, situação
profissional e socioeconômica, posição
familiar e religião);
Dados concisos

• Estudo feito pela Universidade Estadual de Campinas


• Amostra randomizada de 253 pacientes hospitalizados
• Existência de riscos de suicídio 5% dos pacientes diagnosticados recentemente
com alguma doença séria (câncer, doenças crônicas
INCA

• 1937
• Estadiamentos tardios
• O diagnóstico de câncer no Brasil tem sido feito quando a doença está
em estágio cada vez mais avançado. Os dados são de fiscalização
recente do Tribunal de Contas da União (TCU)
• Qualidade de vida x cura da doença
Psicooncologia
• Termo criado pelo cirurgião José
Schavèlson, 1961
• Ramo da medicina que se ocupa da
assistência ao paciente com câncer, do
seu contexto familiar e social e de
aspectos médico-administrativos
presentes no cotidiano desses pacientes.
• Psicologia, oncologia, medicina
• Aspectos psicossociais:
Psicooncologia incidência, evolução e remissão
• Etiologia, desenvolvimento do
câncer e a adesão ao
tratamento fatores
psicológicos, comportamentais e
sociais
Referência
• Este setor de atuação profissional surgiu na década de 1970, com a psiquiatra
Jimmie Holland, no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center em Nova Iorque.
• A psiquiatra desenvolveu um programa de atendimento, pesquisa e
treinamento para investigar os aspectos emocionais envolvidos no processo de
doença e tratamento do câncer e avaliar a interferência na vida dos pacientes.
Dessa forma, Jimmie visava a melhor maneira de intervenção para reduzir o
sofrimento do paciente durante o tratamento oncológico e também aumentar
sua qualidade de vida.
Psicooncologia é uma subespecialidade
da oncologia e procura estudar duas
dimensões psicológicas presentes no
diagnóstico do câncer: (1) o impacto do
câncer no funcionamento emocional do
paciente, da sua família e dos
profissionais envolvidos em seu
tratamento (2) o papel das variáveis
psicológicas e comportamentais na
incidência e sobrevivência ao câncer

Esta Foto de Autor desconhecido está licenciada sob CC BY-SA.


Avanços

2000 Portaria 3535 Decreto 741/05 retifica a


1994 Criação da
serviços de oncologia obrigatoriedade do
Sociedade Brasileira de
credenciados pelo SUS suporte psicológico ao
Oncologia (SBPO)
ofertar psicólogo clínico paciente com câncer

A ANS aponta, no rol de


procedimentos mínimos 2006 Certificação de
a serem cobertos por distinção de
planos e operadoras de conhecimento na área de
saúde, a psicoterapia em psicooncologia
situações de crise
Multifaces
Cultura de atacar a doença, a
célula, o tumor

Foco no tratamento biológico:


RDT, QT, indicações cirúrgicas

Esquecimento do eu
psicológico

Não somos facetados, somos


MULTIfacetados
Variação de humor

• Multifacetas:
Paciente e Cuidador
(técnico e tecnólogo)
• O profissional da área de saúde
mental passou a fazer parte das
equipes multiprofissionais nos maiores
centros oncológicos do mundo.
Contribuição da psicooncologia

• Maior atenção aos cuidados paliativos e de suporte


• Aumento da freqüência da revelação do diagnóstico da câncer ao paciente
• Preocupação com a qualidade de vida do paciente
• Crescentes investigações e pesquisas em aconselhamentos genéticos
• National Comprehensive Cancer Network (NCCN) define como
stress “uma experiência de natureza psicológica, social e/ou
espiritual desprazerosa que pode interferir na habilidade de o
paciente funcionar efetivamente”
• Correlação dos sintomas com o start sendo o stress
• Sexto sinal vital avaliado em uma consulta
• 1999 Joint Commission on Acreditation inseriu dor e estresse
psicológico como parte integrante dos sinais vitais em pacientes
com câncer
• Dor (EVA), temperatura, pressão arterial, pulso
Prevalência geral de stress entre 20 e 40% em pacientes recém
diagnosticados *

Brasil: 65 % dos pacientes idosos experimentaram níveis significativos de


stress

Porque?

Diminuição das atividades instrumentais da vida diária (influência do


sistema de gerenciamento)
Quando sofremos uma determinada emoção há o envio de uma
mensagem para o cérebro

EMOÇÕES POSITIVAS EMOÇÕES NEGATIVAS


Dr. Otto Warburg apud Sorrentino (SORRENTINO 2012) fisiologista e bioquímico alemão, ganhou o seu primeiro prêmio
Nobel pela descoberta de que, o câncer se desenvolve em ambiente de menor quantidade de oxigênio e esse ambiente
é criado quando o pH é baixo. Demonstrou que o câncer tem dificuldade em se desenvolver em ambiente com pH
alcalino, repleto de oxigênio. Warburg explica que a carência de oxigênio impede de completar adequadamente o
processo de metabolismo celular, impossibilitando a concepção de células saudáveis. Nessa condição, o sistema
imunológico se desestrutura, comprometendo a capacidade do corpo reagir aos ataques das células anormais.
Química lutar e fugir

• > Produção de cortisol, adrenalina, noradrenalina sistema


imunológico, sistema cerebral = perda de concentração,
dificuldade de digestão
• Tanto o médico como o paciente estão constantemente em
um ambiente de stress, tanto pelo assunto que tratam
(paciente) quanto pelo excesso de trabalho (médico)
• Alterações podem refletir em uma falência no sistema de
defesa psicológica do paciente
• Temporário ou duradouro
• Interferência no ajuste do tratamento
• Detectar o stress o mais cedo possível
“O sofrimento, porém, é algo absoluto, único. Totalmente INDIVIDUAL. Podemos ver as
doenças se repetirem no nosso dia a dia como profissionais de saúde, mas o sofrimento
nunca se repete. Mesmo que o tratamento possa oferecer alívio para a dor, a experiência
da dor passa por mecanismos próprios de expressão, percepção e comportamento. Cada
dor é única. Cada ser humano é único. Mesmo em gêmeos idênticos, com o mesmo DNA,
temos expressões de sofrimento absolutamente diferente”
Reflexões

• As causas psicossomáticas são • Na realidade, parece que a sua


ainda objeto de muita discussão, etiologia é demasiadamente
inclusive com novas teorias (Nova
Medicina Germânica) e tantas complexa, perpassando, de
outras, que, holisticamente qualquer modo, dizem muitos,
denotam haver muito mais no pela questão psicológica
câncer do que o simples consumo (CARDOSO, 2015)
excessivo de álcool, tabaco ou
ainda, à depressão por si só ou
ainda as tantas contribuições
negativas (MELO FILHO, 2014)
Qual é a relação direta entre humanizar e processos de
cura?
Qual é a relação direta entre desumanizar e processos
de adoecimento?
Qual é a relação direta entre humanizar e (pelo menos)
não adoecer mais ?
“O tratamento humanizado, com foco no paciente
e não apenas no seu câncer, significa que o
profissional da saúde, além de se mostrar atento à
evolução e à resposta da doença, deve se
importar também com o emocional do
indivíduo, como ele enfrenta a enfermidade,
ajudando-o a enxergar com confiança a equipe
que o assiste e com mais otimismo o tratamento a
que está sendo submetido” Thiago Bueno de
Oliveira - Médico Oncologista Hospital Santa
Catarina – Titular do Depto de Oncologia Clínica
do AC Camargo
“O acolhimento que o paciente recebe entre os
profissionais da equipe serve de ponto de apoio
para que o paciente trate suas questões, baixando a
ansiedade, o medo e principalmente o estresse”
Onocologista pediátrica Denise Tiemi Noguchi –
Hospital Albert Einstein
“A humanização está até mesmo dentro dos sistemas de
gerenciamento, há possibilidade de humanizar o processo por
completo tendo ganhos únicos para os pacientes que não
seriam possíveis sem essa dinâmica” Dra Maria José Alves –
Hospital do Servidor Público Estadual
Entre esses profissionais envolvidos, o técnico/
tecnólogo é, sem dúvida, um profissional chave para
o sucesso do tratamento radioterapêutico, pois é de
sua responsabilidade o contato diário com o paciente
e a execução, de forma precisa e segura, do
tratamento já prescrito pelo médico radioterapeuta e
planejado pelo físico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TURNER, Kelly Radical Remission – The nine key factors that can make a real difference –
www.radicalremission.com
RIOS, I C Humanização: a essência da ação técnica e ética nas práticas da saúde. Revista Brasileira
de Eduacação Médica, v.33 n.2 p 253 – 261, 2009

MELO FILHO, Julio de. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 2014

CARDOSO, Maria Antenor L. Psicossomática: entre o bem e o mal. Campinas, Bookseller, 2015

CAPRISTE, Maria Lucia Parizatti Reflexões sobre a influência do Estresse crônico na transformação
de células saudáveis em células cancerígenas. Revista de enfermagem . Junho, 2017
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Documentário Heal – o Poder da mente


Revista Viva Saúde – Lutar e vencer o câncer – Edição 185
PATTON, M.Q. Qualitative evaluation and research methods. Newbury Park, CA.
Sage Publications, 1990
Girotto, E. (2008). Adesão ao tratamento anti-hipertensivo e fatores associados na área
de abrangência de uma unidade de saúde da Família.
OBRIGADA
adreherrxt@gmail.com
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