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UNIVERSIDADE PAULSTA

Bianca Souza Couto – N436859

RESENHA CRÍTICA
Texto: Culpa e Desculpas – Livro: Na Presença do Sentido

São Paulo
2023
O capítulo se inicia procurando uma definição para a culpa. Um sentimento que todos
sentem, mas que é difícil descrevê-lo. Além disso, é um sentimento considerado ruim,
vergonhoso e ocultado. Este estigma parte até mesmo da religião; os autores citam a
história bíblica de Adão e Eva, para demonstrar um bom exemplo de culpa no contexto
religioso e o quanto isso permeia o inconsciente coletivo.
O texto descreve como a culpa é difundida em outros sentimentos, como o remorso, o
medo, a vergonha, através de imagens que são recordadas, medo do que pode acontecer
e vergonha de ter a intimidade revelada. Os autores trazem uma fala que se faz necessária
citação, quando dizem que a pessoa culpada, então, está remoída, assustada e
envergonhada. (Pompéia e Sapienza, 2015).
Para além dos males deste sentimento, segundo o texto, é importante não omitir, ocultar
ou dispersar a culpa do ‘’culpado’’. Este ato faz com que a pessoa se afaste da integração
deste sentimento em si mesma. Em crianças e adolescentes isto é muito prejudicial, pois
o afasta das consequências e responsabilidades dos seus atos. Quando se reconhece e
aceita a culpa, é possível elaborar e se aproximar da expectativa que se tinha de fazer algo
julgado bom, mesmo que a atitude tenha sido contrária.
A culpa nos mostra que estamos distantes de quem gostaríamos de ser, pois quebra nossa
expectativa de sermos como projetamos, nós mostramos que somos quem podemos ser,
tentando ser quem gostaríamos de ser. Isso traz uma quebra de sonho, mas nos lembra
que somos sempre capazes de sonhar de novo.
O texto traz um alerta que considero importante, sobre após os escritos de Nietzsche,
Marx e Freud, surgiu um fenômeno que traz a possibilidade de um ser não sonhar, não ter
aspirações, o denominado niilismo, uma espécie de aceitação da realidade.
A culpa está relacionada ao sonho. Uma pessoa com psicopatia, por exemplo, não sente
culpa, assim como não possui sonhos.
A aproximação do sentimento de culpa nos aproxima de alcançar o ideal de nós mesmos.
No capítulo é contado mito de Édipo, que assassinou seu pai e dormiu com sua mãe,
ambos os atos abastados de culpa, e que mesmo não se isentando desta culpa e
respondendo voluntariamente por seus atos, só elaborou estes fatos quando encontrou um
‘’paradeiro acolhedor’’ (Pompéia e Sapienza, 2015).
No próximo parágrafo o texto discorre a história de um adolescente estadunidense que ao
ser isento, pelo psicólogo, de toda a culpa de suas delinquências, volta a instituição e
executa o mesmo. Após investigações acerca de tal atitude, conclui-se que ao retirar toda
a culpa do jovem, também o isentou de sua própria existência, de sua própria
possibilidade de mudar, de sonhar. Como se ao matar o profissional, ele gritasse ‘’eu
existo! Eu sou capaz!’’. A culpa afirma nosso lugar, e isso é essencial como ponto de
partida para a mudança.
Toda culpa carrega uma falta, e muitas vezes colocamos o castigo neste lugar onde algo
falta, mas a desculpa também existe, na culpa, cabem desculpas acolhedor’’ (Pompéia e
Sapienza, 2015). E a culpa é sempre maior que a desculpa. A desculpa é diferente de
esquecimento, que é diferente de perdão. O perdão é algo de nós para nós mesmos, e
independe da desculpa. Já o esquecimento, este é improvável.

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