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Seja jovem, seja feliz, seja magro, seja bem informado, seja alguém de sucesso!
Estas são as palavras de ordem do mundo contemporâneo. Se o mundo está difícil para
nós adultos, o que pensar para os adolescentes? Vivemos numa época em que as
mudanças, decorrentes de novas descobertas e invenções, ocorrem num ritmo
vertiginoso.
A minha questão é: o que os jovens estão fazendo com essas novas informações, em que
estão sendo beneficiados e/ou perturbados pelas transformações sociais?
O que tenho ouvido na clínica e fora dela são queixas de adolescentes que se sentem
perdidos, apáticos ou ansiosos quanto ao seu futuro. Os pais parecem ainda mais
perdidos do que eles.
O que significa então adolescer no mundo atual? ( ... )
Ser adolescente, hoje, é muito mais difícil do que o foi em épocas passadas, ainda que
aparentemente as coisas estejam bem mais fáceis para os jovens. Os pais são mais
compreensivos, mais tolerantes, há maior liberdade sexual, maior liberdade de expressão,
maior liberdade para escolha profissional, maior liberdade para isto, maior liberdade para
aquilo. Os adultos dizem que no seu tempo não era assim, que era tudo mais difícil, que
seus pais não os compreendiam, que era preciso “ pegar cedo no batente”, que logo
deixaram a casa dos pais e foram cuidar da própria vida. Então, parece que realmente
hoje está tudo mais fácil. No entanto, o que vemos são jovens com pouca iniciativa,
angustiados diante da escolha profissional, deprimidos, estressados, com dificuldade para
sair da casa dos pais e definir seu próprio caminho. Evidentemente, isso não pode ser
generalizado, mas é espantoso o número de meninos e meninas nessa situação.
Analisemos, então, algumas dessas “ facilidades do mundo moderno – sexo, por exemplo.
Realmente, falar sobre sexo, hoje, é muito mais fácil do que antigamente. Discute-se sexo
na escola, em casa, na televisão. É mais fácil fazer sexo também. Existe a pílula
anticoncepcional e uma maior tolerância dos pais com relação a prática sexual dos filhos.
Por outro lado, o sexo, hoje, está associado ao perigo da aids. Morte e sexualidade
caminham juntas. À insegurança das primeiras experiências sexuais juntou-se o medo da
contaminação. Além disso, sabendo dos riscos de uma gravidez precoce, alguns pais,
aflitos ( e com razão!), se antecipam aos pedidos dos filhos, levando a pobre menina de
12 anos ao ginecologista, assim que ela diz que “ficou” com aquele menino. Ou