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UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA BACHARELADO EM PSICOLOGIA

CAMPUS NORTE
GRUPO 2
Bianca Souza Couto – N436859

FICHAMENTO

A abordagem e a clínica no atendimento aos moradores de rua portadores de sofrimento


psíquico

SÃO PAULO – SP
2022
No artigo publicado em Junho de 2006, em Belo Horizonte – MG, a autora Maria
Mercedes Merry Brito aborda a problemática das pessoas em situação de rua portadoras
de sofrimento psíquico e uma possibilidade de intervenção por meio da abordagem
psicanalítica e atendimento clínico dessas pessoas.
O artigo aponta que os primeiros estudos de assistência a esta população se iniciaram em
na Escola de Chicago entre 1915 e 1935, com o intuito de solucionar os problemas vividos
por essa população. Com isso, sabe-se que o fenômeno de pessoas em condições de
miséria se inicia juntamente com a revolução social e o crescimento dos grandes centros
urbanos, locais onde até os dias atuais, se fazem palco desta problemática, onde
miseráveis, denominados ‘’noveaux pauvres’’ (termo referente a população pauperizada)
praticantes da mendicância e mercantil criativo, se defrontam com trabalhadores de
empresas e moradores que transitam em espaços públicos onde a população miserável se
apropria para fazer sua moradia e espeço de subsistência.
Há um relato no material, de uma mulher que fora internada de maneira compulsória e ao
sair, não considerou uma experiência assistencial, porque fora obrigada a tomar remédios,
relatados por ela como ‘’venenos’’. Á internação compulsória, a expulsão das pessoas de
suas moradias móveis e até chacinas tem sido atitudes das autoridades locais há cerca de
duas décadas (Brito, 2006). Tais atitudes são tomadas, pela falta de uma organização
governamental no quesito geração de emprego que respeitem as peculiaridades de pessoas
em vulnerabilidade e estimulem as potencialidades, o que dá às políticas públicas o
caráter provisório e frágil das soluções compensatórias e assistencialistas (Brito, 2006).
Os ‘’loucos de rua’’, são desde os antigos tempos, pessoas em sofrimento psíquico
habitantes de áreas livres, que em sua vulnerabilidade, ainda exclusos dos demais
pauperizados que a partir da idade moderna são encaminhados á hospícios, pois possuem
(dificuldade com o cuidado de si, alheamento com relação à questão
do tempo, dificuldade maior e diferenciada de fazer laço social). Por
conseguinte, terão dificuldades também no estabelecimento das
mediações simbólicas necessárias na apropriação do espaço e no
convívio com seus pares na miséria.

Nos últimos doze anos, a população psicanalista atuante em saúde mentais, junto com as
autoridades locais e instituições não governamentais, vem criando um debate político e
iniciaram uma rede de atendimentos com abordagem psicanalítica a pessoas em situação
de rua, e vem se estendendo essa prática desde o centro da cidade até as áreas periféricas,
e segundo o artigo, tem sido grande desafio, por depender da participação de uma grande
rede de pessoas, incluindo órgão sociais, de saúde mental hospitais, segurança pública e
da população trabalhadora local
O Subtítulo ‘’Senhor dos Anéis’’, presente no artigo, relata sobre um sujeito ímpar que
em condição de rua, se vestia e adornava com argolas e anéis de todos os tamanhos. Os
pesquisadores foram atrás da família do homem e encontraram sua mãe de 60 anos que
relatara seus outros 5 filhos, como sendo, três trabalhadores, uma alcoólatra e outro
psicótico. Viram que o homem tentou trabalhar como engraxate, mas não se manteve e
fora catar lixo. O caso fora analisado pela equipe através do viés psicanalítico de Freud,
e levando em conta as atitudes do sujeito e suas tentativas frustradas de se manter em um
trabalho, vê-se que agora junta lixos e se veste deles, solitariamente para se desfrutar do
gozo. promovendo, assim, uma realização assintomática do desejo. (Brito, 2006)
Onde o Nome-do-pai fora incluído não promove a significação fálica,
aparece uma significação de suplência, colada em uma referência ideal
tomada de empréstimo ao Outro materno” (Soler,1993).

O sujeito teve uma infecção por conta de um dos anéis e teve de ser levado ao hospital.
Psicanaliticamente, mesmo que aquele anel lhe rasgasse a carne, fazia com que sua
estrutura fosse sólida e contornava sua forma. Após A remoção e internação de 15 dias
no hospital, o homem volta as ruas e tem recaídas. Alguns meses depois é acolhido em
casa novamente e mantém contato para trabalho com a dona do restaurante onde se
abrigava e toma seus remédios de maneira voluntária.
‘’O sujeito se faz cidadão quando o espaço público se desdobra e expande as
particularidades subjetivas". (Garcia, 2002)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brito, M. M. (2006).
Brito, M. M. (06 de Junho de 2006). SciELO Brasil. Fonte: www.scielo.br:
https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200013

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